sábado, 30 de junho de 2012

Comentando o Decepcionante Último Episódio de Sakamichi no Apollon



Ontem assisti o último episódio de Sakamichi no Apollon (坂道のアポロン) e, bem, foi bem decepcionante se comparado com o resto da série. Não pensem que estou dizendo que foi ruim, seria muito exagerado escrever isso. Como acabei rompendo com minha decisão de não olhar o final do mangá, acabei criando expectativas que não foram cumpridas. Também considero esse final o mais machista e conservador em um shoujo anime desde Oniisama E... (おにいさまへ…) E que fique claro ANIME – produção controlada por homens – e, não, o mangá.

Sakamichi no Apollon é um shoujo mangá com protagonista masculino. Acompanhamos a história de Kaoru Nishimi, menino abandonado pela mãe e com um pai amoroso, mas ausente por motivos de trabalho. Kaoru é solitário e precisa se mudar constantemente, o que dificulta na hora de fazer amigos. A história começa em 1966, quando o adolescente se muda para uma escola que fica em uma ladeira – “sakamichi” em japonês, “slope” em inglês. Lá, ele conhece Sentarou, um garoto visto como problemático, e Ritsuko, que se torna seu primeiro amor. Juntos eles se tornam amigos inseparáveis. E a cena que descrevi do episódio 10 – “My Favorite Things” – ilustra bem o tom dessa amizade que é daquelas que vamos levar até a morte.

Daí, doeu muito ver os cretinos que adaptaram o anime, fazerem Kaoru ficar 8 (OITO) anos sem voltar para a cidadezinha, sem ligar, sem escrever, cortando dois capítulos inteiros do rapaz na faculdade, escrevendo para Rikko, lembrando de Sentarou que fugiu de casa sem dar notícias. Kaoru parece um ingrato, um sujeito vazio de sentimentos. O que aconteceu com o garoto da série até metade do episódio 12? Sim, porque aquela declaração de amor para a Rikko, feita da rua, gritada do fundo do coração, sem se importar com quem estava passando na rua está no mangá. Quem decidiu cortar uma parte tão significativa da história?

Sim, eu me irritei MUITO da metade para o fim. Já tinha me irritado com as mudanças anteriores. É muito bonitinha a cena da Ritsuko correndo na plataforma de trem. Acredito que gente se comoveu com a cena, mas ela denota uma infantilidade que a personagem não teve no mangá. Independente do romance entre a Rikko e o Kaoru estar em suspenso (*sem spoilers, a seqüência é idêntica no mangá*), eles são amigos! E ela está lá na plataforma para ver o menino partir. Sem graça, um tanto constrangida, mas ela está lá. Sabe o que o último capítulo do anime fez? Ele retomou o bromance lá do primeiro episódio de forma desleal.


Ritsuko foi transformada em mero apêndice. A amizade verdadeira é entre homens. Kaoru retorna por casa de Sentarou. E só por causa dele. Mas não é assim no mangá? Sim, é. Só que no mangá, ele trocou cartas com Rikko. Ele recusou sexo com outra garota, porque a amava. E ele ficou muito intrigado quando as cartas que ela escrevia, começaram a diminuir de tamanho. De três, quatro folhas, começaram a ficar com menos de uma página. E, quando ele liga para ela, atende um cara, um desconhecido que o ofende e diz que Rikko não quer mais nada com ele... Eu entendo o Kaoru. O afastamento dele em relação à Rikko. Mas isso é o mangá. No anime, eles simplesmente me tacam na tela “8 anos depois”. Como alguém pode esquecer os amigos que mudaram sua vida?

E o que aconteceu nesses oito anos? Primeiro, Kaoru ficou muito próximo da mãe. Aquela que o anime praticamente apagou e não explicou porque foi embora. Eu não comentei antes esse detalhe, por conta do compromisso de ver o anime como uma obra a parte, mas, com esse último episódio corrido e machista, não dá. A mãe de Kaoru não foi leviana ao deixar o menino para trás. Ela teve motivos culturais, por assim dizer. A família do marido não a achava digna dele e torna a vida dela um inferno. Ela deixa o menino para o bem dele, afinal, ela era a mulher que estava no lugar errado. Essa era a minha única crítica consistente ao anime até ontem.

Outra coisa que aconteceu nos oito anos obscuros, foi que Kaoru continuou tocando jazz. O anime reduziu a paixão do rapaz pela música à amizade com Sentarou. O amigo (*amante?*) saiu de sua vida e a música foi com ele. A música retorna, quando Kaoru se reencontra com Sentarou. No mangá, ele inclusive entra para o clube de jazz da faculdade, toca com os veteranos, toca com Junichi. Simplesmente, limaram o Junichi do último episódio! Custava coloca-lo? Uma cena? Mas como Kaoru teve um vazio de oito anos em sua vida, tudo isso, amigos inclusive, não tem relevância.


Falando em Junichi, o momento Oniisama E... fica por conta de Yurika. É ela quem traz a esperança de reencontro com Sentarou para Kaoru. Nisso, o anime foi fiel. Mas Yurika no anime me aparece de vestido, grávida de seis meses, com chapeuzinho. Retrato perfeito da dona de casa comportada. Alguém vai dizer que é raro aparecer mulher grávida em anime e mangá. Sim, é. Só que, ao mesmo tempo, Yurika é uma personagem que rompe com convenções. E no mangá, na sua última cena ela tem um visual moderno, sofisticado. No anime, ela aparece conservadora e tagarelando sobre questões “femininas”: vai ter um bebê, Junichi quer que seja menina, e por aí vai... Maternidade é destino das mulheres, não é? Alguém na produção quis nos lembrar disso... A autora original, Yuki Kodama, parecia não se importar muito com essas coisas.

E Kaoru volta para a cidadezinha, aliás, parece ser outra... No mangá, Sentarou está na mesma igreja de sempe. Aí enfiam umas cenas inúteis dele perguntando para uns velhinhos sobre o novo padre... E, bem, o encontro entre os dois é carregado de emoção, beleza e romantismo. Os dois amantes – porque o amor deles é o único verdadeiro nessa história toda – se reencontram, se completam. Kaoru senta ao órgão e depois de oito anos toca divinamente... Foi forçado, foi superficial, foi injusto. E o que sobra para a Rikko? Uma última cena, mero contato visual.

Sakamichi no Apollon é uma série sobre amizade e amadurecimento. Mas é amizade entre três pessoas, dois garotos e uma garota. O laço entre eles é profundo e vai além do próprio romance entre Rikko e Kaoru. Nenhuma das duas coisas foi contemplada no último capítulo do anime. Outra coisa triste, é que as personagens coadjuvantes, de maior ou menor peso, foram aniquiladas nesse último episódio. E o espírito de rebeldia de 1968, nem se fala. No mangá, Kaoru até comenta das greves estudantis, no anime, tudo fica naquele hiato de oito anos: apagado, obscurecido. E esqueçam o que eu escrevi, duvido que façam um episódio extra especial para os DVDs.

Resumindo: continuo achando Sakamichi no Apollon excelente até o episódio 11. O episódio 12 me fez descontar dois pontos. Dou oito para a série. Continua lindo. Me levou às lágrimas. O episódio 9 tem um dos momentos mais libertários e românticos que já vi em anime. Os episódios 7, 10 e 11 são odes à amizade, mas o final foi abaixo da média. A primeira metade pontuou alto, mas a segunda parte foi superficial, leviana, injusta com as personagens e machista. Custava segurarem uma parte da história e colocarem em um episódio 13? Muito decepcionante mesmo... Nem o comentário de que o cabelo de Rikko estava igual o de Julie Andrews em A Noviça Rebelde sobrou...

28 pessoas comentaram:

Ótimos comentários. Eu concordo plenamente com o fato de eles terem errado ao ausentar Junichi do episódio. Eu até comentei isso em um post semelhante que fiz em meu blog: http://nippo-english.blogspot.com.br/2012/06/sakamichi-no-apollon-final.html.

Eu não cheguei a ler o mangá, mas já dava pra ter noção de que o último episódio estava com um vazio em relação ao enredo. Mas achei bem agradável ver toda a série, inclusive o final! E eu fiz no artigo citado uma teoria sobre os sentimentos de Ritsuko e sobre todo o sofrimento que ela teve, provavelmente muito maiores que os de Kaoru e Sen. Mas acho que desde o começo (pelo menos no anime) a série focava a amizade entre os dois...

Saudações


Acho que há um exagero demasiado em suas opiniões sobre o último episódio, Valéria.

Não vi (ou melhor: não conotei) metade das coisas que viste no episódio em questão. De igual forma, não acho que seja digno o anime perder pontos em razão de um único episódio, é algo que não consigo conceder...

Não consegui notar este [machismo] que viste no último episódio. É óbvio que se tratam de visões (opiniões). Mas tenho, para mim, que tudo que ocorreu neste episódio foi algo passável de acontecer na realidade. Exceção feita apenas para alguns pontos, é claro.

Eu odeio o Kaoru, com boa parte das minhas forças (estranho isso?). Singularmente, o episódio até ficou abaixo das minhas expectativas mas, ainda assim, consegui vê-lo com bons olhos. Poderia ser bem melhor, é verdade. Porém, tudo que este mesmo episódio conseguiu foi manter (ao meu ver) a mesma nota que o anime ostentava desde o seu terceiro episódio: um sólido nove.

No mais, concordo plenamente com o que escreveste sobre o restante da série, em especial o nono episódio. Aquilo foi algo fantástico por demais.

Até mais!

Carlírio, você não viu machismo, porque ele não te incomoda como incomoda a mim. Posso elencar vários problemas em nãos e perceber o machismo, assim como poderia listar problemas em não se ver racismo, e outros conceitos distorcidos de relações humanas. Uma pena que você não perceba algo que me parece óbvio, mas ser mulher e, principalmente, ser feminista me obriga a atentar para essas coisas.

Agora, você realmente não vê como problema terem deixado a Rikko e os coadjuvantes de lado? Calarem sobre OITO anos da vida do protagonista não é um problema de roteiro? Fora, claro, que eu não imagino alguém esquecendo por tanto tempo seus melhores amigos. E falo de vida real.

Desculpe, eu devo ser muito, muito exigente. Apollon é uma série excelente, até metade do seu último capítulo. A metade final desse episódio tem problemas muito sérios: roteiro corrido, simplificação das relações humanas, falta de respeito com as personagens, e machismo. Lamentável mesmo. Nota oito pelo último episódio e pelo que fizeram com a mãe do Kaoru.

Caetano, ótima análise da dor da Rikko. eu não tinha parado para pensar sobre isso.

Na verdade o roteiro dos episódios foi feito por uma mulher, Kakihara Yuuko.

Quando assisti essa finale não vi tanto machismo assim, acho que realmente ler o mangá antes te deixou com expectativas irrealizáveis.

Sarah, perspectivas irrealizáveis? Quer dizer que ter as personagens tratadas de forma decente é irrealizável? Realmente, acho que o pessoal tem baixíssimas expectativas. Eu queria somente que OITO ANOS de vida do protagonista não fossem apagados. É muito? acho que, não.

e mais, o mundo dos animes é masculino, o roteiro feito por uma mulher não garante que será menos machista, porque ela não está soltinha do mundo ao seu redor.

Saudações


Não Valéria, infelizmente também falo de vida real. Não é sadio para mim citar isso, mas já vi muitas pessoas se esquecerem de amigos que tinham, com o passar dos anos. E falo aqui de amigos, não de coleguinhas ou algo deste gênero, o que para mim soa como algo muito triste. Se isto ocorreu por maldade, aí já não cabe à minha pessoa julgar. Só posso lamentar, pois eu não teria tamanha coragem.

Quanto à produção do anime, também notei o fato de terem deixado a vida do protagonista por longos oito anos. Mas aí já não seria questão de, por exemplo, o anime ter merecido mais episódios? Ou será que tal abertura não poderá ser tratada em um OVA ou algo similar? Perto do que já vi em outras obras animadas, o que vi em Sakamichi no Apollon não chegou a doer tanto assim, em minha opinião...

Sobre o machismo, como ele não me incomodaria? Eu odeio qualquer alusão neste sentido, seja de quem for. Em uma sociedade [metida à politicamente correta] como a atual, é uma das características comportamentais que mais estão em foco. Mas reforço que não notei este machismo obstinado que viste em tal episódio. Com base nisto, não sei aqui enfatizar se você que é muito exigente ou se é a minha pessoa que é menos qualitativa, mas prefiro apenas crer no quesito opinião sobre o tema proposto.

Compreendo perfeitamente a sua opinião e modo de ter analisado este último episódio do anime. Contudo, ainda tenho por mim que houve algum exagero nas palavras por ti citadas.

Independente de tudo isso, Sakamichi no Apollon entrou, ao meu ver, em um seleto grupo. Grupo este no qual entram as obras que chamam a atenção positivamente, que se tratam de temas humanos delicados e profundos e que tem o poder de nos fazer raciocinar muito sobre o enredo e as ações propiciadas pelo seu elenco.

Até mais!

"O que aconteceu com o garoto da série até metade do episódio 12? Sim, porque aquela declaração de amor para a Rikko, feita da rua, gritada do fundo do coração, sem se importar com quem estava passando na rua está no mangá. "

Eu não vi uma declaração de amor "tradicional" ali, o que eu vi foi uma amarga despedida.
Quando ele deu aquela agarrada nela no quarto e falou do Sentaro foi claramente para testar a reação dela. Se eles ficassem juntos sempre existiria a sombra do Sentaro entre os dois atormentando o Kaoru e ele não conseguiria suportar estar com a garota que ama vendo ela pensando em outro. Ele quis decidir na hora o que ela sentia por ele, se ela podia esquecer o Sentaro e pensar somente nele, queria saber se ela se entregaria e ele da mesma forma como ele estava se entregando a ela, e a resposta foi não. Ela demonstrou ali que não conseguiria fazer isso, não estava pronta e ele não poderia esperar. Desistiu, disse tudo o que queria dizer e foi embora sem forçar.
Por que ele deveria dever algo a ela? Foi ele quem passou a série toda correndo atrás dela e não deu em praticamente nada, apesar de se esforçar um pouco por ele não parecia disposta a fazer o que fosse necessário, e para ele custava muito se esforçar e lutar daquele jeito.
Ele simplesmente seguiu com a vida dele como podia.
E ela fez o mesmo.

Foi isso que eu interpretei no anime, e daí não acho que seja machista, os problemas são outros. Será que é mesmo machista ou é só paranoia? Fazer algo com ares homossexuais para agradar não torna necessariamente machista, o problema maior é ser omisso com subplots, apesar de eu estar mais dando um voto de confiança já que eu concordo com muita coisa.
Pra mim Apollon morreu um pouco antes, no episódio 11. Foi triste ver aqueles joguinhos de vai não vai, morre não morre. O que fizeram com a Sachiko "que bom que é ela quem vai morrer" foi absurdamente cruel, surreal.

Um pouco offtopic, se formos ver pela teoria machista, praticamente todo anime hoje em dia é machista.

Os animes atuais tem me incomodado MUITO por seguir uma tendência de não explorar detalhes da própria história e fugir de discussões.
Isso vai desde o anime povão, ao anime noitanimA, passando pelos filmes da Toei (Buddha) até mesmo os do Ghibbli (Poppy Hill). E um efeito colateral é a apresentação e retrato das mulheres acabar prejudicado, até mesmo quando elas são as protagonistas porque são o lado "fraco" do casal.

Parece que a história fica pela metade, e não estimula o cérebro fomentando discussões. Uma vez escrevi sobre isso, sobre obras instigantes dando o exemplo dos mangás do autor de Franken Fran que as histórias parecem serem feitas intencionalmente para fazer o leitor pensar sobre o que viu.

Acho que é esse tipo de coisa que desanima as pessoas a apararem de assistir animes e ler mangás, porque ler tanto que não te deixa nada depois de terminar de ler é algo muito cansativo.

Panino, eu não vi a tentativa de “agarrar” a Ritsuko como teste. Ele estava ferido não por causa dela, mas pela partida de Sentarou. E a sombra do amigo não era uma ameaça ao amor dos dois e, sim, uma fonte de tristeza enorme, depressão mesmo.

Quanto a dever, quem escreveu algo sobre dever? Eu falei em respeito aos personagens. Não vi muito disso nesse último capítulo. E um pouco de fidelidade ao mangá por parte de um anime que foi muito fiel. Agora, seu comentário transmite um desprezo pela Rikko que não veja como muito razoável. Daí, talvez, você realmente não tenha visto problema em eliminarem a personagem da última parte do episódio.

E se você acha que eu estou acusando o anime de ser machista por oferecer fanservice para fujoshi, você não entendeu nada do que eu escrevi e apesar de visitar meu blog constantemente, não entende a forma como eu penso e escrevo. Talvez seja culpa minha e eu não me expresse bem. O problema do machismo vem de outras fontes e nada tem a ver com o subtexto homoerótico que nunca foi realmente colocado no anime e inexiste no mangá. A questão da amizade entre homens ser super valorizada não é característica de material gay somente é marca cultural. Está em filmes ocidentais, em animes e mangás. Só que em Apollon havia uma terceira pessoa que era tão amiga quanto.

Quanto à paranóia, desculpe se vou parecer grosseira, mas estou me lixando para você me chamar de paranóica, sabe por quê? É lugar comum chamar feministas de paranóicas. É acusação comum feita por homens e por mulheres que se recusam a perceber o machismo. É uma forma de tentar calar as críticas. Já estou acostumada com esse tipo de manobra. Tente outra. Ou melhor, não tente, porque esse tipo de bobagem eu não vou publicar aqui.

Eu não sei, concordo em parte para que aqueles que estavam acompanhando só o anime pode ser um pouco decepcionante esse pulo de oito anos, mas pra dizer a verdade eu estava esperando algo muito pior. Como eu li o manga primeiro fiquei pensando: "Caramba, nunca que eles vão conseguir colocar tudo isso em um único episódio" Mas acho que eles desde o princípio se focaram na amizade dos dois mais do que nas outras coisas. Mas eu fiquei até feliz da ritsuko não ter ido na estação, porque eu penso que mesmo se fosse um amigo meu, o que o kaoru fez com ela no quarto é muito difícil de perdoar. Ela também estava magoada, mas diferente dele ela não tentou esconder isso. Sei lá, talvez esses oito anos sejam exatamente a deixa para se fazer um ova, quem sabe?

Sabe, Ariane, pelo bom andamento do anime, eu esperava um último capítulo mais equilibrado ou então um 13º episódio especial. Dava para fazer.

Quanto à Ritsuko, bem, eu acredito que a reação do mangá foi mais verossímil e menos dramática. Na verdade, ela foi à estação, mas vê-la correndo na plataforma tornaria as coisas mais teatrais e chorosas... Se o capítulo continuasse na mesma batida...

quanto ao que o Kaoru fez... Bem, o problema foi falar o que disse sobre o Sentarou. Porque a minha impressão, é que os dois iriam fazer amor. E é até lugar comum em animes e mangás (*acredito que é cultural*): beijar é algo dramático, dar as mãos em público, idem, mas fazer sexo parece ser muito menos complicado. E eles estavam sozinhos. Enfim, ...

Tenho a mesma opinião sobre o último episódio. A Ritsuko ficar de coadjuvante foi uma das coisas que mais me incomodou, ainda mais depois de todos acontecimentos, eu fiquei torcendo pros dois pelo menos apoiarem um ao outro com a distância do Sentarou, mas nem... Quando apareceu lá "8 anos depois", fiquei experando a Ritsuko aparecer como amiga ou namorada ou qualquer coisa próxima do Kaoru e NADA.
Eu ainda não tinha visto o final do mangá (agora olhei por cima) mas quando vi no animê o Sentarou de padre eu fiquei: WTF? Não colou. Vi de cara que na obra da Kodama Yuki isso era perfeitamente plausível, mas o animê não conseguiu traduzir.

Sim, em suma acho que o anime acabou bem. Erros toda obra tem, e realmente foi uma grande mancada todos os tropeços desse último episódio. Mas não vejo como algo decepcionante, Valéria, e acho que, ao invés de haver um décimo-terceiro episódio, o décimo-segundo é que deveria ter tomado um tempo a mais de duração(mesmo não sendo o mais apropriado).

Eu realmente vi que o que fizeram com a Riko nesse episódio não foi muito legal, mas é aquilo que eu falei, talvez tenha sido bom para realçar a personalidade dela, porque ela parece ser frágil mas no fundo é bem mais 'impetuosa' que Sen e Kaoru. E não vale muito a pena entrar nesse tipo de mérito do enredo do ANIME, porque adaptação pode ser sempre frustrante, uma vez que expectativas inevitavelmente são criadas. Quero dizer que a amizade dos dois teria que vigorar acima de tudo, e a presunção do anime sempre foi essa...

Engraçado como eu tive a mesma opinião que você em alguns pontos e pensei que tivesse sido chato demais com o anime. Mas eu achei um pouco pior em vários sentidos.

Do jeito que foi mostrado no final, pelo menos à mim não pareceu que nenhum dos 3 sequer teve algum amadurecimento emocional, psicológico ou qualquer que não fosse financeiro/vocação.

O Sen continuou sendo irresponsável, desta vez com uma batina. O cara foge de casa, tem todo o drama contado e em vez de crescer e tals, continua o moleque de sempre. Não que isso seja ruim ou tão pouco esteja dizendo que isso esteja errado. Mas eu acreditei que, de certa forma, haveria essa mudança de paradigma no Sen, a tomada de responsabilidade sobre o curso de sua própria vida que o transformasse num adulto saudável, não num moleque crescido, principalmente depois de tudo o que ele vivenciou e sofreu sendo filho bastardo.

O que dizer da Ritsuko então? Acreditei que a Yurika daria um empurrão nela, fazendo-a ser diferente da menina-inocente-que-não-transa. A guria era apaixonada desde criança, passa por descobertas de um "novo amor" que não deixa claro se é um amor dela ou um amor do amor ela. Uma hora você pensa que ela gosta mesmo do Kaoru, outra eu penso que ela gosta dele porque ele gosta do Sen. Fica um triângulo amoroso difícil de entender, porque de triângulo não tem nada, afinal, o Sen não é "a fim" de nenhum dos dois. A cena do trem então, foi lamentável. Como você mesma disse, foi terrível. Se a guria já tava apagada, ali eles sopraram a vela com força.

O Kaoru então é o mais estranho. Embora seja óbvio em várias cenas que ele não seja homossexual e goste mesmo da Ritsuko, isso não corresponde à algumas atitudes dele. Pô, Kaoru? Precisava ficar chorando o tempo todo porque teu amigo foi embora?

Caralho, o guri sai da cama com febre que não se aguenta pra declarar pra Ritsuko e ela faz o papel mais cruel que uma mulher pode fazer na situação: ficar de boa. Ela não fala nem que sim, nem que não. Ela não dá o fora no cara, mas também não diz que não quer. Se faz de trouxa, TROUXA. Antes que fosse uma vadia, pelo menos dava uns pega e depois passava. Ou pelo menos fosse sincera e disesse que não queria aquilo.

E o Kaoru, bundão como sempre, continua o que sempre fez. Como você mesma disse, Shoujofan, não parece que ele aprendeu alguma com a amizade que ele teve no interior. Pelo contrário! Parece que aquilo lá foi em Vegas. Aconteceu em Vegas, ficou em Vegas.

Mas foi bonito ver o Sen como padre. Me surpreendi e gostei bastante.

E no ponto da Yurika você está certa. O que fizeram com ela foi triste. Aliás, o que fizeram com a história dela e do Junichi foi muito triste. E ver a mulher que ela era sendo reduzida à dona de casa corada, grávida, sem aquele brilho foi frustrante.

O Kaoru dizer que não tocava jazz faz tempo e de repente chegar no órgão, que é algo completamente diferente do piano que ele tocava, e sair tocando daquele jeito, porra, o cara é um gênio mesmo! Mas blz, licença poética ...

O que não dá pra engolir é ver a mulher que você "amou" o tempo todo nunca ter escrito nada, não ter te procurado por 8 anos e você finalmente reencontra ela procurando pelo teu amigo! É muita cornice pra um japonês só!

Eleazar, discordo de algumas colocações (as machistas especialmente), concordo com outras:

1. Eu não acho exagero a choradeira do Kaoru. Parece não haver nada pior do que ter alguém que se ama – seja família ou amigo – desaparecido. Você não tem nem o cadáver para enterrar.
2. Quanto à Ritsuko, dentro das limitações da personagem, ela é a yamato nadeshiko, pare para analisar, ela deixou claro que gostava do Kaoru. Levar o garoto para a casa dela e dizer “meu pai não está”, me parece uma senha. O problema nem foi a afobação do Kaoru, mas a dor dele.
3. Não há triângulo: Kaoru ama Ritsuko, ela descobre que ama Kaoru, Sem ama todo mundo (daí virar padre). Agora, se os gênios decidiram fazer bagunça na metade final do último capítulo e voltar ao bromance, não é culpa das personagens. Afinal, não é assim no original.
4. Não dá para saber saber se a Ritsuko escreveu. Pularam oito anos. É como se Kaoru estivesse em coma... :P

E, sim, você está certíssimo, parece que ninguém amadureceu. Já pegou o mangá? O volume nove vai tirar esse gosto ruim da boca.

Achei o final decepcionante também. Pra mim, estragou praticamente tudo, salvando as cenas de jazz, eu não veria novamente.

Traduziram o mangá para o português ou pelo menos para o inglês?

Lucas, todo o mangá foi traduzido para o inglês. Dê uma olhada no Mangaupdates.

O final de Apollon ta dando o que falar,mas eu sinceramente também achei BEM decepcionante,acho que dava pra fazer algo bem melhor.
Eu murchei completamente nos dois últimos episódios,até o ep. 10 eu tava tão feliz e empolgada,assistir Apollon era uma diversão e tanto *ficava até reproduzindo a música de abertura* e a parte do Jazz tava caminhando legal só que tudo isso foi "sugado" depois de ver a Yurika vestida daquele jeito,a Ritsuko literalmente fez "PUFF..." no final,SUMIU no pior sentido da palavra e o Sentarou padre então...pff foi de doer.

É... Também posso dizer que a segunda metade acabou estragando... Mesmo eu que quase não consigo enxergar defeitos em mangás ou animes que gosto, realmente não deu certo.
Apesar de ter gostado tanto quanto, acabei achando Sakamichi melhor que Fate/Zero, mas usar o clichê (um dos piores, na verdade...) de "time skip sem explicação" foi meio... não... muito forçado.
Não havia percebido tanto quando assisti, mas realmente teve o machismo no final. Faltou principalmente Rikko. Ela, mesmo que não tanto quanto Sentarou e Kaoru, era uma das personagens principais... Descartaram outros do nada e o final foi meio (final, mas foi mesmo desde a segunda metade do episódio) vazio...
Como eu disse, não consigo julgar os defeitos... acabou com 10 como nota mesmo, mas... E o pior é que esse tipo de final é bastante comum... Você acha que será um final mais fechado, mas sempre colocam algo assim. É claro que é bem melhor mostrar que, assistindo ou não, continua, mas depende de como usam isso (como, pelo menos eu, achei que foi bem usado no final do mangá de Fullmetal Alchemist e no segundo anime), a história e os personagens, que acabaram simplesmente sumindo.

Eu me lembrei de algo quando li sua resposta ao comentário de Panino... Eu concordei com ele de que praticamente todos tem esse contexto machista, mas como um josei, deveria ter ficado um pouco mais, bom, ao menos próximo do ponto de vista da autora.
Mas, não era exatamente sobre isso que me lembrei... Li há pouco mais de duas semanas Thirteen Reasons Why, e vendo a resposta, a atitude de Kaoru teve mais sentido. No livro, mesmo já pensando em suicídio (praticamente decidida), Hannah precisava do motivo final pra optar pela decisão, o que foi mostrado na fita sobre Bryce e do conselheiro da escola. Kaoru, agora me pareceu que fez isso pelo mesmo motivo. Ele não queria deixar Ritsuko, mas era doloroso ficar perto dela já que fazia se lembrar de Sentarou, como eu vi no nippo-english. Então dizendo aquilo ele esperava fazer com que conseguisse realmente se decidir a ir para Tokyo, conseguir o motivo final.

Bom, vou comentar como alguém que viu apenas o anime.

Como roteiro, ficou bem furado esse negócio de "oito anos depois". Podiam ao menos ter mostrado a passagem do tempo, com imagens e música e tals; o diretor tinha competência para isso.

Foi uma surpresa ver o Sentarou como um padre com batina tradicional; juro como eu esperava alguma "transgressão" ao código de vestimenta. Já o Kaoru ficou um charme com aquele cabelo à la Beatles anos 70~

Falando em visual, faço coro quanto à aparição da Yurika. Parecia uma inócua dona-de-casa dos anos 50, bem diferente da moça que saiu de casa para escapar justamente desse destino pelo omiai. Fora que sua participação foi apenas para motivar o protagonista a reencontrar seu amad-, amigo! Preguiça e conservadorismo. =/

Mas sabe o que vi de positivo no final? Que a Rikko seguiu em frente. Deve ter sofrido um bocado por ficar sem os amigos, claro, mas seguiu. E pelo visual, parece ter alcançado o sonho de ser professora. (E ela não ficou uma fofa com aquele cabelo?)

Enfim, agora que o anime terminou, irei atrás do mangá sem medo de ser feliz. =]

Acabei de assistir o ultimo ep... nossa, fico me perguntando com o watanabe me erra a mão desse jeito, depois de 11 capitulos.

não teve climax nenhum. quem viu o anime não sabe o qt o kaoru sofreu, não sabe que ele tentou ainda ter laços com a vida de antes, do amor que ele continou a nutrir pela ritsuko e como o jun ainda estava presente e o incentivou com o jazz na banda da faculdade

foi como a valéria falou, o ultimo ep reduziu ele a um zumbi. e como é q a yurika diz que "ficou sabendo" que o sen sumiu e anda com aquela foto na bolsa? no mangá ela vai ao hospital justamente mostrar a foto ao kaoru, assim que a recebe, pois sabe o quanto ele ainda procura pelo sentarou.

e a rikko, como calaram ela por todo o ep?! ela parecia um premio por toda a persistencia dele no final.

lamentável... simplesmente.

Adorei o anime mas odiei o final. Quero muito ler o mangá, porque muita coisa não foi explicada >.<

Não assisti o anime, li todo o mangá. Daí, não tenho bala pra fazer análise profunda sobre a animação. Só posso me basear no texto.

Vão me desculpar o comentário vazio e atrasado, mas eu me sinto na obrigação de dizer:

Se a Yurika vestida de dona de casa não é machismo, então não sei o que é.

Mais claro que isso, só com uma plaquinha de neon. Me indigna esse screencap dela com cara de boa moça, vai ser pra sempre um tremendo FAIL.

E cortar oito anos... Voz da Razão, pra onde você foi?

Concordo com a sua crítica ao final do anime.
Eu sempre achei q a beleza de sakamichi ni apollon era que a historia focava nas coisas simples e bobas da vida. Acho que o fim do anime perdeu o foco justamente nisso.
Acho q isso se deve aos poucos episodios que a anime deve. O manga onta uma historia mais singela e doce. A amizade deles tres se torna mais concreta, ela é feita de momentos alegres e doces.
Foi uma pena que o anime tenha sido bastante corrido. Pois faltou detalhes que podem não ser importante para a historia que fazem toda a diferença, para que possamos entender melhor os personagens.
O anime foi sem dúvida alguma lindo. Mas recomendo que leiam o mangá, que tem apenas 11 volumes.
O final do mangá eh lindo, pois mostra todo o crescimento pessoal que Kaoro passa.
Não eh que o manga seja melhor que o anime, mas com certeza possui um final bem melhor.

Só uma correção: o mangá tem 9 volumes. O décimo são gaiden.

Eu achei o anime maravilhoso.Claro que se seguisse como no mangá seria ainda melhor,afinal é uma obra extraordinária.
Apesar das mudanças na animação,a história me prendeu bastante,a ponto de me emocionar.Uma obra nota 10.Triste pelos filles.

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