Ontem, quando fiquei OFF boa parte do dia, alguém me enviou uma pergunta no Formspring sobre uma campanha da da DC: “Valéria você viu que a DC comics está trocando qualquer mangá pela nova leva de comix deles?Acho que ta difícil aceitar que o mangá chegou pra ficar né tsc”. Hoje, ao abrir meu e-mail, vi que meu marido tinha postado alguma coisa para mim sobre o assunto, pois estava no Sankaku Complex (+18), que acusou a campanha de ser racista e coisa tal, além de comparar com a propaganda americana contra os japoneses na II Guerra (*Menos, por favor!*). Mais tarde, o Gyabbo me postou um link brasileiro falando do caso (*obrigada*). Enfim, o Crunchyroll trouxe informações mais seguras sobre a tal campanha “Robama (Robô + Obama) wants you to buy American” (Robama quer que você compre (o produto) Americano”.
Primeira coisa, não é uma campanha nacional ou algo assim. Trata-se de uma promoção de uma loja de Comics de Orlando. Logo, não se trata de um esforço da DC para que todas as Comic Shops da América (*templos dos fanboys de supers, o Clube do Bolinha*) façam isso. No entanto, a não ser que a tal loja de Orlando queira encarar um processo, a DC deve ter apoiado essa patetagem. Outro ponto é que você não vai trocar “qualquer mangá” por Comics. Eles querem volumes 1. Imagine agora, você pegando o seu primeiro volume de Alita ou Emma (*lançado pelo extinto selo de mangá da própria DC*) ou Naruto ou Utena e trocando por uma das 52 séries que sofreram reestruturação da DC Falando nisso, lembram desse meu post aqui? Tem tudo a ver. Enfim, eu realmente acredito que essa lojinha – e eu não colocarei seu link aqui, mas está na notícia do Crunchyroll – está usando essa propaganda patriótica para se promover. E conseguiu, afinal, estamos falando dela aqui. Agora, é uma vergonha para a DC apoiar essas coisas...
De qualquer foram, esse tipo de campanha só mostra que alguma coisa ou várias não vão bem. Primeiro, associar a leitura de material americano ao patriotismo e à guerra. Não vi racismo no anúncio, mas, com certeza, é uma tentativa de usar sentimentos nacionalistas em prol do grande (*ou pequeno, caso da loja*) capital americano. Você quer empurrar goela abaixo que o produto nacional é melhor por ser nacional e, caso você não acredite, deve ser comprado por ser nacional. Daqui a pouco vão falar em “proteja os empregos americanos”, coisa absurda, já que brasileiros e outros produzem para o mercado de lá sem sair de casa. Só por isso que escrevi, vocês já sabem que sou contra qualquer legislação de reserva de mercado na área de quadrinhos aqui no Brasil, também. Segundo, mostra que as coisas não vão assim muito bem para esse nicho, que é os comics de supers. Quem acompanha superficialmente o que está acontecendo sabe que eles dependem cada vez mais de outra mídia, o cinema, para venderem razoavelmente. Este ano teremos um novo Batman, Vingadores, Super Homem, Homem Aranha (*talvez*) enfim, sobrevida garantida para um público mais amplo que os dos colecionadores caricaturados em The Big Bang Theory. Terceiro, mostra o desprezo pelos mangás, qualquer mangá. Veja que eles só querem números 1, algo que tem para muitos um valor sentimental (*e até econômico*). Vão fazer o quê? Uma fogueira? De repente... Quarto, os mangás incomodam. Se não incomodassem, por qual motivo fariam tal campanha?
É isso, espero que os mangás incomodem cada vez mais. E, claro, que as mulheres ocupem cada vez mais espaço comprando e consumindo quadrinhos por lá e em todo o Ocidente. Há mangás para todos os gostos, coisa que, talvez, não possa ser dita da média dos comics de supers. De resto, esse panfleto não consegue ser outra coisa senão uma piada de péssimo gosto.
2 pessoas comentaram:
Nos faz perguntar o que a tal loja faria com os mangás depois. Queimar? Nada disso! Poriam tudo no eBay pra vender por altos preços! =)
As HQs usam fórmulas tão repetidas... variedade, criatividade infelizmente não existe mais nelas. Os únicos títulos que ainda chamam minha atenção são os mais adultos como Hellboy e Sandman.
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