Eu estava esperando por este filme. Como amanhã estou de volta em casa, devo ir assistir na próxima semana. É bom ver mais uma heroína de ação no cinema, ainda mais em um papel que tinha sido oferecido aos "medalhões" homens do momento e recusado, dando certo, se bem que vai ser impossível superar a pequena Hit-Girl este ano. Mas o filme teve uma bruta sorte que foi o escândalo real da "captura" de espiões russos nos EUA. Verdade, ou não, já deu uma publicidade a mais para o filme, especialmente quando alguém poderia dizer que "A Guerra Fria já terminou". Espero qeu valha a pena mesmo. A matéria que segue é da Folha de São Paulo. Aqui, é possível ler uma entrevista de Angelina Jolie para o jornal O Globo.
Jolie cria oposto de James Bond em "Salt"
Papel foi inicialmente pensado para um homem; atriz dispensou dublês para viver agente acusada de traição
Filho de ex-espião militar, diretor Phillip Noyce fez pesquisa com ex-agentes e pensa em sequências para o filme
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Angelina Jolie não usa dublê e salta de verdade em cima de muitos caminhões em alta velocidade. Espiões também continuam existindo e podem ser seu vizinho. Ou podem ser Angelina Jolie. Mentira e verdade se embaralharam para o lançamento do filme "Salt", um thriller de espionagem "fundamentado em realidade", segundo o diretor Phillip Noyce, "para facilitar a viagem do público pela montanha-russa da história".
Angelina Jolie é Evelyn Salt, agente da CIA acusada de ser espiã russa. Para provar a inocência, ela foge e organiza uma série de atentados que levam o espectador a duvidar a todo momento de quem, afinal, é Salt. Mas, ao contrário de outros agentes famosos dos cinemas, a vida de Salt não tem glamour -nem martínis. Numa jogada do destino, ou num tremendo golpe publicitário ultrassecreto, o filme estreou apenas algumas semanas depois de estourar o escândalo da descoberta de 11 espiões russos que moravam como gente comum em plena Nova York.
"Se acharam 11 agentes russos, é porque existem outros 1.100. E os EUA devem fazer a mesma coisa com outros 11 mil espiões em outros países", disse Noyce em entrevista à Folha. "Acho que tivemos sorte [com a notícia], isso faz com que as pessoas tomem consciência de que há muito mais do que apenas um ou dois superespiões no mundo."
O diretor australiano, de 60 anos, fala com conhecimento de causa. Fascinado por espionagem, ele é filho de um ex-espião militar, dirigiu Harrison Ford como analista da CIA em dois filmes e se debruça em extensa pesquisa com ex-agentes para cada novo trabalho que realiza.
LOUCA POR ADRENALINA
Se fica difícil acreditar no "bunker" tecnológico da Casa Branca e na maleta do presidente americano que dispara ataques nucleares durante as cenas do filme, imagine então crer que Jolie, a celebridade mais perseguida do planeta, não usou dublê para as cenas de ação nem precisou de efeitos especiais.
"Angelina é louca por adrenalina, mas não só. Ela é uma artista no sentido tradicional, tem entretenimento no sangue", diz Noyce, que trabalhou com a atriz pela primeira vez no filme "O Colecionador de Ossos" (1999), quando Jolie era praticamente uma desconhecida. O papel de Salt foi originalmente escrito para um homem e chegou a ter como primeira opção Tom Cruise ("Missão Impossível"). Quando Jolie entrou no projeto, quis fugir do estereótipo de espiões cheios de charme.
"Angelina não queria copiar James Bond, o pequeno sexista", diz Noyce. "Mas, no futuro, se fizermos uma série [de filmes], com certeza haverá mais espaço para uma Angelina mais sexy." Para a atriz, Salt "não é divertida ou bonitinha", conforme disse para os fãs num evento em San Diego (EUA). "Ela vai ficando mais do mal, mais durona, mais sombria. É uma pessoa com problemas, atípica. Eu me identifico com ela."
Papel foi inicialmente pensado para um homem; atriz dispensou dublês para viver agente acusada de traição
Filho de ex-espião militar, diretor Phillip Noyce fez pesquisa com ex-agentes e pensa em sequências para o filme
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES
Angelina Jolie não usa dublê e salta de verdade em cima de muitos caminhões em alta velocidade. Espiões também continuam existindo e podem ser seu vizinho. Ou podem ser Angelina Jolie. Mentira e verdade se embaralharam para o lançamento do filme "Salt", um thriller de espionagem "fundamentado em realidade", segundo o diretor Phillip Noyce, "para facilitar a viagem do público pela montanha-russa da história".
Angelina Jolie é Evelyn Salt, agente da CIA acusada de ser espiã russa. Para provar a inocência, ela foge e organiza uma série de atentados que levam o espectador a duvidar a todo momento de quem, afinal, é Salt. Mas, ao contrário de outros agentes famosos dos cinemas, a vida de Salt não tem glamour -nem martínis. Numa jogada do destino, ou num tremendo golpe publicitário ultrassecreto, o filme estreou apenas algumas semanas depois de estourar o escândalo da descoberta de 11 espiões russos que moravam como gente comum em plena Nova York.
"Se acharam 11 agentes russos, é porque existem outros 1.100. E os EUA devem fazer a mesma coisa com outros 11 mil espiões em outros países", disse Noyce em entrevista à Folha. "Acho que tivemos sorte [com a notícia], isso faz com que as pessoas tomem consciência de que há muito mais do que apenas um ou dois superespiões no mundo."
O diretor australiano, de 60 anos, fala com conhecimento de causa. Fascinado por espionagem, ele é filho de um ex-espião militar, dirigiu Harrison Ford como analista da CIA em dois filmes e se debruça em extensa pesquisa com ex-agentes para cada novo trabalho que realiza.
LOUCA POR ADRENALINA
Se fica difícil acreditar no "bunker" tecnológico da Casa Branca e na maleta do presidente americano que dispara ataques nucleares durante as cenas do filme, imagine então crer que Jolie, a celebridade mais perseguida do planeta, não usou dublê para as cenas de ação nem precisou de efeitos especiais.
"Angelina é louca por adrenalina, mas não só. Ela é uma artista no sentido tradicional, tem entretenimento no sangue", diz Noyce, que trabalhou com a atriz pela primeira vez no filme "O Colecionador de Ossos" (1999), quando Jolie era praticamente uma desconhecida. O papel de Salt foi originalmente escrito para um homem e chegou a ter como primeira opção Tom Cruise ("Missão Impossível"). Quando Jolie entrou no projeto, quis fugir do estereótipo de espiões cheios de charme.
"Angelina não queria copiar James Bond, o pequeno sexista", diz Noyce. "Mas, no futuro, se fizermos uma série [de filmes], com certeza haverá mais espaço para uma Angelina mais sexy." Para a atriz, Salt "não é divertida ou bonitinha", conforme disse para os fãs num evento em San Diego (EUA). "Ela vai ficando mais do mal, mais durona, mais sombria. É uma pessoa com problemas, atípica. Eu me identifico com ela."
CRÍTICA AÇÃO - Diretor monta roteiro interessante, mas exagera em explosões e efeitos especiais
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Se a Guerra Fria serviu para alguma coisa, foi para dar ao cinema uma farta munição de histórias. O "medo vermelho" foi mostrado nas telas de diversas formas, de alegorias sobre paranoia nuclear ("Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick) a terror B ("Vampiros de Almas", de Don Siegel), passando por delírios bélicos de um confronto militar entre EUA e União Soviética em "Amanhecer Violento", de John Milius. Depois de adormecido por anos, o tema da Guerra Fria volta com tudo em "Salt", um filme de ação estrelado por Angelina Jolie e dirigido pelo competente Phillip Noyce ("Perigo Real e Imediato").
Evelyn Salt (Jolie) é uma agente de CIA disfarçada de executiva de empresa. Nas primeiras cenas, ela está presa numa masmorra norte-coreana, sendo torturada por oficiais do Exército. De volta aos EUA, Salt é surpreendida quando um desertor russo se entrega à CIA e denuncia um gigantesco complô secreto tramado pela KGB, que inclui espiões russos escondidos em altos escalões do governo de Wa- shington e que planejam matar o presidente dos EUA.
Não dá para falar mais, sob risco de estragar a surpresa. Mas vale dizer que a trama de "Salt" é bem mais interessante que a da maioria dos filmes de ação. Infelizmente, Noyce optou por criar cenas de ação tão exageradas e bombásticas que o filme, que poderia ser um ótimo thriller de espionagem, se torna mais uma montanha-russa de efeitos especiais e explosões.
Salt pula de pontes, salta sobre caminhões em movimento, escapa de explosões e aniquila Exércitos inteiros de russos. Ridículo, mas divertido. E ver Angelina Jolie é sempre um colírio para os olhos. Enfim, "Salt" é um bom divertimento.
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Se a Guerra Fria serviu para alguma coisa, foi para dar ao cinema uma farta munição de histórias. O "medo vermelho" foi mostrado nas telas de diversas formas, de alegorias sobre paranoia nuclear ("Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick) a terror B ("Vampiros de Almas", de Don Siegel), passando por delírios bélicos de um confronto militar entre EUA e União Soviética em "Amanhecer Violento", de John Milius. Depois de adormecido por anos, o tema da Guerra Fria volta com tudo em "Salt", um filme de ação estrelado por Angelina Jolie e dirigido pelo competente Phillip Noyce ("Perigo Real e Imediato").
Evelyn Salt (Jolie) é uma agente de CIA disfarçada de executiva de empresa. Nas primeiras cenas, ela está presa numa masmorra norte-coreana, sendo torturada por oficiais do Exército. De volta aos EUA, Salt é surpreendida quando um desertor russo se entrega à CIA e denuncia um gigantesco complô secreto tramado pela KGB, que inclui espiões russos escondidos em altos escalões do governo de Wa- shington e que planejam matar o presidente dos EUA.
Não dá para falar mais, sob risco de estragar a surpresa. Mas vale dizer que a trama de "Salt" é bem mais interessante que a da maioria dos filmes de ação. Infelizmente, Noyce optou por criar cenas de ação tão exageradas e bombásticas que o filme, que poderia ser um ótimo thriller de espionagem, se torna mais uma montanha-russa de efeitos especiais e explosões.
Salt pula de pontes, salta sobre caminhões em movimento, escapa de explosões e aniquila Exércitos inteiros de russos. Ridículo, mas divertido. E ver Angelina Jolie é sempre um colírio para os olhos. Enfim, "Salt" é um bom divertimento.
SALT
DIREÇÃO Phillip Noyce
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Angelina Jolie, Liev Schreiber
ONDE estreia nos cines Anália Franco UCI, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO não recomendado para menores de 14 anos
AVALIAÇÃO bom
DIREÇÃO Phillip Noyce
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Angelina Jolie, Liev Schreiber
ONDE estreia nos cines Anália Franco UCI, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO não recomendado para menores de 14 anos
AVALIAÇÃO bom
2 pessoas comentaram:
Eu quero ver esse filme. Gosto das personagens da Angelina Jolie (menos aquela de "O Procurado"). Ela não é só mais uma gostosona de filme de ação, ela faz a ação. Conseguir mostrar seu talento em papéis tão diversos ("A troca" e "Salt", por exemplo) e conseguir ser respeitada em um nicho feito por homens e para homens, não é para qualquer uma. Eu digo respeitada, pelo fato da maioria dos papéis femininos em filmes de ação, aventura e espionagem, ser de companheira do protagonista ou de vilã espiã que seduz o herói.
Agora Valéria, só uma perguntinha: quando sai o resultado da promoção do shoujocast?
Assisti "Salt" hoje e adorei. É um filme bem bacana e a Angelina está fantástica. Vi poucas críticas negativas sobre este filme e todas elas giravam em torno do mesmo argumento: o filme era ruim pq a Angelina não fazia o papel de gostosona, não usava seus "atributos femininos". Foi o que bastou para eu querer assistir. E não me arrependi.
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