Como prometi, estou escrevendo sobre TiTiTi. Para que o post não fique enorme, vou parti-lo em duas partes e tentar equilibrar os prós e contras dentro dos dois textos. Vamos lá... TiTiTi foi a primeira novela das sete que assisti em muito, muito tempo, tanto que nem me lembro quando foi a última. Verdade! Acho as tramas das sete as mais fracas e irritantes, dentro de um panorama de novelas que não é dos melhores. Só que quando anunciaram o remake de TiTiTi, uma das novelas que mais gostei de assistir na minha infância, não pude resistir. Deixava o computador programado e saia para trabalhar, chegava quase onze da noite e assistia antes de dormir. No geral, devo ter perdido mais ou menos uns 20 capítulos da novela, contando a partir da primeira semana, pois quando TiTiTi estreou, eu estava fora de casa, em férias. Por conta disso, nunca vi Julinho e Osmar juntos, só em flashback, quando comecei a acompanhar o rapaz já tinha morrido. No geral, TiTiTi foi uma grata surpresa. Maria Adelaide Amaral foi fiel ao estilo da trama original de Cassiano Gabus Mendes, mas deu seu toque pessoal e ouviu o público. Por conta disso, tramas que tinham feito muito sucesso no original foram mudadas, como Luti e Valquíria, ou mesmo o final de Jacques Leclair e Victor Valentim.
Logo de cara o que me atraiu para TiTiTi foi o clima pastelão típico das novelas das sete dos anos 1980, como Vereda Tropical, Sassaricando, Guerra dos Sexos... Mais até que a TiTiTi original, eles capricharam nesse aspecto nas primeiras semanas da trama. Embora o casal Armandinho/Desiree nunca tenham estado entre meus favoritos, as cenas dos dois eram bem ao estilo da época. Saudosismo, eu sei e isso nada tem a ver com qualidade. Outro fator que me chamou muito a atenção foi o show dado por Cláudia Raia. Em TiTiTi ela mostrou o quanto é talentosa e quão boa comediante ela é. Em alguns momentos, era como se estivéssemos de novo vendo TV Pirata, e a própria citação que ela fez a personagem Tonhão, se remetia a isso. Mesmo as semanas que ela passou como freira foram divertidíssimas. Ou seja, Cláudia Raia iluminava a cena, deu um show à parte. As falas da personagem eram as melhores as mais bem sacadas, e muitas vezes eu gargalhei com elas. A novela ter fechado com uma última fala da personagem de Cláudia Raia foi um justo reconhecimento.
A segunda atuação mais interessante foi de outra atriz que um dia prometeu ser top estrela da Globo, Giulia Gam. Fazia tempo que não a via tão bem. E ela fazia parte do núcleo dramático em uma novela que era essencialmente cômica. A sua Bruna, uma mulher religiosa ao extremo, poderia ter ficado caricata ou antipática, mas ela interpretou tão bem a mãe que negava a homossexualidade do filho, que rezava para que Julinho arrumasse uma namorada, enfim, que era cheia de travas, só que lá no fundo tinha um coração maior que o mundo, foi arrebatadora. E bem no finalzinho da novela, ainda promoveram o inusitado encontro entre a perua Jaqueline, promovendo o romance de seu marido com o filho do coração de Bruna foi muito legal. Aliás, até que Edgar se tornasse um mala sem alça, todo o núcleo da casa de Bruna era ótimo. André Arteche mostrou mais uma vez que é um dos melhores atores jovens da atualidade, suas cenas foram difíceis, ele contracenou com gente muito experiente, e seu Julinho talvez tenha sido um dos melhores personagens gays que já vi em uma novela brasileira ou até na ficção. Leopoldo Pacheco, outro ator que eu acho muito bom e subaproveitado na Rede Globo, mostrou toda a sua competência na primeira metade da novela, quando de homem preconceituoso e machista foi se transformando de forma muito verossímil em uma pessoa muito melhor. E Marcela... Mas dela eu falo depois...
E chegamos ao ponto alto da trama a meu ver: a forma como a questão da homossexualidade foi tratada. TiTiTi foi a novela que abordou de maneira mais madura o drama dos homossexuais, seus amores, o preconceito, a questão da aceitação da família com coragem, sensibilidade, e diálogos e interpretações de qualidade. Surpreendente mesmo, ainda mais sendo uma novela das sete, já que os supostos “temas maduros” aparecem muito mais no horário das nove. Faltou o beijo, claro. Eu realmente fiquei na expectativa de vê-lo acontecendo e imagino a queda de braço nos bastidores da Globo. Eu duvido que isso não esteja enervando muita gente na produção. Enfim, Maria Adelaide Amaral mostrou o seu talento mais uma vez. Queridos Amigos já tinham representado, a meu ver, um grande salto de qualidade, e ela conseguiu elevar ainda mais o seu próprio nível de excelência.
Os dois protagonistas – ou supostos protagonistas – Jacques Leclair/André Spina e Victor Valentin/Ariclenes foram defendidos de forma muito corajosa por Alexandre Borges e Murilo Benício, afinal, eles tinham que, pelo menos, igualar as interpretações originais de Reginaldo Farias e Luís Gustavo e isso seria muito difícil... No entanto, o talento de ambos foi mais que comprovado, cada um deles reinventou a personagem e lhe deu nova roupagem. Alexandre Borges, um dos meus atores brasileiros favoritos, curiosamente, foi ele quem recebeu as maiores críticas, talvez por ter levado o seu Leclair para a caricatura mesmo, a piada total. Confesso que em alguns momentos ele ficou Dick Vigarista ou Coyote do Papa-Léguas demais para o meu gosto, algumas das suas armações com Clotilde foram cansativas, mas toda novela tem barriga... É muito capítulo para manter a qualidade em todos os momentos. Outro ponto complicado em Jacques Leclair foi que ele vestiu a pele do vilão, suas posturas morais eram muito complicadas e ele era um canalha com as mulheres, ainda assim, eles estava muito bem na maioria do tempo. Murilo Benício, muito mais comedido, conseguiu oscilar com maior facilidade da comédia para o drama. Seu Ariclenes era um ser humano com muitas falhas, egoísta em alguns momentos, mas, no geral, alguém com um grande coração.
Boa surpresa foi a virada da personagem de Tato Gabus Mendes. A TiTiTi original foi seu primeiro papel e eu me lembro do quanto ele parecia limitado na época, especialmente se comparado ao seu irmão mais famoso, Cássio Gabus Mendes. Mas eu gosto muito dele como ator, mas foi um sujeito que demorou a me convencer, somente quando ele viveu o Pichot de Que Rei Sou Eu?, consegui acreditar no talento dele. No início da novela, ele era a coisa mais chata da novela. Um vilão carregado de clichês e muito sem graça. Não sei se a personagem dele veio de Plumas e Paetês, porque não assisti essa novela, mas ele só ficou interessante quando passou a interagir com a Dorinha de Mônica Martelli, um dos melhores acréscimos para a novela. Ela com suas tiradas politicamente incorretas e seu humor irônico também eram uma atração a parte. E ela era bem diferente da Jaqueline, pois era classuda e contida.
Não posso terminar esta primeira parte sem elogiar aquela que para mim foi a grande revelação da novela, a menina Clara Tiezzi. Quando a via a primeira vez, imaginei que ela tivesse, pelo menos, 13 anos. Mas ela tinha somente onze, uma menininha mesmo, e conseguiu ser uma criança-gênio simpática, inteligente (de verdade) e convincente apesar do texto dificílimo (poderia parecer mera decoreba, mas ela equilibrou muito bem a coisa). Espero que tenha um belo futuro, pois talento ela tem. Claro, que se estivéssemos nos anos 1980, Mabi iria se apaixonar pelo Luti... Isso até aconteceu, mas a coisa não foi desenvolvida. Perceberam isso? Eu sou capaz de parar para olhar uma novela só para ver como essa menina se sairá em seu próximo papel.
Para fechar essa primeira parte dos meus comentários, três críticas. A primeira delas à propaganda dentro da novela. Sei que é a regra agora, mas as inserções, especialmente da Bradesco Seguros, eram a coisa mais artificial do mundo, quebravam a ação e só tinham esta função mesmo: vender. Será que não dava para inserir a coisa de forma mais sutil e articulada com a trama? Eu acho que, sim. Mas faltou imaginação. Em segundo lugar, e no próximo texto volto a isso, parece que alguém tentou destruir os casais jovens na segunda metade da novela. Até a Camila ficou chata! Isso sem falar na mensagem “amélia” que colocaram na boca da Desirée “Você me traiu, mas eu te amo e preciso te aceitar de volta”. Eu torcia para a Desirée ficar com o Jorgito, mas como podem meter essa mensagem de que se a gente ama um home precisa/pode/tem tem que aceitar traição? E mais, como um sujeito inteligente como o Jorgito poderia se deixar levar por alguém que desprezava e conhecia como a Stephany? Aliás, outra mensagem foi “Homem jovem magoado/sozinho se joga na cama com qualquer uma”. E até usaram o Julinho para dizer essa asneira, quando ele tentou fazer a defesa do Edgar para a Marcela. Enfim, na segunda parte do texto eu comento esses rolos amorosos.
Outro ponto em que TiTiTi não progrediu foi na representação dos negros. Tínhamos somente dois na novela, o belo Adriano e a víbora da Clotilde, com ótimo desempenho. Ambos educados, elegantes, inteligentes, de classe média alta, mas, como o Joel Zitto aponta em A Negação do Brasil, sem família, sem contatos com outros negros ou mulatos, sem raízes. Os únicos negros em um ambiente socialmente branco. Para piorar, ambos eram personagens com características vilanescas, com caráter mais que duvidoso. Poderiam ter feito melhor e não estou falando em inserir a discussão do racismo, o que eu peço é maior visibilidade e menos solidão, nossas novelas ainda reproduzem uma ficção que é a de que somos um país de brancos ou, pelo menos, muito mais branco do que na realidade somos. Além disso, para mim era muito incomodo olhar aquela vila pobre do Belemzinho e não ver um negro sequer. A inserção dos nordestinos foi legal, mas e a questão racial? Por que não contemplaram? Vejam que a coisa é um passo para frente e, talvez, dois para trás. Houve um desenvolvimento ótimo da questão da homossexualidade masculina (porque as lésbicas da novela eram invisíveis, apesar de sabermos que estavam lá), mas a questão racial ficou de lado totalmente.
Concluindo, TiTiTi foi uma novela divertida, na qual o tom de farsa fazia sentido. A homenagem ao original afirmando, também, a sua individualidade fez toda diferença. Eu não esperava tanto, acreditava que a coisa fosse degringolar, mas TiTiTi me deu esperanças de novos remakes com qualidade. Já falei aqui que meu sonho é ver O Direito de Amar na TV novamente... Vamos ver se o Walter Negrão aceita a tarefa antes de se aposentar.
Logo de cara o que me atraiu para TiTiTi foi o clima pastelão típico das novelas das sete dos anos 1980, como Vereda Tropical, Sassaricando, Guerra dos Sexos... Mais até que a TiTiTi original, eles capricharam nesse aspecto nas primeiras semanas da trama. Embora o casal Armandinho/Desiree nunca tenham estado entre meus favoritos, as cenas dos dois eram bem ao estilo da época. Saudosismo, eu sei e isso nada tem a ver com qualidade. Outro fator que me chamou muito a atenção foi o show dado por Cláudia Raia. Em TiTiTi ela mostrou o quanto é talentosa e quão boa comediante ela é. Em alguns momentos, era como se estivéssemos de novo vendo TV Pirata, e a própria citação que ela fez a personagem Tonhão, se remetia a isso. Mesmo as semanas que ela passou como freira foram divertidíssimas. Ou seja, Cláudia Raia iluminava a cena, deu um show à parte. As falas da personagem eram as melhores as mais bem sacadas, e muitas vezes eu gargalhei com elas. A novela ter fechado com uma última fala da personagem de Cláudia Raia foi um justo reconhecimento.
A segunda atuação mais interessante foi de outra atriz que um dia prometeu ser top estrela da Globo, Giulia Gam. Fazia tempo que não a via tão bem. E ela fazia parte do núcleo dramático em uma novela que era essencialmente cômica. A sua Bruna, uma mulher religiosa ao extremo, poderia ter ficado caricata ou antipática, mas ela interpretou tão bem a mãe que negava a homossexualidade do filho, que rezava para que Julinho arrumasse uma namorada, enfim, que era cheia de travas, só que lá no fundo tinha um coração maior que o mundo, foi arrebatadora. E bem no finalzinho da novela, ainda promoveram o inusitado encontro entre a perua Jaqueline, promovendo o romance de seu marido com o filho do coração de Bruna foi muito legal. Aliás, até que Edgar se tornasse um mala sem alça, todo o núcleo da casa de Bruna era ótimo. André Arteche mostrou mais uma vez que é um dos melhores atores jovens da atualidade, suas cenas foram difíceis, ele contracenou com gente muito experiente, e seu Julinho talvez tenha sido um dos melhores personagens gays que já vi em uma novela brasileira ou até na ficção. Leopoldo Pacheco, outro ator que eu acho muito bom e subaproveitado na Rede Globo, mostrou toda a sua competência na primeira metade da novela, quando de homem preconceituoso e machista foi se transformando de forma muito verossímil em uma pessoa muito melhor. E Marcela... Mas dela eu falo depois...
E chegamos ao ponto alto da trama a meu ver: a forma como a questão da homossexualidade foi tratada. TiTiTi foi a novela que abordou de maneira mais madura o drama dos homossexuais, seus amores, o preconceito, a questão da aceitação da família com coragem, sensibilidade, e diálogos e interpretações de qualidade. Surpreendente mesmo, ainda mais sendo uma novela das sete, já que os supostos “temas maduros” aparecem muito mais no horário das nove. Faltou o beijo, claro. Eu realmente fiquei na expectativa de vê-lo acontecendo e imagino a queda de braço nos bastidores da Globo. Eu duvido que isso não esteja enervando muita gente na produção. Enfim, Maria Adelaide Amaral mostrou o seu talento mais uma vez. Queridos Amigos já tinham representado, a meu ver, um grande salto de qualidade, e ela conseguiu elevar ainda mais o seu próprio nível de excelência.
Os dois protagonistas – ou supostos protagonistas – Jacques Leclair/André Spina e Victor Valentin/Ariclenes foram defendidos de forma muito corajosa por Alexandre Borges e Murilo Benício, afinal, eles tinham que, pelo menos, igualar as interpretações originais de Reginaldo Farias e Luís Gustavo e isso seria muito difícil... No entanto, o talento de ambos foi mais que comprovado, cada um deles reinventou a personagem e lhe deu nova roupagem. Alexandre Borges, um dos meus atores brasileiros favoritos, curiosamente, foi ele quem recebeu as maiores críticas, talvez por ter levado o seu Leclair para a caricatura mesmo, a piada total. Confesso que em alguns momentos ele ficou Dick Vigarista ou Coyote do Papa-Léguas demais para o meu gosto, algumas das suas armações com Clotilde foram cansativas, mas toda novela tem barriga... É muito capítulo para manter a qualidade em todos os momentos. Outro ponto complicado em Jacques Leclair foi que ele vestiu a pele do vilão, suas posturas morais eram muito complicadas e ele era um canalha com as mulheres, ainda assim, eles estava muito bem na maioria do tempo. Murilo Benício, muito mais comedido, conseguiu oscilar com maior facilidade da comédia para o drama. Seu Ariclenes era um ser humano com muitas falhas, egoísta em alguns momentos, mas, no geral, alguém com um grande coração.
Boa surpresa foi a virada da personagem de Tato Gabus Mendes. A TiTiTi original foi seu primeiro papel e eu me lembro do quanto ele parecia limitado na época, especialmente se comparado ao seu irmão mais famoso, Cássio Gabus Mendes. Mas eu gosto muito dele como ator, mas foi um sujeito que demorou a me convencer, somente quando ele viveu o Pichot de Que Rei Sou Eu?, consegui acreditar no talento dele. No início da novela, ele era a coisa mais chata da novela. Um vilão carregado de clichês e muito sem graça. Não sei se a personagem dele veio de Plumas e Paetês, porque não assisti essa novela, mas ele só ficou interessante quando passou a interagir com a Dorinha de Mônica Martelli, um dos melhores acréscimos para a novela. Ela com suas tiradas politicamente incorretas e seu humor irônico também eram uma atração a parte. E ela era bem diferente da Jaqueline, pois era classuda e contida.
Não posso terminar esta primeira parte sem elogiar aquela que para mim foi a grande revelação da novela, a menina Clara Tiezzi. Quando a via a primeira vez, imaginei que ela tivesse, pelo menos, 13 anos. Mas ela tinha somente onze, uma menininha mesmo, e conseguiu ser uma criança-gênio simpática, inteligente (de verdade) e convincente apesar do texto dificílimo (poderia parecer mera decoreba, mas ela equilibrou muito bem a coisa). Espero que tenha um belo futuro, pois talento ela tem. Claro, que se estivéssemos nos anos 1980, Mabi iria se apaixonar pelo Luti... Isso até aconteceu, mas a coisa não foi desenvolvida. Perceberam isso? Eu sou capaz de parar para olhar uma novela só para ver como essa menina se sairá em seu próximo papel.
Para fechar essa primeira parte dos meus comentários, três críticas. A primeira delas à propaganda dentro da novela. Sei que é a regra agora, mas as inserções, especialmente da Bradesco Seguros, eram a coisa mais artificial do mundo, quebravam a ação e só tinham esta função mesmo: vender. Será que não dava para inserir a coisa de forma mais sutil e articulada com a trama? Eu acho que, sim. Mas faltou imaginação. Em segundo lugar, e no próximo texto volto a isso, parece que alguém tentou destruir os casais jovens na segunda metade da novela. Até a Camila ficou chata! Isso sem falar na mensagem “amélia” que colocaram na boca da Desirée “Você me traiu, mas eu te amo e preciso te aceitar de volta”. Eu torcia para a Desirée ficar com o Jorgito, mas como podem meter essa mensagem de que se a gente ama um home precisa/pode/tem tem que aceitar traição? E mais, como um sujeito inteligente como o Jorgito poderia se deixar levar por alguém que desprezava e conhecia como a Stephany? Aliás, outra mensagem foi “Homem jovem magoado/sozinho se joga na cama com qualquer uma”. E até usaram o Julinho para dizer essa asneira, quando ele tentou fazer a defesa do Edgar para a Marcela. Enfim, na segunda parte do texto eu comento esses rolos amorosos.
Outro ponto em que TiTiTi não progrediu foi na representação dos negros. Tínhamos somente dois na novela, o belo Adriano e a víbora da Clotilde, com ótimo desempenho. Ambos educados, elegantes, inteligentes, de classe média alta, mas, como o Joel Zitto aponta em A Negação do Brasil, sem família, sem contatos com outros negros ou mulatos, sem raízes. Os únicos negros em um ambiente socialmente branco. Para piorar, ambos eram personagens com características vilanescas, com caráter mais que duvidoso. Poderiam ter feito melhor e não estou falando em inserir a discussão do racismo, o que eu peço é maior visibilidade e menos solidão, nossas novelas ainda reproduzem uma ficção que é a de que somos um país de brancos ou, pelo menos, muito mais branco do que na realidade somos. Além disso, para mim era muito incomodo olhar aquela vila pobre do Belemzinho e não ver um negro sequer. A inserção dos nordestinos foi legal, mas e a questão racial? Por que não contemplaram? Vejam que a coisa é um passo para frente e, talvez, dois para trás. Houve um desenvolvimento ótimo da questão da homossexualidade masculina (porque as lésbicas da novela eram invisíveis, apesar de sabermos que estavam lá), mas a questão racial ficou de lado totalmente.
Concluindo, TiTiTi foi uma novela divertida, na qual o tom de farsa fazia sentido. A homenagem ao original afirmando, também, a sua individualidade fez toda diferença. Eu não esperava tanto, acreditava que a coisa fosse degringolar, mas TiTiTi me deu esperanças de novos remakes com qualidade. Já falei aqui que meu sonho é ver O Direito de Amar na TV novamente... Vamos ver se o Walter Negrão aceita a tarefa antes de se aposentar.
5 pessoas comentaram:
Antes de começar a comentar, uma confissão: Me senti encorajado a voltar a ver novela ( a última que eu tinha visto foi celebridade de 2003)por causa de Osmar e Julinho + seus comentários sobre a ansiedade de ver a novela no twitter.
Do núcleo da comédia, eu gostava muito do Ari, Jaques Leclair (antes de ficar caricato demais), o Chico (que eu acho gato rs) e lógico, a Jaqueline! Pão com churros, pão com macarrão, jogar spray de pimenta nos olhos dos desafetos e sair correndo de carro pela noite gritando "leave me alone!" ( que não teve como não lembrar do video "leave Britney alone") fizeram eu me apaixonar de vez por ela! A melhor de ti-ti-ti com certeza!
Sobre a homossexualidade, como não ficar feliz de ver uma personagem cheia de atitude como o Julinho? Ah se todos os LGBT tivessem a postura dele... As cenas dele com o Osmar eram lindas com direito a carinho, mão no rosto, olho no olho e "eu te amo" Só faltava o beijo mesmo! O final do Julinho com o Thales me agradou bastante também. Quanto a dona Bruna, Giulia Gam a interpretou com perfeição. A novela mostrou muito bem o lado do gay e do religioso que condena a homossexualidade. Houve um respeito e um cuidado enorme com esses grupos. Foi uma das coisas mais lindas que eu já vi na televisão. Esses dois quase me levaram as lágrimas algumas vezes...
Concordo com os pontos fracos citados no texto e vale lembrar de como a Rebeca poderia ter sido uma personagem melhor, pois não faltariam tramas interessantes envolvendo a personagem, mas parece que isso foi deixado de lado...
Enfim, tenho certeza que você comentará isso na parte 2. No aguardo!
A NOVELA FOI EXCELENTE ^^,é claro que não para agradar a todos ,sempre tem um ponto fraco...eu queria que a Marcena terminasse com o O Renato.
Não acredito que perdi essa novela. Faz anos que eu não assisto uma também mas depois de ler esse post fui correndo no youtube dar uma olhada no casal Osmar e Julinho.
Fiquei sem palavras. Nunca acreditei que a Globo traria um tema tão delicado de maneira tão profunda e sensível. Só posso dizer que fiquei mais fã ainda de Maria Adelaide Amaral.
A personagem Marcela também pareceu-me cativante.
É uma pena que o personagem de Gustavo Leão tenha morrido logo no começo. Eu não gostei nem um pouco do novo par romântico do Julinho.
Discordo de quem acha que faltou um beijo. A novela provou que relacionamentos homo-afetivos podem existir de maneira normal e um beijo poderia levantar uma onda de preconceito maior ainda. Não faço questão nenhuma de ver uma cena assim.
Tudo o que quero é continuar vendo a intolerância sendo negligenciada enquanto o amor é mostrado sem preconceitos de qualquer espécie. Parabéns a todos os atores. ^^
Virei fã da Maria Adelaide Amaral desde que meu pai comprou os dvds da mini-série A Muralha e pude assistir. Obra Maravilhosa. TiTiTi não pude ver todos os episódio, devo ter assistido ai uns 30 episódio na novela toda. Mas, sempre me pareceu bem agradável, muito melhor dos que as outras exibidas pela Globo.
Curtir muito os seus comentários sobre Tititi.
Eu e minha filha não perdiamos nenhum capítulo. Foi pura diversão!
Por uma parte estou aliviada de já ter terminado, pois agora poderei fazer outras atividades neste horário. kkkkk
E até que gostei muito do Alexandres Borges, ele fez um Jacques Leclair super engraçado! Mas o meu personagem preferido foi a Jacqueline (Claudia Raia maravilhosa!).
Aguardando a sua próxima postagem sobre a novela.
Bjs
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