Vocês que acompanham o Shoujo Café sabem que eu sou péssima para assistir animes e mesmo doramas. Confesso, por exemplo, que o único dorama que assisti integralmente (*o último episódio três vezes*) foi a primeira temporada de Nodame Cantabile. Animes, bem, quantos assisti completos nos últimos 6 anos? Genshiken (*todas as temporadas*), Kuragehime, N.H.K. ni Yōkoso!... O que mais? Estava com medo de deixar Sakamichi no Apollon para lá, daí, ontem peguei o episódio 6, tinha assistido o 5 durante a semana, e hoje emendei 7, 8, 9, 10 e 11. Estou pronta para o último episódio e sei que, aconteça o que acontecer, não irei me decepcionar.
Não vou ficar descrevendo os episódios, não é esse o objetivo deste texto. Em primeiro lugar, gostaria de pedir para aqueles que deixaram Sakamichi no Apollon de lado que dêem uma segunda chance para a série. Não li por aí crítica negativa alguma que fosse de se levar em conta. Coisas do tipo “Não assisti e não gostei” ou “A música de abertura é brega e, por isso, o anime é ruim” ou “É uma série pedante, porque jazz é música de intelectualóide”, não são para serem levadas a sério. Não sei se Sakamichi no Apollon é unanimidade, mas, se fosse, seria uma das exceções merecidas. Obviamente, se anime para você tem que ter mecha ou peitões, realmente, não adianta, o barato de Sakamichi no Apollon é outro, muito diferente.
Assim, todos os episódios têm grandes momentos. O episódio 11, por exemplo, tem os três amigos – Sentarou, Rikko, Kaoru – depois de treinarem para o festival da escola, deitados no chão e escolhendo suas coisas favoritas. Sim, Rikko iria cantar My Favorite Things da Noviça Rebelde. A cena, claro, tem todo aquele climão de este é um momento que nunca mais vai voltar. Como os amigos de Honey & Clover indo colher trevos na colina juntos... Clichê? Em parte, mas o que importa é como o clichê tem sabor especial, ganha cores próprias em mãos competentes. E a cena no telhado do hospital???? Assistam.
Mas os episódios que como um todo me tocaram muito foram o 7 e o 9. O sete é um episódio em que a amizade de Sentarou e Kaoru é testada. Eu tive durante muito tempo da minha infância e adolescência uma única amiga. Eu sei o que é ter medo de perder um amigo, de ficar só. Senti o ciúme bobo incontrolável de quem acredita que está sendo trocada por outros... Nunca dei um chilique como o do Kaoru, mas entendo o sentimento. E, claro, fazer as pazes através da música, é algo magnífico. Aí entra o encanto do anime, a maioria das pessoas jamais duelariam com instrumentos musicais, fariam as pazes tocando um inflamado dueto, mas o mundo não seria mais feliz se isso fosse possível? Pois é... O episódio 7 me levou às lágrimas. Sei que devo chorar de novo no último capítulo, mas o 7 me tocou muito, muito mesmo.
E o 9, bem, ele me deu uma cena que eu esperava ver desde talvez O Pirata do Espaço. Sabe quando você quer que um casal fique junto, mas a moça fica lá esperando que o rapaz tome uma atitude e ele abre mão dela? Em O Pirata do Espaço, Joe fica chorando com o robô gigante e deixa Rita ir embora. Em Candy Candy, Terry casa com outra que ele não ama e parte o coração da protagonista. Em Honey & Clover, Takemoto pega o trem e deixa Hagu para trás. Sim, sim, era o mais sensato a fazer... mas quem não queria que fosse diferente? Em Sakamichi no Apollon, Yurika tem mais iniciativa e, bem, aquilo que eu esperei ver durante anos, aconteceu... Junichi não deixa Yurika para trás. Ah, sim! Tem trem na cena, também... ^____^ Aliás, de novo temos a música ajudando as pessoas a fazerem as pazes. Sentarou perde a garota (*que nunca foi dele, aliás, é só forma de dizer*), mas não perde os amigos.
Até há humor, como a introdução de Seiji Matsuoka, que deseja ser roqueiro e quer levar Sentarou para a sua banda. Ele é o pivô de toda a confusão no episódio 7. Aliás, meu gaydar não apitava tão alto em um anime desde Aburatsubo em Mahou Tsukai Tai! Mas o interessante é que Sakamichi no Apollon introduz sem alarde o rock, a minissaia (*percebam como as saias de Rikko vao ficando mais curtas*), e o espírito de 1968 já que Junichi entra para a política estudantil. E, sim, Kaoru e Rikko se entendem... mas continuam tímidos.
E temos o trabalho dos animadores, também. A movimentação as personagens correndo no episódio 7, parecia em alguns momentos a captura perfeita de movimentos humanos. Não que a arte seja primorosa, o traço de Sakamichi no Apollon nunca se propôs a ser exuberante, afinal, é simplesmente a técnica mesmo. Já a música, bem, ela é sublime. Eu acredito que o mangá no geral supere o anime, mas a música que na leitura só imaginamos, no anime se faz presente o tempo inteiro. E há o trabalho dos dubladores, colocando emoção, dando o tom certo.
É isso. Eu não ia escrever este texto, tenho tanta coisa para fazer, textos atrasados até aqui no blog, mas não resisti. Até agora, nota 10 para Sakamichi no Apollon. Entra na minha lista de top animes de todos os tempos. Para Sakamichi no Apollon três palavras: Lindo, humano, inesquecível. Obrigada, Yuki Kodama.
P.S.: Acredito que o anime não chegue até o volume final, o 8. Minha suspeita é que teremos um episódio 13 lançado depois, com o Blu-ray ou o Box de DVD. Não olhei o volume 8 ainda, fui direto ao 9, mas parece que no pé em que as coisas estão, eles precisariam de pelo menos mais dois episódios e eles só têm um.
11 pessoas comentaram:
estou completamente apaixonada por sakamichi, algo que não acontecia desde natsume no yuujinchou. quase chorei no final do mangá e fiquei com a sensação que a autora poderia ter continuado com mais um volume.
estou ansiosa pelos ultimos capitulos :)
Nossa...esse anime foi um presente. Eu gostei muito mesmo. Estou esperando para assistir o último. Sei que vou sentir saudades.
Esse anime é realmente muito bom! n.n E você Valeria-san, o que achou da intepretação de "My Favorite Things" pela Ri-chan? n.n
Acha que o mangá tem chande de vir a ser publicado pra cá?
Gente, uma pergunta um pouco idiota: Assim, eu não li o mangá, mas sei que ele tem 9 volumes... Não é muito para se condensar em um anime de 12 episódios não? A história do mangá foi toda contada no anime ou será que pode ter uma segunda temporada, hein(minha esperança), rsrsrs... É, pois faço coro a todos os que dizem que esse anime foi uma das melhores coisas que ja apareceram nos últimos tempos.
Kurai, eu achei bonitinha, mas só isso mesmo. :)
Quanto à Sakamichi no Brasil... Enfim, para agora ou em breve, não tenho grandes expectativas, não.
Rubens, pelo que eu vi do mangá, alguma coisa foi mudada na ordem dos acontecimentos, especialmente até o volume 4. Não gostei, e esqueci de colocar no texto, da forma como apagaram a explicação da mãe de Kaoru para ter ido embora.
Depois, eles vêm seguindo mais ou menos tudo. Há mais arranca rabos do Kaoru com o Matsuoka. Isso foi tirado. Mas eles levaram o capítulo 11 até o penúltimo capítulo do volume 9.
Acho que eles não vão levar até o final no capítulo 12. Vão é meter um 13º episódio especial para valorizar o DVD/Blu-ray. De resto, há os gaiden, mas isso não vai render segunda temporada. Para mim, Sakamichi termina com 13 episódios.
A coisa que mais tem em Sakamichi são cenas bonitas, hehe. Confesso que fiquei emocionada com a parte em que a Ritsuko canta "My favorite things", e o Kaoru diz que a sua coisa favorita era aquele exato momento no tempo e no espaço. Também gosto muito da cena do beijo na neve entre ele e a Ritsuko (ele ficando com a vista embaçada sem os óculos, como uma espécie de metáfora sobre o como os sentimentos dele por ela "embaçam" o seu modo prático e racional de pensar)e, é claro, a cena do festival escolar no episódio 7, que foi épica, =D. Pelo que o percebi lendo spoilers do mangá, só vai ter essa temporada do anime mesmo, uma pena. O jeito é correr para conferir a obra original assim que a série acabar, hehe.
Sakamichi não chega perto de roubar algum lugar cativo no meu top 10. E ainda espero um anime que trate jazz como tema, não como pano de fundo. Porem, ninguém em sã consciência pode dizer que não é bom, o episódio onze mesmo foi maravilhoso. Quem sabe futuramente saia um dorama que seja adaptado mais ao pé da letra, já que o tempo de duração de um dorama por episódio é maior.
"adaptado mais ao pé da letra" é quase que uma contradição em termos. Como adaptação, o anime está muito bom. Duvido que qualquer um que conheça o mangá possa dizer o contrário. Só dá para mudar de idéia se fizeram uma grande besteira no último episódio, coisa que duvido.
Realmente, mancada minha! rs
Não digo que a adaptação seja ruim, mas baseado nos seus comentários algumas coisas ficaram de fora, como a personagem que incentivou Sen a tocar bateria, ou, os motivos que levaram a mãe do Kaoru ir embora. Num dorama isso poderia ser mostrado num todo. Já que misturam os acontecimentos quem sabe isso ainda possa vir a acontecer no animê.
Perfeito, a história é maravilhosa, o desenvolvimento com os sentimentos atrelado a música são perfeitos, muito emocionante, e eu como um músico, arrepiei até a alma, lindo demais
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