Houve quem me perguntasse se eu iria comentar o caso da idol (*mistura de cantora, atriz, modelo, animadora de auditório, dubladora, etc.*) Minami Minegishi, do (*infame*) grupo AKB48, que se penitenciou publicamente, raspando sua cabeça para conseguir o perdão dos fãs e dos empresários donos do grupo. Eu não ia, não, tenho certa aversão por esses grupos de idols e afins. Desses todos, o AKB48 é um dos que sempre aparecem em destaque, normalmente, negativo ou bizarro. Já que é muito raro comentar qualquer coisa sobre idols aqui que não estejam estritamente relacionadas com alguma adaptação de mangá para live action (*TV ou cinema*), deixei passar muita coisa de AKB48 que li por aí. No entanto, como o assunto está circulando em tudo o que é lugar, decidi deixar minha reflexão sobre o caso como um todo. É meio que um dever de casa.
Resumindo, a razão para esse ato de humilhação pública (*vídeo no post*) é que a moça foi vista com um homem e admitiu ter tido algum relacionamento (*sexual*) com ele. Isso despertou a ira de seus fãs-otakus, ávidos consumidores de uma imagem altamente erotizada, mas que, ao mesmo tempo, deve emular pureza (*sexual*) e inocência, e de seus empresários que perderam dinheiro com o escândalo. Idols são mercadorias e o AKB48 é uma marca. Enfim, ela não foi expulsa do AKB48, mas foi rebaixada, deixando de fazer parte do grupo principal e sendo transformada em “Kenkyusei”, uma espécie de reserva. Quando vejo essa história toda – e que já aconteceu antes e não somente com mulheres – penso que poderia ser pior, muito pior. Sim, a moça poderia cometer o suicídio para tentar limpar sua imagem e/ou fugir da pressão.
Começo dizendo que, independente de qualquer ponderação que eu faça aqui, o caso todo é horrível, trata-se de uma violência contra a moça e de gênero como um todo. Sim, porque para além do significado particular que o cabelo possa ter na cultura japonesa tradicional (*toco nisso daqui a pouco*), trata-se de um símbolo associado ao feminino. Não raro, privar as mulheres de seu cabelo por cauda de alguma transgressão é algo que atravessa várias culturas. Exemplo: no pós II Guerra, mulheres francesas que mantiveram relações com alemães durante a ocupação foram punidas com humilhação pública e tiveram seus cabelos raspados. O fato dela ter tesourado os próprios cabelos, não torna a questão algo pessoal, mas continua, sim, sendo reflexo de um sistema doentio. Fora isso, o cabelo longo, em homens ou mulheres remete, na cultura tradicional japonesa, a uma série de virtudes como nobreza, força, honra. Cortar o cabelo para o samurai poderia ser uma forma de reconhecer uma derrota. Ter seu cabelo cortado – caso que volta e meia acontece em algum anime ou mangá – pode ser uma ofensa e motivo de choque. Lembram quando Ranma corta sem querer os cabelos de Akane? Pois é...
Quem acredita que foi um golpe, não entende o que significa ser japonesa, pertencer a esse tipo de grupo e ter que raspar a cabeça. E, ao longo do vídeo, ela não se desculpa somente com os fãs, mas com os membros mais jovens do AKB48, para quem deveria servir de modelo. Quebrar as regras é algo sério no Japão, especialmente quando se está em posição superior e deve servir de modelo. Enfim, ela traiu os fãs, a banda, a família, etc. Aliás, ela não vai subir ao palco assim, sem os cabelos, isso se deixarem a moça voltar, já que virou um escândalo internacional (*Ex.: Daily Mail, BBC e G1*). Os brios de muitos japoneses estão exaltados, porque, bem, o Japão é muito mais do que esse culto doentio aos idols, algo que sabemos que é verdade. Só que, ao invés de repensarem esse sistema, pelo que andei lendo, a culpa está sendo jogada na "vadia" que fez um vídeo que tornou o Japão motivo de reprovação para a imprensa internacional. Vindo do AKB48 pode ser um golpe publicitário? Pode, no entanto, há muitos precedentes de humilhações públicas e pedidos de desculpa por parte de idols no Japão.
No caso do Japão, não são somente esses astros pop que são submetidos a contratos desse gênero. Muito tempo atrás, assisti uma matéria na Globo sobre lutadores de sumô e uma das coisas que a reportagem fez questão de enfatizar era a regra que obrigava o sujeito que não fosse graduado (*e eu não entendo nada de graduações de sumô*) de fazer sexo. Ele deveria ser abstinente e havia todo um discurso justificando a prática. Outro exemplo é o das atrizes do Takarazuka que não podem se casar, ou ter um namorado (*em segredo, talvez*), enquanto estiverem na Revue. Devem viver para a profissão. Muitas abandonam a carreira no Takarazuka (*e, algumas, qualquer carreira*) para poderem casar. Há boatos de relacionamentos afetivos entre as atrizes, isso é excitante para algumas fãs, mas casamento é vetado.
Em suma, não se deveria confundir vida privada e pública de uma estrela, mas nem todo fã vê a coisa dessa forma, e, ao que parece, no Japão a coisa é mais exacerbada, especialmente quando se trata do suposto direito que dos fãs-otakus (*homens*) sobre suas idols. Agora, entramos no ponto. Ainda que o controle sobre a vida desses idols se estenda a rapazes e moças, há questões de gênero a se considerar. Houve, por exemplo, uma idol despedida por participar de uma campanha de preservativo e passar a impressão de que, bem, gostava de fazer sexo. O AKB48 foi criado por um sujeito chamado Yasushi Akimoto em 2005 e hoje conta com 88 participantes. O objetivo desse senhor era lucrar o máximo possível com o grupo, assim, ele criou várias equipes que se revezam em apresentações diárias em um teatro próprio. O AKB48 virou anime e vários mangás (*shounen, seinen e shoujo*).
As meninas, com idades que vão dos 14 aos 20 e poucos anos, também participam de campanhas comerciais, gravam vídeos musicais, fazem books, etc. Um evento que é regularmente organizado pelos donos do grupo é a reunião de fãs para apertarem as mãos das meninas. Dia desses, o Sankaku Complex (+18) comentou que fãs das meninas dizem para as coitadas que se masturbarem antes de apertarem a mão da moça e que, agora, ela tem seu sêmen. Daí vocês tiram o tipo de doente que venera e deseja essas meninas.
Em suma, não se deveria confundir vida privada e pública de uma estrela, mas nem todo fã vê a coisa dessa forma, e, ao que parece, no Japão a coisa é mais exacerbada, especialmente quando se trata do suposto direito que dos fãs-otakus (*homens*) sobre suas idols. Agora, entramos no ponto. Ainda que o controle sobre a vida desses idols se estenda a rapazes e moças, há questões de gênero a se considerar. Houve, por exemplo, uma idol despedida por participar de uma campanha de preservativo e passar a impressão de que, bem, gostava de fazer sexo. O AKB48 foi criado por um sujeito chamado Yasushi Akimoto em 2005 e hoje conta com 88 participantes. O objetivo desse senhor era lucrar o máximo possível com o grupo, assim, ele criou várias equipes que se revezam em apresentações diárias em um teatro próprio. O AKB48 virou anime e vários mangás (*shounen, seinen e shoujo*).
As meninas, com idades que vão dos 14 aos 20 e poucos anos, também participam de campanhas comerciais, gravam vídeos musicais, fazem books, etc. Um evento que é regularmente organizado pelos donos do grupo é a reunião de fãs para apertarem as mãos das meninas. Dia desses, o Sankaku Complex (+18) comentou que fãs das meninas dizem para as coitadas que se masturbarem antes de apertarem a mão da moça e que, agora, ela tem seu sêmen. Daí vocês tiram o tipo de doente que venera e deseja essas meninas.
Da mesma forma que a personagem de mangá para esse tipo hardcore de otaku não pode ter namorado, porque, bem, ela é a namorada ilusória desse sujeito, e cada vez temos mais animes e mangás somente com garotas, as meninas do AKB48 também devem seguir as mesmas regras. E, claro, os empresários entendem bem a lógica doentia desses fãs otakus. Elas precisam ser eternas virgens, intocadas, mas basta pegar um vídeo qualquer do AKB48 – e meu marido estava assistindo um deles esta semana – para ver a super-exploração dos seus corpos, com as moças de lingerie sexy do nada, o clima homoerótico para marmanjo se excitar... Nada de novo, não fossem elas tão jovens e tão expostas. De novo, idols são mercadoria, bem de consumo, e o AKB48 é marca que traz, na cabeça do fã doentio, um selo de qualidade. Mas a super-exposição de meninas no Japão não é novidade, o sistema do AKB48 é que levou isso a um nível extremo, altamente especializado. Imagine a pressão que essas moças sofrem? O terror que é poder ser expulsa de um grupo desses?
Antes desse absurdo da pobre Minami Minegishi raspando a cabeça, outra das AKB48, Tomomi Kasai, esteve envolvida em um escândalo que mostra bem o quanto essa exposição das moças é algo planejado. A jovem, que tem 21 anos, apareceu na capa da revista Young Magazine, da editora Kodansha, com seus seios tampados pelas mãos de um suposto garoto caucasiano que não aprecia ter mais que oito ou nove anos. A foto parece uma montagem óbvia, mas gerou um grande escândalo, acusações de pornografia e pedofilia, foi censurada, a revista atrasou e a capa foi refeita. Essas capas de revista seinen normalmente trazem idols usando roupas de banho ou outra coisa que pareça sexy, essa foto ultrapassou uma tênue barreira daquilo que as autoridades consideram aceitável. O photo book de Tomomi Kasai que estava para sair foi cancelado e ela anunciou seu desligamento do AKB48. Talvez, ela termine seguindo uma carreira que flerte com a pornografia para se livrar de vez da imagem do AKB48, assim como no caso da personagem do excelente Perfect Blue.
Enfim, não sei se consegui construir um texto coerente, mas queria deixar claro que Minami Minegishi é uma vítima. Que esse sistema de produção em série de idols é cruel com meninos e meninas, que são muito jovens para saberem em que enrascada podem estar se metendo. Que as meninas e jovens mulheres parecem sofrer mais, porque os fãs-otakus têm muito poder de compra e vêem essas garotas como as namoradas ilusórias que preenchem sua vida vazia. Eles também são mais violentos e capazes de perseguir de forma mais intensa essas meninas que falharam em seu papel de virgem idealizada. Daí, a reação violenta e cruel quando uma dessas moças é vista com um homem real, um namorado, ou admite que não é virgem, como a dubladora Aya Hirano. Segundo um colega no Facebook, a única forma que alguns desses idols, independente do sexo, têm de conseguir se casar e fugir desse regime é recorrer ao chamado dekichatta kekkon (出来ちゃった結婚) ou "há um bebê a caminho e precisamos casar". Ainda assim, isso não garante a simpatia dos fãs, especialmente pela moça grávida. Sua carreira pode ir para o saco do mesmo jeito. Amo muitas coisas no japão, mas este sistema de veneração de idols é cruel, é doentio, produz stalkers e é uma face do do país que não é amigável, nem simpática.
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No último parágrafo está escrito "stakers", mas queria dizer na verdade, "stalkers",certo?
Eu tive uma fase de gostar de algumas boybands japonesas e fiquei a par de uns casos desses com os garotos, mas não me lembro de um final tão chocante como esse. Geralmente eles só ficavam sendo tratados mal por um tempo, mas logo todo mundo esquecia. Com as garotas idols é tudo muito mais drástico, justamente porque os otakus que as veneram podem ser muito mais invasivos e violentos. Eu só não me choquei tanto porque já estava meio que acostumada... Se não me engano teve o caso de, uns anos atrás, uma garota se suicidar (mas eu não estou muito certa, não lembro o nome da garota). Mas, realmente, essa é uma dace do entretenimento japonês muito pouco conhecida e chega a ser assustadora.
Marília, eu realmente não acompanho muito esses grupos, mas lembro de uma idol coreana que se matou. Ela estava, na época, fazendo a versão de Hana Yori Dango de lá. Na carta de suicídio ela dizia que tinha sido obrigada a fazer sexo com empresários ou com quem o empresário mandara, ou algo assim.
Quando vi esse caso mais cedo fiquei bem pasma, eu já tinha lido algumas matérias sobre esses grupos "idols" etc. Mas nunca me interessei, tanto por ser pop, como por eu odiar as japonesas cantando. Mas enfim, nunca soube que os otakus levavam essa questão da pureza e virgindade tão a sério, mas o pior é que isso vem da mesma cultura em que otakus tem maousepads de moças com seios enormes e "carinhas inocentes" e de uma terra em que produzem desenhos de meninas sendo estupradas por monstros, ou de pedófilos que não veem nada de errado em estuprar uma menina de 11 anos, só porque ela tem o corpo "evoluído". Eu gostaria de dizer que isso é hipocrisia, mas não, isso é doentio. E assusta.
E Valéria, por falar nisso, você viu esse caso? https://www.facebook.com/photo.php?fbid=395437163882603&set=a.346412782118375.80917.346411042118549&type=1 em que Roberto Canazio (desprezível) questiona se é errado ou não pensar "maldade" quando algumas meninas tem o corpo maduro pra idade delas.
Eu já tinha escutado falar sobre o assunto, mas confesso que meu conhecimento sobre esse tipo de coisa é muito superficial e realmente me choca (fazendo com que fique ate mesmo triste) quando vejo casos assim logo em lugares que considero tanto e sou fascinada! Mas cada lugar tem a sua cultura e o modo de agir, acho que assim como o povo daqui deve ver isso como algo estranho, para eles isso deve ser normal. Bom, isso só mostra que nenhum lugar é perfeito por mais belo e fascinante que seja.
essa é uma face do japão e de outros países asiáticos realmente triste,na Coréia a vários casos de idols coreanos que se suicidaram por depressão e isso ainda hoje persiste,infelizmente é uma sociedade rica em alguns aspectos mais doente em muitos outros,resta saber quando isso vai mudar,quando a mulher será valorizada e o mais importante se dará valor, nessa sociedade tão problemática.E resta a nós sabermos ter caráter para não "aplaudir"esse tipo de atitude tão depreciativa que acontece nesses países!
adoro seu blog Valéria ,obrigada por tantas leituras reflexivas!^^ um grande abraço!:)
Rafaela, eu vi o caso, sim. No entanto,um ponto a repensar, no caso do Japão, é essa história do "corpo desenvolvido". O que mais seduz esses otakus que curtem lolicon é que essas meninas passem a imagem de inocência. Parecer criança (*ou ser criança*) é fundamental. Os peitões são fetiche - muito por influência americana - mas é a menininha "que não pode parecer que gosta de sexo", que atrai esses sujeitos.
Pense que Kodomo no Jikan, que é feito por uma mulher, a menina fetiche principal não é a colega de nove anos absurdamente peituda, mas a menininha que não tem nenhum traço feminino secundário mais desenvolvido.
E dê uma olhada no link que eu coloquei para um post antigo sobre Lolicon. Acho que o texto que traduzi explica bem a coisa.
Curiosamente pouco antes de caso terrivel acontecer eu li dois artigos bem completos sobre a insanidade que é esse mundo Idol
Sobre o fenômeno AKB48 e sua presença na cultura pop japonesa
http://nagado.blogspot.com.br/2012/05/sobre-febre-akb48.html
Idolatria e perseguição no mundo otaku
http://nagado.blogspot.com.br/2011/09/idolatria-e-perseguicao-no-mundo-otaku.html
Mas vou contar que oq mais me chocou mesmo foi descobrir que existe fãs brasileiro do AB48 que praticamente não vem oq há de errado com essa industria
http://akb48friends.blogspot.com.br/
Pra mim isso dá a expressão doente outro significado.
Isso é tudo é muito triste,
Eu tenho vergonha de assumir, mas eu gostava do akb48 ...gostava das músicas (eu adoro o estilo do Jpop...), apesar de sempre ter tido um pé atrás com alguns clipes, photobooks e outros trabalhos que as integrantes se submetiam.
Nos últimos tempos eu comecei a desgostar do akb48 por causa destas situações lamentáveis em relação a regra do não namoro e por vergonha (e um pouco de medo) dos fãs... eu participava de um fórum sobre o grupo e em uma conversa com outro participante do fórum, ele me falou que era um fã de lolicon ... Isso me assustou e obviamente bloquei esta pessoa e me retirei do fórum.
Eu ainda continuei acompanhando sobre o akb neste blog brasileiro postado acima, mas também tenho evitado... apesar de ainda curtir o estilo de música, não consigo mais engolir o que estes empresários fazem com as meninas...
Fico com pena das integrantes do grupo, a grande maioria sonha em ser atriz ou dubladora e pelo jeito lá no Japão (e acho que na Coréia também) ser idol é o único caminho, ou pelo menos o mais fácil, para alcançar este sonho. Acho que é difícil para elas saírem desta situação e é triste ver que muitos culpam a Minegishi e a Kasai pelos seus escândalos, quando muito provavelmente elas nem devem ter direito a opinião nas situações (Ok, pode até ter sido opção da Minegishi raspar a cabeça, mas eu acho que ela estava totalmente contra parede e sem nenhuma outra escolha...)
Eu gostaria muito de ver esta indústria mudar, porque eu não sinto mais vontade de escutar Jpop desta forma ... e o pior é que eu acho que a situação é igual com o Kpop...
Desculpem pelo texto grande..
De AKB eu só gosto de mangás e animes. Fico sabendo das nóticias escandalosas sobre as mesmas e fico na esperança de um dia tudo aquilo "desmoronar", simplesmente não existir mais AKB.
Estava esperando você comentar o caso tbh. Quando vi a notícia levei bem uns 30 minutos pra assimilar a informação tamanha minha incredulidade. :P Eu odeio o AKB48 com todas minhas forças exatamente por esse tipo de coisa. Aliás, no link que você mencionou no post falando sobre o casamento da Kimura Kaela e do Eita... A carreira dela sofreu um grande baque depois do casamento. Os "dekichatta kekkon" (casamento por que estão grávidos) são muito mal vistos, mas é o único meio de artistas famosos se casarem por lá.
kait, às vezes me esqueço do seu nome... o "colega do Facebook"é você.
Yep. :X E eu ainda tenho medo que a Meisa Kuroki e o Jin Akanishi vão aparecer mortos num beco. Ninguém se mete com Johnny Kitagawa - aquele senhor que foi acusado de pedofilia e que pagou prostituas pros membros do Arashi quando eles tinham uns 13~14 anos.
Você conhece uns babados fortes, ein, Kait? quer escrever um guestpost sobre o assunto?
Eu nem sei muita coisa na real, só o que leio de notícias aqui e ali. Deve ter gente por aí muito mais bem informada. (E estou desatualizado, jpop cansou minha beleza. :\) Acho que não existe mais yakuza no Japão, existem as máfias de idols.
Bem, bem... com certeza você sabe mais do que eu. Fica o convite. ;-)
ato impensado, o ruim que sujou a imagem do akb48, se humilhante pelo que deu pra ver que partiu dela mesmo (gerando criticas ate para a cultura japonesa, que nao foi na verdade fundamento para este ato), e ainda atrapalhou o marketing de lancamento do ske48, bem na data de estreia do single que bateu jah 500mil vendas, e pouco se fala aparece disso nos noticiarios.
Depois dessa, tem que se graduar... continuar depois dessa humilhacao internacional.
Pra mim foi realmente uma burrice passar a noite no apartamento de um homem (mesmo sem ter havido nada), single vendendo bem do trio dela e ainda havia ganhado um programa recente como MC principal, uma pena, gostava dela tambem.
As críticas a esse aspecto da cultura japonesa são mais do que justos. Esse sistema de idols deveria ser reformado ou acabar, assim como o AKB48, que coleciona escândalos e abusos.
Aqui não há simpatia por esse tipo de sistema de exploração de adolescentes, anônimo/a. Seria legal assinar, pelo menos.
Saudações
Acredito que a dignidade da jovem foi realmente abalada para toda a vida.
Em meu curto comentário aqui farei apenas uma questão: estando eu acreditando que os pais da jovem a acompanharam, quando da assinatura do contrato aos 13/14 anos da mesma, eles realmente sabiam onde estavam colocando a filha, para qual direção estavam lançando o futuro dela?
O "crime" dela foi passar a noite com um homem? Lamentável...
Enfim, só isto de momento.
Até mais, valéria.
Sabe, carlírio, acredito que saber integralmente, ninguém sabe, mas tem uma idéia. Alguns desses pais já expõe as filhas desde os três, quatro anos, em busca de contratos.
O que me lembra uma matéria com um sujeito de uma agência top de modelos, que falava da loucura das mães (*normalmente, são elas que levam*) prometendo que se fosse necessário, a menina perderia 3, 5 quilos em menos de uma semana para "se ajustar" e ser escolhida.
Saudações
Isto só faz o meu lamento aumentar ainda mais, Valéria.
À rigor, parte dos pais já sabem onde estão colocando as suas filhas. Devem ter as suas razões para tanto, o que pode ser óbvio. Mas não consigo aceitar isto facilmente...
Enfim, provavelmente ainda haverão desdobramentos neste caso. Logo deverão aparecer mais informações.
Mas uma coisa é certa e presente: a guerra pela vaidade e pelo lucro aparenta não ter fim, mesmo que as pessoas devam se sentir privadas de suas vidas pessoais para tanto (como esta jovem no Japão).
Até mais, Valéria.
Me lembrei do mangá de Chobits da CLAMP. Considerado muito romântico com aquele final doentio...
Eu acredito que a questão é muito maior do que o grupo AKB48. Nós temos que lembrar também que o Japão tem o maior complexo de lolita do mundo. “Explorar pornograficamente” os consumidores, como o Fred do Anikenkai afirmou, é uma constante na música pop desde… sempre! Elvis arrebatava corações pelo mundo, Madonna sempre foi provocante, Michael Jackson dançava de forma insinuante. Só que numa mentalidade ocidental, NINGUÉM ESPERAVA QUE NENHUM DELES FOSSE CASTO OU PURO.
O problema do Japão é essa obsessão com a virgindade e com a pureza, que CLARAMENTE faz alusão à pedofilia. Porque enquanto a mulher está infantilizada, vestida em mil lacinhos e sendo Kawaii ela é desejável sexualmente. A partir do momento que ela já fez sexo, ou seja, demonstrou um comportamento maduro ou adulto, ela passa a ser descartável. Reflitam sobre isso. A mera demonstração de maturidade sexual já faz com que a menina passe a ser desinteressante sexualmente, o que só faz sentido em uma lógica doente e pedófila.
Concordo com o Denys do Gyabbo! quando ele diz que a idade com que as meninas entraram no grupo INFLUENCIA SIM na capacidade de decisão delas. Uma menina de 13 anos quer ter dinheiro para comprar as coisinhas dela, talvez ela nunca nem tenha se apaixonado. Ela não é de forma alguma capaz de definir a importância que o sexo terá na sua vida adulta, porque ela ainda é uma criança! .Pergunte à uma criança o que ela deseja ser quando crescer: modelo, bombeiro, astronauta. Agora perguntem à uma pessoa mais madura. É tão simples quebrar a lógica que responsabiliza a menina por ter assinado um contrato desses…
Me assusta também no Japão, um país supostamente desenvolvido, que os próprios pais das crianças consintam em vender a imagem de suas filhas à uma indústria veladamente pornográfica que estimula a imaginação e fantasias de gente doente. Pedofilia é doença, é parafilia. E graças a Deus ainda é crime. Mas porque o “lolismo” do Japão é tolerado?
Voltando à menina do AKB48. O que aconteceu com ela foi um crime. O que esses otakus fazem com essas meninas é um crime (por exemplo se masturbar e passar a mão nas meninas é NO MÍNIMO atentado ao pudor). Duvido que ela tenha raspado a cabeça por vontade própria, raspar a cabeça sempre foi uma forma de humilhar mulheres consideradas “infratoras ou desonradas” (como você bem lembrou no post).
E agora que já foi provado que esse tipo de cláusula contratual que invade a vida privada da pessoa é crime, porque essa prática é tolerada?
O Japão tem que se lembrar que os idols (meninos e meninas) são seres humanos, e desejam viver vidas normais apesar de suas profissões. Os ídolos pop do ocidente também são produtos midiáticos, mas até hoje eu não me lembro de ninguém ter esquecido que eles também eram pessoas. Talvez o Japão precise evoluir um pouco e copiar o nosso sistema…
E gente otaku nesse nível precisa de acompanhamento psiquiátrico.
Parabéns pelo excelente texto, Valéria!
O lado negro por trás desta fantasia já é previsível. Os produtos, os eventos bizarros, a forma como as idols são usadas já denunciam tal escravidão. Claro que com ótimos textos, como o da Valéria e os links que o Lord Anderson compartilhou, a suspeita se concretiza.
Bitolados os que estão descarregando a culpa na Minami Minegishi. A culpa é dos empresários e da indústria por nutrirem o mundo mágico dos “fãs” asquerosos (psicopatas). Bem, o dinheiro (e poder) é mais importante que o bem-estar dessas garotas e garotos.
Eu também amo muita coisa do Japão e concordo com você, Valéria, que esse tipo de indústria é cruel. E espero que os próprios japoneses (e coreanos do sul, que apresentam o mesmo tipo de indústria) a combatam. Bem, infelizmente, nós do ocidente também não divergimos muito dos orientais.
Sobre os pais dessas menores, que liberam, por exemplo, uma sessão de fotos com poses sensuais, digo que estão tão alienados como quem consome.
Aos que acham que o Japão / Coréia do Sul é um mundinho perfeito, por favor, menos ingenuidade.
Indico o guest post no blog da Lola:
http://escrevalolaescreva.blogspot.com.br/2013/02/guest-post-punicao-da-idol-japonesa.html (a opinião dela está logo abaixo do texto do convidado, e concordo com cada palavra).
Oi Valéria, adorei sua postagem. No entanto, a abordagem está relativamente preconceituosa, no que diz respeito aos otakus (aliás, todas as fontes fazem a mesma abordagem "anti-otaku"). O público consumidor do AKB48 é, principalmente, garotas colegiais. O grupo não é fabricado para atender otakus wota. O desencadeamento de situações machistas que se transformam em grandes bolas de neve, como o caso da Minami Minegishi, é resultado também da estrutura familiar machista que predomina no Japão. Os pais das meninas colegiais (fãs dessas bandas) são muito conservadores para aceitarem que as idols sejam sexualmente ativas e uma má influência para suas filhas.
Kazi, a postagem não é preconceituosa com o público otaku, ela exptessa minha compreensão – conceito – sobre um tipo de otaku: homem, sem muita vida social, obcecado por idols e outros produtos midáticos da cultura pop japonesa, com bastante dinheiro para gastr. Esse tipo de fã doentio consome em larga escala a imagem de pureza idealizada e erotizada dessas meninas, assim como produtos lolicon em geral, e se apropria de produtos para crianças, como Precure. Querer negar que os empresários do AKB48 sabem disso e investem nesse público, é tapar o sol com a peneira. Eu não tapo. Pre-conceito é montar uma imagem de algo sem conhecer, é operar em cima de estereótipos. Com mais e dez anos de fandom, eu conheço bem esse tipo de sujeito. Agora, é óbvio que o AKB48 tem público para além deles, ou não teríamos mangá na Nakayoshi, o que não torna essa estrutura melhor, ou me faz ter qualquer simpatia pelo grupo.
Aliás, estava vendo um episódio do anime hoje. Temos uma platéia lotada de menininhas, mas cenas das garotas do AKB48 – que são igualmente menininhas – sendo estimuladas pela fotógrafa a se esfregarem umas nas outras de biquíni e forma sexy. Isso é para consumo de quem? Desse público otaku que eu defini dentro do texto.
Não acho que essa agressividade por parte dos fãs seja algo tão distante do que acontece aqui no mundo ocidental, inclusive no Brasil. Já vi várias noticias de garotas de 12~16 anos que tornam a vida de seus ídolos um inferno por simplesmente ter arranjado uma namorada (ídolos estilo Justin Bieber). A diferença é que (felizmente) a pressão sobre o artista não é tão significativa na carreira do artista como esses casos no Japão e Coréia.
Olá. Caso interesse, publiquei em meu blog uma análise sobre esse caso da Idol que raspou a cabeça. Mas acrescentei as fotos mais recentes, que também vão gerar mais polêmica:
http://animaxmagazine.blogspot.com.br/2013/02/a-tosada-hipocrita.html
Olá, Valéria!
Parabéns pelo texto, como sempre claro e informativo, sua opinião com embasamento, por isso gosto demais do seu blog!
Meu comentário seria só para reforçar o que a Thays comentou aqui, sobre o fanatismo por ídolos não ser algo exclusivo aos orientais. Como ela bem mencionou o caso do Justin Bieber que agora é crucificado por todos os atos errados que vem cometendo, pois erra na lente dos paparazzi, mas isso significa também que, infelizmente, ele está crescendo e e se encontrando como adulto na frente das mesmas lentes.
O ocidente também tem sua parcela de "loucura" quanto a relação dos fãs e seus ídolos, ou vamos esquecer a diversão que foi para muitos acompanhar a decadência e agora a ascensão de ídolos como Britney Spears? Vamos acusar os japoneses de suas esquisitices com os ídolos e essa necessidade dos mesmos se manterem puros, mas e os brasileiros que quase infartaram com a "virginal" Sandy falando sobre sexo anal? E, continuando no nosso Brasil, não faz nem 15 dias que vi uma matéria do Fantástico com fãs indignadas pq o cantor Gustavo Lima tinha assumido que estava noivo... Bem, e olha q estou lembrando desses casos só agora enquanto escrevo esse texto, mas com certeza tem muitos outros...
Não estou aqui para defender os japoneses, amo o Japão, mas não é de hoje que sei q é a terra das esquisitices, mas na verdade, essa relação ídolo e fã pode ser algo doentio em qualquer parte do mundo... como qq relação, se houver exagero de uma das partes, só tende a complicar as coisas...
(btw, meu nome é Patrícia e tô postando como anonima pq esqueci minha senha #édomeufeitio )
Boybands, animes, mangás, dentre outros, tornaram-se produtos alienantes. A cultura, a verdadeira cultura, está isolada numa (relativamente) pequenina parte do Japão. É triste e assustador.
"verdadeira cultura"...
eu achei engraçado. tipo, proposta de emprego e riquezas. pffff só pode ter pegadinha ehuehuueh
Há alguma postagem aqui sobre o tabu de mostrar as pernas no Japão? Uma amiga minha que mora em Frankfurt me contou que um japonês fez uma exposição fotográfica sobre pernas femininas, e disse que no Japão mostrar pernas era tabu. Isso é verdade ou mentira?
Ronald, como as meninas no Japão usam saias curtas e fazem isso inclusive nos inverno, acho essa história de tabu de mostrar as pernas algo que não procede. Mas fiz alguns posts sobre saias e uniformes, jogue na busca do blog.
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