terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Comentando Os Homens que não Amavam as Mulheres



Sexta-feira passada fui assistir a adaptação para o cinema do primeiro livro da trilogia do Milênio de Stieg Larsson, chamado aqui no Brasil de Os Homens que não Amavam as Mulheres. Curiosamente, como a minha amiga Lina Inverse bem observou, é um título bem equivocado. Afinal, o original sueco "Män som hatar kvinnor" deveria ser traduzido como ficou em Portugal "Os Homens que odiavam as Mulheres". Afinal, "não amar", não quer dizer "odiar", não é mesmo? Eu, particularmente, não ficaria chateada se dessem uma versão para o título em inglês – The Girl with the Dragon Tattoo – pois a protagonista, para mim, é Lisbeth, ainda que no cartaz tenham privilegiado a personagem masculina (*Por que será, ein?*), Mikael Blomkvist, interpretada por Daniel Craig. Mas vamos adiantar essa conversa, pois preciso comentar o filme.

Já tinham me perguntado no Formspring se eu conhecia e tinha lido os livros de Stieg Larsson, não, eu não li. Nem assisti o filme sueco, a primeira adaptação da obra para o cinema. Mas as duas tarefas serão executadas em breve. Não conhecia detalhes maiores do filme, mas já tinha lido alguma coisa sobre a personagem de Lisbeth Salander, interpretada na versão americana brilhantemente por Rooney Mara, que ganhou indicação ao Oscar por isso. O básico da história é o seguinte, Mikael Blomkvist é um jornalista investigativo que faz uma bombástica matéria sobre um mega-especulador sueco e, por não conseguir provar o que disse, é condenado a pagar pesada indenização, passar algum tempo na prisão e ainda compromete a revista onde trabalha, a Millenium. Sabe, aquelas coisas que certa revista semanal faz por aqui e dá em nada? Pois é, na Suécia não é assim, não. Acusou, tem que provar. Já Lisbeth é uma hacker que trabalha para uma empresa que investiga pessoas e empresas. Seu trabalho poderia facilmente ser considerado ilegal, mas ela é brilhante. A moça é considerada incapaz pelo Estado e é tutelada por ele, podendo, a qualquer momento ser levada para o sanatório, onde já passou vários anos.

Blomkvist é tirado do fundo do poço pela proposta de um octogenário mega-empresário, Hendrik Vanger (Christopher Plummer), que por traz da desculpa de escrever sua biografia, deseja que o jornalista investigue o sumiço de sua sobrinha neta. A moça, Harriet, tinha 16 anos e desapareceu sem deixar vestígios da ilha da família. Hendrik crê que ela esteja morta e que seu assassino seja alguém da família. A família Vanger é totalmente disfuncional, boa parte dos parentes, que moram na tal ilha, não se falam e mesmo se odeiam. Com direito a dois nazistas militantes, um deles o avô da própria Harriet. Anualmente, em seu aniversário, o velho recebe um quadro com uma flor seca, como Harriet costumava fazer. Para ele, quem está por trás disso é o assassino. Blomkvist só foi contratado, porque Lisbeth fez um dossiê sobre ele. Mais tarde, ele precisará da ajuda da moça para tentar desvendar não somente o sumiço de Harriet, mas, também, conseguir descobrir quem foi o assassino que vêm matando mulheres há décadas na Suécia.

Os Homens que não Amavam as Mulheres é um filme satisfatório. Conseguiu me proporcionar alguns momentos de tensão e repulsa, especialmente nas duas cenas particularmente violentas de estupro (*há mais duas*). Na verdade, não imaginava que o filme americano pudesse ser tão violento. Por curiosidade, peguei o filme sueco e vi que ele pega muito mais leve. O mistério em si é bem clichê, trata-se da velha história do quarto fechado, usada exaustivamente em romances policiais desde sempre. A diferença é a forma inteligente como algumas questões são introduzidas, como o talento investigativo das personagens. Pois é isso que distingue um detetive, a capacidade de ver aquilo que escapa aos olhos do leigo. Como já disse Sherlock Holmes "Você vê, mas não observa". Blomkvist é perito observador, assim como Lisbeth, que tem memória fotográfica. No mais, eu não me importo com clichês, nem sou tão inteligente assim (*acho*) para matar em uma cena só, quem é o assassino.

A única coisa que eu sabia desde o início é que o gatinho ia morrer, porque sempre matam o gato do protagonista. Sempre! Não lembro de terem matado cachorros em filmes. Vocês lembram de algum? Agora, um clichê cansativo, e que está no filme, é aquela coisa do vilão ficar detalhando como matou ou deixou de matar só para dar tempo da cavalaria chegar. Todo psicopata é boca mole assim? Duvido! Mas, como quem vem ao salvamento é Lisbeth, eu não me importo. Ela já se tornou uma das minhas personagens favoritas. ^___^ De resto, achei o filme muito longo, mais de duas horas e meia, e que os protagonistas demoraram muito para se encontrar. Muito mesmo! Só por conta disso, ele perdeu uma estrelinha das dez. Outra coisa que incomoda é que, após desvendado o sumiço de Harriet, o filme prossegue por mais 20 minutos. Essa parte é importante? Sim e não. Depois da seqüência de cenas eletrizantes da solução do mistério, esse resto de filme foi meio anti-climático. Ou, assim, eu senti.

Focando em Lisbeth, eu a considero uma personagem feminista. Ela é inteligente, independente, não tem medo de homem algum, e resolve seus problemas e os dos outros. Violenta? Disfuncional? Certamente, e isso se expressa em seu visual alternativo, na vontade de chocar. Os motivos de Lisbeth não ficaram claros, mas alguma coisa é dita sobre seu passado ao longo da película. No início, quando ela perde seu tutor e amigo, e é colocada sobre a responsabilidade de um funcionário abusivo, um estuprador, ela parece frágil, mas logo, tal impressão é desfeita. E o tutor, de quem a moça se vinga exemplarmente, é o tipo de sujeito que deve proliferar em estruturas burocratizadas. Ele tem poder sobre pessoas e abusa delas, mas não contava encontrar Lisbeth pela frente...

De resto, me incomodou muito o romance de Lisbeth com Mikael. Vejam bem, a moça parece ter aversão por homens, ou, pelo menos, por homens abusivos e autoritários. Mikael não é nada disso, claro. Lisbeth é mostrada fazendo sexo com uma mulher e, mais tarde, do nada, ela leva Mikael para cama. A iniciativa é dela, imaginei eu que a situação fosse se desenrolar de forma bem subversiva, com a moça querendo somente sexo e o jornalista, de repente, ficando caído por ela. Qual nada! Lisbeth se apaixona por Mikael sem aparente motivo a ponto de achar que tem um futuro com ele. O final foi bem não-hollywoodiano no caso do romance dos dois, mas eu, se fosse a autora, jamais teria iniciado o caso que não teve função alguma a não ser debilitar a personagem de Lisbeth e, talvez, colocar mais algumas cenas de sexo no filme. Menos uma estrelinha aqui. Ah, sim! O filme cumpre a Bechdel Rule? Só parcialmente. Não lembro de nanhuma conversa significativa entre mulheres no filme.

Mesmo com as críticas, recomendo Os Homens que não Amavam as Mulheres. O filme tem mais méritos que defeitos: um bom mistério, interpretações consistentes, drama, suspense, violência... está tudo lá, em doses mais ou menos equilibradas. Até acho as cinco indicações ao Oscar um tanto exageradas (atriz, fotografia, montagem, edição de som, mixagem de som), se bem que são todas indicações técnicas, menos a justa indicação de Rooney Mara pelo papel de Lisbeth Salander. E ele me fez ter vontade de ler o livro, isso é importante em uma adaptação. Por exemplo, quando assisti Cowboys & Aliens, com o mesmo Daniel Craig, não tive nenhuma vontade de ler o quadrinho. Achei muito significativo que o filme se passe na Suécia, já que americanos tendem a tentar levar a ação para o seu próprio país. De resto, ainda temos o pai do Alexander Skarsgård, o Eric de True Blood, Stellan Skarsgård fazendo o irmão de Harriet. Fiquei olhando para o rosto dele e até localizei algo do filho. Ridículo, eu sei, mas eu fiz mesmo, e daí? Enfim, Os Homens que não Amavam as Mulheres é bem na linha "as aparências enganam", afinal, o tio velho nazista é um fofo e o povo é que não vai visitá-lo. ^___^

11 pessoas comentaram:

Olá! Sou uma leitora frequente do blog, não sou do tipo que comenta... Mas hoje me senti impulsionada a fazê-lo.
Os Homens que não amavam as mulheres é uma trilogia best seller que deveria fazer parte de uma coleção de 10 livros que infelizmente não foram finalizados por Stieg Larsson antes de sua morte.
Eu fiz o inverso: li a trilogia, vi os três filmes suecos e agora estou relutante em ver a versão americana. Pelo que vi de seu comentário, aparece até um gato no filme. Não é o tipo de coisa que o Blomkvist teria em casa, nem no filme sueco ou no livro... Mas estamos falando de adaptações. Quando dizem que vão fazer um filme baseado num livro lembro de um professor de Letras que me disse o seguinte: "Um livro é completamente diferente de um filme. São duas visões, como duas pessoas distintas contando sobre uma história que presenciaram. O filme tem sim o direito de modificar como também tem o direito de ser fiel ao livro. Mas, convenhamos, "traduzir" 500 páginas de um livro em 2 horas é um trabalho para poucos. Então, na próxima vez em que for julgar filme baseado em livro, julgue-o por ser convincente e não por semelhança".
O filme sueco não me pareceu nada fraco, pelo contrário, foi um dos filmes de que mais gostei, pelo fato de ter conseguido se ater ao livro divinamente. Pelo que me parece, o filme americano será uma nova versão. :)
Quanto ao relacionamento da Lisbeth com o Blomkvist no filme, foi necessário. Aconteceu dessa forma mesmo, no livro. Tenho minhas especulações, mas só posso comentar quando ler os três livros (para não ser um spoiler).
Queria comentar muito mais, mas acho que esse monólogo já está excessivamente longo.XD
No mais, queria lhe parabenizar pelo blog. Muito obrigada, passei a ler mangás maravilhosos por sua causa. Parabéns! ;D

Nat

Igual a Alice eu leio sempre mas não comentei ainda, mas quero faze-lo agora.

Alice o Mikael não tem necessariamente um gato, mas quanto ele esta na casa de hospedes dos Vanger tem um gato que sempre vai lá e entra para se esquentar e que acaba morto. Já li os três livros e os filmes suecos, o segundo filme peca no quesito fidelidade, mas é bom.
O romance da Lisbeth tem um motivo na trilogia e no caso do Mikael sendo do sexo oposto e estiver afim de sexo ele topa, ele pega praticamente todas na trilogia, meu herói.

Já a Lisbeth se tornou meu personagem preferido na trama toda.

Também nunca li os livros e achei o começo um pouco lento e o final meio corrido, mas gostei. Espero que tenha as continuações, e pretendo comprar os livros (vi no submarino o box da trilogia por 59 reais, a qualidade das páginas é ótima apesar de não ter orelhas)
Outra coisa que adorei foi a abertura do filme, se existisse um oscar para isso ele merecia ganhar!

Concordo com todas as suas críticas, Valéria. Eu só acrescentaria duas coisas:
1) A trilha sonora é MUITO boa! Eu, que sou uma besta quadrada pra isso, prestei muita atenção às músicas - um capítulo à parte no filme.

2) Eu achei o filme EXTREMAMENTE machista, tanto que chegou a me incomodar a maior parte do tempo. Primeiro a fixação do autor por estupros (se bem que houve um motivo para isso, li numa entrevista); segundo, a Lisbeth é o protótipo da "mulher forte" na visão de um homem machista, ou seja, é uma mulher que gosta de tudo o que um homem heterossexual "padrão" admira (estilo lobo solitário, amante de computadores, um pé no lesbianismo, violência física, uma certa aversão a se comunicar com palavras, andar de motocicleta em alta velocidade, etc.) - note que na única cena em que ela mostra um comportamento mais "feminino" (quando ela se permite gostar do Blomkvist) ela é mal sucedida. Acho que o filme por pouco não cai num caldeirão de clichês, só se salvou pela atuação impecável da Rooney Mara e por Lisbeth não ter sido mostrada como uma gostosa.

Devil

Desculpe, mas acho quem ta caindo em cliches é vc.

Eu conheço muitas mulheres que se enquadram nesses gostos que vc citou e nem por isso deixam de ser "femininas".

Achar que existem padrões especificos para cada genero tb é uma forma de sexismo.

Tô querendo muito ver esse flme: tem cara de ser um excelente suspense. Mas, confesso, estou com medo justamente das tais cenas de estupro, que já havia lido em outro lugar que eram bem pesadas. Acho que vou acabar esperando o DVD: assim, dá pra pular.

Douglas, nossa! Eu tinha esquecido do gato na propriedade dos Vanger!
Realmente, o segundo filme difere um pouco do livro... Mas é como eu disse: releituras. :)
Haha, Blomkvist me irrita, mas o adoro.
A heroína da trilogia é a Lisbeth. É isso que me irrita nesse filme americano: o enfoque 90% em cima do Blomkvist. Mas...

Então, Devil, eu já acho a Lisbeth bem feminina. Ela não precisa fazer nada feminino para ser mulher, tem um quê de "posse" de si. Não sei como é o final do filme americano, mas no sueco (e o que falarei não é spoiler, não afeta em nada) ela se veste "feito uma mulher" salto, saia, cabelo. E foi mais feminina que muitas. Não é a aparência e o gostar de coisas consideradas masculinas que contam. :)
Ao meu ver, ela é dessa forma porque mostra que tem tanta força e garra quanto um homem, pé no lesbianismo por causa do passado e de não se importar com o sexo de quem gosta... Você pode ver como um clichê, mas eu vejo como uma mulher forte, sim, e dona de si.
O filme é extremamente machista porque o livro tem isso. O título já é um sinal, oras. É uma mulher tentando defender outras que não conseguiram se defender. Antes de cada capítulo o Stieg Larsson colocava uma estatística, verdadeira, sobre violência sexual na Suécia. Querendo ou não, é um índice elevado e ele resolveu escrever FOCANDO nisso. Mulheres que apanham, que são estupradas, vendidas, negadas pela sociedade. Entende? A Lisbeth tinha que ser uma mulher "forte" nesse padrão porque ela chegou a passar por tudo isso. Ela se veste feito uma punk/gótica para chocar, é sua armadura. O resto (loba solitária, amante de computadores e tudo mais) é da personalidade dela.
Enfim.

Alguns comentários:
1. Não li os livros, na verdade, comecei o primeiro, mas o jornalista e Lisbeth são ambos protagonistas. Apesar do poster, que eu comentei na review, não há dominância da personagem masculina e vejam que o próprio livro abre com o Mikael Blomkvist e, não, com a Lisbeth. Agora, a personagem que mais se destaca é a Lisbeth e a atriz foi premiada por causa disso.
2. Agora comentando diretamente o que Devil Inside disse:2) Eu achei o filme EXTREMAMENTE machista, tanto que chegou a me incomodar a maior parte do tempo. Primeiro a fixação do autor por estupros (se bem que houve um motivo para isso, li numa entrevista); segundo, a Lisbeth é o protótipo da "mulher forte" na visão de um homem machista, ou seja, é uma mulher que gosta de tudo o que um homem heterossexual "padrão" admira (estilo lobo solitário, amante de computadores, um pé no lesbianismo, violência física, uma certa aversão a se comunicar com palavras, andar de motocicleta em alta velocidade, etc.) - note que na única cena em que ela mostra um comportamento mais "feminino" (quando ela se permite gostar do Blomkvist) ela é mal sucedida. Acho que o filme por pouco não cai num caldeirão de clichês, só se salvou pela atuação impecável da Rooney Mara e por Lisbeth não ter sido mostrada como uma gostosa.Eu não achei o filme machista, pelo menos, não, EXTREMAMENTE machista. E, sim, Lisbeth é uma mulher forte. A não ser que você parta do princípio que não existem mulheres fortes, que não gostemos de computador (*o que eu estou fazendo aqui mantendo esse blog, gente?!*), ou existam mulheres especialistas em informática, ou que mulheres com visual punk e outros só fazem isso para agradar os namorados, etc., há um problema na sua análise. Peço que olhe as mulheres ao seu redor. Outra coisa, pessoas – homens e/ou mulheres – especialmente quando foram submetidas à traumas, abusos, podem, sim, se comunicarem "por poucas palavras". Lisbeth – e eu já dei uma observada no que se comentam dos livros, comeu o pão que o diabo amassou e sobreviveu. Tanto que ela não vai aceitar o serviço de investigação por causa de Blomkvist, mas para vingar as mulheres. Só os homens podem fazê-lo? Serem vingadores, agentes da justiça? Quanto às motos, seu comentário me fez lembrar de um seriado antigo (*e ruim*), o justiceiro. Um belo dia, aparece na história uma mulher lindíssima (*não a Lisbeth*) com uma moto envenenada. Lá pelas tantas, conversando com o protagonista, ele diz algo como "Seu pai era um excelente motociclista, blá-blá-blá. Ele deve se sentir orgulhoso por você.", ao que a moça responde "Não! Para meu pai, mulheres só serviam para sentar na garupa das motos, com roupas justas e decotes, para servir de adereço". Pois é, não vejo qual o problema em Lisbeth – no filme, não li o livro – gostar de motos, de velocidade, de computadores. Onde está escrito que isso é "coisa de homem"? Tatuagens, roupas e visual alternativo, idem. Lisbeth,eu diria, tem personalidade. A paixonite dela pelo Blomkvist é um problema, de resto, acho que você viu coisas que eu não vejo e discordo mesmo.

Depois de duas semanas sem internet (pc tava no conserto)resolvi dar uma olhada no meu facebook hoje pela manhã. "Curti" Os homens que não amavam as mulheres e vi que você tinha curtido o filme também. CORRI PRA CÁ PORQUE TINHA CERTEZA QUE VOCÊ TINHA FEITO UMA ÓTIMA RESENHA sobre o filme e lógico que não me enganei.
Fui ver Milleniun por ver e saí do cinema surpreso. Lisbeth é uma personagem maravilhosa. Conhecê-la foi um presente mesmo! Soube que é a primeira vez de Rooney Mara no cinema e ela já chega arrasando. Não vi a adaptação sueca e não sei como foi a interpretação da atriz que fez a Lisbeth, mas Rooney Mara já começa ganhando por ter uma aparência muito mais impactante. Ela transborda sensibilidade e agressividade só no seu visual! De resto, o mistério do filme é bacana, a família presente no filme é cheio de gente estranha e curiosa e não me senti cansado vendo o filme em nenhum momento. Gostei tanto que tambpem comprei o primeiro livro e logo completo a trilogia ^^

Obrigada, Pedro! Mas uma correção, a Rooney Mara já tinha uma carreira antes. Ela começou a chamar a atenção em A Rede Social. :)

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