Houve tempo, lá atrás, quando eu acreditava que o mercado brasileiro de mangás teria um futuro promissor, que eu apostava que Loveless (ラブレス), de Yun Kouga, logo seria lançado no Brasil. Os anos passaram e nada! Mas, enfim, se até Sailor Moon (美少女戦士セーラームーン), um fenômeno cultural (*sim, é desta forma que esta série shoujo infanto-juvenil precisa ser vista*), demorou mais de duas décadas para chegar aqui, imagina Loveless! Mas eis que a NewPop anunciou a série para JUNHO. Frisei o mês, porque a editora costuma lançar o que promete, mas não é muito fiel nas datas.
Loveless, série que ainda está sendo lançada no Japão e passou por vários hiatos, teve anime, foi lançada em vários países, faz sucesso nos EUA, tanto que foi re-licenciada depois que a Tokyopop quebrou, tem muitos atrativos. Um deles é o traço de Yun Kouga. Outro, é seu caráter BL (*e há yuri na série, também, aviso*). Sim, é inegável que Loveless é um BL e que lentamente, sem grande alarde, essa vertente dos mangás femininos vai ganhando algum espaço no Brasil. Mas é tudo muito discreto, sem que nenhuma editora queira "sair do armário" e anunciar a coisa com letras garrafais. Sabe, uma das coisas que parecem certas para os editores é que o público brasileiro médio é conservador e só aceita algo yaoi disfarçado dentro dos shounen arrasa-quarteirão. Pelo menos, estão tentando. De resto, Loveless junto com Sailor Moon já é o anúncio shoujo mais importante do ano.
Desejo sucesso para o lançamento, sei que muita gente gosta da série, mas eu, particularmente, não consigo simpatizar com Loveless. Há um flerte com a pedofilia que não me desce. Gosto muito de Earthian (アーシアン), que também é da autora e teve animação, acho uma série com momentos muito ternos, comoventes e delicados. É trata-se de outro BL. Agora, Loveless carece da elegância de Earthian. A começar com a grosseria de dizer que o duplo par de orelhas significa que a personagem é virgem. O protagonista, por exemplo, se preocupa no primeiro volume com a reação da mãe caso chegue em casa sem seu par de orelhas extra... Assim, eu ri, mas de constrangimento. Mas isso sou eu. O único porém de verdade é o fato do mangá estar em andamento. São 12 volumes, mas a série já foi interrompida várias vezes. Não acho que a NewPop alcance a edição japonesa tão cedo, mas uma série fechada ou que seja publicada de forma realmente regular no Japão é algo mais tranquilizador.
De resto, não sabia que a Panini tinha lançado um BL este ano, Full Moon ni Sasayaite (向滿月微笑), de Sanami Matou. O nome por aqui foi FullMoon: Sussurros. Estou realmente por fora das coisas. Não vi o volume nas bancas de Brasília, no entanto, não iria procurar por não estar a par do lançamento. "Mea culpa! Mea culpa! ..." E, segundo o Gyabo, a Panini vai lançar a continuação da série! Os dois volumes de @Full Moon (アットフルムーン), que sairá por aqui com o nome de Full Moon – Contos da Lua Cheia. Curioso é que o primeiro volume é de 1998 e os dois novos saíram em 2008. Não sei o que motivou o lançamento, se uma tentativa de contemplar os fãs de BL ou o fato da história ter vampiros e lobisomens. De repente, as duas coisas...
3 pessoas comentaram:
Como alguém que coleciona a edição americana (antes pela Tokyopop, agora pela ViZ), estou bem feliz em saber que teremos o mangá por aqui. É como você diz, aos poucos as editoras brasileiras estão abrindo espaço para esse gênero.
Eu conheci Loveless pelo anime e parti para o mangá em seguida, seduzida pelo traço da Yun Kouga. O mangá, se tirarmos as terríveis partes iniciais com insinuações sobre a virgindade de meninos de 12 anos, se desenvolve numa trama de abusos psicológicos e abandono afetivo que incomoda do jeito certo, fazendo com que torçamos para que as vítimas recebam o apoio de que precisam e para que os abusadores sejam punidos. O flerte com pedofilia/shotacon é a mácula de um mangá que poderia ser excelente.
Quanto ao Full Moon Ni Sasayaite, estou torcendo muito para que chegue aqui em Manaus. Eu adoro a Sanami Matou por causa de outro mangá BL: Fake. Será que se Full Moon fizer sucesso, a Panini o publicará também? Cruzando os dedos aqui!
Já tem uma semana que eu soube da novidade, mas ainda não decidi se vou comprar ou não. Eu conheci o mangá e o anime em um momento meio conturbado de minha vida e o tom depressivo da história (principalmente o anime) me incomodou bastante na época. Apesar disso, até hoje tenho lembranças das batalhas que tinham no anime, elas eram muito boas. Li o mangá por scans até uma parte mais decisiva da história e ficava babando com o traço da autora, mas fiquei assustado ao notar que a qualidade do traço CAIU DEMAIS! Parecia que os desenhos foram feitos às pressas, de qualquer jeito. Não sei qual é o problema da Yun Kouga, mas eu sinto que ela anda negligenciando Loveless há pelo menos uns 5 anos e mesmo assim ela não termina o mangá! De qualquer forma, desejo sucesso à publicação do mangá no Brasil e até lá decido se vou comprar ou não hehehehe.
Sou fã de Loveless e estou sem conseguir pensar! Muito animada!
De fato essa margem para a pedofilia é a pior coisa do mangá. Sem dúvida, o mangá iria crescer muito se não fosse por isso.
O mangá é infinitamente, de verdade, melhor que o Anime. O anime é RUIM. O mangá é muito bom!
Sucesso ao Loveless!!
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