Não faz nem tanto tempo que publiquei uma das perguntas do Formspring aqui (*as outras da série são 1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7*), mas esta, eu precisava colocar. Não pela pergunta geral, mas porque eu realmente acho que os livros adaptados para adolescentes tiveram um papel importante na minha vida. Desde o primeiro que ganhei, em um amigo oculto quando tinha 12 anos, e devorei em poucas horas, Tristão & Isolda. E isso, depois de tanto tempo desejando poder ler por causa das fotinhos das revistas Coquetel, até o último que li e nem lembro mais qual nome tinha. Aqueles livros da Coleção Elefante foram muito importantes na minha adolescência e para a minha formação como leitora. E não é que eu não lesse livros em versão integral, mas eles eram muito menos interessantes para mim que os livros que eu ganhava do meu Tio em grandes lotes no Natal. Aos 15 anos, eu já estava apta para vôos mais altos e fui mesmo, mas a Coleção Elefante teve um papel muito importante nisso. A pergunta foi a seguinte:
como você vê essas adaptações de livros para quadrinhos? há qualidade ou só caça-niqueis como aqueles livros versões adaptadas ou resumidas.
Vou começar comentando a segunda parte, bem, eu não acho que as versões adaptadas sejam necessariamente caça-níqueis. Eu me tornei leitora graças, sobretudo, à coleção Elefante da Ediouro, li na adolescência vários clássicos resumidos, como Os Três Mosqueteiros, Vinte Anos Depois, A Tulipa Negra, Jane Eyre, Eugenia Grandet, Capitão Fracasso, Little Women (As Filhas do Dr. March), Ivanhoé, etc. Naquele momento, eles estavam dentro das minhas possibilidades de adolescentes de 12, 13 anos e me prepararam para coisas maiores. Fora, claro, que muitas das adaptações eram feitas por gente do cacife de um Érico Veríssimo... Não era qualquer coisa, não.
Dito isso, acredito que as adaptações de clássicos para HQ tenham também o seu espaço, seja para oferecer um texto já conhecido em outra mídia, seja para introduzir leitores. Adaptar para quadrinhos, não é depreciar, e a antiga EBAL, tinha muita experiência nisso oferecendo clássicos da literatura brasileira e estrangeira, além de um sem número de outras adaptações, como biografias, em formato quadrinho. Nada disso é novidade. Mudam os artistas, hoje a coisa é mais autoral, mudam os traços, os preços são mais altos, mas literatura em formato quadrinho é coisa do tempo em que minha mãe não sabia nem soletrar.
3 pessoas comentaram:
Versões adaptadas não são caça-níqueis mas não vejo motivo para que existam ainda. Claro, é muito mais fácil para alguém com menos tempo ler um livro menor mas acho que perde grande parte do estilo do escritor e dificilmente alguém que leu o livro adaptado lerá o original.
É complicado opinar sobre isso porque são e não são necessários (obras reduzidas trazem o essencial, certo?).
Bem, você pode pegar um livro da coleção Elefante e comprovar. Eu não vejo as obras adaptadas - comuns em vários países, e especialmente comuns para o ensino de línguas estrangeiras - como um desestímulo à leitura do original. Eu estou aqui para mostrar que é um bom lugar para começar.
E, bem, talvez se eu tivesse tentado ler a versão adaptada de Madame Bovary antes, eu até conseguiria ler o original. comecei com o original, lá com meus 14 anos, achei um porre e larguei. Não sinto nenhuma vontade de tentar de novo.
Já Os Três Mosqueteiros, li adaptado umas três ou quatro vezes e depois li o original. O mesmo para Jane Eyre.
No meu caso os materiais mais fundamentais para mim foram os da Coleção Vaga-Lume, mais o Gênio do Crime de J. C. Marinho Silva (que era da Ediouro). Mas raramente eu peguei livros adaptados pelo que me lembro; acabei voando cedo para os originais, e depois disso, quando caía um adaptado na minha mão, eu chiava. :\
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