Segundo o ANN, durante o Festival de Angoulême, que acontece na França e é um dos mais importantes do mundo, está acontecendo uma exposição de 10 manhwa – quadrinhos coreanos – sobre as chamadas “mulheres do conforto”, isto é, meninas e mulheres obrigadas a prestarem serviços sexuais às tropas japonesas durante a ocupação (*a guerra na Ásia começou bem antes de 1939*) e a II Guerra Mundial. Esse assunto é particularmente sensível e já falei sobre ele aqui no blog algumas vezes (*Exemplo*). Os japoneses, antes de se tornarem vítimas incontestáveis das bombas nucleares norte americanas, cometeram crimes de guerra horrendos: massacres (*destaque para o Estupro de Nanquim*), uso de trabalho escravo e a prostituição forçada de mulheres. Chineses e coreanos são as vítimas que mais esbravejam até hoje, porque com o fim da II Guerra os americanos acabaram meio que ignorando as compensações devidas em um contexto de Guerra Fria.
Enfim, o atual governo japonês, que é nacionalista, tende a negar ou diminuir os crimes de guerra. No caso das “mulheres do conforto”, há um esforço muito grande nos últimos anos para convencer a opinião pública de que eram mulheres que se prostituíam livremente, ou que foi um mal necessário, mas que as mulheres eram compensadas. Em alguns lugares, há a difamação das mulheres coreanas sob a alegação de que elas têm uma tendência natural à prostituição. É um tema sensível e a posição do governo japonês é digna de reprovação.
O ANN diz que os japoneses, através da sua Embaixada, exigiram a retirada da exposição. A direção do Festival se negou a ceder. Fora isso, ainda recusou-se a aceitar no evento um mangá que negava os crimes de guerra japoneses e dizia que as “mulheres do conforto” eram uma invenção.
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