segunda-feira, 16 de agosto de 2010

1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos



O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da UnB vai promover na universidade a 1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos no dia 2 de setembro. Logo na apresentação do evento, eles situam o conceito de “romance gráfico” ou “graphic novel”, já que eu acho melhor no original, e explicam as resistências sobre o uso dos quadrinhos como literatura:
Apesar dessa concepção de romance gráfico ter seus problemas e não ser totalmente aceita nem pelos artistas, nem pela crítica literária, ela revela o surgimento de uma nova forma de narrativa que tem se aperfeiçoado e, hoje, representa um mercado editorial de grandes proporções. Dentro desse contexto, essa 1ª Jornada de Estudos sobre Romances Gráficos se propõe a se debruçar sobre algumas dessas obras de grande repercussão, utilizando-se de elementos da crítica literária contemporânea para analisá-las e promover um debate que permita uma melhor compreensão de seu alcance no campo literário.
A programação está no site do evento. Eu gostaria muito de poder assistir as duas comunicações sobre Persepólis, só que uma é pela manhã e a outra a noite. Resultado, terei que escolher uma das duas. A da manhã parece ser mais interessante, só que é no meu horário de trabalho... Tsc... Tsc... Enfim, acho esse tipo de evento acadêmico muito relevante, mas tenho uma crítica: nenhum trabalho sobre mangá. Nenhum.

6 pessoas comentaram:

Muito legal mesmo, segunda-feira passada mesmo eu li Maus. Morro de vontade de ler Retalhos, Persépolis e Valsa com Bashir, mas o preço assusta um bocado.
Não concordo com esse termo "graphic novel", não vejo diferença nenhuma dosquadrinhos comuns além das tão faladas "graphic novels" serem voltadas a um público um pouco mais velho.

AHHH RETALHOS *_*

Val eu te fiz até uma pergunta uma vez sobre Retalhos, perguntei o que vc achava dele, caso tivesse lido^^

q posso fazer amo suas avaliações ^^/

É por um motivo simples, val: ninguém até agora está vendendo um mangá como romance gráfico. E isso é culpa das editoras que publicam esse material em livrarias. E teoricamente, mesmo o nefando vampiro que ri pode ser definido como tal: é obra de autor, publicada com formato diferenciado em livrarias, para segmento mais literário etc. Foi vendido como "mangá de autor", o que já o coloca a parte do meio.
Ajudaria bastante se fosse feito um esforço para valorizar os próprios mangás nesse sentido. Hiroshima, a Cidade da Calmaria, é um romance gráfico sem tirar nem pôr.

Ah, sim, falando nisso: li hoje o álbum francês Negrinha, da Desiderata. Eu recomendo enormemente que você leia, val. Conhecendo você, eu tenho certeza que você vai achar o traço esquisito, mas vai se apaixonar pela obra. Sério.

Poderia ter Gen, como memórias de resistência e guerra, por exemplo, né?!
Esse conceito de romance gráfico é muito complicado, por que foi destinado à títulos recentes e específicos da europa e dos EUA.
O Japão fazia "romance gráfico" muito antes dessas mudanças conceituais no ocidente, isso porque acho que eles respeitam já há muito tempo os quadrinhos como forma(minha opinião)

Lancaster, na verdade a JBC está vendendo mangás com o selo de graphic novel, mas faz pouco tempo e tem só 3 títulos. Até me assustei quando vi.
Concordo com a Ludmila, acho complicado o termo GN pra mangás. No ocidente funciona por causa da distinção de leitura infantil/adulta, sem falar na questão da palavra "comics" pra HQ nos Eua, onde surgiu o termo... mas no Japão como os quadrinhos alcançam todo tipo de público não faz muito sentido. Embora talvez um correlato para GN seja o gekigá, mas mesmo assim...

Não há simplicidade na exclusão do mangá, Alexandre. é desconhecimento, desinteresse ou preconceito. Aliás, se poderia fazer um trabalho, inclusive, comentando os motivos pelos quais o selo não se aplica para mangás.

Só que eu não conheço o grupo que está promovendo o evento. Se conseguir passar por lá, talvez confirme minhas suspeitas.

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