Minha filha tem três anos. Estamos de férias no Rio de Janeiro, na casa da vovó e do vovô. Eles assistem muitos noticiários populares no SBT, Record e Bandeirantes. Isso significa que vários crimes são narrados e a criança é como uma esponja. Fora isso, Júlia sempre está atenta, mesmo quando parece distraída. Hoje, Datena estava mostrando o enterro da professora de ioga gaúcha que estava fazendo turismo em Florianópolis. Ela foi morta quando ela e o marido entraram em uma comunidade (*tem isso em Florianópolis, também*) por engano. Mais um erro de GPS. Segue o diálogo curto entre minha mãe e a filhinha:
Vovó: "Mataram a moça."
Júlia: "Quem matou foi o namorado?"
Expliquei que foi um crime comum, mas Júlia já percebeu a grande quantidade de feminicídios e ela está associando namorado e assassino, pois, não raro é quem diz que ama que comete o crime. É péssimo isso, pois a maioria dos namorados-marido-companheiros não mata, mas, infelizmente, a maioria das mulheres mortas no Brasil são vítimas dos homens que diziam amá-las. Espero que a criança compreenda isso, também. Sendo tão atenta, talvez, ela já saiba disso, mas a pergunta me deixou triste e alarmada ao mesmo tempo.
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