Limpando a área hoje meu marido achou essa matéria que saiu no Correio Braziliense de 20 de junho. Acho que deve ser um livro bem interessante, mas o mais curioso dele é que ele não está sendo vendido, é brinde nas compras acima de R$150 na Comix de São Paulo. Como não vou comprar esse valor nem por nada neste mundo, já sei que não poderei ter esse material na minah coleção. Queria saber o que de mangá o autor selecionou para o livro. Se aparece shoujo ou josei, se ele pegou só material que saiu aqui no Brasil ou foi além. Enfim, como não tenho lá grandes esperanças de consegui-lo, segue a matéria do Correio Braziliense.
Almanaque do beijo
Nas histórias em quadrinhos, o beijo é antigo, mas demorou para aparecer. “Uma explicação que me parece óbvia: por causa da vigilância das agências distribuidoras de tiras de jornal — nas quatro primeiras décadas dos comics, até meados dos anos 1930, as histórias não saíam em revistas — não havia espaço para qualquer tipo de insinuação erótica ou sexual. O beijo aparecia quase sempre na cena final, como prêmio para tanto esforço do herói”, comenta o jornalista e pesquisador baiano (radicado em São Paulo) Gonçalo Junior na introdução de seu novo trabalho, Smack! O beijo nos quadrinhos. Gonçalo é autor, entre outros, do essencial A guerra do gibis, sobre a chegada dos quadrinhos no Brasil.
A censura (tema recorrente na produção do jornalista) nas HQs não é exatamente o foco de seu livro mais recente. Mas, segundo o autor, é um dos aspectos mais interessantes de sua pesquisa: “O beijo sempre foi visto, nas primeiras décadas do século 20, como algo ousado demais para aparecer nos quadrinhos. E o seu uso serviu como um desbravador de liberdades, um tipo de contestação, que abriu portas para diminuir a censura nos comics”.
No livro, o jornalista aborda o beijo de forma ampla, em suas diversas acepções: puros, apaixonados, heroicos, irreverentes, excitantes, liberados ou proibidos, entre outros. O título funciona como um almanaque, com cada capítulo contextualizado por breves textos seguidos de muitas imagens (todas reproduzidas em preto e branco, com exceção da que ilustra esta matéria, presente na orelha do livro).
Pesquisa
Gonçalo levou um ano de trabalho para reunir 800 imagens saídas de quadrinhos infantis e adultos, material europeu, americano, japonês e brasileiro. Mas, por uma questão de espaço, nem tudo terminou no livro. Como em outras obras do autor, o título é a chance de encontrar reproduções de cenas de quadrinhos raros e preciosos, há muito fora de circulação. “Há tempos eu colocava tudo que encontrava sobre beijo numa pasta. O pessoal da Comix me ajudou muito, pois, durante semanas, foi feita uma varredura no acervo da loja para tentar encontrar algo que eu tivesse deixado de fora. Isso me deu mais tranquilidade, principalmente no segmento de mangás”, conta o autor.
Especializada em quadrinhos, a loja paulistana Comix ajudou mais do que na pesquisa para Smack. O livro não está sendo comercializado, mas dado como brinde (desde a semana passada, por conta do Dia dos Namorados) nas compras acima de R$ 150.
O próximo trabalho de Gonçalo, o segundo volume de A guerra dos gibis, já está na gráfica. “Se chamará Maria Erótica e o clamor do sexo, uma forma diferente e inédita de conhecer a história da ditadura militar: pela censura às revistas de sexo!”, adianta o pesquisador.
Nas histórias em quadrinhos, o beijo é antigo, mas demorou para aparecer. “Uma explicação que me parece óbvia: por causa da vigilância das agências distribuidoras de tiras de jornal — nas quatro primeiras décadas dos comics, até meados dos anos 1930, as histórias não saíam em revistas — não havia espaço para qualquer tipo de insinuação erótica ou sexual. O beijo aparecia quase sempre na cena final, como prêmio para tanto esforço do herói”, comenta o jornalista e pesquisador baiano (radicado em São Paulo) Gonçalo Junior na introdução de seu novo trabalho, Smack! O beijo nos quadrinhos. Gonçalo é autor, entre outros, do essencial A guerra do gibis, sobre a chegada dos quadrinhos no Brasil.
A censura (tema recorrente na produção do jornalista) nas HQs não é exatamente o foco de seu livro mais recente. Mas, segundo o autor, é um dos aspectos mais interessantes de sua pesquisa: “O beijo sempre foi visto, nas primeiras décadas do século 20, como algo ousado demais para aparecer nos quadrinhos. E o seu uso serviu como um desbravador de liberdades, um tipo de contestação, que abriu portas para diminuir a censura nos comics”.
No livro, o jornalista aborda o beijo de forma ampla, em suas diversas acepções: puros, apaixonados, heroicos, irreverentes, excitantes, liberados ou proibidos, entre outros. O título funciona como um almanaque, com cada capítulo contextualizado por breves textos seguidos de muitas imagens (todas reproduzidas em preto e branco, com exceção da que ilustra esta matéria, presente na orelha do livro).
Pesquisa
Gonçalo levou um ano de trabalho para reunir 800 imagens saídas de quadrinhos infantis e adultos, material europeu, americano, japonês e brasileiro. Mas, por uma questão de espaço, nem tudo terminou no livro. Como em outras obras do autor, o título é a chance de encontrar reproduções de cenas de quadrinhos raros e preciosos, há muito fora de circulação. “Há tempos eu colocava tudo que encontrava sobre beijo numa pasta. O pessoal da Comix me ajudou muito, pois, durante semanas, foi feita uma varredura no acervo da loja para tentar encontrar algo que eu tivesse deixado de fora. Isso me deu mais tranquilidade, principalmente no segmento de mangás”, conta o autor.
Especializada em quadrinhos, a loja paulistana Comix ajudou mais do que na pesquisa para Smack. O livro não está sendo comercializado, mas dado como brinde (desde a semana passada, por conta do Dia dos Namorados) nas compras acima de R$ 150.
O próximo trabalho de Gonçalo, o segundo volume de A guerra dos gibis, já está na gráfica. “Se chamará Maria Erótica e o clamor do sexo, uma forma diferente e inédita de conhecer a história da ditadura militar: pela censura às revistas de sexo!”, adianta o pesquisador.
3 pessoas comentaram:
Será que nenhuma outra loja de HQ irá comercializar? Porque não vejo muita "ajuda" ao autor nessa idéia da Comix :S
Então, já acompanho o blog tem um tempinho e foi através do seu site que há muitos anos atrás fui atrás que descobri que shoujo não era apenas Clamp.
Sem tempo de ficar passando na banca todo dia e deveras atrasada com os mangás, esse mês resolvi colocar as coisas em dia comprando online mesmo. Achei que nem ia receber o brinde, que no site é anunciado apenas para compras no local.
Enfim, dei uma olhada rápida no material. 90% se refere a quadrinho americano, com algumas aparições da Turma da Mônica.
Há o capítulo Beijos Orientais (10 páginas) com um apanhado de cenas de beijos em mangás e manhwa e um textinho muito curtinho definindo shoujo como "histórias açucaradas sobre relacionamentos juvenis, muitas vezes" e mocinhas que "sonham com seus príncipes e tudo se concretiza num beijo". Dá destaque a uma cena de Akira. Há cenas de Shinshoku Kiss, Vampire Kisses, Akira, Karekano, Chobits, Meru Puri, Model, Rayearth, Paradise Kiss. Também há uma imagem de beijo sem fonte e uma de GEN 13, da Marvel. Mas é só isso, as cenas de beijo sem nenhuma informação lá muito relevante.
No restante do material chama atenção algumas cenas de quadrinhos pornográficos, com aparição de hentais (e uma referência a proibição de publicação nos EUA desses materiais com personagens de aparência juvenil).
Espero ter matado sua curiosidade. Ainda vou ler a parte do início, que tem mais textos.
Caro, permita-me esclarecer: o livro só será mesmo distribuído pela Comix (o que me pagaram é muito mais do que eu recebi pela maioria das editoras que publicaram meus 15 livros. E convidos a todos os interessados em mangás para conhecerem meu próximo livro, que sai em agosto: MARIA ERÓTICA E O CLAMOR DO SEXO, no qual conto a vida de Minami Keizi, pai do mangá no Brasil. Tem informações preciosas sobre o tema.
Postar um comentário