Acabei de voltar do cinema. Finalmente, consegui roubar um tempo para ir ver Jogos Vorazes (Hunger Games). Eu até já tinha me desinteressado, mas os dois posts do site da Lola (1-2) e o vídeo do Feminist Frequency (1-2) me obrigaram a ir ver. Uma estava muito empolgada, a outra tem várias críticas. Aliás, não tenho como fazer essa resenha sem estar dialogando o tempo inteiro com críticas (*aqui a do Thiago Siqueira do Rapaduracast*), podcasts e outros. Afinal, quem mandou demorar tanto para ir assistir? Outra coisa que deve ficar clara é que não li o livro, nem conhecia a série antes do filme. Resultado? Gostei do filme. Não achei nenhuma maravilha, mas se sustenta como filme. E tem o mérito de ter me feito ter vontade de ler o livro. Ele já está no meu Kindle. ^____^ Mas vamos a um resumo básico.
Em um futuro distante (*ou outro planeta*), temos uma sociedade dividida em 12 distritos e uma rica capital. Os distritos são explorados pela capital e os tais Jogos Vorazes (Hunger Games) foram criados como um memorial para recordar uma revolta feita mais de 70 anos atrás. Estamos agora no 74º ano dos jogos e todos os distritos devem oferecer seus “tributos”, isto é, um rapaz e uma moça, entre 12 e 18 anos, para lutarem até a morte em um reality show na capital. Katniss é uma moça de 18 anos (*acho eu*) que mora no 12º Distrito e luta para sobreviver e sustentar a irmãzinha e a mãe, depois da morte do pai. Chega o tempo da “Colheita” – o sorteio mortal – o último de Katniss, mas o primeiro de sua irmã, que está em pânico. Prim, a irmã da heroína é sorteada e Katniss decide se oferecer para lutar (*e morrer*) no lugar dela.
Hunger Games tem uma série de méritos. O primeiro é ter a excelente Jennifer Lawrence como protagonista. Ela é uma das atrizes mais competentes de sua geração e espero que receba todo o reconhecimento e os prêmios que merece em sua carreira. Algo no filme também me lembrou de Inverno na Alma, já que Katniss também é a seu modo o arrimo de família, único apoio de uma irmã pequena e de uma mãe fraca demais para lutar contra as adversidades. O 12º Distrito é visivelmente inspirado naquelas fotos da população miserável durante a Grande Depressão. Pegue fotos como essa e compare. Mas aí começa um dos problemas do filme. Todos parecem muito fracos, famintos, debilitados, enquanto Katniss é bem saudável e até bem vestida para a média. E usa calças em um lugar onde todas as mulheres parecem estar sempre usando saias. Será que perdi alguma coisa? Todas mulheres parecem muito assujeitadas, também, Katniss parece exceção... Outro que parece muito saudável é Gale (Liam Hemsworth, irmãozinho do Thor), amigo e interesse romântico da personagem. A explicação, claro, é que eles caçam clandestinamente para se alimentarem mais, e o rapaz colocou seu nome várias vezes no sorteio para receber uma cota extra de comida. No fim das contas, eles deveriam parecer bonitos e se destacar da multidão. Eu não gosto desse tipo de recurso, mas é o que foi feito.
Outro mérito da série é conseguir convencer com seu futuro distópico. Houve quem dissesse que a realidade do filme não foi convincente, mas eu consegui, sim, sentir toda a repulsa por aquela estrutura de dominação. A capital rica que suga os distritos, a futilidade expressa na maquiagem exagerada, nos altíssimos saltos das mulheres... A funcionária que fazia a ligação com o 12º distrito me lembrou as pinturas de Elizabeth I já na velhice, com suas perucas elaboradas e sua maquiagem pesada para disfarçar a velhice. Tudo muito artificial. A conexão com a Grande Depressão e com os levantes da população negra na África do Sul na cena pós-morte de Rue. Donald Sutherland como o frio Presidente Snow estava perfeito: maquiavélico, cruel, cheio de desprezo pelos mais fracos. A questão da forma como a mídia manipula as pessoas, o reality show que seria a porta para a fama e fartura do vencedor, a forma como as regras eram mudadas para satisfazer os patrocinadores ou conseguir eliminar indesejáveis. Como Katniss questiona os jogos, ela precisa morrer, mas, como é a heroína, ela não pode...
Outra coisa interessante foi a conexão com a Roma Antiga. Os nomes dos habitantes da capital eram todos romanos. Achei até uma referência a Spartacus, pois o treinador de Gladiadores Escravos se chamava Cinna e o sujeito responsável por preparar a aparência dos tributos do Distrito 12 tem o mesmo nome. Afinal, não é isso que Katniss e Peeta são? Escravos? A cena final na qual o apresentador é “convidado” a se matar depois de seu fracasso em cumprir as ordens do Presidente, é bem romana, também. Ao que parece, a autora não cita Roma como uma de suas referências, mas o mito de Teseu. OK, pode até ser, mas acredito que ela bebeu na Roma Antiga direto, seja na questão dos gladiadores, do circo, extrapolado para os nossos modernos realities show, seja nesses pequenos detalhes. Querem ver? Uma das primeiras coisas que fazem com os tributos é limpá-los e arrumá-los. Em Spartacus é a mesma coisa quando os escravos chegam na escola ou quando se preparam para lutar.
Aliás, uma das grandes críticas do filme é à sociedade de espetáculo. Tudo é falso, tudo é controlado, tudo é feito para seduzir. Os jovens, claro, também precisam ser seduzidos, precisam se sentir heróis e heroínas e, não, sacrifícios. Seria mais fácil mandar executar os jovens em memória da revolta, como diz o presidente, mas seria tudo muito rápido, é melhor brincar com a esperança, sem dar muita esperança... Não vou mergulhar nesse detalhe para não dar spoilers. Outra questão que pode ser discutida com este filme é a invenção da tradição. É preciso convencer que ela é fundamental, estruturadora da sociedade e, claro, que sempre esteve lá. No caso de Hunger Games, todos sabem quando a tradição começou, mas é muito importante convencer os subordinados de que ela é importante e mantém todos satisfeitos e convencidos que maior que o sacrifício é a honra de vencer. Isso fica claro no caso dos Distritos 1 e 2 que treinam certos jovens para o combate, dando-lhes melhores condições de vencer e trazer o prêmio para casa. Esses jovens são capazes de tudo, foram adestrados para matar. Hoje, temos um grande esforço midiático para convencer a todos nós que os UFC da vida são espetáculos de exaltação da coragem, da disciplina, da honra, quando, na verdade, são pancadarias promovidas por poderosos patrocinadores. Gladiadores modernos! Sinceramente, quem inventou essa história de que ser gladiador era algo superior e bom? Peeta, companheiro de Distrito de Katniss, sabe que não pode vencer, mas encara o jogo, especialmente a parte midiática muito bem. E isso, bem, é o que vai fazer diferença para ele... Desconfio que, para sobreviver, faz o mesmo... Sim, eu não vi triângulo amoroso, não. Para mim, o coração da heroína se pertence a alguém, pertence ao irmãozinho do Thor.
Depois de assistir ao filme, como já pontuei, vejo várias influências, mas nenhum plágio. Aliás, Hollywood é mestre em copiar coisas, mas Hunger Games não é um desses casos. Senhor das Moscas, Battle Royale, tem pontos de aproximação e afastamento. O Mito de Teseu, por exemplo, não é o único que fala de tributos de guerra, Tristão & Isolda também é assim. O jovem Tristão se oferece como tributo para um combate singular contra o herói da Irlanda para livrar os habitantes da Cornualha de terem que doar moços e moças para seus inimigos. Claro, que os atenienses seriam devorados pelo Minotauro... Senhor das Moscas, por exemplo, mostra crianças se matando em uma ilha, só que eles se matam porque estão entregues à própria sorte, coisa que nunca acontece com os tributos em Hunger Games. No filme, os jovens estão sempre sob as câmeras, observados, adestrados, orientados. Eles matam porque foram treinados ou convencidos de que aquilo era o que deveriam fazer e, não, porque estavam livres das regras sociais ou entregues à própria sorte. Vide a cena em que Katniss é pressionada a beijar Peeta, porque um romance cairia bem para ganhar a simpatia da audiência.
O grande defeito do filme, acredito eu, é estar subordinado a um planejamento de franquia. O final é fraco, pois ele é meio que um anticlímax em relação ao desfecho do Jogo. O Jogo era mortal, precisávamos de um final impactante, mas ele só serviu para introduzir a idéia do “continua”. Poderiam ter usado o recurso dos filmes da Marvel. Terminar com uma cena de impacto, mas definitiva, e, depois dos créditos, uma nova cena para dar a entender que as coisas continuavam. Gostei muito mais de Henger Games do que de Harry Potter e a Pedra Filosofal, só que quando li o livro de Rowling percebi o quanto o filme era próximo do livro. Não sei se acontece o mesmo com Hunger Games, mas como filme, é superior ao primeiro Harry Potter. Mas, claro, os atores de Hunger Games são mais velhos e experientes. O que não salva o menino que faz o Peeta, que é fraquinho ou inexperiente mesmo... Colocassem alguém assim para fazer a Katniss e estaríamos com um filme mediano ou ruim nas mãos.
Pensando na questão das mulheres, é muito bom ter personagens fortes como Katniss oferecidas para os adolescentes, ver um filme com uma menina como protagonista fazendo tanto sucesso, ganhando dinheiro (*que é o que importa para Hollywood... quer dizer, reaformar papéis de gênero e suas "verdades", também importa... *MEDO*). Ela é competente, inteligente, ágil, forte, mas, também, humana. É claro que com um filme curto – e, ao mesmo tempo, longo demais em alguns momentos – é difícil explorar todas as suas nuances, mas eles até que conseguiram fazer isso razoavelmente. O filme também mostra outras personagens femininas fortes, as meninas bem treinadas dos Distritos 1 & 2, a menina ruiva que sobrevive até o final, e Rue. Queria que ela aparecesse mais, até imaginei que a relação dela com Katniss como algo mais longo, talvez começando na fase da preparação, mas não foi assim. Achei muito estranho a garota do Distrito 1 ou 2 torturando Katniss falando sobre a morte de Rue, afinal, todos nós vimos que a menina não morreu daquele jeito... Será que foi uma gafe? Enfim... Outra coisa complicada, assistindo o vídeo do Feminist Frequency, percebi que as únicas duas mortes que realmente são "comemoráveis" são a das meninas dos Distritos 1 & 2. Foi proposital? Porque até Cato, o líder alfa dos jovens treinados para matar, é humanizado (*excelente cena*), no final. De qualquer forma, e isso é o que importa, o filme cumpre bem a Bechdel Rule e se ajudar meninas a praticarem arco e flecha ou assumirem posturas mais assertivas, está ótimo para mim.
É isso. Não acho que foi um texto muito competente esse meu, mas eu gostei do filme, só não o achei fantástico. A estratégia comercial atrapalhou bastante ao transformar o filme em parte de uma trilogia e, não, uma peça que se sustenta sozinha. O filme perdeu impacto no final por causa disso. Por outro lado, também não vejo este filme como um plágio, ou um trabalho sem méritos próprios. Agora, me resta ler o livro de Suzanne Collins e tirar minhas conclusões sobre a obra original. Ah, sim! Stanley Tucci estava uma graça no filme, bem diferente de seus outros papéis. ^____^
30 pessoas comentaram:
Eu posso apenas opinar sobre os livros, pois o filme ainda não estreou onde moro. (acabei assistindo uma daquelas versões de péssima qualidade, gravada por alguém em algum cinema...) Apesar de ter gostado do livro, não é muito superior a Stephenie Meyer(desculpe a comparação), em termos de escrita. Ela comete uns erros gramaticais bem feios, às vezes, e são textos bem simples e, de vez em quando, fica bem infantil (mas é só minha opinião). O que eu não entendo são algumas opiniões que vejo na amazon, por exemplo, sobre os dois interesses românticos da personagem. Na verdade, quando li os livros, não vi um triângulo amoroso, pois só vemos a perspectiva da Katniss, e ela não parece saber que um ou outro a ama. Ela fica tão confusa quando entende isso, que não sabe como responder aos sentimentos dos dois. Os livros dão ênfase a história, ao cenário e não aos romances. Acho que o livro seria mais focado em romance se, por exemplo, fosse escrito pela perspectiva do Peeta.
Mudando de assunto, gostei muito do novo visual do blog, ficou muito bonito! Um abraço.
Obrigada, Falmie.
Você leu os livros em inglês? Pergunto isso, porque estou cansada de ver barbeiragens sendo feitas no processo de tradução/adaptação.
Eu li em inglês mesmo, pois também fico frustrada com as traduções e adaptações, às vezes. O estilo dela é bem simples mesmo. O terceiro livro tem mais erros, talvez ela tivesse um limite de tempo menor pra terminar esse livro, quem sabe?
"não é muito superior a Stephenie Meyer(desculpe a comparação), em termos de escrita. Ela comete uns erros gramaticais bem feios, às vezes, e são textos bem simples e, de vez em quando, fica bem infantil (mas é só minha opinião)."
caramba, discordo completamente. Li os três livros e eles estão muito longe de crepúsculo, inclusive na escrita.
A maneira como a história é narrada é muito interessante, por que há um jeito seco, objetivo, estilo vidas secas. E esse jeito nos introduz a maneira que katniss pensa. Eu achei sensacional.
Logo de início, sem precisar explicar como a personagem pensa, a autora nos da ideia de quem ela é pela maneira que a história é escrita. Apenas isso.
Raquel, eu comprei o livro ontem mesmo. Vou tentar começar a ler neste fim de semana e tirar minhas conclusões, mas a comparação com Crepúsculo me parece forçada.
Desculpe, talves não tenha me expressado muito bem quando comparei uma autora com a outra. Eu disse em termos de escrita, gramática mesmo. Talvez seja proplema com edição ou, até mesmo, digitação, mas as minhas cópias dos três livros tinham muitos erros de gramática, só isso (como o uso de has e have, essas coisinhas). Em termos de história, não tem comparação, claro.
E achei algumas partes infantis, pois... opinião mesmo, mas não acho o livro ruim. Eu gostei muito da história. ;P
Gostei do filme, mas não li os livros. Fiquei com vontade de ler, mas não ao ponto de ir comprar. Estou esperando ficar disponível em alguma biblioteca. O que achei peculiar foi como praticamente todas as pessoas acharam explicito esse triângulo amoroso e criticaram o filme mais por essa parte. Caramba, dá pra notar que os sentimentos não existem de ambos os lados, foi só uma questão estratégica, e que se nota todo o ar forçado nas entrevistas.
Referente a franquia... Está claro que qualquer coisa adolescentes está tentando se vender como o 'novo Harry Potter', mas não dá pra repetir essa façanha já que os livros do Harry Potter nem tinha sonho de terminar quando foi lançado os filmes no cinema, já Jogos vorazes é uma trilogia concluída.
Mas como foi falada, já é uma grande façanha colocarem uma jovem protagonista forte.
Pra corrigir o horrível talvez, que saiu com S no comentário anterior, desculpe. ;x isso foi por criticar a autora por escrever ou digitar errado.
E os sentimentos do Peeta são reais sim, ele é apaixonado por ela desde os cinco anos de idade. O que fica diferente entre o livro e o fime, no final, é que no livro mostra a reação de Peeta quando esse descobre que a Katniss estava fingindo, para poder ganhar o jogo. Não que ele não tenha usado isso pra conseguir sponsors, claro. ;P
Falmie, que ele é apaixonado por ela, é evidente no filme. Eu estou falando dela. Para haver triângulo, é preciso interesse de ambos os lados.
Claro Valéria, mas eu estava me referindo ao comentário da Sthéfani, logo acima do meu. Eu acho que meu comentário anterior concordou com o seu, não foi? ("Na verdade, quando li os livros, não vi um triângulo amoroso, ... ")
Falmie, desculpe, pensei que era com o meu texto...
Falmie, desculpe, pensei que era com o meu texto...
Imagine, eu que faço uma confusão, não sei dar os quotes certos, me enrolo toda com o blogger. Desculpe toda a confusão, gosto muito do seu blog e dos comentários também. Eu sempre deixo passar uma coisa ou várias nos livros e, com suas resenhas e os comentários, acabo entendendo melhor como, por exemplo, a explicação da Raquel, que me fez ver diferente o tipo de narrativa da autora. Obrigada pelo espaço receptivo, e desculpe a bagunça. ;D
Que isso, Falmie! Pode comentar e qualquer coisa a gente se entende. Eu queria outro sistema de comentários, o problema é que todos que tentei acabavam colocando a perder os comentários antigos...
A narração do livro é, como disse Falmie, muito pobre. O livro todo é narrado no presente, e isso é muito estranho. Dá ao livro uma cara de fanfic. Até acostumar com a forma que a autora escreve é muito sofrimento ler. Quase que desisti no inicio.
Eu também não vejo um triangulo amoroso. A Katness não gosta do Peeta e qualquer demostração de amor presente no livro 1 é apenas uma estrategia para ganhar os jogos, como fica esclarecido no fim do livro. Também não consigo ver o Gale como o par da Katness quando ele mal aparece quatro vezes em cada livro, enquanto o Peeta está em quase todos os capítulos. Gosto do Peeta com a Kat e achei que o filme poderia ter mostrado mais o desenvolvimento da relação dos dois - cadê a cena em que Kat dá banho em Peeta?!?!?! -. O "triângulo amoroso" de Hunger Games, nos dois primeiros livros, me lembra muito o de mangás como Hana-Kimi e Hana Yori Dango, em que a garota gosta de um dos rapazes e sente uma amizade tão forte pelo outro ao ponto de não conseguir viver sem ele.
O filme ficou muito parado em algumas partes e muito corrido em outras, não gostei disso. A aliança entre Katness e Rue foi muito rápida, nem deu pra se emocionar com a morte da segunda.
Achei também a Katness do filme fraquinha. Não que a atriz fosse ruim, pelo contrario, só achei ela menos forte e fria que no livro. Sim, Valéria, não acho a Katness uma personagem humana.
Eu acho a relação da Katness com a mãe dela muito parecida com a da Elizabeth e a mãe em Orgulho & Preconceito, essa coisa de amar a mãe mas não aceitar o modo como ela é.
Valéria, se você achou que o final do filme ficou muito aberto, imagine o que você diria se o filme tivesse tido o final do livro...
É isso. Leia Hunger Games que você não vai se arrepender, o livro 2 e 3 são incríveis.
Valéria, eu assisti ao filme no domingo anterior a Páscoa, e como você também não sabia nada da história. Saí do cinema com a impressão exatamente igual a sua. No feriado eu fui viajar e aproveitei para ler os livros da série, consegui comprar o volume 2 e o 3 no aeroporto, e só agora depois de ler os volumes finais que eu estou lendo o primeiro livro da série.
Até agora, REALMENTE NÃO EXISTE triângulo amoroso no começo. Peeta ama Katniss, Katniss é apaixonada (inconscientemente) por Gale, que por sua vez também a ama (ou seja, não é triânguo nenhum, só o coitado do Peeta que está sobrando mesmo). Mas existe uma cena que deveria ter sido melhor trabaçhada no filme: a cena do pão. Eu realmente não entendi nada, e vendo no filme parece até uma grosseria da parte do menino jogar o pão no meio da rua pra Katniss, mas na verdade não é isso que acontece. O livro mostra bem que Peeta, ainda criança, apanhou de sua mãe e se arriscou pra salvar a vida da menina por quem era apaixonado, ou seja Katniss desde o começo tem uma dívida de gratidão com Peeta, e isso contribui muito para que ela se alie com ele na arena.
De resto eu gostei do filme. É um pipoca, tanto o filme quanto os livros não mudam a vida de ninguém, mas eu me diverti muito com os dois. A única coisa que me preocupa um pouquinho, não sei se estou sendo exagerada ou não, é que crianças muito novas já estão obcecadas com esse filme, ele é o novo fenômeno teen. E talvez isso retrate uma geração cada vez mais sedenta por violência... Em faixas etárias um pouco mais altas, o filme pode até levar a reflexões interessantes (como a exploração e manipulação da mídia, diferenças sociais extremas, a falta da liberdade de expressão, a necessidade do público em ver cada vez mais degradação humana e violência na tv...) mas eu tenho medo que os mais novinhos só percebam a parte da pancadaria e fiquem "oooolha que legal! quero ser tributo e enfiar faca nos olhos das pessoas"... enfim, deu pra entender mais ou menos? hehe
Quando eu terminar de ler o livro 1 (creio que hoje mesmo eu já concluo) eu escreverei sobre Hunger Games no meu blog. Quando eu fizer isso passo aqui pra deixar o link.
bjos, Gabi N.
(e eu já disse isso, mas de novo, AMEI o visual novo do blog!)
E eu li os livros em Português, e pensava que era a tradução que estava terrível, porque eu também achei o livro muito mal escrito! Lerei a versão americana, mas pelo jeito é a inexperiência da autora mesmo... Ainda bem que o plot é bom!
Não concordo que o filme poderia ficar só nesse primeiro, afinal aquilo tudo que aconteceu no filme, é só o primeiro livro, então se não houvesse continuação ficaria muito estranho ( assim como fizeram com Eragon ¬¬ , até hoje espero a continuação T.T )
Melani, não defendi que não houvesse continuação. O que eu defendo é que um filme para o cinema não pode partir da premissa que tem que ficar em aberto, porque depois tem mais. Especialmente, quando é o filme 1.
Victor, primeiro você diz que a autora escreve mal e que quase largou, depois me recomenda dizendo que é muito bom?! Como assim?! ^_____^ Independente dos livros, afinal, analisei o filme, Katniss me pareceu muito forte e humana. O livro é outra história. Fosse ficar fazendo comparações, tinha largado de assistir Harry Potter no cinema no filme 4.
Gabi, tudo o que você disse sobre a moda de HG é correto. Tenho medo disso, também. Daí, o comentário sobre a morte da smeninas.
Obrigada por elogiar o blog.
A forma como a autora escreve é muito ruim, sim, e eu quase larguei porque além da autora escrever parecendo uma fanfic o inicio do livro é muito sem graça. Pra mim o livro só começa com os treinamentos para os games, antes disso é uma porcaria, e como você dever ter visto no filme, isso é bem adiante na historia. A narração também parece muito forçada, a Katness toda hora fica falando que não há nada de romântico entre ela e Gale. Se não há nada entre os dois pra quê ficar toda hora comentando?! Katness passa alguns momentos dos livros fazendo comentários, pra mim, completamente desnecessários... Mas a (terrível) narração do livro, não transforma ele em uma historia ruim. Tipo, eu odeio a forma como o Harry Potter é narrado, mas mesmo assim amo a historia. Hunger Games é muito bom, mas a narração é desestimulante. Ponto.
Veja só, eu tenho a mania de largar livros se a narrativa não me pegar logo no inicio. Larguei Orgulho & Preconceito uma três vezes antes de ler até o fim, e hoje é um dos meus livros favoritos.
Eu pessoalmente gostei de como o livro é narrado, sob o ponto de vista da Katniss... Eu achei interessante porque desse modo nós só sabemos o que ela sabe, e temos a visão pessoal dela sobre o que está acontecendo. Por isso o livro tem mais suspense do que o filme, já que nós só vemos as coisas conforme elas vão acontecendo com a Katniss, e isso (pelo menos pra mim) despertou uma ansiedade positiva, por isso achei o livro tão gostoso de ler...
Mas essa é só a minha opinião...
Comecei a ler o livro:
1. Não achoa que a autora escreva mal. No entanto, talvez, não esteja em condições de avaliar a qualidade do inglês que a Collins usa.
2. O livro não me pareceu infantil.
3. Os primeiros capítulos me aprecem fundamentais para que possamos conhecer bem as personagens, coisa que o filme não conseguiu fazer tão bem.
4. O filme colocou somente homens nas minas, contrariando o que a autora diz. No livro, não é "trabalho de homem", é trabalho pesado, cruel, desgastante que pesa sobre tod@s.
5. Eu estou simpatizando com o Peeta...
Oh, que bom que está gostando! Eu gostei bastante, apesar de não ter gostado do estilo da autora. E achei interessante que, no distrito 12, as crianças não começam a trabalhar nas minas até terminarem os estudos (embora os estudos sejam um pouco voltados às minas)
Pois é, todos trabalham pesado para sobreviver, sem distinção de gênero. Eu também escrevi minha opinião sobre os livros no meu lj, ainda acho algumas passagens no livro um pouco infantis para as situações apresentadas, mas é mais mimimi da minha parte. xD
Boa leitura!
Sim, no livro, independentemente do gênero, em todos os distritos todos são submetidos as mesmas tarefas! (Isso é um ponto muito positivo!). Mesmo na Capital, homens e mulheres são igualmente submetidos a modificações corporais e maquiagem. Na história também aparecem outras mulheres fortes, como as vencedoras dos jogos e, mais pra frente, até a própria Prim é retratada como uma personagem forte e madura.
O que me incomodou um pouco foi o fato de que as principais personagens fortes femininas são retratadas como hostis (em especial a Katniss e, mais pra frente, a Johanna...)e fica um pouco naquele preconceito de que mulher forte tem que ser grosseirona e mau-humorada (o que é um preconceito que existe, apesar de não fazer o menor sentido), ao passo que os homens fortes podem ser gentis e delicados. Isso me incomoda um pouco, principalmente no livro 3.
E quanto ao Peeta... eu sou suspeitissima pra comentar. Ele é de longe o meu personagem favorito do livro. Ele é corajoso, bom, íntegro e é sincero com os seus sentimentos (o herói romântico perfeito). Eu gostava muito da Katniss, mas eu ganhei uma certa antipatia pela personagem quando li o livro 3...
E concordo com você, o livro não é infantil. Por isso me preocupa que crianças muitos novas fiquem obcecadas com ele...
E na minha opinião, o fato de a autora não escrever muito bem fica sensível nas partes de ação da arena (em especial no livro 2), porque as vezes não dá nem pra entender direito o que está acontecendo... Mas as vezes isso foi intencional, pra mostrar a confusão do momento.
Detalhe é que eu saí do filme detestando o Peeta... Eu pensava que ele estava apenas usando a Katniss, eu não confiava nele de forma alguma. Mas ele me conquistou TOTALMENTE nos livros. Ele é completamente adorável!
Hum, só posso falar pelo filmes que acabei de assistir. Acho que ele poderia deixar muita gente pensando horas sobre o poder da mídia, sobre a inversão de valores da nossa sociedade, sobre o fim justificar os meios, sobre nossa falta de consciência e de engajamento, etc etc etc. Só que tudo foi tão mal colocado que só leio as pessoas falando sobre o "triângulo amoroso" e sobre o desconforto de ver crianças matando e morrendo. Há detalhes técnicos que também me desagradam (tenho vertigens com cenas tremidas e filmadas em primeira pessoa).
Bom, não preciso dizer que é a Katniss quem carrega o filme nas costas, mas confesso que a minha admiração por ela foi se esvaindo à medida em que ela se rende ao jogo. Entretanto, aconteceu o oposto com o Peeta pelo motivo contrário.
Olá, Valéria
Li as resenhas postadas sobre a saga e adorei!!!! Você é uma escritora talentosa e uma crítica afiada. ;)
Estava na dúvida se deveria ler os livros. Agora, tenho certeza de que devo fazer isso. Obrigada.
Cheiros
Obrigada, Jô. Eu realmente gostei dos livros. Acho que valem a leitura e torço para que as adaptações sejam boas até o final.
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