Quando terminei de assistir Cisne Negro (Black Swan) estava sem fôlego. Os delírios de Nina, personagem de Natalie Portman, o balé, a câmera, e, sim, a grandiosa música de Tchaikovsky, foi tudo tão envolvente que quando a personagem diz “Eu senti. Perfeito”, eu suspirei e senti uma lágrima marota brincando nos meus olhos. Não terminei de assistir Minhas Mães e Meu Pai – e o filme já conquistou minhas antipatias feministas nos primeiros minutos, preciso dizer – mas não há como comparar a atuação de Anette Benning, a favorita a meu ver, com a entrega de Natalie Portman em Cisne Negro. Mas estou começando pelo final, é melhor descrever em linhas gerais de que trata o filme.
Cisne Negro conta a história de Nina (Natalie Portman), uma jovem bailarina perfeccionista, mas insegura e sexualmente reprimida. Ela mora com a mãe (Barbara Hershey - que merecia indicação ao Oscar por coadjuvante), uma bailarina que nunca conseguiu progredir na carreira e que projeta na filha a sua frustração. Ela acredita que a gravidez lhe roubou o estrelato, e agora a filha fará o que não conseguiu. A tensão de Nina aumenta com a aposentadoria forçada da primeira bailarina, uma destroçada Winona Ryder, e a disputa pelo papel de Odette/Odile no Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Segundo o diretor (Vicent Cassel), Nina é perfeita para a pura e casta princesa Odette, mas não tem a sensualidade exigida pela gêmea má, Odile, o cisne negro. Para piorar a tensão, uma nova bailarina, Lily (Mila Kunis) parece reunir tudo o que o papel exige e Nina parece sentir uma estranha atração por ela. Entre fantasia e acompanhamos o mergulho no interior da perturbada Nina até sua performance final e inesquecível.
Há muitos temas em Cisne Negro e uma das coisas perigosas que o filme repete é que o sexo parece ser o ponto de partida de todas as frustrações da protagonista. É o dispositivo da sexualidade de Foucault em andamento (*o "sexo rei", eixo da vida, fonte da juventude*) e poderíamos ser levados a pensar que, se Nina resolvesse seus problemas sexuais, ela seria feliz. O fato é que a moça é mantida em uma infância forçada pela mãe, que não lhe dá direito à privacidade, que a sufoca e monitora. Ela aceita a chantagem, embora saiba que é uma mentira, de que a mãe abriu mão da carreira, porque ficou grávida, na verdade, uma bailarina de 28 anos que não se consagrou ainda, é uma bailarina medíocre.
A questão da idade, a ditadura da juventude, é um dos temas do filme, a personagem de Winona Ryder é uma brilhante bailarina, mas a audiência quer juventude. Na verdade, é a nossa sociedade que foge da morte, que precisa cultuar a juventude, e, claro, voltamos ao “sexo rei”. Uma bailarina – ou mulher – que não seja jovem, não é sexualmente atraente. E a bailarina precisa seduzir. São as regras do jogo (*como ele está*). Mas eis que Nina tem a juventude e o talento, mas não sabe seduzir. Ela permanece presa em uma redoma de infância. É então que entra o diretor de balé.
Trata-se de uma personagem recorrente em vários materiais, como filmes de esporte ou mangás de balé, lutas marciais, teatro. O sujeito competente, mas autoritário. A diferença em Cisne Negro é que ele é sexualmente agressivo, ele usa do seu lugar de fala e espaço de poder para seduzir e se impor. A bailarina aposentada adverte Nina. Podemos até imaginar que ele tem razão, que ele precisa arrancar de Odile, o cisne negro, de dentro da frígida Nina, mas o que está na tela é, também, uma relação desigual e hierárquica. O homem, mais velho, em posição de poder, que se impõe a uma mulher jovem e fragilizada. Neste caso, muito fragilizada MESMO.
A outra ameaça para Nina é Lily, a indisciplinada e sedutora bailarina que veio de São Francisco. Na verdade, devido aos delírios de Nina, não temos como saber se Lily é de fato uma ameaça, ou se tudo o que ela e a protagonista vivem juntas é produto da mente perturbada da bailarina. Durante a produção do filme, muito se falou da cena lésbica entre Mila Kunis e Natalie Portman. Ela tem função no roteiro, dentro desse processo de “libertação” sexual de Nina, no entanto, ter duas mulheres lindas e jovens em uma cena de sexo lésbico é, também, um chamariz. Não há como negar isso, ainda que a função dramática – confronto com a mãe, uso de drogas, delírio, ato sexual (imaginário?) com a outra bailarina – sirvam para empurrar a história para o seu final.
Um dos momentos que mais gostei do filme – fora as exibições de balé, claro – foram as duas seqüências de Nina com os objetos deixados pela ex-primeira bailarina. A moça se apossa de coisas sem valor, um batom, um espelho, um pequeno frasco de perfume... coisas que ficaram para trás, mas que evocam a presença da estrela bem sucedida e apaixonada que Nina deseja ser. É usando o batom de Winona Ryder que Nina vai falar com o diretor de balé, em uma tentativa (quase) inconsciente de sedução. A outra seqüência é quando Nina, opressa pelo peso de ser primeira bailarina, vai devolver o que roubou... Mas aí, já é tarde, pois ela, assim como a virginal Princesa Odette, caminha para o sacrifício.
Embora o mergulho psicológico se imponha, em Cisne Negro temos um vislumbre de como é violento o mundo do balé. Sim, aquele mundinho cor de rosa para onde muitos pais e mães empurram suas meninas, porque futebol e artes marciais é que seriam prejudiciais para a formação de uma “verdadeira mulher”. Sim, porque para os meninos, pelo menos aqui no Brasil, balé é sinônimo de efeminação, e tudo que é feminino pode desqualificar um homem. Eu acho os bailarinos muito viris, em vários sentidos, mas eu não sou a maioria. As representações sociais ligadas ao balé, aquelas que estão mais presentes no nosso imaginário, não percebem a coisa desse modo.
O mundo do balé é um mundo de competição, de disciplina, de autoritarismo, de dores, de traumas, de obsessiva busca por uma perfeição inatingível, de perseguição da juventude eterna, pois há muitos concorrentes na fila pelo seu lugar. Não é um mundo fácil para ninguém. E as neuroses de Nina, sua bulimia, as mutilações, a insegurança, os excessos, são produto desse meio “cor de rosa”. Eu realmente não sei se gostaria de ver um filho ou uma filha seguindo essa carreira, mas há outras que são tão hostis e violentas quanto. Cisne Negro não discute isso, não é o interesse do filme, e nem precisa, porque está tudo impresso na protagonista.
Eu realmente pensei que iria sair do filme fazendo altas elucubrações, comparando Cisne Negro com mangás de balé e Helter Skelter, de Kyoko Okazaki, mas o material mais próximo de do filme é Perfect Blue, do falecido Satoshi Kon. E o mérito da comparação não é meu, foi meu marido quem matou a charada. Com uma diferença, em Perfect Blue, quando chegamos ao final podemos mais ou menos distinguir o que foi delírio da protagonista, que vejam só, se chamava Mima, do que é realidade. Já em Cisne Negro são poucos os momentos em que podemos ter certeza de que aquilo era real, já que tudo, e não somente a transformação (*espetacular*) de Nina no palco em um cisne negro, pode de fato nunca ter acontecido. É perturbador, é angustiante, e é arrebatador. Outro filme que em alguns momentos me veio a mente é A Professora de Piano. Mas foi somente em alguns momentos... Cisne Negro é melhor e não me causou repulsa, somente tensão, ansiedade, e, sim, um estranho alívio no final.
Nunca assisti nada feito por Darren Aronofsky (*shame on me*), mas o diretor tem grande responsabilidade no resultado final, de ter arrancado uma interpretação tão intensa da Natalie Portman, seja dele. Preciso dar uma olhada em algum filme deste senhor. Acho que vou começar com Fonte da Vida. Para terminar, digo que, talvez, mude algumas das minhas apostas para o Oscar. Queria muito acreditar na vitória da Natalie Portman para atriz. O filme é dela, ela está na maioria das cenas, ela aparece em close repetidas vezes, apesar da ótima atuação do elenco – Kunis, Cassel, Hershey, Ryder – a alma do filme é Natalie Portman. E como ela atuou bem, como ela se entregou a esse papel. Agora, ela se colocou entre as grandes atrizes do cinema e vai ficar lá. Quase bati palma no final, igualzinho o Maurício Saldanha no Cabine Celular, mas meu marido, que achou o filme muito "mais ou menos" foi uma presença inibidora. às vezes, é melhor ir sozinha ao cinema, ainda que não tenha com quem comentar o filme.
Enfim, apostei que direção iria para o Darren Aronofsky e espero que vá mesmo. Fotografia não apostei em Cisne Negro, acho que vou mudar. Enfim, vamos ver se algumas das minhas apostas se concretizam. Drama psicológico não é um dos meus gêneros favoritos, mas Cisne Negro foi um excelente presente de aniversário para mim. Agora é esperar a estréia de O Discurso do Rei, Inverno na Alma e Bravura Indômita. Não sei se vou assistir O Vencedor, mas acho que terei chance esta semana, talvez prefira Amor e Outras Drogas. Mas há muita coisa do Oscar que ainda não vi. Talvez amanhã eu resenhe Minhas Mães e Meu Pai.
Cisne Negro conta a história de Nina (Natalie Portman), uma jovem bailarina perfeccionista, mas insegura e sexualmente reprimida. Ela mora com a mãe (Barbara Hershey - que merecia indicação ao Oscar por coadjuvante), uma bailarina que nunca conseguiu progredir na carreira e que projeta na filha a sua frustração. Ela acredita que a gravidez lhe roubou o estrelato, e agora a filha fará o que não conseguiu. A tensão de Nina aumenta com a aposentadoria forçada da primeira bailarina, uma destroçada Winona Ryder, e a disputa pelo papel de Odette/Odile no Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky. Segundo o diretor (Vicent Cassel), Nina é perfeita para a pura e casta princesa Odette, mas não tem a sensualidade exigida pela gêmea má, Odile, o cisne negro. Para piorar a tensão, uma nova bailarina, Lily (Mila Kunis) parece reunir tudo o que o papel exige e Nina parece sentir uma estranha atração por ela. Entre fantasia e acompanhamos o mergulho no interior da perturbada Nina até sua performance final e inesquecível.
Há muitos temas em Cisne Negro e uma das coisas perigosas que o filme repete é que o sexo parece ser o ponto de partida de todas as frustrações da protagonista. É o dispositivo da sexualidade de Foucault em andamento (*o "sexo rei", eixo da vida, fonte da juventude*) e poderíamos ser levados a pensar que, se Nina resolvesse seus problemas sexuais, ela seria feliz. O fato é que a moça é mantida em uma infância forçada pela mãe, que não lhe dá direito à privacidade, que a sufoca e monitora. Ela aceita a chantagem, embora saiba que é uma mentira, de que a mãe abriu mão da carreira, porque ficou grávida, na verdade, uma bailarina de 28 anos que não se consagrou ainda, é uma bailarina medíocre.
A questão da idade, a ditadura da juventude, é um dos temas do filme, a personagem de Winona Ryder é uma brilhante bailarina, mas a audiência quer juventude. Na verdade, é a nossa sociedade que foge da morte, que precisa cultuar a juventude, e, claro, voltamos ao “sexo rei”. Uma bailarina – ou mulher – que não seja jovem, não é sexualmente atraente. E a bailarina precisa seduzir. São as regras do jogo (*como ele está*). Mas eis que Nina tem a juventude e o talento, mas não sabe seduzir. Ela permanece presa em uma redoma de infância. É então que entra o diretor de balé.
Trata-se de uma personagem recorrente em vários materiais, como filmes de esporte ou mangás de balé, lutas marciais, teatro. O sujeito competente, mas autoritário. A diferença em Cisne Negro é que ele é sexualmente agressivo, ele usa do seu lugar de fala e espaço de poder para seduzir e se impor. A bailarina aposentada adverte Nina. Podemos até imaginar que ele tem razão, que ele precisa arrancar de Odile, o cisne negro, de dentro da frígida Nina, mas o que está na tela é, também, uma relação desigual e hierárquica. O homem, mais velho, em posição de poder, que se impõe a uma mulher jovem e fragilizada. Neste caso, muito fragilizada MESMO.
A outra ameaça para Nina é Lily, a indisciplinada e sedutora bailarina que veio de São Francisco. Na verdade, devido aos delírios de Nina, não temos como saber se Lily é de fato uma ameaça, ou se tudo o que ela e a protagonista vivem juntas é produto da mente perturbada da bailarina. Durante a produção do filme, muito se falou da cena lésbica entre Mila Kunis e Natalie Portman. Ela tem função no roteiro, dentro desse processo de “libertação” sexual de Nina, no entanto, ter duas mulheres lindas e jovens em uma cena de sexo lésbico é, também, um chamariz. Não há como negar isso, ainda que a função dramática – confronto com a mãe, uso de drogas, delírio, ato sexual (imaginário?) com a outra bailarina – sirvam para empurrar a história para o seu final.
Um dos momentos que mais gostei do filme – fora as exibições de balé, claro – foram as duas seqüências de Nina com os objetos deixados pela ex-primeira bailarina. A moça se apossa de coisas sem valor, um batom, um espelho, um pequeno frasco de perfume... coisas que ficaram para trás, mas que evocam a presença da estrela bem sucedida e apaixonada que Nina deseja ser. É usando o batom de Winona Ryder que Nina vai falar com o diretor de balé, em uma tentativa (quase) inconsciente de sedução. A outra seqüência é quando Nina, opressa pelo peso de ser primeira bailarina, vai devolver o que roubou... Mas aí, já é tarde, pois ela, assim como a virginal Princesa Odette, caminha para o sacrifício.
Embora o mergulho psicológico se imponha, em Cisne Negro temos um vislumbre de como é violento o mundo do balé. Sim, aquele mundinho cor de rosa para onde muitos pais e mães empurram suas meninas, porque futebol e artes marciais é que seriam prejudiciais para a formação de uma “verdadeira mulher”. Sim, porque para os meninos, pelo menos aqui no Brasil, balé é sinônimo de efeminação, e tudo que é feminino pode desqualificar um homem. Eu acho os bailarinos muito viris, em vários sentidos, mas eu não sou a maioria. As representações sociais ligadas ao balé, aquelas que estão mais presentes no nosso imaginário, não percebem a coisa desse modo.
O mundo do balé é um mundo de competição, de disciplina, de autoritarismo, de dores, de traumas, de obsessiva busca por uma perfeição inatingível, de perseguição da juventude eterna, pois há muitos concorrentes na fila pelo seu lugar. Não é um mundo fácil para ninguém. E as neuroses de Nina, sua bulimia, as mutilações, a insegurança, os excessos, são produto desse meio “cor de rosa”. Eu realmente não sei se gostaria de ver um filho ou uma filha seguindo essa carreira, mas há outras que são tão hostis e violentas quanto. Cisne Negro não discute isso, não é o interesse do filme, e nem precisa, porque está tudo impresso na protagonista.
Eu realmente pensei que iria sair do filme fazendo altas elucubrações, comparando Cisne Negro com mangás de balé e Helter Skelter, de Kyoko Okazaki, mas o material mais próximo de do filme é Perfect Blue, do falecido Satoshi Kon. E o mérito da comparação não é meu, foi meu marido quem matou a charada. Com uma diferença, em Perfect Blue, quando chegamos ao final podemos mais ou menos distinguir o que foi delírio da protagonista, que vejam só, se chamava Mima, do que é realidade. Já em Cisne Negro são poucos os momentos em que podemos ter certeza de que aquilo era real, já que tudo, e não somente a transformação (*espetacular*) de Nina no palco em um cisne negro, pode de fato nunca ter acontecido. É perturbador, é angustiante, e é arrebatador. Outro filme que em alguns momentos me veio a mente é A Professora de Piano. Mas foi somente em alguns momentos... Cisne Negro é melhor e não me causou repulsa, somente tensão, ansiedade, e, sim, um estranho alívio no final.
Nunca assisti nada feito por Darren Aronofsky (*shame on me*), mas o diretor tem grande responsabilidade no resultado final, de ter arrancado uma interpretação tão intensa da Natalie Portman, seja dele. Preciso dar uma olhada em algum filme deste senhor. Acho que vou começar com Fonte da Vida. Para terminar, digo que, talvez, mude algumas das minhas apostas para o Oscar. Queria muito acreditar na vitória da Natalie Portman para atriz. O filme é dela, ela está na maioria das cenas, ela aparece em close repetidas vezes, apesar da ótima atuação do elenco – Kunis, Cassel, Hershey, Ryder – a alma do filme é Natalie Portman. E como ela atuou bem, como ela se entregou a esse papel. Agora, ela se colocou entre as grandes atrizes do cinema e vai ficar lá. Quase bati palma no final, igualzinho o Maurício Saldanha no Cabine Celular, mas meu marido, que achou o filme muito "mais ou menos" foi uma presença inibidora. às vezes, é melhor ir sozinha ao cinema, ainda que não tenha com quem comentar o filme.
Enfim, apostei que direção iria para o Darren Aronofsky e espero que vá mesmo. Fotografia não apostei em Cisne Negro, acho que vou mudar. Enfim, vamos ver se algumas das minhas apostas se concretizam. Drama psicológico não é um dos meus gêneros favoritos, mas Cisne Negro foi um excelente presente de aniversário para mim. Agora é esperar a estréia de O Discurso do Rei, Inverno na Alma e Bravura Indômita. Não sei se vou assistir O Vencedor, mas acho que terei chance esta semana, talvez prefira Amor e Outras Drogas. Mas há muita coisa do Oscar que ainda não vi. Talvez amanhã eu resenhe Minhas Mães e Meu Pai.
15 pessoas comentaram:
Sua resenha me deixou mais ainda na expectativa de ver o filme.
Já estreou aqui no Recife, mas neste final de semana está sendo impossível ir ao cinema por causa de outros compromissos, assistirei durante a semana.
O 1º e único filme do Darren Aranofsky que vi foi "O Lutador" com o Mickey Rourke e gostei bastante.
Um abraço e espero as outras resenhas. :)
Ah, sou como você, as vezes prefiro ir ao cinema com as amigas ou sozinha, pois o marido nem sempre curte os mesmo filmes que eu. kkkkk
Excelente resenha, Valéria. Gostei muuuito do filme e foi bom ler seu texto - o poder da figura masculina rondando as inseguranças de Nina e o sexo como gatilho para que ela enfrente ou afunde de vez em suas neuroses... muito pano pra muita manga. Vai render muito papo bom na lista, com certeza.
No mais, a música do Tchaikovsky não sai da minha cabeça. :-)
Também escrevi um pouco sobre o filme lá no blog, bem en passant, mas me voltei mais para o mundo competitivo e sufocante do ballet profissional.
Abraços
Rita
Que resenha completa e instigante. parabéns!
Finalmente sua resenha valéria!
Bom, eu fui ao cinema ver cisne negro na estréia e estava cheio de expectativa. Do começo ao fim, cisne negro é tenso, muito tenso. Cada diálogo, cada movimento, cada surto de Nina me deixou arrepiado. Os minutos finais então... Se o filme é tenso o tempo todo, esse minutos finais são eletrizantes!
Todo o elenco é ÓTIMO e concordo com a Valéria, a mãe de Nina merecia uma indicação ao oscar de melhor coadjuvante.
Sobre a cena lésbica, eu amei! E olha que para um gay curtir duas mulheres se beijando, é porque a cena é ótima mesmo! hahahahaaha. A cena é tensa, como todo filme. A discussão da Nina com a mãe dela antes da transa com a Lily foi um dos primeiros sinais de devaneio dela, já que Lily parecia ficar muito a parte do que estava acontecendo.
Enfim, Natalie Portman é a candidata que mais merece o oscar SIM! Não tem como não ser ela! E cisne negro perder para "A rede social"? Pelo amor né??? Cisne negro é um dos poucos filmes que eu digo: É perfeito. Tudo no filme é perfeito.
PS: Não tem como deixar de comentar a transformação da Natalie em cisne negro. Imagens de encher os olhos.
Adorei sua resenha. Estou com muita vontade de assistir esse filme.
Valéria, aguardei ansiosamente pela sua resenha! Eu já esperava um show de interpretação da Natalie Portman, mas fui completamente arrebatado dessa vez. Assisti o filme ontem e saí literalmente tremendo de emoção da sala de exibição.
Acho que o filme me surpreendeu pelo fato de não ser como o trailler o vende: pensei inicialmente que fosse só mais um filme sobre um mestre seduzindo a aluna. Ainda bem que me enganei!
*Atenção, Spoiler adiante!*
Na minha visão, o balé, o sexo, a agressividade reprimida, o julgamento familiar e até mesmo as cores (percebeu que até metade do filme ela só usa branco e rosa? Que a metaformose começa quando ela começa a usar algumas peças de roupa escuras?) são somente representações de um problema superior a todos eles e que os une. No meu entender, a "perfeição" não foi a recompensa da superação dos seus problemas, mas sim o seu problema principal – e que a “derrota” no final.
Lembra que no começo do filme ela diz que só quer ser perfeita? Nina em nenhum momento questiona sua obsessão pela perfeição - pelo contrário, a alimenta até não poder mais. Para mim, se no começo do filme ela busca a perfeição em todos os aspectos da sua vida (sem sucesso, por isso se mutila), no fim ela literalmente concentra sua vida na perfeição do balé. A cena em que ela se dá conta de que está mortalmente ferida mas engole o choro e continua a se preparar para a morte do Cisne Branco é muito emblemática. Por isso acho que o final não é libertador, pois se a história termina com a morte do Cisne Branco, o que Nina poderia fazer da vida dela depois de “morrer” no balé?
Enfim, não sei se foi a trilha sonora, o balé ou a Natalie Portman (garantia de bom filme), o fato é que ele estará na minha estante de DVDs assim que estiver à venda.
Bem, o Aranofsky conseguiu arrancar uma ótima interpretação do Mickey Rourke, em O Lutador, então eu acredito bastante no potencial dele. =)
Fiquei com muita vontade de ver o filme e o verei sozinha!!! Só por garantia em casos de lagrimas ou identificação com a personagem!!!
Excelente resenha! vou ver o filme! bjs Pietra
http://nasruasdebrasilia.blogspot.com
Gostei muito de sua resenha, explicando pontos que acho que não havia notado muito. O que me chamou mesmo a atenção no filme foi mais o uso simbólico do espelho, autoimagem e as lutas entre os alteregos de alguém.
Darren Aranofsky também me foi uma descoberta recente. Ainda preciso conhecer melhor a filmografia dele, que dizem ser impecável.
E vamos ver se o Oscar vai para a Natalie Portman. Minha aposta continua sendo nela.
Olha, o melhor filme do Aronofski para mim ainda é PI – que não é um filme para todo mundo. Mas o Lutador também é um grande filme. :)
O filme é muito envolvente,eles nos sensação de que a Nina divide sua paranóia com o telespectador
Que bom ler sua resenha :) Assisti quarta-feira Cisne Negro e achei um filme muito bom e muito interessante, com muitas coisas pra discutir, de sexualidade, gênero, corpo...Você tem lido as entrevistas com a Natalie Portman? Achei muito legal ela falando de como a exigência de magreza do balé é uma forma de controlar a sexualidade das bailarinas, que não tem seios nem bundas, tem um corpo de adolescente.
Faço balé há alguns anos e me interesso nessa obsessão do balé, pela perfeição, pelo controle do corpo, beirando ao masoquismo. É uma guerra contra o corpo, uma arte muito anti-anatômica onde a dor é diária (já me disseram em aula que se eu não estou sentindo dor é porque não estou fazendo direito) Assim como você, não sei se gostaria de uma filha/o no balé, acho que ele passa uma relação ruim com o próprio corpo.
Esse ano conversei com uma colega (tô fazendo Psicologia agora) que é bailarina sobre isso, porque você não tem idéia quantos professores loucos de balé existem por aí, que humilham as garotas, encucam distúrbios alimentares, cobram coisas absurdas, machucam fisicamente...Minha professora disse que na época dela, as professoras encostavam toco de cigarro nas alunas para que essas subissem mais as pernas.
Ah, dá uma olhada nessa discussão do Feministing, achei bem interessante http://feministing.com/2011/01/21/black-swan-a-feministing-discussion/
Vanessa (que foi sua aluna em 2003 no CMB)
Ver este e outros comentarios me deixaram mais afim de assistir este filme. A principio me interessei pelo o filme , por que me trouxe a vasta lembrança do filme Billy Elliot de Stephen Daldry . A prposito concordo com você em relação de pais e mães que não colocam seus filhos no Ballet por que isso poderar atingir sua sexualidade. Um balairino também de virilidade e bote virilidade nisso!
na verdade,não cheguei a vê-lo todo....mas o pouco que vi,achei muito confusso,pois a mente natalie se encontrava pertubada,e as vezes tinha alucinações pertubantes...na verdade não entende,o porque que professora passou,pra vermos em 1 enfemagem..pois se é pra monstrar os obstaculos da vida em cada profissão,o egoismo parece esta acima de tudo,e é ruim querer algo,a qualquer custo...o que é isso..cade a humanizaçao com os outros
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