sexta-feira, 30 de julho de 2010

Jolie cria oposto de James Bond em "Salt"



Eu estava esperando por este filme. Como amanhã estou de volta em casa, devo ir assistir na próxima semana. É bom ver mais uma heroína de ação no cinema, ainda mais em um papel que tinha sido oferecido aos "medalhões" homens do momento e recusado, dando certo, se bem que vai ser impossível superar a pequena Hit-Girl este ano. Mas o filme teve uma bruta sorte que foi o escândalo real da "captura" de espiões russos nos EUA. Verdade, ou não, já deu uma publicidade a mais para o filme, especialmente quando alguém poderia dizer que "A Guerra Fria já terminou". Espero qeu valha a pena mesmo. A matéria que segue é da Folha de São Paulo. Aqui, é possível ler uma entrevista de Angelina Jolie para o jornal O Globo.

Jolie cria oposto de James Bond em "Salt"

Papel foi inicialmente pensado para um homem; atriz dispensou dublês para viver agente acusada de traição

Filho de ex-espião militar, diretor Phillip Noyce fez pesquisa com ex-agentes e pensa em sequências para o filme

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES


Angelina Jolie não usa dublê e salta de verdade em cima de muitos caminhões em alta velocidade. Espiões também continuam existindo e podem ser seu vizinho. Ou podem ser Angelina Jolie. Mentira e verdade se embaralharam para o lançamento do filme "Salt", um thriller de espionagem "fundamentado em realidade", segundo o diretor Phillip Noyce, "para facilitar a viagem do público pela montanha-russa da história".

Angelina Jolie é Evelyn Salt, agente da CIA acusada de ser espiã russa. Para provar a inocência, ela foge e organiza uma série de atentados que levam o espectador a duvidar a todo momento de quem, afinal, é Salt. Mas, ao contrário de outros agentes famosos dos cinemas, a vida de Salt não tem glamour -nem martínis. Numa jogada do destino, ou num tremendo golpe publicitário ultrassecreto, o filme estreou apenas algumas semanas depois de estourar o escândalo da descoberta de 11 espiões russos que moravam como gente comum em plena Nova York.

"Se acharam 11 agentes russos, é porque existem outros 1.100. E os EUA devem fazer a mesma coisa com outros 11 mil espiões em outros países", disse Noyce em entrevista à Folha. "Acho que tivemos sorte [com a notícia], isso faz com que as pessoas tomem consciência de que há muito mais do que apenas um ou dois superespiões no mundo."

O diretor australiano, de 60 anos, fala com conhecimento de causa. Fascinado por espionagem, ele é filho de um ex-espião militar, dirigiu Harrison Ford como analista da CIA em dois filmes e se debruça em extensa pesquisa com ex-agentes para cada novo trabalho que realiza.

LOUCA POR ADRENALINA

Se fica difícil acreditar no "bunker" tecnológico da Casa Branca e na maleta do presidente americano que dispara ataques nucleares durante as cenas do filme, imagine então crer que Jolie, a celebridade mais perseguida do planeta, não usou dublê para as cenas de ação nem precisou de efeitos especiais.

"Angelina é louca por adrenalina, mas não só. Ela é uma artista no sentido tradicional, tem entretenimento no sangue", diz Noyce, que trabalhou com a atriz pela primeira vez no filme "O Colecionador de Ossos" (1999), quando Jolie era praticamente uma desconhecida. O papel de Salt foi originalmente escrito para um homem e chegou a ter como primeira opção Tom Cruise ("Missão Impossível"). Quando Jolie entrou no projeto, quis fugir do estereótipo de espiões cheios de charme.

"Angelina não queria copiar James Bond, o pequeno sexista", diz Noyce. "Mas, no futuro, se fizermos uma série [de filmes], com certeza haverá mais espaço para uma Angelina mais sexy." Para a atriz, Salt "não é divertida ou bonitinha", conforme disse para os fãs num evento em San Diego (EUA). "Ela vai ficando mais do mal, mais durona, mais sombria. É uma pessoa com problemas, atípica. Eu me identifico com ela."

CRÍTICA AÇÃO - Diretor monta roteiro interessante, mas exagera em explosões e efeitos especiais

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA



Se a Guerra Fria serviu para alguma coisa, foi para dar ao cinema uma farta munição de histórias. O "medo vermelho" foi mostrado nas telas de diversas formas, de alegorias sobre paranoia nuclear ("Dr. Fantástico", de Stanley Kubrick) a terror B ("Vampiros de Almas", de Don Siegel), passando por delírios bélicos de um confronto militar entre EUA e União Soviética em "Amanhecer Violento", de John Milius. Depois de adormecido por anos, o tema da Guerra Fria volta com tudo em "Salt", um filme de ação estrelado por Angelina Jolie e dirigido pelo competente Phillip Noyce ("Perigo Real e Imediato").

Evelyn Salt (Jolie) é uma agente de CIA disfarçada de executiva de empresa. Nas primeiras cenas, ela está presa numa masmorra norte-coreana, sendo torturada por oficiais do Exército. De volta aos EUA, Salt é surpreendida quando um desertor russo se entrega à CIA e denuncia um gigantesco complô secreto tramado pela KGB, que inclui espiões russos escondidos em altos escalões do governo de Wa- shington e que planejam matar o presidente dos EUA.

Não dá para falar mais, sob risco de estragar a surpresa. Mas vale dizer que a trama de "Salt" é bem mais interessante que a da maioria dos filmes de ação. Infelizmente, Noyce optou por criar cenas de ação tão exageradas e bombásticas que o filme, que poderia ser um ótimo thriller de espionagem, se torna mais uma montanha-russa de efeitos especiais e explosões.

Salt pula de pontes, salta sobre caminhões em movimento, escapa de explosões e aniquila Exércitos inteiros de russos. Ridículo, mas divertido. E ver Angelina Jolie é sempre um colírio para os olhos. Enfim, "Salt" é um bom divertimento.

SALT
DIREÇÃO Phillip Noyce
PRODUÇÃO EUA, 2010
COM Angelina Jolie, Liev Schreiber
ONDE estreia nos cines Anália Franco UCI, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO não recomendado para menores de 14 anos
AVALIAÇÃO bom

2 pessoas comentaram:

Eu quero ver esse filme. Gosto das personagens da Angelina Jolie (menos aquela de "O Procurado"). Ela não é só mais uma gostosona de filme de ação, ela faz a ação. Conseguir mostrar seu talento em papéis tão diversos ("A troca" e "Salt", por exemplo) e conseguir ser respeitada em um nicho feito por homens e para homens, não é para qualquer uma. Eu digo respeitada, pelo fato da maioria dos papéis femininos em filmes de ação, aventura e espionagem, ser de companheira do protagonista ou de vilã espiã que seduz o herói.

Agora Valéria, só uma perguntinha: quando sai o resultado da promoção do shoujocast?

Assisti "Salt" hoje e adorei. É um filme bem bacana e a Angelina está fantástica. Vi poucas críticas negativas sobre este filme e todas elas giravam em torno do mesmo argumento: o filme era ruim pq a Angelina não fazia o papel de gostosona, não usava seus "atributos femininos". Foi o que bastou para eu querer assistir. E não me arrependi.

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