sexta-feira, 28 de junho de 2013

Marqueteiros da Warner tentam vender novo Super-Homem como filme religioso


Eu tinha lido sobre esta campanha de marketing em um site religioso brasileiro, mas o texto tinha sido produzido por um pastor maníaco (*e criminoso, porque é contra a vacinação obrigatória*) conhecidíssimo e eu não ia citar aqui no blog.  Para ele, trata-se de uma campanha oportunista e os pastores deveriam resistir a aderir a ela, caso fosse feita aqui no Brasil, também.  Só que ontem vi a questão comentada no ICV2 e há, também, matéria sobre isso no Daily Mail, no Forbes e no Christian Post (*que foi a fonte do texto do tal pastor*).  Sessões especiais para pastores e religiosos foram promovidas pela Warner, que também criou manualzinho com sermões prontos com analogias entre a história do Super-Homem/Clark Kent e Jesus Cristo.  Assim, só não vou dizer que é demais para mim, porque estou ciente que lá nas origens da personagem tais analogias foram detectadas, só que, boa parte dos religiosos, era crítica ou assumia uma postura muito refratária em relação ao que consideravam um desrespeito ou heresia mesmo.


O que as matérias sobre a campanha da Warner vêm apontando é que muitos desses pastores – sim, o alvo são os evangélicos e protestantes mesmo – estão gostando dessa atenção especial e até dizendo que irão utilizar o filme para evangelização de crianças e jovens.  Há quem critique, claro!  Afinal, trata-se do uso descarado da espiritualidade para colocar dinheiro nos cofres da Warner.  A última vez que uma campanha do gênero foi feita, o filme, pelo menos, estava OK, afinal, era A Paixão de Cristo de Mel Gibson.  Minha opinião é que se trata de uma estratégia bem vil e desrespeitosa, mas só mostra o quanto a religião pode ser mercantilizada e como os líderes religiosos aderem sem refletir muito sobre o assunto, pois o que deve estar pesando é a sensação de que estão olhando para o nosso grupo, logo, somos importantes.


Enfim, aqui no Brasil o filme só estréia em 12 de julho, creio eu.  Não estava no topo da lista dos filmes que eu iria assistir, agora, saiu d evez.  Primeiro, não sou fã do Super-Homem; segundo, porque essa coisa de tentar enfiar religião goela abaixo das pessoas para ganhar dinheiro me causa repulsa e só deve sinalizar que os produtores do filme não se garantiam muito no produto que tinham em mãos.  Gastarei meu dinheirinho com outros blockbusters que estão para estrear, como The Wolverine.  

6 pessoas comentaram:

Creio que no começo a analogia era com o Messias do judaísmo mesmo (tanto que os criadores eram judeus) e Krypton seria uma espécie de Europa destruída pelo que vinha acontecendo naquele tempo com o povo judeu. Mas sempre foi algo não muito explícito ou que precisasse se ancorar nisso para vender. O último filme do Superman também flerta com a espiritualidade judaico-cristã (Com o Super nos céus ouvindo os clamores da Terra, com as conversas com Jor-el, que me fazem pensar em Deus, etc.) mas também não se utilizou disso para vender a si. Isso de tentar emplacar um sucesso a custa da religião é meio complicado mesmo. Não coloco fé nesse filme, sem trocadilhos.

O que se comenta que tem no filme de aspecto religioso é apenas comentário das pessoas do mundo do filme sobre a existência de um ser como o Super Homem que tem uma força vista como quase divina.

É o básico "e se..." tal personagem existisse mesmo?

O resto é interpretação de fã.

Depois de assistir ao filme, percebo que o que o diretor falou foi um "controle de danos".

Sim, o filme tem várias menções religiosas, muitas E descaradas. Acabou me incomodando, porque não é só a sociedade reagindo a existência de alguém tão semelhante a um humano como o Super ter uma força quase divina (apesar de que para ser divino teria que em teoria ter o poder de "criar", algo que ele não tem, IMO), é o óbvio que já esperávamos. Paralelos com o deus cristão e Jesus Cristo. Até passaram dos limites nisso já que praticamente transformaram o Super na segunda vinda de Cristo.
Não entendo a necessidade, ele não poderia ser apenas do "deus" Super Homem? Ele mesmo? Por que precisavam transformar ele em Jesus? Toda referência religiosa do filme é para fazer o Super incorporar a persona de Jesus, constrangedor.

Engraçado que fiquei sabendo de muitas críticas reclamando de um monte de detalhes bobos ou "heréticos"... com o personagem. Só que NENHUM criticou esse abuso de referências religiosas, pelo menos não me deparei com essas críticas.

Vi o filme este fim de semana... e [sou um pouco ignorante e ateista] não captei nenhuma ideia religiosa enfiada na minha cara... a ideia pode ate estar la, mas ta mto bem escondida e diluida...

e recomendo a autora[?] do blog que VÁ VER SIM o filme pois está MUITO bom, mesmo que voce não seja fã do herói.

Junto a Dark Knight, é o melhor filme de super-heroi que já vi. direção, produção, musica, imagem, efeitos, ELENCO.... é MUITO difícil achar defeitos no filme. vale MUITO o ingresso.

Engraçado esse tipo de propaganda na minha opinião. Porque frequento um igreja de cinéfilos e ainda não tinha visto nenhuma menção desse tipo ao filme.

Bom, a figura messiânica do Super Homen é compreensível e histórica (aliás qualquer história americana envolvendo um herói solitário, se assemelha à figura messiânica); e devemos levar bastante em consideração a própria contrução ideológica e social dos EUA - país criado primariamente pelos puritanos protestantes (as pessoas adoram esquecer esse detalhe). Desse fato, acredito, podemos explicar muito da mentalidade estado-unidense.

Verei o filme amanhã e darei meu veredito final; mas o que tenho ouvido por aí, de vários amigos, é que o filme é muito bem feito e vale o ingresso. Isso vindo de pessoas que não gostam do personagem. Então eu peço humildemente que vc não desista do filme Valéria! Eu queria ler uma resenha sua hahahahahahahaha
Eu assistirei só pq o Nolan participou da produção, e eu confio nele.

Ana Paula, não vou assistir o filme do Super Homem. Se meu marido ainda tivesse interesse, até iria, mas não é o caso. Este, eu passo. Aliás, não vi nem o anterior.

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