Falei aqui semanas atrás sobre a eleição da nova Miss Japão, Ariana Miyamoto. Filha de pai afro-americano e mãe japonesa, ela sofreu várias críticas por sua aparência, por ser “haafu” (de “half” em inglês, metade), mestiça. No entanto, a sua própria eleição foi demonstração de que essas idéias infelizes – o racismo, a xenofobia, a discriminação contra os mestiços – não são fortes o suficiente para impedir que alguém como ela possa chegar lá, ainda mais em um país bem mais homogêneo que o Brasil, no qual somente uma miss até hoje foi negra.
O IPC Digital trouxe trechos de uma entrevista com a moça que mostrou ser também engajada na luta contra o racismo. Segue o trecho: “Eu não senti nenhuma pressão adicional, pois parte da razão de entrar na competição foi a morte de minha amiga (...) Meu objetivo era crescer sem a preocupação de sofrer discriminação racial. Agora eu tenho uma grande oportunidade de espalhar a mensagem como a primeira Miss Universo Japão negra. É sempre difícil ser a primeira, então sob este aspecto, o que Naomi Campbell fez foi realmente incrível. Eu quero começar uma revolução, eu não posso mudar as coisas do dia para noite mas em 100 ou 200 anos haverá poucos japoneses “puros”, então temos que começar a mudar o jeito que pensamos”.
Para quem criticar o fato dela falar em japoneses “puros”, há quem acredite, contra toda prova científica que é puro. Parte dos movimentos racistas se assenta exatamente na defesa dessa pureza que traz junto com ela a certeza da superioridade em relação a outros seres humanos, simplesmente por sua cor de pele ou outros traços externos.
1 pessoas comentaram:
Essa moça é uma diva! Enquanto isso, no maior país negro fora da África...
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