O correio anda atrasando minhas encomendas, mas, na semana passada, finalmente chegou o meu volume #7 de Hadashi de Bara wo Fume (裸足でバラを踏め). Como das outras vezes, a leitura foi rápida e bem prazerosa. Só que dessa vez o gancho final não me deixou angustiada. Como o mangá é bem óbvio em vários aspectos – e a autora não finge que está fazendo uma obra profunda em nenhum momento – eu meio que já sabia o que iria acontecer... O problema é que o volume #8 da VIZ vai demorar meses para sair... Acho que agora só em outubro. E, bem, o mangá já está na reta final...
No volume #6, Natsuki e Nozomu conseguiram fazer com que todos descobrissem que Sumi era uma moça pobre e que o casamento entre ela e Soichiro tinha sido uma armação para que ele herdasse a fortuna do avô e a presidência da Companhia Ashida. A pior parte, claro, é que o inútil do Eisuke, irmão de Sumi, tinha caído em uma armação de Natsuki e perdido dinheiro da empresa no jogo. Eisuke não titubeia em enganar Sumi e usar o nome da irmã para tentar se livrar da culpa. O resultado é que Natsuki exige a renúncia de Soichiro.
O volume todo foi bem novelão, Soichiro se recusa a renunciar, Sumi se sente culpada e sai de casa e voltar para o cortiço onde morava com as crianças e Eisuke, Nozomu então propõe para Soichiro que ele lhe dê Sumi – assim, como se ele fosse uma mercadoria – e em troca ele o apoiaria para que o rapaz continuasse na presidência. Soichiro recusa, claro! Ele tem consciência de que ama Sumi e quer que seu casamento seja verdadeiro em todos os sentidos. Depois de visitar o avô, que está muito doente, ele decide lutar por Sumi e abandona tudo para morar com ela no cortiço. Obviamente, a vida de miséria é cheia de privações e humilhações, algo muito distante da experiência de Soichiro.
Já Nozomu se deixa invadir pela raiva e se apossa da companhia, arruinando todas as ambições de Natsuki impiedosamente. Fora isso, ele começa a cercar Sumi, até que ela chegue à conclusão que somente ela pode salvar Soichiro da desgraça. Embora a esposa de Nozomu não apareça, ela, ao que parece, continua “internada” e o rapaz tem um diálogo sinistro com seu pai que é questão de tempo e dinheiro a moça ceda o divórcio. Será que Mil volta? Além disso, os dois falam da mãe e da irmã desaparecida de Nozomu...
Enfim, este volume é o mais desprovido de humor da série até agora. Tudo é muito denso, dramático. Talvez seja a fase em que a autora produziu o volume, assoberbada pelos cuidados com sua filha pequena (*há muitos freetalks*). De qualquer forma, Hadashi de Bara wo Fume é melhor quando o dramalhão é tão exagerado que é cômico e, claro, as piadas são boas, também. Este volume foi bom, percebe-se que a história caminha para o fim, mas eu queria mais humor. A série pede isso. ^____^
Hadashi de Bara wo Fume trata-se do único mangá com o esquema “eu compro essa mulher”, que consegue me conquistar. Rinko Ueda construiu muito bem o drama de Soichiro, a questão da chantagem de Nozomu, que compra as terras de toda uma região de Tokyo para poder fazer com que Sumi venha suplicar pela senhoria e pelos seus. Ele é cruel, um psicopata mesmo. Só que aí entra um detalhe que nós sacamos pela leitura desse volume (*SPOILERS*) Sumi e Nozomu devem ser irmãos. Alguém já tinha comentado isso em um post sobre um volume anterior... Não lembro qual.
Soichiro descobre que Sumi era um bebê abandonado, como a maioria das crianças que Eisuke recolhe. As rosas, que ela tanta odeia, tem a ver com o que ocorreu... Só que Sumi não se lembra. Como a história se resolverá? Mesmo que Sumi aceite ser esposa de Nozomu, qualquer coisa que ocorresse entre os dois seria incesto. Pelo perfil da série, não vai rolar mesmo. Eu que acho Nozomu um vilão exageradíssimo, espero que ele morra no final. Só me pergunto se Komai – que está armando para que Sumi e Soichiro fiquem juntos – não sabe qual o segredo? E, claro, ainda há o mistério do incêndio que deixou Soichiro órfão. Enfim, não há nada de excepcional em nisso, a pobreza repentina do herói, a mocinha ter nascido em uma família rica, a identidade secreta. O que faz a diferença é como a autora mistura essa massa de clichês e, bem, Rinko Ueda sabe misturar tudo isso e oferecer um material de qualidade.
Além da história original e um pequeno gaiden sobre Sumi e Eisuke crianças, há uma historinha curta sobre maternidade pulicadas na revista YOU. Foi a primeira que a autora publicou nessa revista adulta e, agora, eu sei bem o que são esses quadrinhos curtos que volta e meia uma ou outra publica na YOU ou outra revista josei. Confesso que gostei muito, pois a autora descontrói aquela visão cor de rosa da maternidade. Há humor (*marca de Rinko Ueda*); ela mostra como as mães sofrem, especialmente quando o marido não ajuda a cuidar do bebê e ainda recrimina a esposa quando ela reclama; há a preocupação com a opinião dos outros (*“Imagina uma mãe dizendo que não está feliz em cuidar de seu bebê? Vai se tornar uma abusadora?”*). Cuidar de um bebê é difícil, e Rinko Ueda mostra várias situações limite, nas quais uma mãe perguntaria se valeu a pena. Bem, "tudo vale a pena se alma não é pequena". Muito bom! Queria ler mais desses quadrinhos sobre maternidade...
2 pessoas comentaram:
Obrigada pela resenha Valéria!
Essa história é novelão ...e eu estou adorando. Se Nozomu não morrer terminará louco...só pode ser.
Essas historinhas da maternidade da Rinko Ueda devem ser legais!
Agora terá de esperar o oitavo volume mesmo...o ver os scans...
me encanta este manga¡
la portada esta muy linda^^
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