Ontem assisti Enrolados (Tangled), a livre adaptação do conto Rapunzel pela Disney. Faço questão de colocar “livre adaptação”, porque nem o desenho se chama Rapunzel, nem se parece muito com nenhuma das versões do conto que eu conheça. Por mais múltiplos que os contos de fada possam ser, só o cabelão e o isolamento na torre não tornam esse desenho Rapunzel. É outra coisa, muito divertida, com qualidade Disney, mas não é Rapunzel MESMO. No desenho da Disney, há uma flor mágica dada pelo Sol que é capaz de curar todos os males e conceder juventude eterna. Uma feiticeira a encontra e a guarda só para si, mantendo-se eternamente jovem. A rainha está em um trabalho de parto difícil e todos partem a procura da lendária flor. Ela é encontrada e dada em um chá para a soberana. Nasce Rapunzel, filha loura, de pais morenos, e com cabelos que tem a propriedade de curar e rejuvenescer. A feiticeira, que se sentira roubada, seqüestra a menina e a mantém em uma torre. Ela não trata bem Rapunzel, a assusta e faz chantagem, mas é a única mãe que ela conhece. Todos os anos, no aniversário da filha roubada, o rei e a rainha soltam lanternas, milhares delas no céu. Rapunzel sonha em sair da torre para vê-las e pede isso de presente no seu 18º aniversário. A bruxa não permite e a aterroriza e intimida, mas um ladrão, chamado Flynn Rider, consegue chegar até a torre e Rapunzel tem sua chance de sair de sua prisão e, de quebra, encontrar o amor.
E o conto “original”? Como era? Bem, o básico da história era o seguinte: havia um casal de camponeses que não tinha filhos, a mulher finalmente engravida e tem desejo de comer rabanetes do jardim de uma feiticeira. O marido, cheio de medo, foi roubar os vegetais. Um dia foi pego, pediu piedade e contou dos desejos da esposa grávida. A bruxa permitiu que ele pegasse quantos rabanetes quisesse, desde que ela pudesse ficar com a criança que nasceria. O camponês nada contou para a esposa, mas, tão logo nasceu a criança a feiticeira veio buscá-la. Rapunzel cresceu em uma torre, a bruxa a tratava com muito carinho e como filha, mas não permitia que visse o mundo. Um belo dia, um príncipe ouviu um belo canto vindo da torre, mas não conseguiu achar um meio de subir. Voltando várias vezes, já que se apaixonara, viu a bruxa subindo pelas tranças da moça. E, quando a feiticeira se foi, pediu para que Rapunzel jogasse as tranças. Rapunzel, que nunca tinha visto um homem, ficou encantada com o príncipe. Ele prometeu arrumar um jeito de tirá-la da sua prisão. A bruxa terminou descobrindo que ele a estava visitando, cortou-lhe as tranças e a baniu para um deserto. Quando o príncipe voltou e pediu para que a moça jogasse as tranças, a bruxa esperou que ele subisse e soltou os cabelos. O jovem caiu sobre um roseiral e ficou cego. O príncipe passou anos vagando pelo mundo em desespero até que encontrou com Rapunzel, que tivera dois filhos gêmeos (*eles não ficaram só conversando durante as visitas do moço, que se aproveitou da inocência da jovem*). Feliz por reencontrá-lo, mas triste por vê-lo cego, Rapunzel chora duas lágrimas que caem nos olhos do amado e ele volta a enxergar. Bem, a história da Disney pega só o básico dessa trama e cria uma história muito bonitinha, mas com personagens bem rasinhas.
Mas não tomem esse início de resenha como sinal de que eu tenha odiado o filme, porque eu gostei muito do desenho, fiquei realmente encantada com a qualidade da animação 3D, a mais perfeita que já vi em material Disney. A animação das personagens principais, da natureza, a textura das roupas, tudo era perfeito. Fiquei lembrando do 3D duro de anos atrás. Parecia coisa da Pixar mesmo. Só a multidão de anônimos em algumas cenas é que tinham qualidade ligeiramente inferior. O uso do lilás e do amarelo no filme tornou tudo ainda mais bonito. Eu realmente queria ter assistido 3D, mas pagar mais caro que em Brasília, entrada inteira, para ver dublado e com Luciano Huck, ainda por cima, está além das minhas condições de produção... na verdade, até me imaginar fazendo isso é difícil. Quando sair em DVD (*ou Blu-ray, se eu já tiver na época*), eu comprarei com certeza.
Rapunzel da Disney não é um desenho em camadas, daqueles que trazem mensagens para adultos e crianças, como um Toy Story, é uma história simples e direta. Você gosta de animação da Disney com números musicais, bichinhos e tudo que vem no pacote? Se gosta, você vai curtir de Rapunzel. Mas não vi no desenho nenhuma profundidade. Por exemplo, ao tornarem a feiticeira, que pouca ou nenhuma mágica faz, em uma interesseira obcecada pela eterna juventude, a questão da possessividade dos pais, que desejam manter seus filhos sempre debaixo de suas asas, de protegê-los do mundo, impedindo que cresçam, se foi. A bruxa do conto original era egoísta, mas era uma mãe extremada, já Gothel não é nada disso. Ela é a vilã e isso fica claro desde o início.
Flynn Rider, o ladrão, também não impressiona. Ele é tão rasinho que dá pena. Metido a esperto, conquistador, mas, claro, com um passado infeliz... Era um pobre órfão! E vocês sabem que orfandade e marginalidade estão irremediavelmente atrelados. Clichê. A personagem é ainda mais prejudicada pela dublagem de Luciano Huck. OK, chamar de dublagem é ofender os profissionais de verdade que nos desenhos Disney sempre oferecem o melhor da sua arte. Mas parece que a Disney sucumbiu ao marketing... (*leia o que a Naru comentou sobre o caso nos comentários desse outro post*) Resta saber para quem era a propaganda, quem a voz do Luciano Huck atrairia para o cinema. :P E a parte pior é quando Flynn revela seu nome verdadeiro. Quem teve a idéia infeliz de dizer que o sujeito se chamava “José Bezerra”?! Que mania é essa agora de inventar nomes brasileiros para essas personagens de desenhos animados para o cinema? Desenhos que visivelmente não se passam em um ambiente brasileiro/português? Como um “José Bezerra” pode ser, também, Flynn Rider? Por que então não rebatizar o ladrão com um nome nacional, também? Olha, foi de doer.
Mas eis que temos Rapunzel e ela é uma gracinha. Tão bem animada, tão bonita, tão cheia de vida, e tão bem dublada. Olhar para ela correndo cantando, seus movimentos, tudo estava perfeito. E é uma beleza quando ela está descobrindo o mundo e vai da euforia à depressão em um instante. Se existe alguma personagem um pouco complexa é Rapunzel, mas não passa muito da culpa em ter desobedecido a mãe. E aqueles metros e metros de cabelo? E quando ela fica de trança se torna mais bonita ainda. Eu vi a boneca de Rapunzel em uma loja, bem antes da estréia do filme, e quase comprei... Acho que se encontrá-la de novo, levo para casa, porque ela também ficou linda. Olha, Rapunzel é tão simpática que, mesmo sendo um filme esquemático, ela arrebata a audiência da mesma forma que consegue conquistar todos que encontra pelos caminhos. A seqüência na taverna, com Rapunzel conseguindo que todos os bandidos perigosos confessem quais são seus sonhos é espetacular. Só que, pela primeira vez, temos uma princesa “maior de idade”. Acho que a média de idade das princesas da Disney é 16 anos, Rapunzel tem 18. Será que essa subida na idade foi para evitar as sugestões (*exageradas*) de pedofilia? Eu suspeito que sim. Voltando ao conto original, é compreensível que fizessem algumas mudanças. Que graça haveria em ter uma protagonsita presa em uma torre durante toda a história? Como apresentá-la como um "modelo"? E a Disney já tinha feito mudanças significativas em outros contos com princesas muito passivas, caso de A Bela Adormecida, um dos meus desenhos Disney favoritos. Então, embora, preferisse algo mais próximo do original, eu entendo bem a necessidade dos roteiristas em criarem uma Rapunzel mais dinâmica, ativa, e atraente para as meninas de hoje. E gravidez, claro, nem pensar! Mas bem que as lágrimas poderiam ter curado somente a cegueira do Flynn... mas não darei maiores spoilers.
E, para mim, Maximus, o cavalo, entrou para a galeria das melhores personagens Disney. Geralmente, esses bichos tendem a ser somente o alívio cômico e nem sempre eu gosto deles, mas o Maximus é tão engraçado e, talvez, o mocinho seja tão fraquinho, que ele rouba a cena. O cavalo acredita piamente que é um cachorro em alguns momentos, em outros, ele acredita que é um soldado... Enfim, ele dá cor ao filme e as únicas cenas boas de Flynn Rider são com Rapunzel ou com o cavalo. E tem o camaleão de Rapunzel que é bem fofinho.
Outra coisa a pontuar, e é a última, é que pela primeira vez que eu me lembre, a Disney não tentou localizar temporalmente um desenho de princesas. Branca de Neve está em uma Idade Média genérica, A Bela Adormecida é século XV, A Bela e a Fera é século XVIII, Pocahontas é século XVII, A Pequena Sereia e Cinderela estão no século XIX. E Rapunzel? Bem, Rapunzel não está em um século específico, as roupas não buscam lembrar somente uma época, mas um mix de várias. Propositalmente, talvez, é o desenho Disney que melhor rompe com qualquer verossimilhança histórica. Quem fez Tangled quer que você se imagine em outro mundo, não em um passado europeu qualquer.
Ah, sim! E como se tornou regra, não perca os créditos, porque é uma atração a parte. Muito bem ilustrados, com uma música animada, eles valem a pena. A música de Rapunzel é muito boa, como a média da Disney, mas eu adoraria que tivessem colocado mais números musicais. Alguém sabe onde posso baixar a trilha nacional? O filme cumpre a Bechdel Rule, porque tem duas personagens femininas com nomes, Gothel e Rapunzel, que conversam entre si (*várias vezes*) e o assunto é, quase sempre, Rapunzel. Pena que, de novo, a vilã seja uma mulher. Como exceção, temos a primeira princesa da Disney, em muito tempo, que tem mãe viva. Se puder, assista Rapunzel, pois, apesar do Luciano Huck e da ditadura da dublagem, já que ninguém pode escolher assistir ao filme com som original (*mesmo que do outro lado do Estado ou em uma única sala elitista*), porque o direito nos foi roubado (*sim, eu me sinto violentada pela falta de opção*), o desenho vale muito a pena.
E o conto “original”? Como era? Bem, o básico da história era o seguinte: havia um casal de camponeses que não tinha filhos, a mulher finalmente engravida e tem desejo de comer rabanetes do jardim de uma feiticeira. O marido, cheio de medo, foi roubar os vegetais. Um dia foi pego, pediu piedade e contou dos desejos da esposa grávida. A bruxa permitiu que ele pegasse quantos rabanetes quisesse, desde que ela pudesse ficar com a criança que nasceria. O camponês nada contou para a esposa, mas, tão logo nasceu a criança a feiticeira veio buscá-la. Rapunzel cresceu em uma torre, a bruxa a tratava com muito carinho e como filha, mas não permitia que visse o mundo. Um belo dia, um príncipe ouviu um belo canto vindo da torre, mas não conseguiu achar um meio de subir. Voltando várias vezes, já que se apaixonara, viu a bruxa subindo pelas tranças da moça. E, quando a feiticeira se foi, pediu para que Rapunzel jogasse as tranças. Rapunzel, que nunca tinha visto um homem, ficou encantada com o príncipe. Ele prometeu arrumar um jeito de tirá-la da sua prisão. A bruxa terminou descobrindo que ele a estava visitando, cortou-lhe as tranças e a baniu para um deserto. Quando o príncipe voltou e pediu para que a moça jogasse as tranças, a bruxa esperou que ele subisse e soltou os cabelos. O jovem caiu sobre um roseiral e ficou cego. O príncipe passou anos vagando pelo mundo em desespero até que encontrou com Rapunzel, que tivera dois filhos gêmeos (*eles não ficaram só conversando durante as visitas do moço, que se aproveitou da inocência da jovem*). Feliz por reencontrá-lo, mas triste por vê-lo cego, Rapunzel chora duas lágrimas que caem nos olhos do amado e ele volta a enxergar. Bem, a história da Disney pega só o básico dessa trama e cria uma história muito bonitinha, mas com personagens bem rasinhas.
Mas não tomem esse início de resenha como sinal de que eu tenha odiado o filme, porque eu gostei muito do desenho, fiquei realmente encantada com a qualidade da animação 3D, a mais perfeita que já vi em material Disney. A animação das personagens principais, da natureza, a textura das roupas, tudo era perfeito. Fiquei lembrando do 3D duro de anos atrás. Parecia coisa da Pixar mesmo. Só a multidão de anônimos em algumas cenas é que tinham qualidade ligeiramente inferior. O uso do lilás e do amarelo no filme tornou tudo ainda mais bonito. Eu realmente queria ter assistido 3D, mas pagar mais caro que em Brasília, entrada inteira, para ver dublado e com Luciano Huck, ainda por cima, está além das minhas condições de produção... na verdade, até me imaginar fazendo isso é difícil. Quando sair em DVD (*ou Blu-ray, se eu já tiver na época*), eu comprarei com certeza.
Rapunzel da Disney não é um desenho em camadas, daqueles que trazem mensagens para adultos e crianças, como um Toy Story, é uma história simples e direta. Você gosta de animação da Disney com números musicais, bichinhos e tudo que vem no pacote? Se gosta, você vai curtir de Rapunzel. Mas não vi no desenho nenhuma profundidade. Por exemplo, ao tornarem a feiticeira, que pouca ou nenhuma mágica faz, em uma interesseira obcecada pela eterna juventude, a questão da possessividade dos pais, que desejam manter seus filhos sempre debaixo de suas asas, de protegê-los do mundo, impedindo que cresçam, se foi. A bruxa do conto original era egoísta, mas era uma mãe extremada, já Gothel não é nada disso. Ela é a vilã e isso fica claro desde o início.
Flynn Rider, o ladrão, também não impressiona. Ele é tão rasinho que dá pena. Metido a esperto, conquistador, mas, claro, com um passado infeliz... Era um pobre órfão! E vocês sabem que orfandade e marginalidade estão irremediavelmente atrelados. Clichê. A personagem é ainda mais prejudicada pela dublagem de Luciano Huck. OK, chamar de dublagem é ofender os profissionais de verdade que nos desenhos Disney sempre oferecem o melhor da sua arte. Mas parece que a Disney sucumbiu ao marketing... (*leia o que a Naru comentou sobre o caso nos comentários desse outro post*) Resta saber para quem era a propaganda, quem a voz do Luciano Huck atrairia para o cinema. :P E a parte pior é quando Flynn revela seu nome verdadeiro. Quem teve a idéia infeliz de dizer que o sujeito se chamava “José Bezerra”?! Que mania é essa agora de inventar nomes brasileiros para essas personagens de desenhos animados para o cinema? Desenhos que visivelmente não se passam em um ambiente brasileiro/português? Como um “José Bezerra” pode ser, também, Flynn Rider? Por que então não rebatizar o ladrão com um nome nacional, também? Olha, foi de doer.
Mas eis que temos Rapunzel e ela é uma gracinha. Tão bem animada, tão bonita, tão cheia de vida, e tão bem dublada. Olhar para ela correndo cantando, seus movimentos, tudo estava perfeito. E é uma beleza quando ela está descobrindo o mundo e vai da euforia à depressão em um instante. Se existe alguma personagem um pouco complexa é Rapunzel, mas não passa muito da culpa em ter desobedecido a mãe. E aqueles metros e metros de cabelo? E quando ela fica de trança se torna mais bonita ainda. Eu vi a boneca de Rapunzel em uma loja, bem antes da estréia do filme, e quase comprei... Acho que se encontrá-la de novo, levo para casa, porque ela também ficou linda. Olha, Rapunzel é tão simpática que, mesmo sendo um filme esquemático, ela arrebata a audiência da mesma forma que consegue conquistar todos que encontra pelos caminhos. A seqüência na taverna, com Rapunzel conseguindo que todos os bandidos perigosos confessem quais são seus sonhos é espetacular. Só que, pela primeira vez, temos uma princesa “maior de idade”. Acho que a média de idade das princesas da Disney é 16 anos, Rapunzel tem 18. Será que essa subida na idade foi para evitar as sugestões (*exageradas*) de pedofilia? Eu suspeito que sim. Voltando ao conto original, é compreensível que fizessem algumas mudanças. Que graça haveria em ter uma protagonsita presa em uma torre durante toda a história? Como apresentá-la como um "modelo"? E a Disney já tinha feito mudanças significativas em outros contos com princesas muito passivas, caso de A Bela Adormecida, um dos meus desenhos Disney favoritos. Então, embora, preferisse algo mais próximo do original, eu entendo bem a necessidade dos roteiristas em criarem uma Rapunzel mais dinâmica, ativa, e atraente para as meninas de hoje. E gravidez, claro, nem pensar! Mas bem que as lágrimas poderiam ter curado somente a cegueira do Flynn... mas não darei maiores spoilers.
E, para mim, Maximus, o cavalo, entrou para a galeria das melhores personagens Disney. Geralmente, esses bichos tendem a ser somente o alívio cômico e nem sempre eu gosto deles, mas o Maximus é tão engraçado e, talvez, o mocinho seja tão fraquinho, que ele rouba a cena. O cavalo acredita piamente que é um cachorro em alguns momentos, em outros, ele acredita que é um soldado... Enfim, ele dá cor ao filme e as únicas cenas boas de Flynn Rider são com Rapunzel ou com o cavalo. E tem o camaleão de Rapunzel que é bem fofinho.
Outra coisa a pontuar, e é a última, é que pela primeira vez que eu me lembre, a Disney não tentou localizar temporalmente um desenho de princesas. Branca de Neve está em uma Idade Média genérica, A Bela Adormecida é século XV, A Bela e a Fera é século XVIII, Pocahontas é século XVII, A Pequena Sereia e Cinderela estão no século XIX. E Rapunzel? Bem, Rapunzel não está em um século específico, as roupas não buscam lembrar somente uma época, mas um mix de várias. Propositalmente, talvez, é o desenho Disney que melhor rompe com qualquer verossimilhança histórica. Quem fez Tangled quer que você se imagine em outro mundo, não em um passado europeu qualquer.
Ah, sim! E como se tornou regra, não perca os créditos, porque é uma atração a parte. Muito bem ilustrados, com uma música animada, eles valem a pena. A música de Rapunzel é muito boa, como a média da Disney, mas eu adoraria que tivessem colocado mais números musicais. Alguém sabe onde posso baixar a trilha nacional? O filme cumpre a Bechdel Rule, porque tem duas personagens femininas com nomes, Gothel e Rapunzel, que conversam entre si (*várias vezes*) e o assunto é, quase sempre, Rapunzel. Pena que, de novo, a vilã seja uma mulher. Como exceção, temos a primeira princesa da Disney, em muito tempo, que tem mãe viva. Se puder, assista Rapunzel, pois, apesar do Luciano Huck e da ditadura da dublagem, já que ninguém pode escolher assistir ao filme com som original (*mesmo que do outro lado do Estado ou em uma única sala elitista*), porque o direito nos foi roubado (*sim, eu me sinto violentada pela falta de opção*), o desenho vale muito a pena.
17 pessoas comentaram:
Rapunzel é um conto que vi ter poucas adaptações "serias".
E o "detalhe" da gravidez quase nunca é mencionado.
Meus sobrinhos foram ver essa semana e gostaram, mas o mais velho reclamou da voz do Huck no filme, oq mostra como isso ta ruim.
E essa mania de achar que crianças são burrinhas e precisam de tudo traduzido e adaptado me irrita...
Sobre princisa com mal viva, acho que a ultima era a Aurora...se bem que nem falam o nome dela...
A mãe da Rapunzel também não tem nome. O interessante é que ela aparece em trabalho d eparto, com barriga e tudo mais.
Agora, o Luciano Huck na "dublagem" é um desserviço ao filme. E como a persoanagem, o Flynn é o ladrão genérico de bom coração, já viu, né?
Outro dia o Jurandir estava reclamando de quem baixa filme.
Pois eu me recuso a ver filmes dublados! Ainda mais no cinema.
Tive um acidente infeliz há algumas semanas só para me lembrar do quanto é ruim.
Fui ver Megamind e cheguei atrasada acabei vendo Tron dublado. Achei as piadas totalmente sem noção, a voz de criança do protagonista nada a ver...
O filme já não foi essas coisas ainda dublado?
O cinema da minha cidade é até barato (pagava 6,00 pq era estudante), acho muito barato. Mas em compensação a qualidade é péssima, outro dia eu entrei no cinema no escuro e a escada estava quebrada, com pedaços de cimento pelo chão, fios (das luzes) saindo e o tapete rasgado, eu e minha irmã quase caímos.
Isso é uma absurdo, sair de casa para um programa tão legal e voltar contrariada pq o filme estava ruim.
Então acabo baixando e vendo em casa, da forma que eu quiser...
Eu abria uma exceção para animações, até gosto de vê-las dubladas, mas infelizmente a voz do Luciano Huck não me atrai, então acho que vou baixar enrolados tb!!!
Gostei muito da descrição de Rapunzel e apesar das falhas do príncipe, é bom saber que Rapunzel é quem manda!
Ah que legal, eu quero muito ver esse filme. Eu vi um video comparação das dublagens feita por um dublador e pelo Luciano no Jwave e pouxa, seria melhor nem ter visto porque a desnivel é enorme, deu vergonha alheia. Mas é o que temos por enquanto e eu quero assistir esse filme no cinema *_*
Lidiany, eu só estou abrindo exceção para desenhos dublados, porque não me dão a opção das legendas. Lembro que assiti O Príncipe do Egito e Os Incríveis legendados no cinema. Hoje, não nos dão escolha. Aqui na Baixada Fluminense, todos os cinemas estão exibindo filmes dublados. Eu me recuso a assistir, se a coisa se tornar universal, estarão me expulsando do cinema. E, sim, baixar será a opção.
Bem, eu gostei bastante do seu post. Eu assisti Enrolados esta semana e gostei muito do filme. Mesmo depois de ver dublado, com o Luciano Huck no papel do ladrão (a voz dele não se encaixa com o personagem, eles não combinam!), e com aquela adaptação de nomes (Eu fiquei perplexa ao ouvir ele dizer que se chamava José Bezerra. De onde eles tiraram isso?), meu encanto pelo filme não se perdeu. Ele conseguiu ser bacana mesmo com todas essas falhas que poderiam me fazer destestá-lo.
Quanto a falta de opção, eu também me sinto chateada. Eu veria legendado se pudesse, e verei quando lançaram o DVD.
Mas, quanto a esse filme só estar disponível dublado, eu até entendo, já que o filme só foi lançado em 3d (pelo menos por aqui). Acho que eles tentam trazer o filme dublado para não criar alguma incoveniência com as legendas e para nos permitir prestar mais atenção ao filme e aos efeitos especiais. Digo isso, porque tem filmes legendados que tem falas demais e você não consegue acompanhar direito as cenas e as falas (Vide a 1ª cena de "A Rede Social")
Eu adorei aquele cavalo, ele é muito cômico! E o camaleão é uma graça. A Rapunzel também não perde, ela é uma simpatia! Até os brutamontes tiveram sua graça, foi muito divertido.
Eu adorei o filme, Valéria!^^
Eu acho que, como criei muita expectativa para “a princesa e o sapo” e me decepcionei um pouquinho, eu fui ver esse filme sem expectativa nenhuma e me surpreendi bastante!^^
(quanto a princesa e o sapo, não gostei da primeira vez que vi, porque estava dublado. Quando lançaram em dvd, eu assisti com legendas e amei, diferença total de qualidade!)
Fazia muuuito tempo que a disney (disney mesmo, sem ser pixar) não fazia um filme tão bonito! Acho que desde Mulan, talvez…
Amei o casal de protagonistas, os animais, o cenário, os malvadões da taverna (melhor cena do filme, na minha opinião)…
só que.. dublado ficou TENSO!
eu juro, eu so me consolei quando vi que o Luciano Huck não cantou, por que eu me dei conta do quanto podia ter sido pior! rsrsrs
Ainda bem que ninguém teve a BRILHANTE idéia de chamar a Angelica para fazer a Rapunzel!!! rsrsrsrs
Assita legendado, tenho certeza que vc vai gostar mais! O personagem do Flynn não é tão detestável na versão original, ele fica até bastante divertido! (eu particularmente, gostei^^) Eu acho que ele foi extremamente prejudicado pela péssima dublagem...
Eu fiquei realmente surpresa com a (falta de) qualidade da dublagem,(muito embora os outros personagens ganharam dublagens muito boas, o problema é que logo a dublagem ruim é de um dos personagens que mais tem falas :/) ainda mais por se tratar de uma animação da disney, que costumava ganhar dublagem maravilhosas (como é o caso de corcunda de notre dame, que fica mais bonito dublado e do divertido toy story (sei que é pixar, mas enfim...) que fica 10.000 vezes mais engraçado em português!
E quanto ao José Bezerra, eu acredito que eles tenham adaptado só para não perder a piada, já que Eugene, para os americanos, é um nome tão simples como José Bezerra, para nós. Acredito que, se tivessem mantido o nome original de Eugene não teria o mesmo impacto...
De uma forma geral, eu achei o filme adorável, concordo com vc sobre a beleza visual e a qualidade de imagem.
beijos
(sua resenha está excelente, como sempre!)
Assistir "Enrolados" foi uma grata surpresa pra mim, pois imaginei que não gostaria da protagonista (nas fotos promocionais, ela me pareceu muito com Ariel - que acho linda, mas cuja personalidade me desagrada). O filme é todo lindo, a animação é perfeita e as dubladorAS arrasam (Luciano Huck devidamente excluído - aliás, acho que ele é tão ruim que me fez admirar ainda mais o trabalho dos dubladores brasileiros).
Embora eu concorde com você que não é um filme em camadas, discordo de que seja um filme tão raso assim. Filmar um roteiro para um público infantil bem definido permitiu aprofundar alguns conflitos que certamente várias crianças sentem, o que as faz se identificarem com as personagens – exatamente o que nós, “adultos”, fazemos quando assistimos a dramas. Por exemplo: Rapunzel tem ao mesmo tempo muita vontade de fazer o que quer e muito medo de desapontar Gothel, que ela realmente ama como filha (toda criança já sentiu vontade de desobedecer aos pais e ficou com remorso depois) – aliás, a cena da “princesa bipolar” foi uma das melhores do filme. A forma como Gothel trata Rapunzel também é muito verossímil (já vi muitas mães que rebaixam/minam a autoestima das crianças – normalmente das filhas – e depois emendam um “é para seu bem”, “é porque eu te adoro”, “é porque eu te quero bem, meu amorzinho”). Talvez o Flynn tenha alguma nuance como estas, mas a voz do Luciano Huck desviou minha atenção.
É um filme para crianças que trata em vários pontos de dramas vividos por crianças, coisa bastante incomum nos desenhos infantis de ultimamente. Aliás, começo a achar que essa onda de filmes infantis em camadas (notadamente para fazer com que os pais não se aborreçam ao levar as crianças ao cinema) acaba tirando um pouco da graça real do filme; eu mesmo não lembro direito das histórias dos filmes em camadas, apenas de alguns trechos cômicos destinados aos adultos.
Anderson, acho que foram muito poucas as adaptações de rapunzel mesmo. A melhor, sem dúvida,foi a da séria Contos de Fadas (Faerie Tale Theatre) que a TV Educativa exibiu. Chegou a ver? Era com atores e atrizes famosos. No episódio da Bela Adormecida, o príncipe foi o Christopher Reeve, o Super Homem. A Rapunzel do seriado foi a atriz que fez a Olívia Palito no filme Popeye, a Shelley Duvall, que era a narradora da série, , e o Príncipe Sapo foi o Robin Williams. Esse seriado teve alguns DVDs lançados no Brasil e dá para baixar. É ótimo.
Naty, nas cidades maiores e nas nem tanto, como São João de Meriti, há duas salas, normal e 3D. Eu não assisti 3D e só havia uma opção. Acho que, mesmo onde só há uma sala, o mínimo que deveriam oferecer é uma última sessão legendada. Menos que isso é estimular a pirataria, ou expulsar gente como eu do cinema.
Ai, sei lá, Gabi... Com todos os nomes em inglês, "José Bezerra"foi algo BIZARRO. Eu realmente achei que isso foi o fim da picada, sabe? E a dublagem foi boa, o problema é o Luciano Huck... Ele é TODO o problema mesmo. :P
Mas foi um filme lindo. E eu gostei da Princesa Sapo. Como aocmpanhei as notícias da produção, nunca criei grandes expectativas, sabe?
Devil Inside, concordo que Rapunzel é um filme infantil, mas sendo assim, continua sendo um filme raso e esquemático. Salva-se a Rapunzel, mas Gothel não é mãe amorosa é alguém que explora os poderes da menina e Flynn é o ladrão genérico. Poderiam ter feito melhor. E um Hayao Miyazaki, que os caras da Disney devem ter dissecado várias vezes, está aí para mostrar que isso é possível. Uma Gothel realmente maternal poderia ter elevado este filme a um outro nível. Durante todo o tempo, mesmo as criancinhas sabiam o que ela era: a vilã. No conto original, a bruxa é a mãe possessiva e é possível até simpatizar com ela. Em Tangled isso é impossível, porque a intenção dela nunca foi proteger.
Eu vou ser sincero, talvez eu nem devesse estar comentando porque eu fui criando com o tempo ojeriza ao discurso pasteurizante e homogeneizador que a Disney emprega. Eu não tenho mais vontade de ver nada com a griffe Disney há muitos anos – apesar de ter um imenso respeito por sua qualidade técnica – e a marca disso foi, na época da transição do VHS para o DVD, não ter comprado os dvds para substituir minhas velhas fitas oficiais. Abro exceção para os quadrinhos feitos por mestres como Carl Barks, Don Rosa e Renato Canini (sim, o Zé Carioca dele foi brilhante e impulsionou as vendas por aqui. A disney americana percebeu o boom das vendas e analisou o material dele. Resultado: ordenaram que ele fosse posto para fora dos quadrinhos Disney e afundaram o ZC por aqui. Aliás, isso fala muito sobre o discurso da matriz).
Dito isso, a gente tem que lembrar: a Disney de hoje é alérgica a conflitos de verdade. Ela é uma empresa de "entretenimento familiar", e isso nos Estados Unidos virou sinônimo de conteúdo de segunda categoria. Disney se tornou, para mim, sinônimo de raso e dispensável, com embalagem de luxo. O que não deixa de ser irônico porque a Pixar trabalha camadas de leitura, por mais que a maioria dos filmes deles não me empolguem (sendo sincero, eu só gostei de dois filmes da pixar: Os Incríveis e Ratatouille. E depois fui saber que os dois foram obras da mesma pessoa, o Brad Bird, o único do time de diretores da Pixar que veio de fora, entrou posteriormente. E Bird é o responsável por "o gigante de ferro". Ora, então não é que eu curta a pixar – eu curto os filmes do Brad Bird!).
Ah, sim, eu gostei de Mulan na primeira vez que vi. Mas eu não gostei tanto ao ver pela segunda vez e quando passei meus vhs, não senti vontade de ver de novo...
(agora vou ser apedrejado e morto)
Valéria, acho que essa adequação "profundidade - qualidade" é muito mais tênue e difícil de se conseguir numa história para crianças (pelo menos na infância que se convencionou chamar de "correta" hoje).
ATENÇÃO, SPOILERS ADIANTE! Retratar Gothel como mãe amorosa mudaria completamente os rumos da trama. Como seria possível um Happy Ending com a mãe amorosa caindo da torre e se tornando pó? Ao mesmo tempo, um final não-tão-feliz-assim também não é uma opção (nem os desenhos da Pixar, que a maioria parece achar melhores que os da Disney, cogitam essa possibilidade). E retratar a história original seria, no mínimo, audacioso (embora na minha infância minha avó tenha me contado histórias de crianças enterradas vivas e nem por isso eu tenha me tornado um psicopata).
Mas o que eu quero dizer é que acho injusto Enrolados ser considerado raso e esquemático porque não explora a profundidade psicológica dos personagens porque me parece ser exatamente o único filme infantil ocidental dos últimos tempos que explora (timidamente) este aspecto: filha dividida entre o que quer fazer e o que sua mãe diz que deve ser feito; bruxa muito menos óbvia do que todas as demais vilãs da Disney (ela só se torna abertamente cruel com Rapunzel no final do filme); mocinho que se esforça pra parecer bem melhor do que realmente é...
Os últimos filmes infantis que eu vi exploram o efeito das camadas à exaustão e se focam em temas até mais profundos (o novo Megamente, por exemplo, explora muito bem a questão de como o "bem" e o "mal" necessitam tanto um do outro para se afirmarem), mas eu achei muito mais fácil me identificar com a Rapunzel que com o Nemo, Chicken Little, Megamente, Sr. Incrivel & familia, etc.
Não, em nenhum momento ela foi uma mãe amorosa, sabemos que ela é má, cruel e egoísta desde o início. E, como as crianças não são idiotas, elas viram que a história começa com a bruxa roubando a criança, explorando seus poderes e impedindo-a de conhecer o mundo não para protegê-la, mas porque é egoísta. Está lá. Só a personagem Rapunzel é que não sabe e, por isso, temos pena dela, simpatizamos com ela, torcemos por ela. Goethel é uma das vilãs mais rasas da Disney dos últimos tempos. Ela parece se remeter à Rainha-Bruxa da Branca de Neve, mas acho que essa bruxa fundadora, com seus poderes, com suas maquinações, era muito superior. E é porque Goethel é essencialmente má que ela morre. Só que ela não é a primeira a morrer: as bruxas da Branca de Neve e da Bela Adormecida morreram, Gaston morreu. A morte limpinha é característica dos filmes Disney. Aliás, vilão morrendo no final é clichê. Desculpe, Goethel não tem nenhuma nuance, ela não demonstra em nenhum momento cuidado ou amor ou qualquer coisa que não seja interesse por Rapunzel. E, repito, as crianças percebem isso.
Rapunzel é um filme infantil, absolutamente infantil, e, infelizmente, muito, muito pobre. Não fosse a Rapunzel tão carismática, não fosse o 3D tão perfeito, não fosse tudo tão bonito, não tivesse o Maximus em cena e as musiquinhas legais... seria muito difícil engolir. E se há uma mensagem clara é: “Olha, siga seu coração, porque vai que sua mãe é uma bruxa má e você não sabe?”. Eu esperava mais, muito mais do desenvolvimento de personagens. Nesse aspecto, A Princesa Sapo foi superior, ainda que eu não considere a obra como uma das mais inspiradas da Disney.
Ok, ok, vou ser obrigada a concordar... rsrsrsrsr
mesmo entendendo a piada, José Bezerra ficou meio...forçadinho...rsrsrs
(embora eu tenha rido bem alto na parte em que ele revela o nome no cinema!rsrsrs)
E quanto a princesa e o sapo, eu não tinha acompanhado nadinha da produção, então eu já fui naquela loucura de "oba, a disney vai ressuscitar as princesas!"rsrsrsrs
mas no final das contas acabei gostando sim ^^
(amo a parte do vagalume apaixonado pela estrela, achei aquilo tão lindo!)
bjos
Minhas amigas costumam me chamar de Rapunzel por brincadeira já que se vc falar em cortar o meu cabelo me dar uma dor, então fui assistir sozinha a esse filme para conferir néh, adorei!
Eu amei Rapunzel, apesar da história não ter nada haver com a original, mas decididamente achei que essa foi a princesa Disney mais cativante, linda demais e com o cabelo trançado fica mais linda ainda... A seqüência em que ela oscila de humor de exautada a culpada é ótima... todo o e filme é uma graça, menos Luciano Huck, pelo amor de Deus o que foi aquilo ein???
Ah, também gostei muito da opção por não cituar ela em época alguma e deixar a imaginação rolar solta... Lindo trabalho, lindo filme, quando sair em DVD comprarei e se tiver oportunidade de ir com minhas amigas ver novamente irei \o/ Vale a entrada!!!
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