quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Cisne Negro: Longa corajoso traz marcas de diretor que não teme riscos



Amanhã estréia O Cisne Negro, ou, pelo menos, é o que eu acho. Não me lembro de ter assistido nenhum filme de Darren Aronofsky, não é por causa dele que quero muito ver o filme. Cisne Negro me atraiu por alguns fatores: balé; um roteiro que me lembra um cruzamento de shoujo mangá clássico, tipo Swan, com Helter Skelter; o visual belíssimo; e Natalie Portman, que me encantou desde O Profissional (*ela não é culpada de coisas constrangedoras como a “nova trilogia” de Guerra nas Estrelas*). Pois bem, espero poder assistir Cisne Negro amanhã, na primeira sessão. Infelizmente, não acredito que ela vá levar o Oscar, acho que fica com Anette Benning, mas as indicações já valem. E, sim, pode dar zebra e Cisne Negro levar melhor filme ou melhor diretor... Quem sabe? A crítica a seguir veio da Folha de São Paulo.

Cisne Negro: Longa corajoso traz marcas de diretor que não teme riscos

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA


"Cisne Negro" é um melodrama psicológico com toques de sexo, suspense e sobrenatural. Uma espécie de "Repulsa ao Sexo" (1965), de Roman Polanski, passado nos bastidores do balé. No centro de tudo está Nina (Natalie Portman), uma jovem bailarina perturbada e insegura que briga para ser a estrela de uma nova montagem de "O Lago dos Cisnes", de Tchaikovski. Nina é uma dançarina perfeccionista e fria. É capaz de interpretar o cisne branco com perfeição, mas lhe falta a volúpia e a sensualidade necessárias para encarnar o oposto, o cisne negro.

O filme lida o tempo todo com essa dualidade do bem e do mal. Nina precisa encontrar seu lado negro para ganhar o papel. Assim como em "O Lutador" (2008), em que Mickey Rourke interpretava um decadente astro da luta livre, o diretor Darren Aronofsky cria aqui um personagem que precisa ir ao limite de suas capacidades para poder se redescobrir.

"Cisne Negro" começa como um drama e vai ganhando ares de delírio à medida que Nina vai mergulhando cada vez mais no papel. Não estranhe se você achar tudo confuso. Não poderia ser diferente num filme que pretende explorar a mente de uma protagonista tão complexa e misteriosa.

"Cisne Negro" tem vários personagens intrigantes, como o diretor do balé (Vincent Cassel), um tirano sexualmente agressivo que seduz suas dançarinas e tenta arrancar de Nina a paixão necessária para o papel. Ou a sombria mãe de Nina (Barbara Hershey), uma ex-dançarina que projeta na filha as glórias que lhe escaparam. Ou ainda a sedutora Lily (Mila Kunis), a rival de Nina.

"Cisne Negro" é visualmente impactante. As imagens beiram o kitsch e o filme todo tem uma atmosfera lúdica e exagerada. Darren Aronofsky não é um cineasta conhecido pela moderação e aqui ele mergulha de cabeça. "Cisne Negro" é um filme corajoso de um diretor que não tem medo de arriscar.

6 pessoas comentaram:

Aqui no Rio já está cheio d ecartazes anunciando a estréia para amanhã, dia 4 de fevereiro. Já marquei com dois amigos e verei a tarde. Depois comento!

Vi o filme. Você vai fazer um tópico dando sua opinião sobre ele, Valéria? Porque se fizer isso, eu prefiro comentar mais do filme neste futuro post. Só posso dizer que cisne negro beira a perfeição.

Vou, sim. Meu marido disse que vai assistir comigo amanhã. Eu comecei a assistir Minhas Mães e Meus Pais e estou achando um dos filmes mais backlash dos últimos tempos... Parece muito bonitinho, é um excelente filme (roteiro, atuações, trá-lá-lá), mas é sutilmente anti-gay. Fora o conservadorismo... A mesa de jantar é emblemática.

Eu ouvi esse tipo de coisa sobre "Minhas mães e meu pai" e fiquei bem chateado... Parece que ele reforça numa parte do filme que lésbicas sempre vão sentir em algum momento da vida a necessidade de um homem (ou pênis). Uma pena... Já baixei o filme a séculos. Vou ver se vejo antes do oscar...
Agora, desejar o oscar para Annette Bening depois de ver a atuação da natalie Portman em black swan é algo difícil viu...

Pedro, ele reforça já nos primeiros 20 minutos de filme... Eu fiquei passada, sabe? E a diretora é lésbica, veja como isso pode não significar NADA. Até o momento, houve várias relações sexuais, todas hetero, ou em filmes gays masculinos que as protagonistas assistem, porque precisam de um p~enis para perceber o tesão expressado e as lésbicas de filme são contratadas apra fingir... Como a spróprias protagonistas de Minhas Mães e Meu Pai. Se eu fizer a crítica, vai ser detonando. Assisti só 40 minutos do filme até agora.

Infelizmente tem gays e lésbicas que acham que para se viver nesse mundo, temos que nos encaixar nos padrões héteronormativos...Uma pena.

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