Ontem, a Folha de São Paulo trouxe uma matéria sobre o mercado de quadrinhos e o formato digital. Não toca em mangá em nenhum momento, mesmo que nos Estados Unidos tenhamos títulos que somente são lançados nesse formato. De qualquer forma, não é surpresa, afinal, para algumas pessoas só existe comics mesmo. A primeira parte, que vocês podem ler aqui, trata dos EUA principalmente. A segunda fala da lentidão das coisas aqui no Brasil. Pelo que li, só a empresa do Maurício de Sousa tem projetos reais nessa área. É apresentado também um dado muito importante, a Mauricio de Sousa Produções é responsável por 87% das vendas de quadrinhos no Brasil.
É a primeira vez que eu vejo a cifra aberta em algum veículo de comunicação e não dita de boca – e sempre menos que isso – por algum “entendido” do meio. Agora, saiu da Turma da Mônica, não há nenhuma fala que sinalize a compreensão do crescimento e do lucro que os quadrinhos em formato digital podem dar. O pessoal da Panini – que está comentando comics, já que mangá não foi falado, como já pontuei – argumenta que o leitor brasileiro é colecionista, então, quadrinho digital é bengala, propaganda da revista física.
Eu não acredito que livros e quadrinhos digitais vão matar o formato físico, mas creio que o futuro será bem diferente. Ler em tablete é muito confortável, eu constatei isso. E no computador, se não me parece tão agradável, é um caminho seguro. No Japão, pelas notícias que acompanho, o formato digital não é mais apêndice, mas uma escolha legítima em si mesma. Mas aqui é Brasil, então... Segue o texto da Folha:
É a primeira vez que eu vejo a cifra aberta em algum veículo de comunicação e não dita de boca – e sempre menos que isso – por algum “entendido” do meio. Agora, saiu da Turma da Mônica, não há nenhuma fala que sinalize a compreensão do crescimento e do lucro que os quadrinhos em formato digital podem dar. O pessoal da Panini – que está comentando comics, já que mangá não foi falado, como já pontuei – argumenta que o leitor brasileiro é colecionista, então, quadrinho digital é bengala, propaganda da revista física.
Eu não acredito que livros e quadrinhos digitais vão matar o formato físico, mas creio que o futuro será bem diferente. Ler em tablete é muito confortável, eu constatei isso. E no computador, se não me parece tão agradável, é um caminho seguro. No Japão, pelas notícias que acompanho, o formato digital não é mais apêndice, mas uma escolha legítima em si mesma. Mas aqui é Brasil, então... Segue o texto da Folha:
Mercado digital caminha a passos lentos no Brasil
DE SÃO PAULO
Enquanto as editoras americanas se esforçam para evoluir e produzir quadrinhos para tablets, no Brasil o processo é inexistente. Não significa que não haja planos – apenas que eles se movem a passo de tartaruga.
"Estamos com várias negociações em andamento, mas precisamos analisar todas com paciência, porque [o que fizermos] terá um grande impacto no mercado", adianta Rodrigo Paiva, gerente editorial e multimídia da Mauricio de Sousa Produções, líder do mercado de quadrinhos no Brasil, com 87% das vendas. O criador da "Turma da Mônica" conversou com os gigantes Google e Amazon, além do ComiXology.
"Estamos estudando várias possibilidades, mas eles querem impor o modelo de negócio. O valor cultural de nossos personagens é muito alto para seguir apenas o que os outros querem. Tem de ser um negócio justo para todos, sem prejudicar nossos parceiros atuais", afirma Paiva. Do lado dos super-heróis, maior fatia do bolo nos Estados Unidos, o passo ainda não foi tomado no Brasil. A Panini, dona dos direitos de Marvel e DC no país, aguarda o desenvolvimento do aplicativo Panini Digits, da matriz italiana, lançado há dois meses. Nele, o leitor pode baixar títulos em quatro idiomas por R$ 2, mas a oferta é pequena.
"Existe a possibilidade [de ofertas em português no futuro], mas depende dos contratos com as editoras. Ainda é um negócio muito novo e precisamos ver como vai ser a curva de vendas", conta Érico R. M. Rosa, gerente de publicações da Panini. Segundo Rosa, a chegada do digital não preocupa. "Não há uma substituição. O leitor brasileiro tem o perfil de colecionador e o acesso à tecnologia é muito caro no Brasil", fala o gerente. "As edições digitais acabam ajudando a divulgar as edições físicas."
DE SÃO PAULO
Enquanto as editoras americanas se esforçam para evoluir e produzir quadrinhos para tablets, no Brasil o processo é inexistente. Não significa que não haja planos – apenas que eles se movem a passo de tartaruga.
"Estamos com várias negociações em andamento, mas precisamos analisar todas com paciência, porque [o que fizermos] terá um grande impacto no mercado", adianta Rodrigo Paiva, gerente editorial e multimídia da Mauricio de Sousa Produções, líder do mercado de quadrinhos no Brasil, com 87% das vendas. O criador da "Turma da Mônica" conversou com os gigantes Google e Amazon, além do ComiXology.
"Estamos estudando várias possibilidades, mas eles querem impor o modelo de negócio. O valor cultural de nossos personagens é muito alto para seguir apenas o que os outros querem. Tem de ser um negócio justo para todos, sem prejudicar nossos parceiros atuais", afirma Paiva. Do lado dos super-heróis, maior fatia do bolo nos Estados Unidos, o passo ainda não foi tomado no Brasil. A Panini, dona dos direitos de Marvel e DC no país, aguarda o desenvolvimento do aplicativo Panini Digits, da matriz italiana, lançado há dois meses. Nele, o leitor pode baixar títulos em quatro idiomas por R$ 2, mas a oferta é pequena.
"Existe a possibilidade [de ofertas em português no futuro], mas depende dos contratos com as editoras. Ainda é um negócio muito novo e precisamos ver como vai ser a curva de vendas", conta Érico R. M. Rosa, gerente de publicações da Panini. Segundo Rosa, a chegada do digital não preocupa. "Não há uma substituição. O leitor brasileiro tem o perfil de colecionador e o acesso à tecnologia é muito caro no Brasil", fala o gerente. "As edições digitais acabam ajudando a divulgar as edições físicas."
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