Ainda não tenho muito que dizer sobre Meu Pedacinho de Chão, quer dizer, assisti picadinho todos os capítulos (*é bem no horário em que a Júlia quer mamar e dormir*) e gostei. No início, achei a coisa meio estranha, sabe, quando a gente prova algo novo? Mas é tudo tão bonitinho, tão fofo, que parece feito para virar animação, quer dizer, parece mesmo um desenho animado, e teria tudo para gerar uma boa HQ e uma coleção de brinquedos legais ou action figures.
Queria o Zelão, do excelente Irandhir Santos, na minha estante. A idéia dos animais marionetes ficou ótima, especialmente, o cavalo ou égua, não sei bem, do Zelão. E que menina, ou menino, quem sabe, não iria querer a boneca da professora Juliana (Bruna Linzmeyer) ou a Pituca (Geysa Garcia)? Aliás, de onde tiraram aquela menininha tão graciosa e cheia de talento? O que foi aquela cena na venda com o Antonio Fagundes e o pote de doces? Foi engraçado e terno ao mesmo tempo.
Achei principalmente a personagem da Juliana Paes um tanto exagerada e o jogo de câmera me deixou meio tonta. A tal Gina, de Paula Barbosa, é outra que parece meio fora de tom, artificial, forçada. Embora não seja uma novela realista, deveriam ter escalado uma atriz mais jovem ou que parecesse mais jovem para o papel da filha do Rodrigo Lombardi. Ou, talvez, colocado alguém mais velho no papel de Pedro Falcão, já que era isso que o papel pedia, um homem de meia idade.
Alguns sotaques também não ajudam. O caipirês de vários atores do elenco está muito, muito esquisito. Como nada é realista, poderiam deixar os atores e atrizes falando com seus próprios registros. Por que, não? Uma reclamação que ouvi da minha mãe é que ela não consegue entender o que algumas personagens estão dizendo.
Acho que, se a novela cair no gosto popular, Osmar Prado será um dos vilões mais amados dos últimos anos. O que foi aquela conversa dele com a filha, a Pituca, dizendo que grita com ela porque a ama? Como odiar um sujeito assim? ^_^ O menino Serelepe, Tomás Sampaio, também é uma graça. Simpático que só. Mas poderia ser um garoto negro, ou menos branco, por assim dizer. Aliás, como a novela não é realista, sinto falta de atores e atrizes negros fora dos papéis cômicos e subalternos de sempre.
Alguém viu Muito Barulho por Nada com Denzel Washington no papel de Príncipe e irmão do Keanu Reeves? É desse tipo de liberdade que eu falo. Só que, fora de um ambiente de minissérie, duvido que houvesse tal ousadia. De resto, como nota fútil, temos o filho do Almir Sater, Gabriel Sater, pare deleite dos nossos olhos. Genética poderosa a deles.
A partir do segundo capítulo, acho que consegui começar a curtir a experiência estética. A mistura de texturas, a câmera, a imprecisão espaço-temporal, tudo parece estar funcionando bem. Só que fica aquele gosto de especial de fim de ano ou microssérie na boca da gente. Alguém mais? Não parece novela e desde as chamadas eu comentava com meu marido que, se Meu Pedacinho de Chão desse certo representaria uma revolução estética na história da telenovela brasileira, mas e se fracassar?
Espero sinceramente que a novela mantenha bons níveis de audiência. Ninguém espere 30 ou mais de audiência, porque com a internet, TV por assinatura, e engarrafamentos mantendo o pessoal na rua, o horário das seis perdeu muito do seu público. Falo de algo na casa dos 23, 25. Acredito que é possível e a novela será curta, se me lembro bem, terá uns 100 capítulos. E como o que conta é só São Paulo, não adianta, para a Globo, que a novela bombe no Nordeste ou no Norte do país. Há quem despreze as novelas das seis, especialmente, quem odeia novelas de época, mas o horário já ofereceu obras de grande qualidade, além de alguns dos maiores sucessos da Globo, como Escrava Isaura. Talvez esta nova versão de Meu Pedacinho de Chão faça história d enovo.
Até o momento, recomendo Meu Pedacinho de Chão. É uma novela encantadora, fofinha, até se propõe a discutir temas sérios que marcaram a original, mas é leve e com uma direção de arte e atores muito arrojada. Percebo até algo da estética mangá na novela, mas as influências são muito variadas. A abertura é bem legal, também, uma animação bem engraçadinha. Vale conferir.
P.S.: Salvo se conseguir algum tempo, não farei uma resenha final de Jóia Rara. Só digo o seguinte, foi uma das maiores decepções dos últimos anos. Será esquecida com facilidade, apesar do muito que prometeu. Salvou-se alguma coisa, porque o elenco era de alto nível e a menina Mel Maia é talentosa e simpática. Espero que as autoras da novela acertem da próxima vez, porque Joia Rara foi quase um fiasco total.
4 pessoas comentaram:
A novela causa certa estranheza pelo estilo inusitado mas no fim das contas está bem simpática, eu achei que seria mais chatinha, mas até que gostei :)! Você não achou a Gina uma personagem meio que "homenageando" a Merida de Valente? Só que claro, muito mais caricata e exagerada, como se uma menina valente precisasse ser arisca ^^"
Eu também simpatizei com "Meu pedacinho de chão", mas também estranhei. Concordo com sua mãe que nem sempre entendo o que alguns personagens dizem. E a trilha sonora me irrita um pouco. Explicando melhor: Me irrita quando um simples mover de cabeça vem acompanhado de um barulhinho.
De resto, é um deleite visual. E já torço pela professora Juliana com o "malvado" que tá na dúvida se queima ou não a escola. E de boa, pra mim ele é o mais gato da novela!
Sei não. é caricata demais, e o exagero é enjoativo, o sotaque, as caras e bocas, dão uma agonia doida.
A professorinha parece uma filhinha da Effie Trinket haha
Minha prima de dez anos já é fã da novela, tava louca pra Joia Rara acabar só para ver a novela nova.
Acho que o problema é justamente o exagero. Poderia ser lúdica,meio como Hj é Dia de Maria, mas erraram a mão nas cores e trejeitos.
No início, também estranhei as falas, os trejeitos dos atores, as cores na tela. Mas, depois que me acostumei, posso dizer que estou adorando a novela! Acho até que vou acompanhar, como a tempos não fazia. Concordo com você quanto ao menino Serelepe: faria mais sentido um menino negro. E discordo quanto à Juliana Paes: gostei muito da atuação dela, e acho que é no exagero que está toda a graça. As insinuações sobre um possível envolvimento dela com o enteado seriam bem legais, a princípio, se se concretizassem.
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