La Vie d'Adèle, do diretor Abdellatif Kechiche, foi o grande vencedor da Palma de Ouro em Cannes. O filme, que fala do amor entre duas mulheres, é baseado em um quadrinho lançado em 2010. "Le bleu est une couleur chaude" (*O Azul é uma cor quente*) foi feito por Julie Maroh. O G1 publicou uma fala bem interessante da autora: "Obrigada a todos por suas mensagens de hoje. Eu não tenho palavras para descrever a magnitude do que passei por algumas horas. Eu sei que muitos estão à espera de um comentário meu sobre o filme. Eu já vi duas vezes. Vou comentar mais tarde (...). Mas obrigada novamente. Façam história em quadrinhos, é legal". Sim, garotas! Façam quadrinhos!
"Le bleu est une couleur chaude" recebeu o Prêmio de Público Fnac-SNCF no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême em 2011. O quadrinho conta a história de amor de Clementine e Emma, a garota de cabelo azul. Para quem não entendeu, azul é uma cor fria, as cores quentes são vermelho, laranja e amarelo. :) Segundo a ficha técnica, a autora do quadrinho é roteirista do filme. As atrizes Lea Seydoux (Les Adieux à la Reine) e Adele Exarchopoulos são as protagonistas do filme. Há quem acredite que a escolha do filme foi um ato político em apoio a nova lei francesa que garante aos homossexuais o direito ao casamento civil.
P.S.: Parece que o diretor está sendo criticado, porque, nos agradecimentos, não citou a autora e roteirista, Julie Maroh, e o quadrinho que inspirou o filme. Muito feio isso... Para não escrever outra coisa.
P.S.: Parece que o diretor está sendo criticado, porque, nos agradecimentos, não citou a autora e roteirista, Julie Maroh, e o quadrinho que inspirou o filme. Muito feio isso... Para não escrever outra coisa.
6 pessoas comentaram:
Valéria, será que existe isso de "Filme Lésbico"? A temática pode ser uma relação de amor entre lésbicas, mas dizer que o filme "é lésbico" soa um tanto estranho, como se fosse uma obra de caráter "panfletário" de um suposto "lesbianismo".
Sei lá, vai ver eu é que ando chato demais pra essas coisas.
Acho que você está sendo chato, sim. A não ser que você considere que um "filme lésbico" é, por princípio, um material que te exclui, não há problema em rotulá-lo assim.
Concordo com Maurício. "filme lésbico" soa panfletário, assim como "filme gay". Ninguém fala "filme hétero", então acho que essas rotulações acabam segregando.
Sabe o motivo pelo qual NINGUÉM fala filme HETERO, porque 99% são filmes sobre romances heterossexuais. É a norma. Curioso como um filme lésbico ou gay parece incomodar tanto. parem para refletir sobre visibilidade e sobre homofobia, só um tiquinho.
Da mesma forma, vale para filmes de ação: a maioria são protagonizados por homens. Dar destaque á diferença não é descriminar, é destacar algo que, para as minorias é relevante.
Se incomoda, eu entendo o motivo e não pensem que estou reduzindo ao pessoal. Vivemos em uma sociedade na qual a diferença, a diversidade é vista como algo que ameaça, especialmente quando parece que entramos em uma guerra por espaço na qual quem SEMPRE ocupou os espaços acha que ceder dois milímetros é ameaça, é panfletário. E, sim, cai ficar como está.
Olá. Antes, este que aqui escreve é hétero.
(nossa, tem tanta coisa para falar sobre o tema, mas...)
O importante é saber que:
Existe sim o cinema lésbico. Que é dividido em quatro categorias (mas isso é uma questão de "amadores" e não "acadêmica").
Mas como é importante colocar sob uma ótica acadêmica, lá vamos:
Existe a chamada "Cultura Queer", que desenvolveu obras específicas em diversas linguagens, repletas de signos específicos.
Nada impede que uma obra "Queer" (não gosto dessa nomenclatura, mas como foi assim resgitrada, vá lá) alcance outros públicos. Madonna é um ícone Queer, por exemplo. Suas letras, suas músicas, sua iconografia sempre foi repleta de elementos próprios "dos gays", mas que foi difundida pelo público em geral.
Outra coisa que é importante saber é que o fato de ter uma temática homossexual não torna a obra gay, Brokepack Montain conta uma história de amor gay, mas NÃO é um filme gay. Ele não apresenta elementos referentes a cultura Queer, e a ótica (o "olhar" da câmera) é hetero.
Sei que não ficou muito claro, mas não faz sentido me prolongar.
Se alguém quiser conversar sobre, é só me contatar.
Me retratei no outro post sobre o assunto. Espero que leiam.
E só pra constar, não concordo com o 'renpmelo'.
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