Consegui assistir A Bela e a Fera (Beauty and the Beast) hoje, antes de vir para o trabalho (*estou esperando para uma reunião daqui a pouco*). Eu não tinha visto esse desenho da Disney na tela grande em 1991. Lembro que queria muito, mas só passei a assistir os desenhos da Disney no cinema a partir do Rei Leão. Queria poder ter assistido o desenho convencional, sem a adesão do 3D, mas falo isso daqui a pouco. Fiquei muito contente em poder ter visto, achava que não iria conseguir, mais uma vez... E sou grata ao meu marido que fez o sacrifício (para ele é mesmo) de ir comigo. Acho que, agora, consigo dirigir sozinha até o Shopping Pier 21 caso necessário. Enfim, mas pensando bem, apesar da emoção, da satisfação, pagar (caro) pelo 3D não foi um bom negócio. Eu não pretendo passar pela experiência outra vez, é um acréscimo desnecessário, por assim dizer.
Continuo amando A Bela e a Fera, assim como gosto de outros produtos da Disney. Continuo achando o apuro visual excelente para a época, mas muito pouco evoluído em relação ao que eu considero o melhor exemplo da técnica e da arte da Disney na área, A Bela Adormecida. Nesse aspecto, acredito que o Rei Leão caminhou muito mais e é um espetáculo visual muito superior à Bela e a Fera. Só que A Bela e a Fera não me causa a irritação, porque não toca de forma displicente ou leviana em nenhuma questão grave, como as hierarquias, as diferenças raciais e a homossexualidade. Fiz uma resenha do Rei Leão, para quem tiver interesse.
A Bela e a Fera é um desenho infantil e isso fica mais evidente quanto mais velha eu fico. Ele não é em camadas, por assim dizer, tudo é muito evidente: o deslocamento de Bela em relação à população da vilazinha; o aprendizado da Fera até que se torne digno de se tornar “ser humano” outra vez e ficar com a mocinha; que a beleza engana e, por isso, Gaston não é melhor que a Fera, e por aí vai. Ainda que propositalmente sensual em alguns momentos (*atentem para as trigêmeas*) e exista uma tensão sexual entre a Bela e a Fera, tudo é muito superficial.
Sobre o 3D, ele foi muito mais evidente que em O Rei Leão. Só que tudo em A Bela e a Fera é muito bidimensional, assim, na maioria das cenas com pessoas é como se várias camadas de personagens de papelão ficassem superpostas. O efeito não é bonito, tampouco harmonioso. Algumas cenas, claro, ficaram interessantes, como a transformação da Fera (*que ficou lindíssima*), a cena da dança, ou quando o lustre desce na música You’re Guest. Em outras, como nas cenas de vitrais ou paisagens, o efeito foi do bonito ao exagerado.
O 3D é uma jogada econômica, um acréscimo desnecessário. Não considero heresia, ou nada assim, aliás, eu gosto de filmes colorizados, foi assim que vi a primeira vez Jezebel e Casablanca, por exemplo, mas, ao contrário da cor, o 3D pode atrapalhar. E nem acho que é questão de técnica. A Bela e a Fera é 2D, a conversão não ofereceu nada a mais e atrapalhou em várias cenas.
O 3D é uma jogada econômica, um acréscimo desnecessário. Não considero heresia, ou nada assim, aliás, eu gosto de filmes colorizados, foi assim que vi a primeira vez Jezebel e Casablanca, por exemplo, mas, ao contrário da cor, o 3D pode atrapalhar. E nem acho que é questão de técnica. A Bela e a Fera é 2D, a conversão não ofereceu nada a mais e atrapalhou em várias cenas.
Se A Bela Adormecida é meu desenho favorito e Felipe (*aliás, nome do cavalo em A Bela e a Fera*) o meu príncipe favorito, Bela é a minha princesa da Disney do coração. Gosto dela, ainda que nessa revisitação ao desenho na tela grande, ela tenha me parecido muito infantil e pouco sensata em alguns momentos, como na ida até a Ala Oeste. De qualquer forma, ao salvar o príncipe, ela conquistou um espaço especial entre as personagens da Disney, ainda que muito distante de uma heroína feminista.
Mulan, que veio depois, chega a raspar, mas o contexto era outro e a chinesinha termina rejeitando um cargo no governo e voltando para casa. O problema é que, para a Disney, o destino de todas as princesas é o casamento. Umas largam tudo, como Ariel, umas são escolhidas, caso da Branca de Neve, e poucas, como Bela, escolhem, e escolhem bem. Engraçado é que eu termino o desenho sempre desejando que ela ficasse com a Fera mesmo. Aprendemos a gostar dele e, bem, eu nem me importo se ele vira príncipe, ou não, no final.
Mulan, que veio depois, chega a raspar, mas o contexto era outro e a chinesinha termina rejeitando um cargo no governo e voltando para casa. O problema é que, para a Disney, o destino de todas as princesas é o casamento. Umas largam tudo, como Ariel, umas são escolhidas, caso da Branca de Neve, e poucas, como Bela, escolhem, e escolhem bem. Engraçado é que eu termino o desenho sempre desejando que ela ficasse com a Fera mesmo. Aprendemos a gostar dele e, bem, eu nem me importo se ele vira príncipe, ou não, no final.
De resto, eu passei a gostar mais do musical. Queria mesmo que uma das músicas da Fera, "If I can’t Love Her", fosse incluída. É chato que nenhuma cena extra tenha aparecido, que a mudança seja somente o 3D. Acho, também, que o musical da Broadway é mais emocionante, e resolve melhor certas questões, não todas, verdade, porque é muito mais lógico que Gaston prenda Bela e seu pai no porão do que os deixe livres para ajudar a Fera. Mas o fato é que o musical me toca mais.
No entanto, A Bela e a Fera não foi indicado ao Oscar de melhor filme por nada. É, sim, um belo exemplo do que o Estúdio pode fazer, representou um avanço em termos de roteiro e animação, antecipando um espetáculo superior, o Rei Leão. Pena que tenha que ser em 3D. Acreditem, a nova tecnologia não ajuda em nada, não enriquece em nada, mas aumenta os lucros e parece ser tudo o que importa. Ah, sim! E teve um curta de Enrolados de bônus... Bobinho, mas simpático. E, claro, 3D de verdade, como deve ser. ^____^
No entanto, A Bela e a Fera não foi indicado ao Oscar de melhor filme por nada. É, sim, um belo exemplo do que o Estúdio pode fazer, representou um avanço em termos de roteiro e animação, antecipando um espetáculo superior, o Rei Leão. Pena que tenha que ser em 3D. Acreditem, a nova tecnologia não ajuda em nada, não enriquece em nada, mas aumenta os lucros e parece ser tudo o que importa. Ah, sim! E teve um curta de Enrolados de bônus... Bobinho, mas simpático. E, claro, 3D de verdade, como deve ser. ^____^
2 pessoas comentaram:
Eu assisti no cinema na época...e agora. Aliás, foi o primeiro filme que assisti no cinema que eu lembro de ter me marcado a minha infância...tenho um carinho por ele.
Achei que o 3D não fez realmente muita diferença, fora que, em algumas cenas, eu acabava ficando meio zonza. O efeito do 3D ficou melhor em "O Rei Leão".
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