Ainda hoje, a participação das mulheres na política brasileira é muito limitada. Somos 51% da população do país, mas nossa representatividade no Executivo e no Legislativo é muito pequena e as eleições deste ano não ajudaram em nada. Por conta disso, é importante lembrar hoje de Antonieta de Barros (1901-1952), primeira mulher negra a ser eleita para um cargo legislativo no Brasil e primeira mulher eleita deputada estadual em Santa Catarina.
Filha de uma ex-escrava, órfã de pai muito cedo, Antonieta, formou-se professora graças ao esforço da mãe. Ela foi professora de Português e Literatura, e diretora do atual Instituto de Educação, em uma e´poca na qual a maioria dos diretores de escola, especialmente grandes e importantes, eram homens, ou, no máximo, mulheres brancas. Dirigiu também o jornal A Semana entre 1922 e 1927. Além de ativa na sociedade, era uma mulher negra ativa na política em uma época na qual mulheres e negros (*alguns fingindo desesperadamente não ser*) não eram comuns nesses meios. E, hoje, eles são?
Antonieta foi eleita para a legislatura de (1935-1937) e assumiu como suplente entre 1947-1951. Uma das suas bandeiras era a valorização do magistério, mas sua presença na sociedade e na política ajudou, também, a defender os direitos dos negros e mulheres de exercerem cargos políticos. Ser pobre que chegou lá, por assim dizer, não a fez esquecer dos pobres, ou de suas origens, afinal, suas crônicas falavam dos direitos das mulheres e criticavam a discriminação racial. Em 2015, foi lançado um documentário sobre Antonieta, mas ainda não pude assistir.
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