A Lina Inverse montou um grupo no Facebook chamado Fãs de Jane Austen do Brasil - Janeites BR. Nesta divertidíssima comunidade, a mulherada (*homens fãs de Austen se apresentem*) fica conversando sobre a autora de Orgulho & Preconceito, mas, também, sobre outros filmes de época e coisas correlatas como os atores que fizeram nossas personagens favoritas. Pois bem, acabei lembrando desse excelente filme Stealing Heaven, chamado aqui no Brasil de Em Nome de Deus.
Eu conheci o filme, um dos meus favoritos, na faculdade. Trata-se de uma filmagem do romance de Marion Meade, que conta a história do amor de Pedro Abelardo, um dos maiores filósofos medievais, e Héloïse d’Argenteuil. Marion Meade não precisou contar muita coisa, já que praticamente tudo estava no Historia Calamitatum do próprio Abelardo, no qual ele publicou as cartas que trocou com Heloïse. É curioso que a moça era considerada por alguns uma invenção literária de Abelardo para defender o estado de castidade para os clérigos, já que Heloïse era culta e inteligente demais, além de independente a ponto de recusar o casamento com o filósofo, porque o choro de crianças não combinava com o estudo e as mamadeiras com os livros. Ela preferia ser amante.
Eu conheci o filme, um dos meus favoritos, na faculdade. Trata-se de uma filmagem do romance de Marion Meade, que conta a história do amor de Pedro Abelardo, um dos maiores filósofos medievais, e Héloïse d’Argenteuil. Marion Meade não precisou contar muita coisa, já que praticamente tudo estava no Historia Calamitatum do próprio Abelardo, no qual ele publicou as cartas que trocou com Heloïse. É curioso que a moça era considerada por alguns uma invenção literária de Abelardo para defender o estado de castidade para os clérigos, já que Heloïse era culta e inteligente demais, além de independente a ponto de recusar o casamento com o filósofo, porque o choro de crianças não combinava com o estudo e as mamadeiras com os livros. Ela preferia ser amante.
Durante muito tempo, Heloïse foi vista como uma invenção de Abelardo. |
Enfim, eu já acreditei que Heloïse fosse um caso único no século XII. Agradeço até hoje à Prof.ª Leila, na época lecionando a disciplina Universidades Medievais, por me alertar de quanto eu estava sendo obtusa. Eu acreditava que mulheres cultas no século XII – talvez em toda a Idade Média – fossem uma exceção, hoje sei que a coisa não é bem por aí. Mesmo sem ser feminista (*ou, pelo menos, não se declarava como tal*), ela me lembrou de que quem vendeu essa imagem das mulheres foram homens, os da época e os historiadores. Indo às fontes a gente percebe a coisa de forma diferente. O conceito de “história do possível”, aprendi depois com a minha orientadora de doutorado, a Prof.ª Tânia Navarro-Swain... Mas, enfim, assistam o filme. É muito bom. Não sei ainda está disponível para baixar, mas é comprável na Livraria Cultura e nas Lojas Americanas. E visitem lá o grupo da Lina. É muito bom papear por lá.
P.S.: Há outro filme que no Brasil se chama Em Nome de Deus, no original The Magdalene Sisters. É excelente, também, eu recomendo. Resenha aqui.
1 pessoas comentaram:
Ouvi falar deles num encontro de Hst Antigae Medieval que teve na minha cidade. Achei a história muito interessante, mas acabei não indo procurar as fontes. Agora q vc me relembrou deles, vou procurar! (tava querendo msm um filme para assistir esse fds) Muito obrigada, Valéria! ^^~
Ah sim! Gostei sobre o conceito de "história do possível". Acho que dá para trabalhar com a Arqueologia. Tem alguma bibligrafia específica que fale desse conceito ou só estudos de caso? Agradeço desde já! ^.~
Postar um comentário