OK, acabei não resistindo e abri um post para comentar os episódios 3 e 4 de Kuragehime. Não esperava que o anime fosse tão divertido e, como olhei as scanlations que já saíram (*na como um anime para que o pessoal se preocupe em traduzir um josei mangá*), sei que algumas das piadas são exclusivas da série de TV.
Nesses dois episódios acredito que destaque foi o desejo de Kuranosuke (*a linda mulher que não é uma mulher*) de transformar Tsukimi (*ainda que ele fale que são todas as AMARS, isto é, as moças da Irmandade, mas acho que a empreitada é impossível*) em uma princesa e como o feitiço virou contra o feiticeiro. Acredito que Kuranosuke desejava o bem de Tsukimi, quer que ela descubra que é bonita, mas quando a moça, toda arrumada, dá de cara com o irmão dele, Shu, e ele percebe o interesse imediato do sujeito, ele decide usá-la para conseguir o que sempre desejou, o endereço da mãe.
Está claro que Kuranosuke e Shu são irmãos por parte de pai somente, e que o garoto deve ter sido tirado da mãe. Essa história de se vestir de mulher é, ao mesmo tempo, uma forma de emular a mãe e de provocar o desagrado do pai, já que a última coisa que o rapaz deseja é seguir carreira na política. Shu, que (nossa!) já tem 30 anos, parece ter o endereço, mas não quer dá-lo. Kuranosuke, então, decide usar a atração que ele tem por Tsukimi para tentar obter o que deseja. Ainda não conseguiu, mas Shu está absolutamente apaixonado por Tsukimi... mas não a otaku do dia-a-dia, a moça toda arrumada que Kuranosuke criou e que, sem seus óculos, é capaz de conversar com ele sem “virar pedra”.
Só que, na visita ao Aquário do episódio quatro, Kuranosuke acaba provando do próprio veneno, porque ao observar a atitude do irmão e o fato de Tsukimi não se mostrar tão embaraçada (*ainda que a moça acredite que ele fugiria dela se a visse como é “de verdade”*), começa a ter ciúme. E, quando Tsukimi o olha nos olhos diretamente pela primeira vez (*ela só vê sombras, então não “vira pedra”*), ele percebe que há algum problema. Corre para o banheiro feminino e tira toda a maquiagem, peruca e tudo mais... volta a ser um garoto (*e assusta uma senhora que apareceu por lá*). Ao sair vê o irmão abraçando Tsukimi. Ela tinha começado a chorar por lembrar da mãe, sua última visita àquele aquário tinha sido com ela. E Shu, surpreendentemente, a abraçou para consolar. (*Aquilo que muita gente queria que tivesse acontecido em determinada cena de Orgulho & Preconceito, ocorreu em Kuragehime... Engraçado isso*) Kuranosuke faz um escândalo. Afinal, como esperar que seu sério e formal irmão pudesse fazer aquilo em público? E a moça, envergonhada, corre para o banheiro. Ele lhe passa os óculos e ela volta a ficar silenciosa e tensa. Enfim, Kuranosuke ainda não se convenceu que está apaixonado, logo ele tão experiente "no amor" abalado por um abraço entre dois virgens, mas está, e esse triângulo amoroso esquisito está ficando muito divertido. Só para constar, acho que Tsukimi ainda não descobriu por qual dos dois “príncipes” está apaixonada.
O episódio três também trouxe uma discussão interessante, todas as AMARS são mulheres de mais de 30, menos Tsukimi que tem somente 18 anos, e vivem às custas dos pais. Elas são NEET, sigla em inglês que quer dizer “Not in Education, Employment or Training” (Que não está estudando, trabalhando, ou em estagiando). Kuranosuke chama a atenção para isso, como se fosse vergonha, mas elas dizem que, com a crise econômica, não conseguiram se empregar e que seria um dever da geração do “babyboom” do pós-guerra, que viveu os anos de prosperidade do Japão, sustentar seus filhos e filhas menos afortunados. Uma coisa curiosa é que, quando lhe convém, Kuranosuke se torna o porta voz dos valores tradicionais, seja censurando o irmão por abraçar Tsukimi em público, seja criticando as AMARS por sua vida otaku, meio NEET, meio hikkikomori.
Agora pare e pense como a economia e a sociedade japonesa vai sobreviver se um número cada vez maior de pessoas – homens e mulheres – simplesmente não trabalharem, não estudarem, e, por tabela, não procriarem, também. Por quanto tempo a prosperidade de um país onde ano após ano a balança pende mais para a mortalidade do que para a natalidade vai durar. Kuragehime tem o mérito de mostrar, pela primeira vez que eu tenha visto, mulheres NEET e hikkikomori. Eu sei que estatisticamente os homens – que sofrem muito mais pressão para serem bem sucedidos profissionalmente em um país patriarcal – são as maiores vítimas, mas é importante mostrar que existem mulheres nessa condição e não somente no grupo de profissionais ou empregadas que, por ganharem relativamente bem e não terem esperanças de um casamento compensador, decidem não se casar, não procriar e ir curtindo a vida. Kuragehime faz rir (muito), mas, também, pensar.
Nesses dois episódios acredito que destaque foi o desejo de Kuranosuke (*a linda mulher que não é uma mulher*) de transformar Tsukimi (*ainda que ele fale que são todas as AMARS, isto é, as moças da Irmandade, mas acho que a empreitada é impossível*) em uma princesa e como o feitiço virou contra o feiticeiro. Acredito que Kuranosuke desejava o bem de Tsukimi, quer que ela descubra que é bonita, mas quando a moça, toda arrumada, dá de cara com o irmão dele, Shu, e ele percebe o interesse imediato do sujeito, ele decide usá-la para conseguir o que sempre desejou, o endereço da mãe.
Está claro que Kuranosuke e Shu são irmãos por parte de pai somente, e que o garoto deve ter sido tirado da mãe. Essa história de se vestir de mulher é, ao mesmo tempo, uma forma de emular a mãe e de provocar o desagrado do pai, já que a última coisa que o rapaz deseja é seguir carreira na política. Shu, que (nossa!) já tem 30 anos, parece ter o endereço, mas não quer dá-lo. Kuranosuke, então, decide usar a atração que ele tem por Tsukimi para tentar obter o que deseja. Ainda não conseguiu, mas Shu está absolutamente apaixonado por Tsukimi... mas não a otaku do dia-a-dia, a moça toda arrumada que Kuranosuke criou e que, sem seus óculos, é capaz de conversar com ele sem “virar pedra”.
Só que, na visita ao Aquário do episódio quatro, Kuranosuke acaba provando do próprio veneno, porque ao observar a atitude do irmão e o fato de Tsukimi não se mostrar tão embaraçada (*ainda que a moça acredite que ele fugiria dela se a visse como é “de verdade”*), começa a ter ciúme. E, quando Tsukimi o olha nos olhos diretamente pela primeira vez (*ela só vê sombras, então não “vira pedra”*), ele percebe que há algum problema. Corre para o banheiro feminino e tira toda a maquiagem, peruca e tudo mais... volta a ser um garoto (*e assusta uma senhora que apareceu por lá*). Ao sair vê o irmão abraçando Tsukimi. Ela tinha começado a chorar por lembrar da mãe, sua última visita àquele aquário tinha sido com ela. E Shu, surpreendentemente, a abraçou para consolar. (*Aquilo que muita gente queria que tivesse acontecido em determinada cena de Orgulho & Preconceito, ocorreu em Kuragehime... Engraçado isso*) Kuranosuke faz um escândalo. Afinal, como esperar que seu sério e formal irmão pudesse fazer aquilo em público? E a moça, envergonhada, corre para o banheiro. Ele lhe passa os óculos e ela volta a ficar silenciosa e tensa. Enfim, Kuranosuke ainda não se convenceu que está apaixonado, logo ele tão experiente "no amor" abalado por um abraço entre dois virgens, mas está, e esse triângulo amoroso esquisito está ficando muito divertido. Só para constar, acho que Tsukimi ainda não descobriu por qual dos dois “príncipes” está apaixonada.
O episódio três também trouxe uma discussão interessante, todas as AMARS são mulheres de mais de 30, menos Tsukimi que tem somente 18 anos, e vivem às custas dos pais. Elas são NEET, sigla em inglês que quer dizer “Not in Education, Employment or Training” (Que não está estudando, trabalhando, ou em estagiando). Kuranosuke chama a atenção para isso, como se fosse vergonha, mas elas dizem que, com a crise econômica, não conseguiram se empregar e que seria um dever da geração do “babyboom” do pós-guerra, que viveu os anos de prosperidade do Japão, sustentar seus filhos e filhas menos afortunados. Uma coisa curiosa é que, quando lhe convém, Kuranosuke se torna o porta voz dos valores tradicionais, seja censurando o irmão por abraçar Tsukimi em público, seja criticando as AMARS por sua vida otaku, meio NEET, meio hikkikomori.
Agora pare e pense como a economia e a sociedade japonesa vai sobreviver se um número cada vez maior de pessoas – homens e mulheres – simplesmente não trabalharem, não estudarem, e, por tabela, não procriarem, também. Por quanto tempo a prosperidade de um país onde ano após ano a balança pende mais para a mortalidade do que para a natalidade vai durar. Kuragehime tem o mérito de mostrar, pela primeira vez que eu tenha visto, mulheres NEET e hikkikomori. Eu sei que estatisticamente os homens – que sofrem muito mais pressão para serem bem sucedidos profissionalmente em um país patriarcal – são as maiores vítimas, mas é importante mostrar que existem mulheres nessa condição e não somente no grupo de profissionais ou empregadas que, por ganharem relativamente bem e não terem esperanças de um casamento compensador, decidem não se casar, não procriar e ir curtindo a vida. Kuragehime faz rir (muito), mas, também, pensar.
1 pessoas comentaram:
Waaa quero que a Tsukimi fique com o Kuranosuke D: Eita o irmão dele tem 30 anos ? O-O'
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