Apesar das recomendações insistentes do Anderson e da Kotsuki-chan, eu resisti muito em assistir o primeiro episódio do novo Sherlock Holmes (2010) da BBC... Na verdade, é só Sherlock mesmo, já que as personagens se tratam com uma intimidade que não vejo aparecendo em materiais estrangeiros em geral. Brasileiros se tratam com essa intimidade que é ao mesmo tempo aconchegante e invasiva, mas em outros países a coisa não parece ser comum... Ou eu é que estou sendo chata? Mas, voltando ao comentário do seriado, eu não me interessei, porque acho que Holmes, com seus múltiplos talentos, é um pré-CSI, além de ter servido de fonte de inspiração para o Sr. Spock de Jornada nas Estrelas. Só que, ao mesmo tempo, minha tolerância com apropriações e releituras da personagem de Conan Doyle é muito elástica. Daí eu ter gostado do filme do ano passado. Se tivesse que terminar o comentário aqui, diria o seguinte, nessas últimas adaptações de Sherlock Holmes, é Watson quem tem saído ganhando. Mas vamos lá...
A Study in Pink se inspira na primeira história de Sherlock Holmes, quer dizer, na primeira parceria de Holmes e Watson. Não é uma das minhas favoritas, embora tenha seus momentos inspirados, como quando Holmes afirma do nada, em seu primeiro encontro, que Watson esteve no Afeganistão. Na versão de 2010, ele pergunta “Afeganistão ou Iraque?”, porque, apesar da coincidência infeliz, agora a Inglaterra está envolvida nessas duas frentes. E não deve se sair melhor no Afeganistão atual do que se saiu no tempo de Arthur Conan Doyle. Enfim, eu não gosto muito dos romances de Sherlock Holmes, Doyle sempre criava uma grande barriga lá pelo meio da história, por isso mesmo, os contos são melhores, e A Study in Scarlet poderia não ter dado certo em uma releitura, mas deu. Toda a gordura foi retirada e a narrativa ficou bem dinâmica.
Na série de 2010, Watson (Martin Freeman) é um veterano do Afeganistão que manca de uma perna e parece sofrer com stress pós-traumático, suas mãos tremem como as do Capitão Nascimento em Tropa de Elite 1 (*e guardem a analogia, pois voltarei a ela*). Sua analista sugere que ele monte um blog e insiste que seu manquejar é psicológico. Watson não se recuperou da guerra, não tem dinheiro suficiente para morar em Londres, e precisa dividir o apartamento com alguém. É aí que reencontra com um colega de faculdade que o apresenta a Sherlock Holmes (Benedict Cumberbatch) que é basicamente, o mesmo Holmes que conhecemos, com algumas mudanças significativas.
O Holmes de 2010 é muito mais animado e sei lá que drogas ele anda tomando... Porque ele usa drogas, ou a polícia não iria dar uma batida intimidadora na casa dele. Comporta-se como um troll mandando torpedos para jornalistas e policiais, coisa que eu odiei. Holmes pregava peças, especialmente quando se disfarçava ou desaparecia, mas não era moleque ou mal educado. O Holmes de 2010 passa perto disso e perigosamente. Além disso, é Holmes quem dá espaço para a excessiva intimidade, chamando as pessoas pelo primeiro nome (*Até Lestrade o chama de Sherlock!!!!!*), confraternizando com Mrs. Hudson, a senhoria, e mantendo um relacionamento competitivo e infantilóide com Mycroft, seu irmão mais velho. O Holmes original considerava Mycroft muito mais competente que ele, com capacidades analíticas muito mais desenvolvidas, só que preguiçoso e acomodado. Ah, sim, e há a sugestão de que Holmes é homossexual, com piadinhas em relação a ele e Watson serem um “casal gay” o tempo inteiro. Isso é sempre motivo de controvérsia, especialmente se Irene Addler for introduzida na segunda temporada, mas uma das coisas interessante e, talvez a colocação mais verdadeira sobre a personagem, é quando Holmes diz que é “casado com seu trabalho”. No fim das contas, todas as energias da personagem, inclusive a libido, são concentradas em desvendar crimes, esmiuçar as mentes dos criminosos. De resto, Holmes é Holmes e o Benedict Cumberbatch é um fofo.
Seguindo a linha do romance original, em A Study in Pink temos uma série de mortes suspeitas que a polícia quer considerar como suicídios e lavar as mãos, mas Holmes vê algo de estranho nos incidentes. Até que uma quarta morte, a da mulher de rosa, deixa pistas divergentes. Ela escreveu “RACHE” no chão antes de morrer. Vingança em alemão? Um nome incompleto (*RACHEL*)? Pois bem, Holmes é chamado para ajudar na investigação e arrasta Watson para a ação. Lá, vários policiais, inclusive o perito criminal, que é o mais humilhado pelo talento especial do protagonista, acusam Holmes de ser um psicopata e um criminoso em potencial. O detetive se descreve simplesmente como sociopata funcional... A mala e o celular da vítima desapareceram, mas Holmes acredita que eles estão por perto. Watson acaba sendo arrastado para um encontro com um homem estranho, que parece um burocrata saído de um episódio de Monty Phyton, que tenta fazê-lo traria Holmes, inclusive oferecendo suborno. Watson recusa, se mantém firme (*inclusive sem que suas mãos tremam*), e tenta cantar a secretária do sujeito, que digita o tempo inteiro no seu celular e mal olha na cara dele. A mulher é irritante.
Enfim, durante a investigação Holmes faz uso de tudo que a tecnologia pode oferecer, além, é claro, do talento dedutivo que marca a personagem. Legendas aparecem na tela para guiar a audiência pelo raciocínio de Holmes, assim, não nos perdemos. Nesse sentido, o seriado é muito mais competente que o filme de Guy Ritchie. Mas o que esperar da BBC? Só o melhor. Holmes não fuma mais, e compensa usando adesivos de nicotina, ou seja, ele continua viciado em nicotina. Fica sugerido, quando a polícia dá uma batida na casa dele por causa da mala, que ele continua usando drogas... Só que, para azar da personagem, não estamos mais no século XIX e cocaína é ilegal na Inglaterra. Holmes consegue matar a charada e chegar ao criminoso, claro, e não vou dizer quem é o sujeito ou suas motivações. O nome de Moriarty, o arquiinimigo de Holmes, já é citado no primeiro episódio, mas ele não deu as caras ainda nessa primeira temporada de três míseros episódios.
O que acrescentar? Bem, vivemos em época de Capitão Nascimento e Jack Bauer. Então, tortura e violência não são terreno proibido para os heróis. Watson se descobre curado de seus problemas – os tremores e a perna manca – porque gosta da guerra, da ação, do perigo, da adrenalina, além disso, é transformado em um sniper, salvando Holmes de fazer uma grande besteira. OK, eu lembrei de imediato do Capitão Nascimento. Só que a matéria estava em Doyle, Watson é descrito como um homem de ação. Por isso mesmo, as duas últimas produções sobre Holmes foram muito mais positivas em relação ao amigo médico do que tudo que eu já tinha visto até aqui. Nada daquele Watson bobão, lento de raciocínio, e gordinho. Watson agora está mais próximo dos livros, ainda que com toques século XXI. E Martin Freeman, que eu não conhecia, me surpreendeu.
Quanto a questão da tortura, e Holmes tortura o assassino ferido (*"Você está morrendo, mas eu ainda tenho tempo de ferir você!*). Isso poderia não estar lá, no entanto, não contradiz a personalidade um tanto perturbada do detetive. O Holmes original nem sempre agia dentro da lei. E houve momentos em que deixou escapar o criminoso, como em O Pé do Diabo, um dos meus contos favoritos, onde ele comenta com Watson que, se tivessem feito o que fizeram com a mulher que ele amava (*“E você bem sabe, Watson, que eu nunca amei mulher alguma...”*), ele faria pior ainda. Mas, enfim, nos originais, Holmes nunca fez essas coisas. Mas, talvez, os heróis se dividam nos dias de hoje entre A.J.B. (Antes de Jack Bauer) e D.J.B. (Depois de Jack Bauer), mas isso não me obriga a gostar ou concordar.
Alguns diálogos e frases foram muito inspirados. E no final, Holmes dizendo que estava em choque “Vê esse cobertor? Isso quer dizer que estou em choque!”, quando descobre que foi Watson que atirou no assassino, foi impagável! Mas trocar “The game is afoot” por “The game is on”, pode ter sido uma saída moderninha, mas eu prefiro a frase original. Aliás, há uma lista de boas frases de Holmes neste site. Se você leu até aqui, sabe que eu gostei do episódio. Não amei, mas gostei bastante, especialmente do Watson. Daí, me odeio por não ter trazido tudo baixado de casa. Só trouxe o primeiro episódio e tive que deixar meu lap top funcionando por 24 horas para pegar o segundo. Devo assistir hoje.
A Study in Pink se inspira na primeira história de Sherlock Holmes, quer dizer, na primeira parceria de Holmes e Watson. Não é uma das minhas favoritas, embora tenha seus momentos inspirados, como quando Holmes afirma do nada, em seu primeiro encontro, que Watson esteve no Afeganistão. Na versão de 2010, ele pergunta “Afeganistão ou Iraque?”, porque, apesar da coincidência infeliz, agora a Inglaterra está envolvida nessas duas frentes. E não deve se sair melhor no Afeganistão atual do que se saiu no tempo de Arthur Conan Doyle. Enfim, eu não gosto muito dos romances de Sherlock Holmes, Doyle sempre criava uma grande barriga lá pelo meio da história, por isso mesmo, os contos são melhores, e A Study in Scarlet poderia não ter dado certo em uma releitura, mas deu. Toda a gordura foi retirada e a narrativa ficou bem dinâmica.
Na série de 2010, Watson (Martin Freeman) é um veterano do Afeganistão que manca de uma perna e parece sofrer com stress pós-traumático, suas mãos tremem como as do Capitão Nascimento em Tropa de Elite 1 (*e guardem a analogia, pois voltarei a ela*). Sua analista sugere que ele monte um blog e insiste que seu manquejar é psicológico. Watson não se recuperou da guerra, não tem dinheiro suficiente para morar em Londres, e precisa dividir o apartamento com alguém. É aí que reencontra com um colega de faculdade que o apresenta a Sherlock Holmes (Benedict Cumberbatch) que é basicamente, o mesmo Holmes que conhecemos, com algumas mudanças significativas.
O Holmes de 2010 é muito mais animado e sei lá que drogas ele anda tomando... Porque ele usa drogas, ou a polícia não iria dar uma batida intimidadora na casa dele. Comporta-se como um troll mandando torpedos para jornalistas e policiais, coisa que eu odiei. Holmes pregava peças, especialmente quando se disfarçava ou desaparecia, mas não era moleque ou mal educado. O Holmes de 2010 passa perto disso e perigosamente. Além disso, é Holmes quem dá espaço para a excessiva intimidade, chamando as pessoas pelo primeiro nome (*Até Lestrade o chama de Sherlock!!!!!*), confraternizando com Mrs. Hudson, a senhoria, e mantendo um relacionamento competitivo e infantilóide com Mycroft, seu irmão mais velho. O Holmes original considerava Mycroft muito mais competente que ele, com capacidades analíticas muito mais desenvolvidas, só que preguiçoso e acomodado. Ah, sim, e há a sugestão de que Holmes é homossexual, com piadinhas em relação a ele e Watson serem um “casal gay” o tempo inteiro. Isso é sempre motivo de controvérsia, especialmente se Irene Addler for introduzida na segunda temporada, mas uma das coisas interessante e, talvez a colocação mais verdadeira sobre a personagem, é quando Holmes diz que é “casado com seu trabalho”. No fim das contas, todas as energias da personagem, inclusive a libido, são concentradas em desvendar crimes, esmiuçar as mentes dos criminosos. De resto, Holmes é Holmes e o Benedict Cumberbatch é um fofo.
Seguindo a linha do romance original, em A Study in Pink temos uma série de mortes suspeitas que a polícia quer considerar como suicídios e lavar as mãos, mas Holmes vê algo de estranho nos incidentes. Até que uma quarta morte, a da mulher de rosa, deixa pistas divergentes. Ela escreveu “RACHE” no chão antes de morrer. Vingança em alemão? Um nome incompleto (*RACHEL*)? Pois bem, Holmes é chamado para ajudar na investigação e arrasta Watson para a ação. Lá, vários policiais, inclusive o perito criminal, que é o mais humilhado pelo talento especial do protagonista, acusam Holmes de ser um psicopata e um criminoso em potencial. O detetive se descreve simplesmente como sociopata funcional... A mala e o celular da vítima desapareceram, mas Holmes acredita que eles estão por perto. Watson acaba sendo arrastado para um encontro com um homem estranho, que parece um burocrata saído de um episódio de Monty Phyton, que tenta fazê-lo traria Holmes, inclusive oferecendo suborno. Watson recusa, se mantém firme (*inclusive sem que suas mãos tremam*), e tenta cantar a secretária do sujeito, que digita o tempo inteiro no seu celular e mal olha na cara dele. A mulher é irritante.
Enfim, durante a investigação Holmes faz uso de tudo que a tecnologia pode oferecer, além, é claro, do talento dedutivo que marca a personagem. Legendas aparecem na tela para guiar a audiência pelo raciocínio de Holmes, assim, não nos perdemos. Nesse sentido, o seriado é muito mais competente que o filme de Guy Ritchie. Mas o que esperar da BBC? Só o melhor. Holmes não fuma mais, e compensa usando adesivos de nicotina, ou seja, ele continua viciado em nicotina. Fica sugerido, quando a polícia dá uma batida na casa dele por causa da mala, que ele continua usando drogas... Só que, para azar da personagem, não estamos mais no século XIX e cocaína é ilegal na Inglaterra. Holmes consegue matar a charada e chegar ao criminoso, claro, e não vou dizer quem é o sujeito ou suas motivações. O nome de Moriarty, o arquiinimigo de Holmes, já é citado no primeiro episódio, mas ele não deu as caras ainda nessa primeira temporada de três míseros episódios.
O que acrescentar? Bem, vivemos em época de Capitão Nascimento e Jack Bauer. Então, tortura e violência não são terreno proibido para os heróis. Watson se descobre curado de seus problemas – os tremores e a perna manca – porque gosta da guerra, da ação, do perigo, da adrenalina, além disso, é transformado em um sniper, salvando Holmes de fazer uma grande besteira. OK, eu lembrei de imediato do Capitão Nascimento. Só que a matéria estava em Doyle, Watson é descrito como um homem de ação. Por isso mesmo, as duas últimas produções sobre Holmes foram muito mais positivas em relação ao amigo médico do que tudo que eu já tinha visto até aqui. Nada daquele Watson bobão, lento de raciocínio, e gordinho. Watson agora está mais próximo dos livros, ainda que com toques século XXI. E Martin Freeman, que eu não conhecia, me surpreendeu.
Quanto a questão da tortura, e Holmes tortura o assassino ferido (*"Você está morrendo, mas eu ainda tenho tempo de ferir você!*). Isso poderia não estar lá, no entanto, não contradiz a personalidade um tanto perturbada do detetive. O Holmes original nem sempre agia dentro da lei. E houve momentos em que deixou escapar o criminoso, como em O Pé do Diabo, um dos meus contos favoritos, onde ele comenta com Watson que, se tivessem feito o que fizeram com a mulher que ele amava (*“E você bem sabe, Watson, que eu nunca amei mulher alguma...”*), ele faria pior ainda. Mas, enfim, nos originais, Holmes nunca fez essas coisas. Mas, talvez, os heróis se dividam nos dias de hoje entre A.J.B. (Antes de Jack Bauer) e D.J.B. (Depois de Jack Bauer), mas isso não me obriga a gostar ou concordar.
Alguns diálogos e frases foram muito inspirados. E no final, Holmes dizendo que estava em choque “Vê esse cobertor? Isso quer dizer que estou em choque!”, quando descobre que foi Watson que atirou no assassino, foi impagável! Mas trocar “The game is afoot” por “The game is on”, pode ter sido uma saída moderninha, mas eu prefiro a frase original. Aliás, há uma lista de boas frases de Holmes neste site. Se você leu até aqui, sabe que eu gostei do episódio. Não amei, mas gostei bastante, especialmente do Watson. Daí, me odeio por não ter trazido tudo baixado de casa. Só trouxe o primeiro episódio e tive que deixar meu lap top funcionando por 24 horas para pegar o segundo. Devo assistir hoje.
9 pessoas comentaram:
Eu nunca li nenhum conto ou romance de Sherlock Holmes, mas mesmo sem conhecer deste universo eu amei esta série e, embora o Watson seja muito legal, o Sherlock é divino! Ele me mata de rir! Esse primeiro episódio é bom, mas os dois episódios seguintes são melhores!
Como diriam os Borgs
"resistir é inutil" rs
sabia que vc cederia a nossa campanha incansavel.
hehehe
Eu gostei muito desse Sherlock ainda mais petulante e menos humano.
deve ser efeito de assistir Dexter.
E o ator passa bem essa imagem de alguem que opera em outro "nivel".
E gostei principalmente das atualizações feitas pela BBC, o uso da tecnologia, o adesivos de nicotina... os pequenos flashs da mente dele.
Mesmo as briguinhas com Microft (que fez um belo regime, rs), ficaram divertidas.
E o Watson vem realmente sendo reabilitado como merece.
E a cara dele quando não tá entendendo nada é otima.
A dupla ta perfeita e pode-se perceber como a produção e a direção amam o material original.
Minha unica critica é quanto a baixa quantia de episodios.
Só três???
Fica uma angustia p/ ver mais.
Queria no minimo meia duzia
embora reconheça que isso tem ajudado na qualidade.
Bem, aguardando sua opinião sobre os outros episodios
e aguardando a continuação da serie.
E Holmes forever :)
Sherlock me ha gustado mucho! estoy deseando ver la segunda temporada, dicen que saldrá El perro de los Basckerville uno de mis relatos favoritos *_*
Devo reconhecer que insisti além do que seria saudável. xD
"A Study in Pink" é assinado por Stephen Moffat, responsável por Doctor Who no momento. Seu estilo é assim, dinâmico e bem-humorado.
Gostei demais de terem deixado aquele lance com os mórmons de lado, era uma bela enrolação bem no meio de Study in Scarlet. Não sei quanto a você, mas gostei também de inverterem o sentido de "rache" (inclusive ri horrores do pobre Anderson tentando ajudar/aparecer). Pena que, para quem já leu o romance, o assassino não é surpresa, ne?
Olha, também acho que o Sherlock é metido com drogas, porque ele fica alarmado quando Lestrade & cia fazem aquela varredura no apartamento. Fora a hiperatividade que chega a assustar, claro.
Uma coisa que você disse e eu concordo: o Sherlock é mimado e mal-educado. E se você notar, parece tendência, porque o Holmes de 2009 também era meio rude. O Holmes dos contos sempre me pareceu bem mais cavalheiresco; irônico, mas sem grosserias.
Outro ponto em que concordamos: John Watson. Desde o filme de 2009 estamos vendo releituras mais próximas da personalidade original do médico. Ele é um médico do exército, homem de ação e sangue frio, nunca me conformei em vê-lo como um gordinho trapalhão - como alguns autores/diretores vêem. O Martin Freeman é um Watson fofo, mas gosto muito do Jude Law também (o bigode! *suspira*).
O Benedict Cumberbatch está incrível. Vi Amazing Grace e me surpreendi com o quanto ele é bom ator - seus personagens são bem diferentes e ele mostra isso. E, falando como a fangirl que sou, as roupas de grife do Sherlock ficaram ótimas nele. Falando nisso, o que achou do figurino?
O relacionamento entre Sherlock e John é certo de que não passará de piadinhas e insinuações, os autores garantiram isso em entrevistas. Melhor assim, pois é um deleite para uma fã como eu - mas sei que tem quem torça o nariz.
Agora, acho que o diálogo daquela cena do cobertor é uma piada. O Sherlock tinha reclamado do cobertor, dizendo que não precisava porque não estava em choques. Em seguida, ao descrever o possível atirador para o Lestrade, ele vê o John, descobre quem foi, e desiste do depoimento. Quando pressionado, ele diz: "Not now. I'm in shock. Look, I've got a blanket!". Mas sim, também concordo que ele ficou surpreso com a atitude do John. Afinal, quem não ficaria? =]
E acho que mudaram "the game is afoot" pelo "the game is on" por o primeiro ser uma citação de Shakespeare; o que é uma pena, claro. O cânone, pelo que me lembro, é cheio de citações shakespearianas.
No mais, eu estava ansiosa por esse review, pois sei que você é fã de Sherlock Holmes há um bom tempo e conhece o cânone e suas adaptações. Espero que, quando terminar de ver os outros dois episódios, comente-os aqui. =D
P.S.: Considero frustrante o segundo epi, "The Blind Banker" assinado por Stephen thompson; não tem o ritmo nem a fidelidade dos outros. Mas o terceiro, "The Great Game", é assinado por Mark Gatiss e eu considero o melhor, com referências a pelo menos uns dois ou três contos. =]
Deirdre
Se tiver a historia dos Baskerville eu deliro rs.
é uma das minhas historias favoritas,e acho que uma das mais dificil de adaptar p/ o sec XXI.
Sherlock me ha gustado mucho! estoy deseando ver la segunda temporada, dicen que saldrá El perro de los Basckerville uno de mis relatos favoritos *_*
Kotsuki
O segundo é o mais fraco, mas longe de ser ruim, e o terceiro é de explodir cabeças com todas suas referencias. rs
E concordo, o figurino do Sherlock de Cumberbatch é otimo.
O cara tem porte e as roupas são otimas.
Anderson
O segundo não é ruim, mas é decepcionante quando comparado aos outros. Pelo menos o mistério dos grafitts me lembraram do conto "Os Dançarinos".
Não sei quanto a você, mas adorei o Mark Gatiss como Mycroft. E a piada sobre a dieta é impagável. xD
O terceiro explode cabeças mesmo. E aquele cliffhanger no final deve ter custado muitas tvs lá no Reino Unido. rsrsrs
Sim, ó cena final phodasticaaaa.
e que angustia p/ esperar a nova temporada.
uma excelente lição p/ nossos colegas norte-americanos rs
e falando nisso, existe algum manga sobre Holmes?
vou baixar esses episódios hoje! *______________*
Post antigo, mas preciso comentar também!
Eu assisti primeiro o Sherlock Holmes com o Robert Downey Jr. Achei o filme delicioso, divertido, empolgante, mas... NÃO É SHERLOCK HOLMES! É Homem de Ferro de época! Não reconheci meu querido Holmes naquele filme! Não vi dedução, só ação!
Aí vi resenhas falando sobre Sherlock, da BBC, fiquei doida de curiosidade, fui correndo baixar.
Nesse primeiro episódio me peguei em pé no sofá, colada na parede, de emoção! Eu vi meu Sherlock ali! Mais grosseiro que nos livros (onde eu acho ele quase um gentleman), mas era ele!
Não gostei da intimidade com que todos se tratam, essa intimidade com os personagens era minha! Mas penso que hoje as pessoas são mais o indivíduo que o nome da família.
Amei John, nunca aceitei nenhuma das representações dos contos de Conan Doyle pois sempre colocavam o doutor em segundo plano, como alívio cômico, o que Watson nunca foi!
Gostei da maneira com que misturaram coisas de contos diversos montando o seriado, como adaptaram os personagens no cenário contemporâneo, com tecnologia e tudo o mais!
Mas Moffat é um demônio e consegue orquestrar as coisas de maneira a te deixar sem ar!
Detalhe, fui assistir o seriado por causa de Peter Jackson. Quando vi que ele escalou Martin Freeman (lindo e fofo) pra ser Bilbo, e Ben pra ser o divertido e terrível Smaug. Falei pra mim mesma que precisava conhecer esses dois atores que seriam tão importantes pra mim nesses personagens, daí caí de cabeça em Sherlock e agora sofro esperando pela 3ª temporada!
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