Sexta-feira, assisti X-Men First Class e minhas boas expectativas se confirmaram: o filme, que muita gente apostava que seria uma das bombas do ano, foi um divertimento bem mais que satisfatório, com clima de HQ mesmo, e um bom desenvolvimento de personagens. Narrar, ou melhor, reinventar, as origens dos X-Men e como Magneto e Xavier passaram de amigos à adversários era uma tarefa difícil, ainda mais com a necessidade de uma reconstituição de época convincente e, ainda assim, tudo deu certo. O Magneto do Michael Fassbender estava perfeito, arrebatador. Eu só tinha como referência desse homem o Centurião. Agora, eu acredito que ele pode ser um dos melhores Mr. Rochester de todos os tempos... E Jennifer Lawrence, indicada ao Oscar por Inverno na alma, também estava muito bem como a Mística... Mas vamos manter o foco.
X-Men First Class reinventa as origens do grupo de mutantes (*trata-se do famoso “reboot”, diriam alguns*). Assim, não temos nem a equipe original (*Cíclope, Anjo, Fera, Jean Grey, Homem de Gelo*), tampouco a segunda formação, que já incluía Tempestade, Wolverine, Banshee... A decisão foi misturar personagens de diversas fases dos quadrinhos, transformando-os nos primeiros X-Men, com a questão da amizade entre Xavier e Magneto e a vingança deste último contra o grande vilão do filme. No entorno da trama da formação dos X-Men e do drama dos dois protagonistas, temos a Guerra Fria, com foco na chamada “Crise dos Mísseis”, e a questão do respeito e da aceitação da diferença tão caro às histórias dos mutantes da Marvel. E a consistência é garantida por uma direção segura, a cargo de Matthew Vaughn de Kick Ass, e ótimos efeitos especiais.
O filme começa em 1944 quando o jovem Erik – futuro Magneto – tem seu poder exposto quando ele e sua família estão sendo levados para um campo de concentração nazista. O menino então é entregue a um cientista, Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que pretende descobrir a fonte de seu poder. Shaw não tem nenhum pudor em matar a mãe do menino diante de seus próprios olhos para que a raiva libere os poderes magnéticos do jovem. Enquanto isso, em uma mansão nos Estados Unidos, o jovem telepata Charles Xavier encontra a menina Raven tentando roubar comida em sua casa. Raven é uma mutante como ele, só que a menina tem uma aparência pouco humana e é capaz de se metamorfosear, transformando-se em qualquer pessoa. Os dois se tornam como irmãos e Xavier decide protegê-la.
Salto no tempo para 1962. Erik se transformou em uma espécie de caçador de nazistas e persegue Sebastian Shaw. Já Xavier está em Oxford prestes a defender o seu doutorado em genética. Junto com ele há uma Raven frustrada, que esconde o fato de ser mutante, e sofre com a insensibilidade de Xavier. Enquanto isso, Sebastian Shaw tem um plano de iniciar a III Guerra Mundial e de caráter nuclear que possibilitasse o desenvolvimento de novas mutações e a ascensão de uma “raça” superior. É para conter esta ameaça que a agente da CIA, Moira MacTaggert, contata Xavier. Ela precisa provar a seus superiores que mutantes existem. É isso que possibilita o encontro de Xavier e Erik, o início da sua amizade e a formação dos X-Men. Juntos, eles precisam conter Shaw, mas, também, proteger o futuro dos mutantes aqui na Terra.
A idéia de colocar Shaw manipulando tanto russos quanto americanos foi bem interessante, já que ele estaria por trás de um dos acontecimentos mais dramáticos da nossa história recente, a “Crise dos Mísseis.” Eu realmente tenho um problema em ver Kevin Bacon como um grande vilão... O tempo inteiro, ele me pareceu caricato. Sim, eu sei que a culpa é minha, já que só consigo lembrar dele em papéis ridículos, como dançando footloose em Will & Grace, ou em cenas constrangedoras em A Verdade Nua e Crua... Acredito que ele defendeu bem o seu Shaw, mas esqueceram de explicar que ele rejuvenescia ou coisa assim, pois é difícil convencer que ele é pai do Fassbender-Magneto. Eis um problema do filme.
A Rainha Branca, ou Emma Frost, é apresentada como uma telepata tão poderosa como Xavier. Por isso mesmo, me parece complicado tê-la rastejando e fazendo tudo o que Shaw manda. Inclusive buscar gelo para a sua bebida. E ela não faz cara de apaixonada, ou algo assim... É medo? Porque ela é uma espécie de “sex toy” do sujeito e seria bom me convencerem de que ela tem algo a ganhar com isso, porque à princípio, não tinha. Se esse tipo de subserviência poderia caber naquele contexto histórico, ainda assim isso me incomoda bastante, porque ela é não é uma pin-up que encontrou o seu sugar daddy, mas uma das mutantes mais poderosas do filme. Mas ela rendeu uma ótima cena pelo menos, e se eu contar é spoiler. Fiquem atentos à cena do general (*que não usa corte de cabelo militar nem aqui, nem na Rússia*), onde ela faz cara de paisagem e come biscoitos... A chegada de Erik e Xavier é hilária. ^__^
Falando dos meninos que fizeram os jovens X-Men, acho que todos atuaram razoavelmente bem, ainda que não tivessem grandes falas e uns tivessem melhores chances que outros, como Banshee, Fera e Destructor. Da tal Angel, o melhor foi a cena do encontro e o diálogo dela com Erik e Xavier (*a cena na cama dos dois*). O menino fofinho, a cara do Super Boy, que faz o Fera, Nicholas Hoult, foi quem teve mais espaço, interagindo bastante com o Xavier e com a Mística. A sua vergonha em ser mutante, o medo da discriminação, a tentativa de se tornar “normal”. E, também, porque ele se apaixona por Mística, mas não a moça de pele azul, ele deseja (*e há metáforas sexuais evidentes no filme*) a moça loura que é seu disfarce. No fim das contas, não adianta, tendo orgulho ou não de ser mutante, Hank McCoy não pode esconder que é Fera. Desde o desenho animado da Globo, pois eu li muito pouco de X-Men em quadrinhos, ele sempre foi uma das minhas personagens favoritas. Ótimo vê-lo no filme.
O drama de Mística é semelhante, mas temperado com a paixão que ela sente por Xavier. Há um quadrado amoroso, por assim dizer: Mística ama Xavier, que a rejeita; é cortejada e corteja o jovem Fera, mas ele rejeita o que a torna mutante; e, por fim, é seduzida por Magneto. Aliás, por mais que eu goste do Xavier (*e do James McAvoy, que o interpreta*), é inegável que ele agiu mal com Raven, pois todo o discurso de mutante “com orgulho” não se aplicava à moça. Ele queria normalizá-la e, claro, não mostrava nenhum interesse sexual por ela. Fora a tutela machista, claro. Talvez ele realmente a visse como irmã, isso, aliás, é razoavelmente trabalhado no filme, mas como há toda essa questão da rejeição ao que ela era de fato, poderia ser mera repulsa e, pelo menos no filme, é isso que a joga nos braços (*e na cama*) de Magneto.
James McAvoy fez um ótimo Xavier, levando-se em conta que teria que ser uma versão jovem e, ao mesmo tempo, diferente de Patrick Stewart. Ele conseguiu. As contradições da personagem, foquei em uma delas no parágrafo anterior, no entanto, o colocam em uma situação de fraqueza em relação à Magneto. Afinal, quais dramas Xavier viveu? A única coisa que sabemos é que ele teve pais ricos e ausentes... Mas e daí? Ao contrário do amigo e antagonista, Xavier parece ter se relacionado muito bem com a sua “deficiência”, enquanto Magneto comeu o pão que o diabo amassou. Fora isso, a sua visão idealista de uma possível relação pacífica entre humanos e mutantes é muito “cor de rosa” para me convencer. Ainda mais, no meio da Guerra Fria. Fora que ele parece passar da playboy mulherengo em Oxford à líder super-racional e maduro dos X-Men muito rapidamente... Não sei, pareceu um pouco abrupto para mim.
Magneto por conta disso consegue se projetar muito mais. E, claro, a interpretação do Michael Fassbender ajudou muito mesmo, o sujeito é imponente, é intenso e passou toda a angústia que a personagem precisava. Eu já preferia o Magneto do Ian McKellen (*fora o deslize do último filme, claro, quando o colocam abandonando a Mística*) ao Xavier do Patrick Stewart, mas em X-Men First Class, o filme é da personagem. Meu marido discordou de mim, mas teve que concordar que o drama de Magneto era mais pungente e que, claro, na sua insensibilidade em relação aos humanos e a certeza da superioridade dos mutantes, ele era muito mais pé no chão que Xavier. Convivência pacífica, respeito às diferenças, nos anos 1960 ou mesmo hoje é um objetivo difícil de ser alcançado, mais ainda se estamos falando de super-seres que efetivamente podem destruir a humanidade ou dominar o planeta.
A participação especial mais evidente foi a de Hugh Jackman como Wolverine. Mas foi uma cena tão rápida que, sinceramente, nem precisava estar lá. Não estou dizendo que eu queria Wolverine no filme, queria, sim, um diálogo um pouco menos breve e que pudesse ser uma piada de verdade. Não consegui ver Stan Lee na cena do rastreamento dos mutantes, mas vi a pequena Tempestade. Queria ver de novo para encontrar o velhinho na cena. Outros mutantes eu não consegui identificar, infelizmente... Mas não sou aficionada por quadrinhos Marvel mesmo... Identificar uma menina negra com cabelos brancos é fácil demais.
Para terminar, ressalto que a batalha final contra o vilão e o enfrentamento com a marinha soviética e americana foram nota dez. Nada daquela sensação de “ejaculação precoce” que foi o combate de Thor com o Destruidor. Chato foi não terem deslocado a última cena, com Magneto com sua roupa completa, para depois dos créditos. Bem, pessoal, não precisa esperar, não tem nada lá mesmo... Das mulheres do filme, a única que tem uma trama mais amarradinha e que tem importância de fato para que a história ande é a Mística. As outras são bem decepcionantes. Angel está lá para cumprir cotas – é mulher e latina – mas poderia ser qualquer outro mutante. Moira, que nos quadrinhos que eu li era cientista, é uma agente muito apagada. Não vi destaque nenhum nela. E ela protagoniza uma das cenas fracas do filme, quando descobre a trama de Shaw e os mutantes e não é detectada pela Rainha Branca. Aliás, a atriz que faz Emma Frost é bem sem sal, também, poderia ser trocada sem problemas. Enfim, o filme cumpre a Bechdel Rule, coisa rara no cinema, mas queria mais uma personagem feminina forte, já que em média as mulheres sempre estão em minoria nos filmes americanos...
É isso, eu gostei muito do filme. Sei que precisava de cada cena para funcionar, mas eu senti um pouco o tamanho dele. Talvez, porque estivesse com a cabeça no horário, afinal, precisava sair para dar aula. De novo, como no caso do Kevin Bacon, o problema pode ter sido meu. Eu vi que o filme se saiu bem nas bilheterias americanas e espero que aqui no Brasil a coisa vá na mesma batida. O elenco é bom (*e os protagonistas ainda são bonitos, como bônus*), o roteiro e direção funcionaram bem e as falhas, a meu ver, foram mínimas. Que venha o segundo filme. E mês que vem tem Capitão América. Mas quanto a esse, eu não sei se tenho grandes expectativas, não.
P.S.: A EloraDhanan me perguntou o que eu achava da personagem Darwin. Olha, da mesma forma que a Angel era a cota latina, o Darwin era a cota "negro" do filme. Ele não faz parte do grupo e eu nem sei se a personagem existe nos quadrinhos... E, bem, ele não teve grande função... Mais do que isso, é spoiler.
X-Men First Class reinventa as origens do grupo de mutantes (*trata-se do famoso “reboot”, diriam alguns*). Assim, não temos nem a equipe original (*Cíclope, Anjo, Fera, Jean Grey, Homem de Gelo*), tampouco a segunda formação, que já incluía Tempestade, Wolverine, Banshee... A decisão foi misturar personagens de diversas fases dos quadrinhos, transformando-os nos primeiros X-Men, com a questão da amizade entre Xavier e Magneto e a vingança deste último contra o grande vilão do filme. No entorno da trama da formação dos X-Men e do drama dos dois protagonistas, temos a Guerra Fria, com foco na chamada “Crise dos Mísseis”, e a questão do respeito e da aceitação da diferença tão caro às histórias dos mutantes da Marvel. E a consistência é garantida por uma direção segura, a cargo de Matthew Vaughn de Kick Ass, e ótimos efeitos especiais.
O filme começa em 1944 quando o jovem Erik – futuro Magneto – tem seu poder exposto quando ele e sua família estão sendo levados para um campo de concentração nazista. O menino então é entregue a um cientista, Sebastian Shaw (Kevin Bacon), que pretende descobrir a fonte de seu poder. Shaw não tem nenhum pudor em matar a mãe do menino diante de seus próprios olhos para que a raiva libere os poderes magnéticos do jovem. Enquanto isso, em uma mansão nos Estados Unidos, o jovem telepata Charles Xavier encontra a menina Raven tentando roubar comida em sua casa. Raven é uma mutante como ele, só que a menina tem uma aparência pouco humana e é capaz de se metamorfosear, transformando-se em qualquer pessoa. Os dois se tornam como irmãos e Xavier decide protegê-la.
Salto no tempo para 1962. Erik se transformou em uma espécie de caçador de nazistas e persegue Sebastian Shaw. Já Xavier está em Oxford prestes a defender o seu doutorado em genética. Junto com ele há uma Raven frustrada, que esconde o fato de ser mutante, e sofre com a insensibilidade de Xavier. Enquanto isso, Sebastian Shaw tem um plano de iniciar a III Guerra Mundial e de caráter nuclear que possibilitasse o desenvolvimento de novas mutações e a ascensão de uma “raça” superior. É para conter esta ameaça que a agente da CIA, Moira MacTaggert, contata Xavier. Ela precisa provar a seus superiores que mutantes existem. É isso que possibilita o encontro de Xavier e Erik, o início da sua amizade e a formação dos X-Men. Juntos, eles precisam conter Shaw, mas, também, proteger o futuro dos mutantes aqui na Terra.
A idéia de colocar Shaw manipulando tanto russos quanto americanos foi bem interessante, já que ele estaria por trás de um dos acontecimentos mais dramáticos da nossa história recente, a “Crise dos Mísseis.” Eu realmente tenho um problema em ver Kevin Bacon como um grande vilão... O tempo inteiro, ele me pareceu caricato. Sim, eu sei que a culpa é minha, já que só consigo lembrar dele em papéis ridículos, como dançando footloose em Will & Grace, ou em cenas constrangedoras em A Verdade Nua e Crua... Acredito que ele defendeu bem o seu Shaw, mas esqueceram de explicar que ele rejuvenescia ou coisa assim, pois é difícil convencer que ele é pai do Fassbender-Magneto. Eis um problema do filme.
A Rainha Branca, ou Emma Frost, é apresentada como uma telepata tão poderosa como Xavier. Por isso mesmo, me parece complicado tê-la rastejando e fazendo tudo o que Shaw manda. Inclusive buscar gelo para a sua bebida. E ela não faz cara de apaixonada, ou algo assim... É medo? Porque ela é uma espécie de “sex toy” do sujeito e seria bom me convencerem de que ela tem algo a ganhar com isso, porque à princípio, não tinha. Se esse tipo de subserviência poderia caber naquele contexto histórico, ainda assim isso me incomoda bastante, porque ela é não é uma pin-up que encontrou o seu sugar daddy, mas uma das mutantes mais poderosas do filme. Mas ela rendeu uma ótima cena pelo menos, e se eu contar é spoiler. Fiquem atentos à cena do general (*que não usa corte de cabelo militar nem aqui, nem na Rússia*), onde ela faz cara de paisagem e come biscoitos... A chegada de Erik e Xavier é hilária. ^__^
Falando dos meninos que fizeram os jovens X-Men, acho que todos atuaram razoavelmente bem, ainda que não tivessem grandes falas e uns tivessem melhores chances que outros, como Banshee, Fera e Destructor. Da tal Angel, o melhor foi a cena do encontro e o diálogo dela com Erik e Xavier (*a cena na cama dos dois*). O menino fofinho, a cara do Super Boy, que faz o Fera, Nicholas Hoult, foi quem teve mais espaço, interagindo bastante com o Xavier e com a Mística. A sua vergonha em ser mutante, o medo da discriminação, a tentativa de se tornar “normal”. E, também, porque ele se apaixona por Mística, mas não a moça de pele azul, ele deseja (*e há metáforas sexuais evidentes no filme*) a moça loura que é seu disfarce. No fim das contas, não adianta, tendo orgulho ou não de ser mutante, Hank McCoy não pode esconder que é Fera. Desde o desenho animado da Globo, pois eu li muito pouco de X-Men em quadrinhos, ele sempre foi uma das minhas personagens favoritas. Ótimo vê-lo no filme.
O drama de Mística é semelhante, mas temperado com a paixão que ela sente por Xavier. Há um quadrado amoroso, por assim dizer: Mística ama Xavier, que a rejeita; é cortejada e corteja o jovem Fera, mas ele rejeita o que a torna mutante; e, por fim, é seduzida por Magneto. Aliás, por mais que eu goste do Xavier (*e do James McAvoy, que o interpreta*), é inegável que ele agiu mal com Raven, pois todo o discurso de mutante “com orgulho” não se aplicava à moça. Ele queria normalizá-la e, claro, não mostrava nenhum interesse sexual por ela. Fora a tutela machista, claro. Talvez ele realmente a visse como irmã, isso, aliás, é razoavelmente trabalhado no filme, mas como há toda essa questão da rejeição ao que ela era de fato, poderia ser mera repulsa e, pelo menos no filme, é isso que a joga nos braços (*e na cama*) de Magneto.
James McAvoy fez um ótimo Xavier, levando-se em conta que teria que ser uma versão jovem e, ao mesmo tempo, diferente de Patrick Stewart. Ele conseguiu. As contradições da personagem, foquei em uma delas no parágrafo anterior, no entanto, o colocam em uma situação de fraqueza em relação à Magneto. Afinal, quais dramas Xavier viveu? A única coisa que sabemos é que ele teve pais ricos e ausentes... Mas e daí? Ao contrário do amigo e antagonista, Xavier parece ter se relacionado muito bem com a sua “deficiência”, enquanto Magneto comeu o pão que o diabo amassou. Fora isso, a sua visão idealista de uma possível relação pacífica entre humanos e mutantes é muito “cor de rosa” para me convencer. Ainda mais, no meio da Guerra Fria. Fora que ele parece passar da playboy mulherengo em Oxford à líder super-racional e maduro dos X-Men muito rapidamente... Não sei, pareceu um pouco abrupto para mim.
Magneto por conta disso consegue se projetar muito mais. E, claro, a interpretação do Michael Fassbender ajudou muito mesmo, o sujeito é imponente, é intenso e passou toda a angústia que a personagem precisava. Eu já preferia o Magneto do Ian McKellen (*fora o deslize do último filme, claro, quando o colocam abandonando a Mística*) ao Xavier do Patrick Stewart, mas em X-Men First Class, o filme é da personagem. Meu marido discordou de mim, mas teve que concordar que o drama de Magneto era mais pungente e que, claro, na sua insensibilidade em relação aos humanos e a certeza da superioridade dos mutantes, ele era muito mais pé no chão que Xavier. Convivência pacífica, respeito às diferenças, nos anos 1960 ou mesmo hoje é um objetivo difícil de ser alcançado, mais ainda se estamos falando de super-seres que efetivamente podem destruir a humanidade ou dominar o planeta.
A participação especial mais evidente foi a de Hugh Jackman como Wolverine. Mas foi uma cena tão rápida que, sinceramente, nem precisava estar lá. Não estou dizendo que eu queria Wolverine no filme, queria, sim, um diálogo um pouco menos breve e que pudesse ser uma piada de verdade. Não consegui ver Stan Lee na cena do rastreamento dos mutantes, mas vi a pequena Tempestade. Queria ver de novo para encontrar o velhinho na cena. Outros mutantes eu não consegui identificar, infelizmente... Mas não sou aficionada por quadrinhos Marvel mesmo... Identificar uma menina negra com cabelos brancos é fácil demais.
Para terminar, ressalto que a batalha final contra o vilão e o enfrentamento com a marinha soviética e americana foram nota dez. Nada daquela sensação de “ejaculação precoce” que foi o combate de Thor com o Destruidor. Chato foi não terem deslocado a última cena, com Magneto com sua roupa completa, para depois dos créditos. Bem, pessoal, não precisa esperar, não tem nada lá mesmo... Das mulheres do filme, a única que tem uma trama mais amarradinha e que tem importância de fato para que a história ande é a Mística. As outras são bem decepcionantes. Angel está lá para cumprir cotas – é mulher e latina – mas poderia ser qualquer outro mutante. Moira, que nos quadrinhos que eu li era cientista, é uma agente muito apagada. Não vi destaque nenhum nela. E ela protagoniza uma das cenas fracas do filme, quando descobre a trama de Shaw e os mutantes e não é detectada pela Rainha Branca. Aliás, a atriz que faz Emma Frost é bem sem sal, também, poderia ser trocada sem problemas. Enfim, o filme cumpre a Bechdel Rule, coisa rara no cinema, mas queria mais uma personagem feminina forte, já que em média as mulheres sempre estão em minoria nos filmes americanos...
É isso, eu gostei muito do filme. Sei que precisava de cada cena para funcionar, mas eu senti um pouco o tamanho dele. Talvez, porque estivesse com a cabeça no horário, afinal, precisava sair para dar aula. De novo, como no caso do Kevin Bacon, o problema pode ter sido meu. Eu vi que o filme se saiu bem nas bilheterias americanas e espero que aqui no Brasil a coisa vá na mesma batida. O elenco é bom (*e os protagonistas ainda são bonitos, como bônus*), o roteiro e direção funcionaram bem e as falhas, a meu ver, foram mínimas. Que venha o segundo filme. E mês que vem tem Capitão América. Mas quanto a esse, eu não sei se tenho grandes expectativas, não.
P.S.: A EloraDhanan me perguntou o que eu achava da personagem Darwin. Olha, da mesma forma que a Angel era a cota latina, o Darwin era a cota "negro" do filme. Ele não faz parte do grupo e eu nem sei se a personagem existe nos quadrinhos... E, bem, ele não teve grande função... Mais do que isso, é spoiler.
9 pessoas comentaram:
Ah, o Michael Fassbender~
Sou fã dele em Bastardos Inglórios, e fiquei empolgada quando o anunciaram em X-Men. Para mim, ele arrasou como Magneto. Você tem toda razão, o filme é dele. =D
Só o Charles (o James McAvoy é uma gracinha!)não era suficiente para manter o filme; e, sinceramente, teve momentos em que desejei que ele levasse umas bifas. Aliás, o próprio Magneto faz piada sobre o "drama de ser mutante" do Charles.
Até que eu gostei do Kevin Bacon, embora realmente seja difícil desassociá-lo da canastrice. Levei um susto ao vê-lo falando alemão (não muito bem, penso cá). xD
Também não entendi a função da Emma Frost ao lado do Shaw. Sex toy? Acompanhante típica de vilão? Mistério.
Acho que o Wolverine foi uma espécie de "easter egg". A sala em que eu estava vibrou com essa cena. Eu achei graça do "Fuck off!" e só.
A batalha final foi muito, muito boa. Efeitos legais e o Magneto chutando o balde. E ela vale a pena, também, por determinar a separação de Xavier e Magneto. O que você achou da versão do filme para a paralisia do Xavier? Eu gostei, mas já ouvi uns xiitas reclamando e outros apontando que ela vai contra o início do X-Men 3.
Enfim, também não considero um filme perfeito, mas saí do cinema muito feliz com o que assisti. E que venha o Capitão América, fiquei empolgada com o trailer. =D
Excelente crítica! Aguçou mais ainda minha curiosidade, ansiedade, necessidade de assistir o filme!
O Darwin existe nos quadrinhos, sim, e ele é latino,inclusive se chama Armando.
Sim, esse filme conflita com X-Men 3 ,assim como o filme do Wolverine conflita com o primeiro filme dos mutantes. Vai ver o Bryan Singer, que é um dos produtores de First Class, considerou apenas X-Men 1 e 2, que ele mesmo dirigiu, para contar cronologicamente.
Kotsuki, para falar a verdade, eu nem sei como o Xavier ficou aleijado, sabe? E em um filme que reinventa as origens reclamar disso é mais do que falta do que fazer...
Eu ri do "Ah, o Michael Fassbender", pois tinha colocado essa frase no texto e tirei... Ia ficar bandeirosa demais. ^__^ Eu adorei ele e estou esperando um Rochester pau a pau com o Toby Stephens. Que homem é aquele, ein? No Centurião ele não estava assim tão... Oh... Oh... ^__^
Angela, vale muito a pena. ^__^
Bem, o Darwin do filme é negro, ou assim ele foi colocado para "cumprir cotas".
Mas quanto aos conflitos, eu sei bem que conflita. a questão é E DAÍ? Se os quadrinhos não têm coerência mesmo (*podem bater pé, mas não têm*) e se trata de um reboot para uma nova trilogia, a meu ver está OK.
Sou fã incondicional dos mutantes da Marvel e gostei bastante do filme. Foi muito divertido. Não morro quando vejo novas versões (só quando destroem personagens). Os quadrinhos sempre vão estar lá com a versão original e modificações para ela. Até os tão sagrados quadrinhos dos fanáticos têm incontáveis mundos paralelos, estórias em épocas e dimensões diferentes.
Realmente quem brilhou no filme foi Erik. Fantástico!
Quanto ao fato do rejuvenecimento de Shaw, acho que foi citado, caso não esteja enganada. Acho que foi na cena da granada no barco... Algo assim.
Concordo plenamente sobre Emma Frost, ela ficou muito subserviente. Não gosto muito dela, mas tinha a idéia de que ela era pau a pau com Shaw, como uma parceira, não uma escrava. Ah! Adorei a cena dela do "Excelent question" e da mansão do general hahaha
O que levou a mudança de Fera foi MUITO bom, muito melhor que nos quadrinhos, que considerei muito fraco e solto. No filme achei mais... psicológico, bem amarrado.
Gostei bastante do trabalho que fizeram com Mística, o conflito dela e por fim a superação. Explica como ela começou a ser 'orgulhosa' da forma mutante dela, afinal nos filmes, quadrinhos e desenho ela aparece muito na própria forma, com roupa ou sem roupa. Se ela tivesse ainda vergonha, tenderia a esconder sempre sua forma, não apenas em algumas situações.
Segundo umas notícias que li (já que tb não tinha conseguido ver Stan Lee), ele não faz cameo nesse filme. Como foi,em maior parte, filmado no Reino Unido, ele não pode ir. Acho que nessa cena de rastreamento com o Cérebro, aparece também Ciclope, mas digo isso só pq vi um menino de óculos escuro ao fundo da tela.
A Angel foi péssima... participação fraca, a melhor cena mesmo foi a da cama. Muda de opinião como quem muda de roupa, rápido assim... aff... Mas por mim, ok... me poupou da bizarrice que ela é nos quadrinhos...
Também achei Darwin sem sal... nunca fui muito fã dele (nem da equipe apagada dele) nos quadrinhos. Não mudou com o filme... Quando comecei a gostar do personagem, acabou. Parece que a cota tava certa ashuahsua Ouvi por aí que ele é negro e latino :P
E muito do quadrinho não tem coerência MESMO ashuashuahsua A Marvel já fez muitas coisas fantásticas, mas também muitas das maiores caga*@$ dos quadrinhos. Além da constante mania de matar e reviver/clonar/trazer-do-passado-presente-futuro os personagens.
Adorei a crítica. Bate em muitas coisas com o que eu acho e me fez enchegar outras de forma diferente.
Obrigada.
Nos quadrinhos, tanto a Emma Frost quanto o Sebastian Shaw faziam parte do Clube Do Inferno, uma mistura de clube de elite com sociedade secreta. Não sei bem como é a hierarquia, mas o que me parece é que eles tentam de vez em quando um puxar o tapete do outro. Sem mencionarem a existência do clube, ficou realmente estranho a situação dela. Acho que foi incluída só pela popularidade mesmo, já que nas HQs ela tem ganhado muito destaque depois que passou pro lado dos heróis.
O Xavier me lembrou aquilo que a Lola sempre fala, das pessoas privilegiadas que têm dificuldade em se colocar no lugar de quem tem problemas e sofre discriminações. E foi imbecilidade demais tentar acalmar o Magneto usando logo a desculpa de que "eles só estão cumprindo ordens". Essa frase tem um significado histórico muito grande, assim como a resposta a ela.
Quanto ao Kevin Bacon, sempre que vejo ele em algum filme, fico achando que um grabóide vai sair do chão e devorar alguém que não tenha ficado em silêncio...
Nossa, estou super atrasado, pois acabei de assistir o filme em DVD (isso mesmo, na véspera de Natal)...
O que eu mais gostei do filme é que há muito eu não via um mocinho (na acepção própria do termo, e não o anti-herói) que não me fizesse bocejar ou que não me desse vontade de dar uma bifa. O Xavier do McAvoy tem boas intenções, é proativo, tem um espírito natural de liderança e ainda consegue ter fraquezas e imperfeições. Enfim, dá pra ver o carisma do Professor Xavier, mesmo discordando em parte da sua "ingenuidade".
O Magneto é o personagem que mais se destaca do filme, e falar mais do que isso é chover no molhado. Eu só queria registrar que o fato de ele ter comido o pão que o diabo amassou não torna suas crenças mais corretas que as do Xavier - nesse aspecto sou "team Xavier", perpetuar a violência não é a resposta.
No geral, o filme tem três grandes falhas: 1) um certo descomprometimento com os filmes da série X-men (é impossível ver qualquer semelhança entre a Mística daqui e a da série); 2) a subserviência constrangedora de Emma Frost a Sebastian Shawn e a redução da Moira a mocinha do herói (dá muita vergonha pra quem leu umas duas revistas dos X-men); e 3) o constrangimento causado pelos papéis do negro e da latina no filme (fiquei muito irritado).
O filme cumpriu a Bedchel rule? Em que momento as mulheres do filme conversaram entre si?
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