Comentando The Great Game – 3º Episódio do novo Sherlock Holmes da BBC

Cheguei finalmente ao último episódio de Sherlock (2010). E, bem, devo admitir que conseguiram captar muito bem a essência – se é que existe alguma – da personagem criada por Conan Doyle. Esse último episódio não é meu favorito, gostei mais do primeiro, mas teve um dos finais mais... como colocar... mais espetaculares que eu já vi. Você fica absolutamente obrigado a continuar assistindo, ainda que tenha certeza de que Holmes (*desculpe, não consigo chamar pelo primeiro nome mesmo*) e Watson vão se safar... Talvez com alguns ossos quebrados, arranhões e queimaduras.

Nesse terceiro episódio temos o confronto entre Sherlock Holmes, o único detetive consultivo do mundo, e Moriarty, o único criminoso consultivo do mesmo mundo. Mais cedo ou mais tarde, eles iriam se cruzar. De comum, os dois homens têm o tédio em um mundo muito comum e medíocre, já que tanto Holmes quanto Moriarty são gênios. Em The Great Game, o terceiro episódio, temos uma série de menções à casos famosos, como o meu querido “As Cinco Sementes de Laranja” (The Five Orange Pips), inclusive com os cinco “crimes”, e cinco pessoas capturadas por Moriarty e colocadas com bombas amarradas ao corpo. Se Holmes não desvendar os mistérios, elas explodirão; se ele conseguir resolver os crimes, Moriarty permitirá que escapem. Preciso dizer que alguém muito querido do detetive será uma das vítimas? Pois é, Holmes tem coração, mas tem cojones, também... E voltamos para a espetacular seqüência final.

Mycroft aparece de novo e o grande mistério não é outro senão o roubo dos planos do Submarino. Só que o Holmes “menino mimado” da série finge que não está interessado em resolver o crime envolvendo espionagem que seu irmão lhe confiou. Mas é fingimento. Há uma piadinha com Mycroft ter emagrecido, já que no original ele era um Holmes sedentário e pesadão, ambos os irmãos se metem na vida privada de Watson, que continua meio-envolvido com sua colega de trabalho. “ele dormiu no colchonete ou no sofá?” Mycroft ganha.

Nas citações de “Cinco Sementes de Laranja” foi pena não colocarem o Holmes dizendo para Watson que ele deixasse de ser bobo, já que alguém batera na porta em um dos momentos de tédio do detetive e o médico diz que pose ser um amigo. “Watson, você sabe muito bem que só tenho um amigo: VOCÊ!”. Eu queria essa frase. E o diálogo na piscina, na seqüência final em que Watson brinca que iriam ficar mal falados porque estavam sozinhos, à noite, naquele lugar e Holmes tirando a sua roupa... Holmes diz “As pessoas já estão falando”. Mas é só brincadeira e bem no meio da seqüência final espetacular.

Moriarty foi meio piadista demais pro meu gosto, mas foi bem interessante como ele se aproximou do detetive. Eu só descobri quem era Moriarty no final... E ainda demorei para somar dois mais dois. Mas eu me preocupo sempre com essa vontade de transformar Moriarty em um grande vilão. Eu smepre gostei mais dos casos ordinários de Holmes, sem a presença do "Napoleão do Crime". Mas já vi que não tem jeito. Será que o pessoal gostou d eMoriarty? Porque Sherlock e Watson são umas gracinhas. Aliás, o figurino desse episódio estava bem interessante e elegante. Os sobretudos, jaquetas e tudo mais.

Saldo positivo. A temporada poderia ser mais longa, mas sei que há séries inglesas que têm somente 4 ou 5 capítulos por ano. Achei que a picuinha de Holmes com Mycroft poderia ser amenizada, Lestrade ficou muito inteligente e amigável... Mas foi tudo muito legal. Obrigada pro insistirem tanto, Anderson, Kotsuki, Pedro. Eu corria o risco de protelar ainda mais ou nem assistir a série. Há, sim, lugar para um Sherlock Holmes no século XXI e para Watson, também. Aliás, é o médico quem ganha mais com essas visitas ao clássico. Recomendadíssimo. Agora, falta Irene Addler. Para a resenha do episódio 1, clique aqui. O episódio dois, está nesse outro link.