domingo, 16 de janeiro de 2011

Comentando The Blind Banker – 2º Episódio do novo Sherlock Holmes da BBC



Terminei de assisti o episódio dois de Sherlock Holmes e essa resenha será curta. O episódio um foi melhor, nisso eu concordo com que comentou, mas este segundo episódio não me decepcionou, não. O episódio começa com uma aula dada por uma especialista chinesa sobre cerimônia do chá e bules antigos, depois, temos um crime, ou a sugestão de um crime, e a cena corta para o pobre Watson que tem seu cartão rejeitado no mercado. Ele precisa de um emprego e consegue um bico (*é o que parece ser*), como médico em uma clínica. Watson repreende Holmes, que aprece ter ficado a manhã inteira sem fazer nada. Aí, temos uma seqüência, que deveria ser uma piada, mas que, para mim, não teve graça ou sentido, que foi o ataque de um guerreiro aparentemente árabe, com cimitarra e tudo, ao pobre Holmes, enquanto Watson estava no mercado. Esse toque nonsense não casou com o todo. Holmes tem um trabalho e arrasta Watson para um banco. O contratante é um colega de faculdade de Holmes, que parece desprezá-lo, mas conhece suas capacidades. Além disso, quer evitar um escândalo. Alguém invadiu o prédio e vandalizou a sala memorial do fundador. Dois símbolos foram pixados em amarelo. Holmes acredita que é um código e descobre para quem é a mensagem e vai em busca do tal funcionário do banco. Ah, sim, Holmes rejeitou o adiantamento de pagamento, mas Watson foi buscar o cheque, afinal, ambos precisam de dinheiro e alguém tem que pensar nisso.

Obviamente, Holmes encontra o sujeito morto. A polícia quer que seja suicídio (*dá menos trabalho*), mas ele sabe que é assassinato. No dia seguinte, um jornalista aparece morto e os mesmos símbolos na parede. De comum, além dos símbolos, ambos estiveram na China. Holmes quer convencer a polícia de que os crimes estão ligados, e descobrir o código. Nas suas andanças, chega até o submundo dos pichadores de Londres e o pobre Watson termina indo preso por engano e recebendo um ASBO (anti-social behaviour order). Holme snem percebe, claro... Por fim, Holmes acaba chegando até a conclusão de que a especialista desaparecida é a chave para decifrar o código. Realmente, ele estava correto, a moça explica que os crimes estão ligados a uma rede de roubo de antiguidades chinesas. Os assassinados traíram a organização. Só que as coisas não saem como esperado... A especialista diz que a chave está em um livro... um livro que todos têm ou deveriam ter. Holmes pede acesso aos livros dos dois mortos e mergulha neles com Watson. Por conta disso, Watson acaba cochilando no meio do expediente, porque estava muito cansado. Não é despedido e ainda consegue um encontro com outra médica. OK, Holmes tenta melar o encontro, e a investigação caminha para o seu final... e, claro, duvido que a quase-namorada de Watson esqueça aquela noite. No final, mais uma vez, Moriarty aparece, ainda que não mostre a sua cara.

Segundo a Wikipedia, esse segundo caso foi inspirado no caso dos Dançarinos, que é uma dos mistérios que figura entre os favoritos de muita gente, e do Signo dos Quatro. OK, fora a presença de uma mulher, colega de trabalho que tinha um encontro com o pobre Watson, não há nada ali que lembre o romance que deu levou Watson para o altar. Acho que o esconderijo da especialista em antiguidades foi inspirado no caso do Construtor de Norwood, mas pode ter sido mera impressão. Alliás, como não estou com nenhum livro de Holmes por aqui, nào consegui confirmar se este é o caso onde o sujeito supostamente morto, está escondido dentro de sua própria casa... Mas se minha memória estiver me traindo, alguém vai me corrigir.

Não achei o episódio sem ritmo, como esta resenha aqui aponta, mas foi muito menos eletrizante que o primeiro. Tanto que parei várias vezes de assistir, coisa que não consegui fazer com o episódio um. Duas cenas me incomodaram bastante. A do espadachim que ataca Holmes em casa, algo que ficou no vácuo. E quando a quase-namorada de Watson pega uma espada e despacha um dos chineses habilidosíssimos. Pensei que haveria uma piadinha qualquer, uma explicação e nada. A mulher poderia dizer que tinha praticado kendô (*pela posição como segura a espada*) ou algo do gênero, mas não houve nenhuma preocupação... Falha deles.

Os dois protagonistas, Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, continuam afinadíssimos. E o episódio já valeria por alguns diálogos dos dois. As caras e bocas do Martin Freeman são ótimas e ele consegue passar muito bem a crise do homem comum diante de um sujeito excepcional como o Holmes. Aliás, neste episódio não há um traço sequer do Holmes moleque mimado do primeiro episódio. Ele é somente a máquina de pensar que aprece insensível... com um pouco mais de senso de humor, talvez. A melhor cena do episódio para mim foi quando Watson encontra o conjunto dos signos pichados em um muro e corre para chamar Holmes. Quando chegam de volta, os signos tinham sido apagados... Holmes começa a girar com ele, segurando sua cabeça e tentando fazer com que se lembre... Watson lembra de tudo, diz que basta deixá-lo mexer no seu bolso, pois ele tinha batido uma foto.

As insinuações sobre a homossexualidade de Holmes continuam, assim como as sutis tentativas de Watson de se afirmar como heterossexual. Só que, o que no século XIX poderia ser visto como uma amizade viril corriqueira (*e até homossexual... mas desde que você fosse discreto*), no século XXI é algo muito bandeiroso. Até queria que a quase-namorada de Watson ficasse. A interação seria bem engraçada. Só que, depois do susto que ela toma, não sei, não... Ah, sim, acho a insistência em Moriarty um tanto cansativa. Aliás, eu considero o mito Moriarty muito cansativo. Holmes enfrentou uma miríade de inimigos, mas criou-se toda uma celeuma em torno do “Napoleão do Crime”, personagem que aparece muito pouco nos casos. Só que, parece que todo “herói” precisa do seu arquiinimigo, ou assim os roteiristas imaginam, e quem nunca leu um conto de Holmes acaba acreditando que Moriarty batia ponto em todas as histórias.

E só para fechar, eu não comentei o figurino, porque, enfim, acho que o Watson se veste de forma bem comum... Ele é o sujeito normal. E é bem fofinho do jeito dele. Já o Benedict Cumberbatch fica muito bem com seus sobretudos e cachecóis, mas o sujeito ficou bonito até com aquelas roupinhas do final do século XVIII, então, ficaria bem com qualquer coisa... Ou quase... Acho que o que faltou ressaltar é como a série se propõe a mostrar Londres. As externas, a meu ver, tem como objetivo vender a cidade, atrair turistas e, pelo que li na net, isso realmente vem acontecendo. Agora, se tiver disposição, vou mergulhar no último capítulo. Vamos ver como fecha essa temporada.

4 pessoas comentaram:

Realmente a cena da parede na linha do trem foi hilária! Foi o que faltaa para eu me apaixonar completamente por esse Holmes!
Acho que esse episódio tão bom quanto o primeiro, mas o terceiro com certeza é o melhor.

Concordo. O segundo episodio não é ruim, apenas não tão bom quanto os outros.

E vou dizer que bastou esse segundo episodio p/ eu me acustumar rapidinho com o cenario modernoso.

Foi como no filme mais recente. A principio fiquei com o pé atras com a modernização, mas agora sou fã, já que apesar de tudo, Holmes ou Sherlock (ja não acho tão estranho chama-lo assim)ainda é o mesmo que amamos. :)

Gostei muito de ver a rede de sem-tetos, uma atualização dos garotos que ele usava como contato talvez?

E me diverti com Jonh tentando provar que não era Sherlock.

A cena do muro tb foi boa por mostrar que com toda sua genealidade, Sherlock as vezes ignora as soluções mais pratica inventadas.

Oq não gostei mesmo foi da descoberta ter sido assim meio na sorte...ao acaso.

Prefiro quando é pura dedução mesmo.

Quanto a questão da propaganda. Não tinha me tocado, mas faz todo sentido.

Principalmente com as Olimpiadas de Londres se aproximando e com a crise economica.

Mas devo dizer que é um comercial bem feito. rs

Eu definitivamente não consigo chamá-lo de Sherlock. Aliás, nunca vi ingleses em filmes se tratando pelo primeiro nome, salvo se forem muito, muito íntimos. É estranho, mas é a opção do seriado mesmo...

Mas não sei se foi sorte a resoluçao, digamos que ele só teve uma ajuda. A cena do Watson tentando provar que não era Holmes foi realmente engraçada.

Anderson, você viu a primeira versão do piloto? estranhamente, consegui baixar por aqui. queria ver o extra, um mini documentário, esse eu não consegui pegar.

Ah, Pedro, tente ler alguma cooisa de Holmes. Nào recomendo os romances, mas é muito legal... aliás, me perguntaram meus contos favoritos no Formspring.

Tenho birra com o Stephen Thompson desde Doctor Who, mas enfim, não dá para negar que "The Blind Banker" tem boas cenas. Podia ser melhor, claro, mas vamos lá.

A trama dos mafiosos chineses é interessante, e acho que o que lembra O Signo dos Quatro é a questão de tesouros orientais e vingança, e só. A Sarah não é a Mary, e não creio que seu 'romance' com o John tenha lá muito futuro.

Também achei aquela cena com o espadachim totalmente nonsense, bem como a luta com os malabaristas chineses. Depois de todas as investigações, mistérios e tals, eu esperava mais do desfecho da trama. Acho que vem daí minha picuinha com o episódio.

O ponto alto do episódio é mostrar o ponto de vista do John, como pessoa normal, ao conviver com a máquina de pensar hiperativa que é o Sherlock. A cena da parede e a parte em que o John é preso são hilárias. Como ele sofre nesse episódio! xD

Eu acho a coleção de suéteres e cardigãs do John a coisa mais fofa ever!

E sim, as cenas externas são propositalmente bonitas. O Mark Gatiss, nos extras do dvd, comenta que a intenção era justamente mostrar Londres como se fosse uma personagem à parte. Eu gosto muito da fotografia da série, e se a intenção deles é atrair turistas, considero-me fisgada; dá uma vontade danada de conhecer os lugares filmados. =]

Related Posts with Thumbnails