segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Revista Época entrevista os Irmãos Coen



A Época trouxe uma entrevista dos Irmãos Coen sobre Bravura Indômita (True Grit). Muita gente está dizendo que é um remake de um filme de John Wayne, mas os diretores foram ao livro que deu origem ao primeiro filme, então, não é refilmagem, é uma outra leitura de um livro feita pelo cinema. Quem já assistiu aos dois Spartacus deve entender bem isso, o de 2005 não é de forma alguma uma refilmagem do de 1960, é uma nova abordagem – historicamente superior – do mesmo livro. Amo os dois filmes. Quanto à Bravura Indômita, não me lembro de ter assistido a primeira filmagem, mas, sei lá, eu via tanto faroeste com meu pai... De resto eles elogiam muito a atriz adolescente que faz a protagonista. Eu não sei, mas tenho a sensação que Bravura Indômita pode pegar muita gente de calças curtas no Oscar. Estréia esta semana, também, era para ter estreado em janeiro. Se tudo correr bem, vou ao cinema na sexta-feira ver O Discurso do Rei e no sábado para ver Bravura Indômita.
Joel e Ethan Coen: “Os cavalos não aceitavam nossa direção”

Diretores de 'Bravura indômita', os irmãos Joel e Ethan Coen falam sobre o talento de Hailee Steinfeld e as dificuldades de filmar um faroeste

Marcelo Bernardes de Nova York


Depois de ganhar fama como cineastas independentes, os irmãos Joel e Ethan Coen caíram nas graças de Hollywood. A dupla amealhou oito Oscars e acaba de receber mais dez indicações por Bravura indômita. Além de ser produtores, diretores e roteiristas, os dois editam seus filmes sob o pseudônimo Roderick Jaynes. Em entrevista a ÉPOCA, a dupla fala sobre o filme e seus métodos de trabalho.


QUEM SÃO
Irmãos, Joel (56 anos) e Ethan (53) produzem e dirigem filmes juntos desde 1984. Em 2008, venceram o Oscar de Melhor Filme e Melhor Diretor

O QUE FILMARAM
Fargo (1996), O grande Lebowski (1998), Onde os fracos não têm vez (2008), Um homem sério (2009), entre outros

ÉPOCA -
Vocês revisitaram o Bravura indômita original com John Wayne antes de rodar a nova versão?
Ethan Coen -
Assistimos ao filme original quando éramos jovens. Nunca mais o vimos e não pensamos em fazer nosso filme como referência ao de John Wayne. Estávamos mais interessados no livro, que lemos recentemente e achamos ter um grande potencial cinematográfico. A gente pediu para o Jeff Bridges ler também, algo que John Wayne não fez. Inicialmente, achamos que o fato de John Wayne ter interpretado o papel seria um empecilho. Mas Jeff não estava nem aí para isso.

ÉPOCA - Hailee Steinfeld é uma revelação. Como a encontraram?
Joel Coen - Três, quatro semanas antes de iniciarmos as filmagens, deparamos com a fita teste de Hailee. Tínhamos falado com várias garotas, algumas atrizes famosas, mas, quando Hailee veio nos encontrar em Los Angeles e fez o teste com Jeff Bridges, sabíamos que seria ela. Hailee é muito independente e madura. Não se sentiu intimidada na frente de nenhum ator e nem pelo processo de filmagem. Ela definitivamente está atuando no filme, mas existe dentro dela maturidade muito similar à da personagem.

ÉPOCA - Por que fazer um faroeste?
Joel - Não vimos o filme como um faroeste tradicional, e sim como uma aventura entre uma jovem e um homem mais velho, um certo tipo de demarcação que não se limita somente aos faroestes.
Ethan - Também tem a ver com a maneira como os projetos vêm parar em nossas mãos. Hoje estamos muito mais à mercê da disponibilidade dos atores que de nossa própria conveniência. Então alguns projetos passam à frente dos outros. Este é um deles.

ÉPOCA -
Bravura indômita é um filme com um orçamento farto. Como foi participar de um projeto tão pouco usual na carreira de vocês?
Ethan - Apesar de o orçamento ser muito maior que o dos últimos filmes, tivemos mais problemas. Fomos obrigados a apertar o cinto.
Joel - O que mais nos atrapalhou foram as locações distantes, o tempo totalmente instável e o fato de escalarmos uma garota de 14 anos que, por normas do sindicato dos atores, só podia trabalhar um certo número de horas por dia. Junta-se a isso o fato de que os cavalos não aceitavam muito bem nossa direção (risos).

2 pessoas comentaram:

Eu só vi um filme dos irmãos Coen: "Onde os fracos não tem vez" e foi uma ótima experiência. Desde então não vi mais nenhum filme deles, algo que eu preciso mudar urgentemente, pois tudo que esses caras lançam parece ser genial. Ainda não aluguei/ baixei "Queime depois de ler" e nem os antigos clássicos deles. Vi o trailer de "Bravura indômita" quando fui assistir "Cisne negro" no cinema e não consegui tirar meus olhos da tela ( e nem do cara moreno de barba rs). Esse filme promete! Vou tentar ver, se eu ainda me der ao luxo de gastar mais nesse mês...

Eu queria muito que isso ocorresse. Mas os Coen ganharam a tão pouco tempo o Oscar. Adoro os filmes deles, tirando um ou outro deslize, são surpreendentes!

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