sábado, 27 de agosto de 2011

Comentando Black Bird #9: E eis que a história emperra...



Faz bem umas duas semanas que terminei de ler Black Bird (*e Ōoku, também*) e sei que já deveria ter resenhado, mas, além da correria, fiquei gripadíssima e fui empurrando com a barriga. Para ser sincera, o volume #9 foi um pouco decepcionante, especialmente levando-se em consideração como terminou o volume anterior. Acredito, inclusive, que não fui somente eu a achar que foi um volume frio, basta ver que, ao contrário de edições anteriores, esse volume de Black Bird não durou muito no top 10 americano. E, bem, agora a edição da VIZ está encostada na brasileira. Acho que a nossa vai passar a frente no volume #11. Mas vamos lá...

Quando terminamos o volume #8 a história tinha andado, o que quer dizer que, finalmente, Kyo e Misao fizeram amor. Uma cena que eu achei lindíssima e muito bem desenhada. Tudo foi impulsionado pela necessidade de salvar a vida do youkai, que tinha sido enfeitiçado pelo irritante do Raikoh (*Onde está o irmão malvadão do herói quando precisamos dele para executar alguém?*). Só que, como sabemos, Misao é a senka maiden e não se sabe o que pode acontecer com ela. Kyo evita tocá-la. Misao sofre (*na verdade, ela está subindo pelas paredes*) muito com a rejeição. Além disso, um clã misterioso diz que se ele soubesse qual o futuro de Misao, ele mesmo iria matá-la por piedade. Já os tengu da vila de Kyo exigem que ele mande sangue de Misao, já que a senka maiden pertence ao clã e eles querem poder aproveitar de seus benefícios. Kyo recusa e os dai-tengu temem por sua posição. Também se sabe que há um espião entre eles... Quem será? Misao começa a sofrer ataques de humanos possuídos por youkais e pessoas são feridas. A moça se sente culpada e teme pela vida das pessoas que ama, como seus pais e amigas.

Embora pareça que muita coisa acontece neste volume, eu realmente achei um dos mais parados, isto é, a história não anda, é o tipo do volume que não serve nem para transição. Vejam bem, não exijo, nem espero muita coerência de Kanoko Sakurakoji. Já comentei que a autora é iniciante e vive queimando boas idéias. Neste caso, acho contraditório que alguém possa “roubar” a senka maiden de Kyo, afinal, tudo indicava que aquele que deflorasse Misao (*daí as tentativas de estupro*), não poderia perdê-la. Esqueça tudo, a autora decidiu que não é assim... Mas também não sabemos como vai ser... Mistério? Não, acho que é problema de roteiro mesmo. ^__^

O outro ponto do volume é a angústia de Kyo. Ele tem medo de matar Misao, de ser a causa da sua destruição. Eu sei que algumas pessoas já identificaram um parentesco entre Black Bird e a saga Crepúsculo, mas realmente eu não percebo o caso deste mangá como uma apologia à abstinência sexual, tampouco como uma tentativa de esvaziar o caráter monstruoso que os youkai possuem. Sakurakoji tenta deixar claro através de Kyo que um youkai é um monstro, um ser perigoso, algo que não é humano e não pode ou deve se comportar como tal. Por conta disso, o fato de Kyo amar Misao, o coloca como uma aberração, um objeto de preocupação para o seu clã, afinal, ele tem um ponto fraco. Talvez, neste caso, a proximidade seja muito maior com os livros de Charlaine Harris que deram origem à série True Blood: vampiros não são humanos, não espere que eles se comportem como tal.

Apesar de toda a lenga-lenga em torno do perigo que Misao corre e de como o sexo pode levá-la à destruição, a autora apresenta a menina com um interesse sincero e saudável pelo sexo. Ela ama Kyo e gosta de fazer amor com ele. Há toda a trama política (*um tanto obscura*) e as dúvidas em relação ao futuro de Misao, mas acredito que, dentro de um volume fraco, o desenvolvimento da personagem foi a melhor parte. E é preciso compreender a pressão a qual a menina está submetida, já que ela não escolheu ser a senka maiden ou amar um youkai e, ao mesmo tempo, sabe que pode ser morta a qualquer momento (*pelo amado, talvez, quem sabe*) ou causar a morte de outros humanos. Enfim, a “lição” que Kyo quis dar em Misao para mostrar que ela não tinha culpa e ele, na verdade, é um monstro, não colou muito... Mas vocês tirem suas conclusões ao ler o volume.

De qualquer forma, além de não levar a lugar algum, o volume #9 é curto e termina com a chegada do pai do Kyo. Olha, não peguei nada além deste volume, mas desconfio que seja mais uma personagem mala sem alça. Aliás, ele parece uma personagem clichê: o sujeito de meia idade, irresponsável, largado (*vide barba por fazer*), talvez alcoólatra, mas de bom coração. Se for assim, poderíamos ficar sem ele. Vamos ver se ele enriquece em alguma coisa a trama. E há um longo e simpático gaiden no final. Sakurakoji é boa em histórias curtas, mas poderíamos ter ficado somente com a trama principal, afinal, aconteceu muito pouca coisa neste volume. E só consegui rir em uma parte: no dia seguinte, depois de um acordar muito terno, Misao descobre que toda a comunidade youkai já sabe que os dois transaram e começa a receber presentes... A menina não sabe onde se esconder. De resto, foi só angústia e lenga-lenga. Ponto positivo, a autora está desenhando cada vez melhor. Eu realmente gosto do desenvolvimento da arte de Black Bird, ainda que este volume especificamente tenha tido uma das capas menos interessantes. É isso! Mais uma dívida paga. ^__^

10 pessoas comentaram:

Eu fiquei frustrada com esse volume de Black Bird... Bom saber que não sou a única! (as vezes eu sou um pouco exigente demais com as coisas, parece que deessa vez não foi o caso).
Concordamos em alguns pontos, discordamos em outros (se vc quiser ver, eu escrevi uma resenha no meu bloguinho sobre o volume: http://yonihon.wordpress.com/2011/07/27/black-bird-9/). Mas concordamos que foi um volume fraco, e com a capa mais feia da série (não gostei da capa do 8 também).
O que me irritou de verdade foi o "estupro" do final. Precisava? Precisava de tudo isso para Kyo provar que o monstro da história é ele, e que Misao não tem culpa do que está acontecendo? Misao sabe bem disso, que tudo que ela vive é culpa de Kyo, e do amor que sente por ela.
Ela, como vc disse, estaa "subindo pelas paredes" de vontade de unir-se novamente ao homem que ama, ele estava da mesma forma. Eu acho que poderiamos ter uma cena tórrida de paixão (aceitaria até ares de violência, porque imagino que a autora curta tender para esse lado). Mas o que tivemos foi um falso estupro desnecessário, que não foi de forma alguma emocionante (pelo menos na minha opinião).
Como sempre, foi um prazer ler a sua opinião (já disse em um e-mail para o shoujocast que, mesmo quando a sua opinião discorda da minha eu fico muito feliz em lê-la, porque é sempre muito bem fundamentada, é o "outro lado da história").
E desculpa mandar uma mensagem no formspring perguntando quando sairia a resenha, eu estava realmente curiosa e nem pensei que poderia estar de alguma forma "cobrando" a sempai... Eu tenho blog também e sei que isso de ficar pressionando o autor é bastante chato! hahaha
XOXO
Gabi N.

Obrigada, Gabi! Muito mesmo! ^__^ E vou ler sua resenha depois.

mas olha, eu não considerei aquilo como um estupro... A cena foi desnecessária, mostra o quanto a autora precisa amadurecer, mas, em nenhum momento, Misao estava sendo forçada... até rola o "ele quer parecer violento, mas não consegue...". E misao está feliz, porque está nos braços dele de novo.

É aquilo, queria que a Sakurakoji amadurecesse no roteiro com a mesma rapidez que amadurece o seu traço, mas não é assim. Vamos ver o que rola daqui para frente. ^__^

Fiquei muito feliz com a sua visita no meu blog, obrigada! (Ah, e lá eu uso o nick Mallu, que por acaso é meu apelido do colégio, graças à invenção do meu amigo que acabou pegando).
Então, o fato de Misao não se sentir violentada, e de Kyo não querer machucá-la , que deixaram pra mim a cena do estupro ainda mais ridícula. A autora poderia ter feito uma cena de sexo cheia de paixão, pela ânsia dos dois de se unirem novamente.
A autora conseguiu estragar toda a atmosfera de ansiedade pelo pr[oximo volume que ela havia criado nos anteriores, acredito que seja mesmo por causa de sua imaturidade...
xoxo
Gabi N.

A cada resenha sobre Black Bird que eu leio aqui, mas acho que a história se assemelha - desagradavelmente - aos livros do "Crepúsculo". Acabo sempre perdendo a vontade de ler.

Livia, eu não gosto de Crepúsculo e gosto de Black Bird (apesar de todos os problemas da história).
Eu acho que, pelo menos até agora, Black Bird não é tão moralista e não fica pregando aquele discurso politicamente correto de que sexo antes do casamento culmina e inferno, como acontece em Crepúsculo...

Gebi N.

Meu problema com Crepúsculo não é nem a pregação pela virgindade, mas a personalidade da personagem principal e a relação doentia do casal principal. A protagonista da "saga" é obsessiva, dependente e extremamente arrogante. Como se não bastasse, tem uma relação muito louca com o vampiro, vendida pela autora sob as tintas de "linda história de amor", quando na verdade, no mundo real, poderia ser mais uma daquelas notícias de marido dando um tiro na cabeça da mulher por ciúmes. Morro de medo de ler "Black Bird" e encontrar lá os mesmos elementos. Sei lá, não gostaria de gastar o meu dinheiro e depois ter que pôr tudo a venda, como fiz com os livros. Mais um dia venço o trauma que Crepúsculo me causou.

Livia, você pode até não gostar de Black Bird, mas a persoanlidade das protagonistas é muito diferente. Misao e Bella não são feitas do mesmo material, pode acreditar.

Não é que eu não goste (mesmo porque eu nunca li): tenho é medo de ler e ver uma versão nipônica de Crepúsculo. Mais um dia vai.

Oi, pessoal tô perdida!comprei o mangá 9 e tem 16 páginas(frente e verso)repetidas.Na parte em q Raikou-kun aparece e ela entra em casa assustada, a próxima página volta quando o Kyo salva ela na escola e repete as 16 páginas frente e verso... ai qdo repete até essa parte denovo volta ela com o Kyo e o pai dele aparecendo... tá faltando a história...
Só o meu mangá tá assim? comprei em SP...

BORDADOS DA LE, seu mangá veio com defeito. Já tentou trocar? O produto não veio como deveria.

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