Ontem finalmente terminei de ler o volume 8 de Black Bird. Foi um excelente volume e, ao mesmo tempo, acho que as coisas foram um pouco jogadas demais... Como dizer isso? Parte da trama envolvendo Raikoh, o jovem que também vê yokai e que apareceu no volume passado, foi mal desenvolvida. Enfim, mas não é por nada que incluí Black Bird na minha listinha no Shoujocast “É ruim... MAS EU GOSTO!!!”. ^__^ Mas foi um volume importante, com ótimos momentos, um deles fundamentel, eu diria, mas poderia ser melhor construído. No entanto, finalmente, a história andou de verdade e... Ah, vai ter muito spoiler nessa resenha. Desculpem!
Quando terminamos o volume anterior, eu estava desejando que o Sho, irmão malvadão do Kyo, voltasse para colocar o fim na vida do chatíssimo do Raikoh. Começamos o volume e Raikoh está na casa de Misao. O pai da menina inclusive diz que desejava que Raikoh e ela pudessem se casar, afinal, eles tinham o “mesmo problema”... Ah, tá... Misao continua insistindo para que Kyo finalmente cumpra o seu dever para com o clã e o rapaz se recusa de novo. Afinal, ninguém sabe o que acontecerá com a Senka Maiden caso faça sexo com ela. Enquanto isso, o presunçoso Raikoh acredita que é a presença da sua espada mística que está afastando os youkai...
Apesar dos pequenos desentendimentos, por causa de grandes ansiedades, Kyo e Misao fazem as pazes. Ele quer que a moça atraia Raikoh até sua casa para que ele apague suas lembranças, o ódio do rapaz pelos yokai e sua vontade de exorcizar Kyo. Misao resiste, mas aceita, ponderando sobre o fato de estar sim apaixonada por um “demônio”. Enfim, não gosto do uso que a VIZ faz na tradução dessa palavra. Deveriam ter mantido yokai (*Aliás, como está na versão brasileira?*) do que demônio que remete automaticamente a algo que é essencialmente mau. O que transparece no volume todo é o fato de que Kyo é, sim, uma ameaça. Ele pode ser bom, magnânimo, mas ele é uma criatura poderosa e capaz de coisas terríveis. Enfim, ele não é humano. Apesar dos problemas, é neste volume que a autora trabalha bem essa tensão que vai dentro do próprio Kyo...
Raikoh não é uma personagem que me agrade. Ele tem tudo para se tornar, caso continue no volume, uma mala sem alça. Obviamente, ele tem um plano, ele não aceita o amor de Kyo por Misao, ele odeia yokai, e ele deseja se apropriar da moça. E ponto final! Claro, que há toda uma trama frouxa na qual o rapaz parece muito cordial e aceita ir conversar com Kyo, inclusive levando sua poderosa espada que pdoe exorcizar youkai... aliás, eu não entendi uma parte quando, revelada a intenção do rapaz de destruir Kyo, Sagami tenta desarmá-lo e fica ferido só de tocar na arma para, logo em seguida, Hoki, outro dos Dai-Tengu, conseguir dominar Raikoh e pegar a espada... Será que somente a lâmina é capaz de ferir? A bainha não tem poder sobre um yokai?
Enfim, Kyo é enfeitiçado por Raikoh e condenado a morrer caso o feitiço não seja levantado. Só Misao pode salvá-lo, mas Raikoh conseguiu contaminar o sangue da moça tornando-o temporariamente venenoso para os youkai, qualquer um deles, que fique claro. Se o rapaz for morto, Kyo morre, também. Os Dai-Tengu desejam torturá-lo para que ele levante o feitiço, mas Kyo não permite. Misao não se conforma, mas vai visitar Kyo diariamente. O rapaz definha a olhos vistos e nuvens de youkai começam a cercar a casa de Misao e a mansão dos tengu. Todos ficam preocupados, mas Misao mostra presença de espírito o suficiente para apoiá-lo sem forçá-lo a coisa nenhuma... No entanto, se ele fizer sexo com a moça, poderá se salvar. Depois de uma grande batalha, Kyo volta a desejar viver e se recorda de que no fundo, ele é somente um youkai e precisa devorar Misao.
Olha, Como escrevi lá no início, a trama de Raikoh foi muito fraca. O ataque dos demais youkai aos tengu; o clã Inugami que eu não consegui lembrar quem é; o fato de Kyo dizer que achava que Tadanobu e Dojoji tinham ajudado na batalha sem que em nenhum momento eles aparecessem... Tudo foi muito corrido e a autora mostrou, mais uma vez, que tem ótimas idéias, mas nem sempre consegue desenvolvê-las. Ela tinha material para dois tomos completos bem estruturados e queimou tudo em 2/3 de um volume. Ela poderia ter feito melhor. Agora, a cena da batalha em si foi muito bem feita e desenhada; sanguinária, emocionante, enfim, excelente. Mas foi uma sena isolada.
O auge do volume, entretanto, foi o final, quando Kyo e Misao finalmente fazem amor. A cena conseguiu ser, além de muito bem desenhada, terna, bonita, e muito violenta. Não pensem que houve estupro consentido, tudo foi feito de forma muito consciente e absolutamente consensual, a autora inovou nas metáforas visuais, na forma como desenhou a cena. Sakurakoji apresentou algo um pouco diferente do feijão-com-arroz das posições amorosas que eu já vi em 99 dos 100 shoujo onde as protagonistas chegaram a fazer amor. E estou pegando desde material do final da década de 1960 até hoje. Enfim, fica claro que Kyo não é humano, que ele é um youkai, não alguém como Misao e que, mesmo que ele a ame, ela corre risco de vida. Quando o volume sair aqui no Brasil, vocês confirmam para mim se eu estou exagerando, ou não. Eu gostei muito, dos ângulos, das imagens, da violência. E, pela primeira vez, fui atrás do volume seguinte raw para ver o que acontecerá depois... Infelizmente, ainda não achei.
É isso, pessoal. Black Bird continua sendo um mangá fast food com muitos defeitos, mas que termino a leitura sempre muito satisfeita. Sakurakoji precisa amadurecer muito, mas, em alguns momentos, ela consegue mostrar o por quê de seu mangá fazer tanto sucesso e ter sido premiado com o 54º Shogakukan Award, ainda que, se racionalizarmos bem a coisa, outras séries serem muito superiores no argumento e na execução. Mal posso esperar pelo volume 9 e espero que a capinha seja mais bonita.
Quando terminamos o volume anterior, eu estava desejando que o Sho, irmão malvadão do Kyo, voltasse para colocar o fim na vida do chatíssimo do Raikoh. Começamos o volume e Raikoh está na casa de Misao. O pai da menina inclusive diz que desejava que Raikoh e ela pudessem se casar, afinal, eles tinham o “mesmo problema”... Ah, tá... Misao continua insistindo para que Kyo finalmente cumpra o seu dever para com o clã e o rapaz se recusa de novo. Afinal, ninguém sabe o que acontecerá com a Senka Maiden caso faça sexo com ela. Enquanto isso, o presunçoso Raikoh acredita que é a presença da sua espada mística que está afastando os youkai...
Apesar dos pequenos desentendimentos, por causa de grandes ansiedades, Kyo e Misao fazem as pazes. Ele quer que a moça atraia Raikoh até sua casa para que ele apague suas lembranças, o ódio do rapaz pelos yokai e sua vontade de exorcizar Kyo. Misao resiste, mas aceita, ponderando sobre o fato de estar sim apaixonada por um “demônio”. Enfim, não gosto do uso que a VIZ faz na tradução dessa palavra. Deveriam ter mantido yokai (*Aliás, como está na versão brasileira?*) do que demônio que remete automaticamente a algo que é essencialmente mau. O que transparece no volume todo é o fato de que Kyo é, sim, uma ameaça. Ele pode ser bom, magnânimo, mas ele é uma criatura poderosa e capaz de coisas terríveis. Enfim, ele não é humano. Apesar dos problemas, é neste volume que a autora trabalha bem essa tensão que vai dentro do próprio Kyo...
Raikoh não é uma personagem que me agrade. Ele tem tudo para se tornar, caso continue no volume, uma mala sem alça. Obviamente, ele tem um plano, ele não aceita o amor de Kyo por Misao, ele odeia yokai, e ele deseja se apropriar da moça. E ponto final! Claro, que há toda uma trama frouxa na qual o rapaz parece muito cordial e aceita ir conversar com Kyo, inclusive levando sua poderosa espada que pdoe exorcizar youkai... aliás, eu não entendi uma parte quando, revelada a intenção do rapaz de destruir Kyo, Sagami tenta desarmá-lo e fica ferido só de tocar na arma para, logo em seguida, Hoki, outro dos Dai-Tengu, conseguir dominar Raikoh e pegar a espada... Será que somente a lâmina é capaz de ferir? A bainha não tem poder sobre um yokai?
Enfim, Kyo é enfeitiçado por Raikoh e condenado a morrer caso o feitiço não seja levantado. Só Misao pode salvá-lo, mas Raikoh conseguiu contaminar o sangue da moça tornando-o temporariamente venenoso para os youkai, qualquer um deles, que fique claro. Se o rapaz for morto, Kyo morre, também. Os Dai-Tengu desejam torturá-lo para que ele levante o feitiço, mas Kyo não permite. Misao não se conforma, mas vai visitar Kyo diariamente. O rapaz definha a olhos vistos e nuvens de youkai começam a cercar a casa de Misao e a mansão dos tengu. Todos ficam preocupados, mas Misao mostra presença de espírito o suficiente para apoiá-lo sem forçá-lo a coisa nenhuma... No entanto, se ele fizer sexo com a moça, poderá se salvar. Depois de uma grande batalha, Kyo volta a desejar viver e se recorda de que no fundo, ele é somente um youkai e precisa devorar Misao.
Olha, Como escrevi lá no início, a trama de Raikoh foi muito fraca. O ataque dos demais youkai aos tengu; o clã Inugami que eu não consegui lembrar quem é; o fato de Kyo dizer que achava que Tadanobu e Dojoji tinham ajudado na batalha sem que em nenhum momento eles aparecessem... Tudo foi muito corrido e a autora mostrou, mais uma vez, que tem ótimas idéias, mas nem sempre consegue desenvolvê-las. Ela tinha material para dois tomos completos bem estruturados e queimou tudo em 2/3 de um volume. Ela poderia ter feito melhor. Agora, a cena da batalha em si foi muito bem feita e desenhada; sanguinária, emocionante, enfim, excelente. Mas foi uma sena isolada.
O auge do volume, entretanto, foi o final, quando Kyo e Misao finalmente fazem amor. A cena conseguiu ser, além de muito bem desenhada, terna, bonita, e muito violenta. Não pensem que houve estupro consentido, tudo foi feito de forma muito consciente e absolutamente consensual, a autora inovou nas metáforas visuais, na forma como desenhou a cena. Sakurakoji apresentou algo um pouco diferente do feijão-com-arroz das posições amorosas que eu já vi em 99 dos 100 shoujo onde as protagonistas chegaram a fazer amor. E estou pegando desde material do final da década de 1960 até hoje. Enfim, fica claro que Kyo não é humano, que ele é um youkai, não alguém como Misao e que, mesmo que ele a ame, ela corre risco de vida. Quando o volume sair aqui no Brasil, vocês confirmam para mim se eu estou exagerando, ou não. Eu gostei muito, dos ângulos, das imagens, da violência. E, pela primeira vez, fui atrás do volume seguinte raw para ver o que acontecerá depois... Infelizmente, ainda não achei.
É isso, pessoal. Black Bird continua sendo um mangá fast food com muitos defeitos, mas que termino a leitura sempre muito satisfeita. Sakurakoji precisa amadurecer muito, mas, em alguns momentos, ela consegue mostrar o por quê de seu mangá fazer tanto sucesso e ter sido premiado com o 54º Shogakukan Award, ainda que, se racionalizarmos bem a coisa, outras séries serem muito superiores no argumento e na execução. Mal posso esperar pelo volume 9 e espero que a capinha seja mais bonita.
12 pessoas comentaram:
Valéria, o meu volume 8 chegou na minha casa só hoje, estou louca para ler ^^(Mas não se preocupe, o spoiler mais importante eu já tinha porque eu peguei as raws do volume 8 depois de ler o volume 7)
Eu pego as minhas raws nesse site (só para olhar, porque não entendo absolutamente NADA de japonês... espero que vc faça melhor proveito delas do que eu (porque vc entende pelo menos um pouco, não é?):
http://blackbirdmanga.blogspot.com/p/volumes_26.html
(Eu achei essa capa bem feinha também... ainda mais depois das capas lindíssimas dos volumes 4 ao 7)
Ah, e obrigada por ler o e-mail que eu mandei para o podcast do ooku, no programa do "É ruim mas eu gosto", eu fiquei muito feliz ^^ . Assim que terminar de ouvir ao novo programa, eu mando um novo e-mail... também tem muita coisa ruim que eu gosto (e black bird é uma delas!) hahaha
Ótima resenha, como sempre!
xoxo
Gabi N. (Mallu)
Muito obrigada pelo link! ^__^ E pelo e-mail para o #Shoujocast, tambémn. :D
Sem problemas! :D
Agora que eu li o mangá (e gostei muito do volume... achei bastante "emocionante e intenso") só estou preocupada com uma coisa: eu tenho QUASE CERTEZA que a Sakurakoji vai se perder nessa de "só podia uma vez", e vai deixar os personagens em uma tensão estranha e chatinha...
Pelo que eu entendi da série, não teria problema se eles fizessem amor apeas uma vez, então eu imagino que o problema seria se a senka engravidasse... isso me deixa pensando se não é ingenuidade demais pensar ser impossível engravidar na primeira vez, ou mesmo se não existem "camisinhas tengu-size!" huahahahahahaha
coitadinha dessa autora... ela tem umas idéias bem legais, mas ela ainda se perde em bobagens...
Gabi N. (Mallu)
Adoro suas resenhas de Black Bird e também estou anciosa para ler a próxima resenha.
yonihon, obrigada pelo link! to aqui baixando já :D
tomara que essa lenga-lenga n termine em um cliché do tipo ela fica grávida, vira alvo - novamente - dos inimigos, etc etc...
ahh eu vi os raws por este site também, ah eu não gostei muito da cena de amor entre eles, acho que podia ser mais realista, mais romantica e mais focada nos pensamentos deles, não apenas sexo pra ajudar ao Kyo viver, porque o sexo deles ficou como se fosse forçado sabe? ah bem não sei não é um dos meus mangas favoritos mais to acompanhando inclusive nas raws..
*Spoiler*
Os sexos que irão acontecer depois da primeira vez é muito jogado, a autora faz como se ela fosse uma mulher de malandro que aceita tudo de boca fechada sem personalidade xD
Obrigada por seu comentário.. adoro esse site xD
Gabi, também tenho medo que a Sakurakoji se enrole... Ela é muito verde, muito afobada e, bem, pode acabar errando a mão e ao invés de tensão sexual termos angústia em excesso e culpa... Mas não sei... Deixe-me ter alguma esperança. ^__^ No mais, concordo que acho que o problema é a gravidez...
Magina, amor e miados ^^
E sim Valéria, vamos manter as esperanças (é isso que importa, né? huahahaha)
Bom, pelo menos Black Bird me diverte, então não tiro seu mérito...
Gabi. N
Primeiro, respondendo ao questionamento da Valéria, na edição brasileira, eles começaram o mangá usando a expressão "youkai", mas agora estão usando "ayakashi", que segundo o glossário, é um termo mais genérico.
Sobre as cenas de sexo que a Kahgome comentou, não acho que seja assim. Antes de ler as edições brasileiras, eu vi as japonesas e achava que a Misao sofria pelos avanços do Kyo, porque a cara dela é sempre de choro, mas ao ler o texto em português, não é nada disso. Ela quer o Kyo tanto quanto ele a quer.
SPOILER: No último capítulo que vi neste site (e acredito que pararam de postar), é a própria Misao quem toma a iniciativa, mas como não achei o capítulo posteiror, não sei como acabou a história.
Enfim, vou ficar esperando ansiosamente pela próxima resenha.
Abraços a todos.
Denise, a partir do momento em que a Misao retoma suas memórias ela deseja fazer amor com o Kyo. Há aqueles medos básicos e compreensíveis, há a maldição que eles não sabem qual é direito, mas Misao deseja o Kyo. Ela não é forçada e toma a iniciativa várias vezes... E ele declina, com medo de matá-la por causa da maldição...
Eu já fiz um convite para vc... No meu fórum há as raws e vc vai se surpreender com algumas reviravoltas. Incluindo com a 'consumação do amor de Kyo e Misao'.
Me add Valéria. Meu fórum é em inglês e vc pode se registrar que será bem vinda.
http://shoujolicious.bestdiscussion.net/forum
Estamos com as raws do vol 12 em andamento. Um abraço, SoniaK
Adorei esse volume, um dos melhores na minha opinião. Concordo com você em relação a história ter corrido bem rápido e algumas coisas ficarem subentendidas sem precisarmos ver nos quadrinhos, tipo o clã do Tadanobu e o outro auxiliarem o clã dos tengus, seria muito interessante ver mais do ataque, que foi muito bem feito como você disse. Eu gostei da personagem do Raikou, achei o drama dele bem profundo, só não gostei daquela insinuação do Kyo, de que o Raikou poderia estar apaixonado pela Misao, achei muito forçar a barra, para mim ele queria ajudar ela por eles terem o mesmo problema(serem perseguidos por ayakashis).
A cena em que eles finalmente fazem sexo ficou bem legal e já estava na hora, só quero ver que reviravoltas virão a seguir. ^^
Ah sobre a sua duvida quanto a espada do Raikou, pelo que eu entendi depois de o Sagami ser ferido pela Doujigiri(espada do Raikou), a mesma cai no chão e o Hoki ameaça o Raikou com a sua própria espada e não a Doujigiri, se você olhar bem o cabo das duas espadas é diferente e a Doujigiri ainda estava na bainha quando caiu no chão.
Estou louca para ler o volume 9. XDDD
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