Alguém postou no Facebook imagens do último - o terceiro e penúltimo - gaiden da Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) para a revista Margaret. Já escrevi várias vezes que não curto o traço que Ikeda tem utilizado desde os anos 1980. Considero que ela atingiu seu ápice com Orpheus no Mado (オルフェウスの窓) e, depois, se revoltou...
Sei lá, afinal, ela disse várias vezes que não gosta de desenhar, que queria ser escritora, mas precisavam de mulheres mangá-kas e ela precisava de independência econômica (*o pai lhe tinha dado um prazo, ou ela arrumava um emprego - e não qualquer um - e se sustentava na faculdade ainda no primeiro ano, ou voltava para casa e ele lhe arranjaria um casamento*), mas o Harlequin que ela desenhou chegou no fundo do poço do desleixo... Enfim, mas essa Maria Antonieta do gaiden parece uma tentativa sincera de meio termo entre seu traço pós 1980 e o clássico. Ficou bonita.
1 pessoas comentaram:
Acho muito importante você ter levantado esse ponto, Valéria.
Uma vez conversava com uma amiga minha sobre como os manga-kas vão modificando o estilo de desenho com o tempo. E cheguei a conclusão de que não é difícil pensar que um profissional, que é autor e desenhista, se revoltando com a revolta das pessoa que exigem níveis utópicos de desenho e roteiro em um intervalo de tempo tão curto e em alguns casos, sem auxiliares.
Desenhar é uma atividade que assim como jogar futebol e cantar, desgasta muito o corpo, não é raro ver desenhistas novos com problemas no braço e nas costas. Quando a ultima obra da CLAMP, Gate 7, entrou em hiato surgiu a noticia que uma das integrantes do grupo estava debilitada, logo a produção do grupo minimizou bastante, e muita gente reclama que xxxHolic estar muito abaixo do nível que a CLAMP já alcançou.
Atender as demandas das editoras e ainda manter o desenho nos padrões utópicos que os hatters buzinam na net, sem comprometer a saúde, é quase impossível sem o devido apoio.
Conjecturo que seja isso o problema dos manga-kas que gostamos tanto.
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