Eu não li nada do mangá de Natsuyuki Rendezvous (夏雪ランデブー), de Haruka Kawachi, na verdade, só fui saber que a protagonista era florista quando começou a movimentação em torno do anime. Depois, registrei que um dos rapazes tinha aqueles olhos meio mortos que o enfeiavam. E só mesmo quando vi o último trailer do anime (*desculpem, com a correria acabei não postando*) é que registrei que o outro rapaz era um fantasma... Sim, é um triângulo amoroso, a protagonista é uma viúva (*a primeira que eu vejo em um anime/mangá*), e meu marido está certo, é meio Dona Flor e seus Dois Maridos. :) Gostei do primeiro episódio, daí, vim correndo aqui comentar.
O básico da história é o seguinte: Hazuki se apaixona por Rokka, a dona da floricultura Shimao. Ele passa lá todos os dias e compra uma flor ou planta só para ouvir a voz da moça e poder olhar para ela. Sem coragem para se declarar, este é o momento mais importante da sua rotina diária. Um belo dia, Rokka coloca um cartaz anunciando emprego com horário flexível. O rapaz agarra a oportunidade. Os meses passam e o romance não anda. Um dia, outra funcionária anuncia que vai se casar com um italiano e deixar o emprego. Rokka convida Hazuki para ir até sua casa – que fica sobre a floricultura – para que eles arrumem o presente da moça.
Hazuki está nervoso e dá de cara com um homem de cuecas no apartamento. Ofendido e envergonhado, ele vai embora. Tentem imaginar que em um contexto brasileiro isso já seria grosseiro e constrangedor, agora, imaginem um japonês na mesma condição... Ainda mais quando Hazuki tinha ouvido a chefe dizendo que não tinha ninguém em sua vida. No dia da festa de despedida da funcionária ele descobre um segredo: o homem de cuecas é um fantasma e, pior, só Hazuki pode vê-lo. O tal fantasma fica feliz em ser visto com alguém, mas mostra-se decidido a ficar por perto para melar qualquer possibilidade do romance de Hazuki dar certo.
Olha, protagonistas adultos são sempre bem-vindos. Melhor ainda, quando se comportam como adultos. Natsuyuki Rendezvous me fez rir com o canto da boca, assim como Nodame Cantabile (のだめカンタービレ) fez um dia. O primeiro capítulo foi simpático, com uma arte bonita, uma boa animação e dinâmico. Afinal, eles deram um salto de meses e nos privaram de qualquer lenga-lenga, já que Hazuki ficou meses ao lado da Rokka sem se declarar. Algumas cenas foram bem engraçadas, como o apartamento de Hazuki entulhado de plantas. Se a rotina de comprar um vasinho por dia prosseguisse, ele teria que dormir do lado de fora, afinal, apartamentos japoneses tendem a ser minúsculos.
Hazuki não é bem o rapaz simpático. Os olhos dele anunciam isso, ele é meio mal humorado mesmo. Mas a partir do momento que o fantasma deixa claro as intenções de impedir seu romance, ele toma coragem e temos uma surpreendente declaração de amor já na segunda metade do primeiro capítulo. A outra piada é que Rokka lembra do marido como um homem desapegado, que inclusive propôs o divórcio quando descobriu que seus dias estavam contados. Além disso, ele exigiu que a esposa destruísse todas as lembranças e partisse para um novo romance. É claro que Rokka não consegue e as lágrimas dela quando compreende que Hazuki a ama, mas não pode corresponder, foram tocantes. Só que Hazuki sabe que o falecido era um mentiroso e que de desapegado não tinha nada, afinal, o encosto está na casa e na loja o tempo inteiro. E faz isso em parte para interagir com alguém – só Hazuki o vê – e tentar deixar o rapaz constrangido.
Enfim, foi um primeiro capítulo promissor. A abertura e o encerramento são bonitos e as músicas são simpáticas. A animação do primeiro episódio foi de alto nível e espero que não vá decaindo nos próximos capítulos. A preocupação com minúcias das flores e do ambiente, o tom intimista, tudo ficou muito singelo, delicado, bem executado. Destaque para a cena do guarda-chuva. Como vem acontecendo com os mangás josei que viram anime, o povo começou a traduzir a série. O primeiro volume já está disponível, como a série é curta – 4 volumes – devem terminar logo. Vou tentar acompanhar a série. Espero que não inventem acontecimentos e que o final não me deixe chateada de novo. É isso.
5 pessoas comentaram:
Olá!! Uau, faz tempo que uma análise de primeiro capítulo não me deixa entusiasmada para assisitir uma série. Gostei da maneira como você escreveu.
Fiquei curiosa mais não sei se devo pegar outra série para assisitir, estou com quatro atualmente e todas estão paradas. =/
http://naty-land.blogspot.com
Como você basicamente descreveu o primeiro episódio não tenho nada a declarar de mais, afinal concordo com quase tudo que você disse aí.
Mas, só acho que o Atsushi(ex-marido-fantasma da Rokka)seja egoísta,como o Hazuki pensou, acho que ele só não quer que um qualquer venha e acabe machucando ela mais ainda (por ela já estar muito mal pela morte dele). Acho que é isso.
Mas talvez seja uma teoria muito inocente pra um josei ^^.
É melhor ler a resenha depois de assistir o primeiro episódio. Foi legal ter a surpresa do exmarido. Eu não sabia de nada.
Quando vi o anúncio de Natsuyuki Rendezvous no cartaz dos animes da temporada de verão japonês, me interessei instantaneamente em querer conferir este anime.
Ainda mais, li o primeiro volume do mangá (pena que os scanlators estrangeiros ainda não traduziram tudo ;-;) apenas alguns dias antes do 1º episódio ser exibido, e quando fui assistí-lo, tive a agradável surpresa de ver que o estúdio responsável foi bastante fiel! Se continuarem assim, creio (e espero muito) que o final não será inventado.
Também gostei muito do trabalho desta adaptação, assim como você descreveu muito bem neste post. ^^
Também gostei dos personagens, e acho que tiveram uma apresentação decente para um primeiro episódio. E seu marido tem razão, foi impossível não lembrar de Dona Flor. Será que o mentiroso do Atsushi será como o Vadinho? rs
Como em Sakamichi, vou esperar o anime acabar antes de ver o mangá. Aliás, bem que ele poderia ser licenciado no ocidente. =]
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