Hoje, o principal jornal de Brasília trouxe matéria sobre Gen Pés Descalços (Hadashi no Gen – はだしのゲン), mangá importantíssimo relançado pela Conrad. Não comentei antes, mas, ao que parece, a editora decidiu lutar para retomar o seu espaço publicando mangás com qualidade. Gen, neste acso, é material indispensável para amantes dos mangás, de quadrinhos em geral, amantes de História e mesmo historiadores e historiadoras. Como a matéria é aberta, não vou colocar o texto todo aqui, só um pedaço. O título da matéria é Mangá Gen-Pés descalços é um clássico sobre anos mais difíceis do Japão. Segue um fragmento do texto:
Quando Gen — Pés descalços foi publicado no Brasil pela primeira vez, em 1999, o boom dos quadrinhos japoneses ainda não tinha chagado às bancas do país. Passados 12 anos, a obra de Keiji Nakazawa continua como um dos melhores mangás lançados aqui. Sucesso no Japão, onde foi transformado em desenho animado, três filmes e série de tevê, a obra criada por Keiji Nakazawa é um clássico que continua a encantar leitores.
Os quatro volumes nacionais da série estão fora de catálogo há algum tempo, mas o primeiro deles acaba de ser republicado pela Conrad Editora, com nova capa e, dessa vez, no sentido oriental de leitura.
Lançado em capítulos entre 1972 e 1973, na revista Shonen Jump (cujo público alvo são adolescentes do sexo masculino), Gen é inspirado na biografia do autor. Natural de Hiroshima, Nakazawa (hoje com 72 anos) é sobrevivente do ataque americano que jogou a bomba nuclear sobre a cidade. Neste primeiro volume em especial, boa parte da trama se passa antes do fatídico 6 de agosto de 1945 (dia do bombardeio). (...)
Mais do que os grandes dramas e as pequenas alegrias de Gen e de sua família, o mangá também apresenta críticas que não perderam a validade. A maior delas é a respeito do combate bélico. Uma mensagem humanista e pacifista permeia a história. Além disso, Keiji Nakazawa não deixa de comentar a maneira cega como os japoneses abraçaram o ideário do governo naquela época, que colocava o imperador como uma entidade divina a ser obedecida e venerada a todo custo — com o sacrifício da vida, se necessário. Isso causou nas pessoas um sentimento que misturava impotência diante da guerra com um arraigado preconceito contra quem não compactuasse com as imposições.
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