quinta-feira, 22 de março de 2012

Comentando Hadashi de Bara wo Fume - Volume 4



Faz uma semana que terminei de ler o 4º volume de Hadashi de Bara wo Fume (裸足でバラを踏め), de Rinko Ueda. Só que mergulhei em Downton Abbey (*e só falta metade do especial de Natal*) e tive várias coisas para fazer, daí, a resenha foi protelada. Hadashi de Bara wo Fume é viciante. Eu li 4 volumes em dois dias. E não mudo uma palavra do que escrevi na semana passada, trata-se de uma série bem clichê, assumidamente um novelão melodramático. Mas é importante ver que a autora sabe disso, comenta sobre isso nos seus free-talks e parece se divertir. Isso pesa a favor dela, afinal, ninguém está pegando para ler uma obra que finge ser um material sério. Como escrevi antes, Hadashi de Bara wo Fume não é para qualquer um, é para quem não tem vergonha de dizer aquela frase mágica “é ruim, mas eu gosto”. Eu já passei da idade de tentar me enganar sobre essas coisas, então, mal posso esperar a chegada dos volumes 5 e 6 da série. ^____^

No meu primeiro texto, tentei comentar três volumes e isso nunca é bom. Dois é até razoável, mas quando se tenta resenhar três de uma vez, muita coisa pode se perder. Se você está lendo esta resenha não se importa com spoilers, então, vou poder comentar alguns detalhes a mais, coisas que eu pulei da outra vez. Enfim, Souchiro, o marido da protagonista, tem um passado sofrido, mas é preciso especificar algumas coisas. Ele é filho bastardo e foi adotado pelo pai quando este se casou. A madrasta o odeia, a família dela o despreza, e, quando criança, ele tinha que dormir na ala dos empregados. Deve ser por isso que ele é tão cioso de se comportar como alguém que tem pedigree, que fique indignado quando Sumi se comporte como a pobretona que é. O pai era conivente com os maus tratos e somente Komai se preocupava com ele. Seu avô também gostava dele e o elogiava, mas era sempre lembrado que o herdeiro deveria ser o garoto nascido do matrimônio legítimo. Sentiram o dramalhão?

Mas eis que a mansão dos Ashida pega fogo. Soichiro se salva graças à Komai e por estar na ala dos empregados, só que todos na família da madrasta e muitos na sua família, dizem que ele foi o incendiário. Por isso não havia ninguém da família no casamento com Sumi. Este também é o motivo do desprezo e da desconfiança que todos na empresa parecem ter em relação a ele. O drama de Souchiro, seu problema com o fogo, seus pesadelos, o desprezo do clã, fazem com que a protagonista fique cada vez mais próxima dele. Já vimos esse filme antes, certo? O moço raivoso está caidinho por ela, mas não consegue manter seus nervos no lugar e age de forma grosseira às vezes. E, claro, o casamento branco dos dois está por um fio.

Nesse volume 4, o primo do mal e altamente inteligente (*ele tem aqueles olhinhos apertados e usa óculos*), Natsuki, planta uma maid espiã-sedutora-bandida-lindíssima na casa de Soichiro. Apesar de saber que é um presente de grego, o rapaz fica com ela. Como Souchiro é altamente inteligente, ele pode estar tramando alguma coisa com Komai, só que, claro, nesse interim, nós, leitores, ficamos na expectativa. Komai quer manda-la embora. A maid conquista Sumi e, ao mesmo tempo, faz com que ela se sinta uma idiota, incompetente. A maid segue Sumi e Komai quando eles vão visitar as crianças e, por muito pouco, o segredo de Sumi não é descoberto por Natsuki. Komai e Soichiro são mais rápidos.

Nesse volume, também, a maid tenta seduzir Komai e, depois, incriminá-lo por tentar violenta-la. O rapaz declara em alto e bom som que o único amor de sua vida é o patrão (*será que há fanarts BL?*). A maid do mal tenta seduzir o patrão (*pula pelada na banheira com ele*), tenta envenená-lo (*e culpar Sumi pela comida ruim*), e, no final, consegue que Komai vá embora. Sinceramente? Acho que é um plano de Souchiro e Komai. Será que o volume 5 ainda chega esta semana?

Enquanto isso, Nozomu mostra cada vez mais os sinais de seu desequilíbrio mental. Não consuma o casamento com a esposa, Miu, que termina por descobrir que ele ama Sumi. Não queria que Miu também se tornasse uma criatura vingativa, mas seguindo o esquema clichê, acredito que ela vá ter sua parte nas maldades dos próximos capítulos. Natsuki logo percebe que as intenções de Nozomu não são as melhores, e que há algo de muito errado na relação entre ele e Souchiro e Sumi. Certamente, o volume 5 vai ferver.

Hadashi de Bara wo Fume é desavergonhadamente clichê, melodramático, cheio de tensão sexual, e situações bem rasteiras e não tem nada de feminista ou algo do gênero, que fique claro. É como um romance Harlequin (*ruim*) em formato mangá. Só que ele me fisgou. ^____^ A série é divertida e a gente fica querendo ver até aonde vai a cara de pau da autora. Estou curiosa, também, para saber como a Ueda se vira fazendo mangá para a YOU. Porque, bem, é a revista josei mais tradicional e não é o local para publicação de steamy shoujo, o público da revista é bem mais exigente. Aliás, uma das cosias divertidas dos volumes de Hadashi de Bara wo Fume é ler os free-talks. Não somente pelo que a autora diz do mangá, mas porque ela estava empolgadíssima com o mangá Super Express☆Hiyokko (超特急☆雏). Uma graça ler as reflexões da Rinko Ueda. :) Próxima resenha é de Downton Abbey, eu prometo.

2 pessoas comentaram:

Eu não tenho vergonha de dizer: "é ruim mas eu gosto" ^^. Estou adorando acompanhar as resenhas e parece mesmo um novelão. Estou lendo também. Mesmo sendo um psyco...eu gosto do Nozomu...tenho problemas.
Estou curiosa com o capítulo final que saiu...mas vou me segurar.

Valéria, não sei se vc vai lembrar disso, mas no e-mail que eu mandei pro shoujocast do "é ruim mas eu gosto" eu falei exatamente desse mangá! Essa série é como vc disse, um dramalhão desavergonhado e é péssima! Mas eu não posso negar que passei horas deliciosas lendo! Por falar nisso, preciso retomar a série... Ela me fisgou ano passado e eu li sem parar até onde os volumes tinham sido lançados e ainda fui ver capítulos novos na internet, só parei quando acabaram os scans. Em compensação, nunca retomei. Corrigirei isso assim que tiver tempo ^^
(E muito tempo... da última vez fiz a bobagem de ler em uma semana de provas. Nem preciso dizer que não consegui estudar nada, né? hehe)
Gabi N.

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