quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 de novembro: Dia da Não-Violência contra as Mulheres



A violência de gênero é tão recorrente, tão recorrente, que nunca é demais repetir que ela existe, até porque tem gente que não lembra. Para se ter uma idéia, ontem uma menina de 15 anos foi morta à pancadas pelo pai em São Paulo. Motivo? Estava namorando escondido. Mas o delegado já mostrou para quem vai a simpatia: "Foi uma infelicidade. O pai não queria matar a filha, mas dar um corretivo". Alguém chuta a cabeça de uma pessoa (*mulheres são pessoas, eu acho*) por "infelicidade"? Acho que, não. E não concordo o papo de um pessoal no Twitter (*Eu sei que ainda vivemos em uma ressaca eleitoral, mas é preciso bom senso.*) associando esse tipo de coisa a São Paulo, por conta das últimas explosões de racismo e homofobia. Não, amiguinhos, pode acontecer e acontece em todo o lugar, não somente em São Paulo, não somente no Brasil. E homens não são naturalmente violentos, agressores de mulheres em potencial, a questão é muito mais profunda. Vivemos em uma sociedade desigual, patriarcal ainda, que glorifica a violência, que reforça que os homens (*marido, namorado, pai, irmão, etc.*) são os donos de "suas" mulheres, que sua honra depende da delas. Daí, a simpatia do delegado pelo pai agressor, daí a falta de auto-crítica, pois esse tipo de sociedade em que vivemos, assimétrica, que desqualifica o feminino, garante privilégios aos homens. alguém quer abrir mão de seus privilégios? A maioria, não. Violência contra as mulheres, as suas e as que não tem dono, faz parte desse conjunto d eprivilégios. Enquanto não refletirmos sobre isso, teremos que lembrar as Eloás e outras mortas, precisaremos de um 25 de novembro...

1 pessoas comentaram:

Nossa! Eu não soube dessa notícia da menina que foi morta pelo próprio pai, mas não fico surpreso de colocarem homens desse tipo como vítimas das suas próprias ações, mesmo quando se trata de assassinatos.
Eu creio que com esse fuzuê todo do segundo turno, vamos ver muito mais disso, afinal, agora temos uma mulher no cargo mais importante do país e vai ter reação quanto a isso, assim como anda tendo contra gays, negros e estrangeiros.
Acho muito válido o ministério da saúde fazer uma campanha muito forte a favor da tolerância com o próximo e que as leis tipo a "maria da penha" sejam mais eficazes. Só com exemplos de que essas leis funcionam, pode-se dar algum jeito nessa situação, já que educação vai ser algo que ainda vai demorar um pouco pra ser resolvidso aqui no Brasil...

Related Posts with Thumbnails