Consta que no auge do sucesso da Rosa de Versalhes, em 1974, Riyoko Ikeda foi assediada para ceder os direitos do seu mangá para uma animação para a TV. Ela negou, como todos sabem, e o anime de Lady Oscar só saiu em 1978/79. Na impossibilidade de animar o grande sucesso, a Sunrise e a Fuji TV criaram uma série inspirada no material histórico da Rosa de Versalhes, mas com características muito menos realísticas e muito mais aventura capa e espada. O nome da série é La Seine no Hoshi (ラ・セーヌの星), com uma heroína mascarada, usando um collant (body), que lutava pela justiça. Mais tarde, e isso é um spoiler, a mocinha descobre que é irmã bastarda da Rainha Maria Antonieta. Em alguns países do Ocidente, a série fez muito sucesso e foi rebatizada de Tulipano Nero (Tulipa Negra), nome do sujeito que também agia em prol dos fracos e oprimidos às vésperas da Revolução Francesa, ou seja, é anime de aventura e ação, logo, o herói tem que ser um homem.
Apesar dos nomes estrelados – quer dizer, em um futuro próximo seriam – envolvidos na produção, como Yoshiyuki Tomino, Akio Sugino, Shunsuke Kikuchi, etc., o anime é muito, muito ruim. Vi alguns episódios em italiano e a santa chatice de Riyoko Ikeda dessa vez foi visionária. A animação é pobre, também, e o character design do Sugino – que assumiu a direção de arte da segunda parte do anime da Rosa e quase escangalhou com a arte magnífica de Miki Himeno e Shingo Araki – não consegue impactar em nenhum momento. E, deixo claro, que o estilo de Akio Sugino funciona muito bem em séries que estão entre minhas favoritas de todos os tempos, como Ace Wo Nerae (エースをねらえ!).
Mas eis que o Comic Natalie noticia que uma versão mangá da série, que pelo que entendi nunca tinha sido completada, ganhou uma nova edição, com o fechamento do que tinha ficado pendente. O mangá, que é de 1975, tem arte de Morimura Asuka e roteiro de Kaneko Mitsuru. O volume #1 saiu agora, em outubro, o #2, sai em janeiro de 2014. Achei a arte bonita, tenho um fraco por shoujo setentista mesmo, mas olhem para essa Maria Antonieta e me digam se não é plágio descarado da de Riyoko Ikeda?
5 pessoas comentaram:
E essa Maria Antonieta hein? A Riyoko Ikeda não processou por plágio a editora do mangá não? kkk
A proposta do anime parece ser interessante, mas ter que botar um mocinho por que bem, é mangá de ação é fogo viu? De qualquer forma a mocinha é um charme.
Ps: Seja bem-vinda de volta Valéria!
Eu andei dando uma pesquisada. Parece que o anime melhora a partir do episódio 27 – houve uma troca generalizada de equipe (o que nunca é bom sinal) e puseram o Yoshiyuki Tomino (de Gundam) pra assumir aí. Parece que a série era para ter 26 episódios mesmo e foi estendida – a rigor ela tem dois arcos dramáticos nessa fase e a do Tomino é considerada um terceiro arco extra, mas essa última fase só foi lançada em DVD ano passado. Aqui tem alguma coisa sobre o assunto.
http://animeanime.jp/article/2012/07/18/10836.html
Eu vi episódios soltos e, bem, não percebi nenhuma melhora vendo um episódio mais avançado, não.
Bom, eu não vi – tanto que disse parece. Fico curioso por causa da entrada do Tomino, mas nesse caso, em projeto já em andamento, fico em dúvida se ele teria liberdade para meter o dedo dele.
Assisti ao primeiro episódio legendado em inglês no youtube. Realmente a série é muito 'parecida' com A Rosa de Versailles. Lendo sobre esse anime acabei descobrindo outro Paris no Isabelle, onde a mocinha também se veste de homem. Os japoneses adoram a história francesa não?
Muita sacanagem o que fizeram com o título do anime, me lembrou até a Rapunzel da Disney...
A heroína capa e espada me lembrou a Juliet de Romeo x Juliet que se vestia de garoto e se disfarçava de Red Whirlwind para lutar pelos fracos e oprimidos.
Bem que poderiam fazer um novo anime dessa temática, só que não se passasse em Paris, poderiam escolher outro lugar.
Abraços
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