OK, gostei mais de Spicy Pink (スパイシーピンク) do que imaginava. Eu considero a Wataru Yoshimizu uma excelente mangá-ka, Marmalade Boy (ママレード・ボーイ) merece todo o espaço que recebeu, ainda que o mangá tenha seus probleminhas, algo normal, já que ela estava no início da sua carreira. Agora, em seu primeiro josei ela apresentou uma história com personagens maduras, uma trama que poderia dar em um filminho muito simpático (*no Japão, claro, pois como colocar um elenco com tantas mulheres quadrinistas de sucesso e amigas fora desse país?*), e ainda dá ótimos toques para quem quer saber sobre como funciona a profissão de mangá-ka no Japão. Eu devorei o primeiro volume, e não vou esperar pelo segundo para ler.
Antes que alguém diga que Bakuman (バクマン。) ensina sobre o mercado de mangá, eu vou dizer que conheço mas não leio, nem pretendo ler esta série, e que ela ensina sobre o funcionamento (*por tudo que já li sobre ela e que já me entupiram de comentários elogiosos*) da carreira de quem está na Shounen Jump, ou seja, talvez ser uma shoujo mangá-ka não seja bem daquele jeito. Espero que ninguém me peça para explicar de novo, se eu quiser saber sobre shoujo mangá, pego Spicy Pink ou, se quiser uma visão que englobe shoujo/josei/shounen/seinen tenho Flower of Life (フラワー・オブ・ライフ).
Em Spicy Pink, temos uma protagonista, Sakura Endou, que debutou aos 19 anos e produz one-shots regularmente para a edição especial da revista Drop. Deve ser referência à Ribon Original. Ela trabalha muito, tem uma editora exigente, mas dificuldade em cumprir os prazos. Aos 26 anos, ela não emplacou nenhuma série longa e nem tem grande pretensão de fazê-lo. Sua melhor amiga, Misono Kamijou, é o modelo de mangá-ka shoujo bem sucedida nessa área, mais famosa e com salário bem elevado. Essa amiga parece muito preocupada em se casar e com um homem rico, já que não deseja sustentar o marido. Ela diz que Sakura precisa de um namorado, já que ela só teve um e terminou cinco anos antes, nem que seja para representar melhor os relacionamentos em suas séries. Misono convida Sakura para um encontro arranjado e em grupo – um goukon – entre mulheres mangá-kas e médicos.
Sakura acaba falando mais do seu trabalho do que de qualquer coisa no tal goukon. E acaba “desgostando” de um sujeito que estava no encontro, um jovem médico herdeiro de uma rede de clínicas de cirurgia plástica. Eles se estranham, mas acabam iniciando um relacionamento, graças a uma série de coincidências. Mas ambos tem “um passado” que os persegue, os respectivos “ex”. Misono também parece ter encontrado o seu “príncipe”, mas descobre que ele não é bem o médico de sucesso rico que ela imaginava...
Enfim, a série começou a me sugerir que a série poderia ser uma reafirmação da “natureza” das mulheres, com sua necessidade de casar e procriar, com seu desejo “natural” de encontrar um provedor. E, pior, uma versão com adultos do típico drama colegial que povoa os shoujo mangá que terminam chegando no Ocidente ou sendo traduzidos pelos grupos de scanlators. Me enganei redondamente. Yoshimizu compôs uma história bem simples e direta sobre jovens adultos profissionais japoneses – homens e mulheres – pressionados pela tradição, mas dispostos a tomar seu destino em suas mãos. Gente com objetivos, ainda que possam agir de forma fútil, com conflitos éticos, enfim, gente de verdade, que você poderia encontrar andando por aí. A autora mostra que tudo é muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicado no mundo dos adultos. Ela fala de profissão, de como a vida de casada pode dificultar a carreira de uma mulher, de violência doméstica, de traição, e, claro, de como é dura a vida de uma mangá-ka. É um mangazinho excelente. Dei uma passada de olhos no volume dois e acho que não deve decepcionar. Como escrevi lá no início, deveria ter virado filme.
A tradução/adaptação da dupla Karen Kazumi/Beatriz Moreira ficou muito boa. O texto fluiu muito bem, a Panini está melhorando nessa área, ou, pelo menos, é o que eu percebo dentro dos mangás que eu leio da editora. Nas notas, muito bem cuidadas no geral, acho que faltou uma coisa. Acredito que a personagem não se referia à técnica “Batista” de operação cardíaca, mas ao dorama/mangá médico que se chama Team Batista e que fez ou faz – nunca consegui grandes informações sobre essa série josei de mangá que ficou 7 semanas no ranking da Taiyosha – muito sucesso no Japão. É sobre os médicos de um hospital que conseguem grande aproveitamento nesse tipo de operação difícil e com altíssima taxa de mortalidade. Eu desconfio que seja referência ao dorama ou algo do gênero, porque ao longo do mangá, se fala em doramas que retratam profissões (*no caso a de mangá-ka*) e mangás médicos que podem fazer com que alguém consiga se passar por um profissional da área.
Spicy Pink tem somente dois volumes e vale todos os centavos. Acho que temos que ajudar a abrir o mercado de josei no Brasil e, até agora, a Panini lançou materiais de grande qualidade, Honey & Clover e Spicy Pink. Este último tem uma vantagem: um traço muito bonito e bem cuidado. Nem sempre as autoras josei se dispõem a desenhar o que sabem, parece que é moda rabiscar, mas Wataru Yoshimizu manteve o seu traço belíssimo, aliás, ela se aperfeiçoa cada vez mais. Fiquei muito satiseita com o que vi.
P.S.1:Segundo a Karen Kazumi, tradutora do mangá, a referência original é à cirurgia e, não, ao seriado que eu citei. Então, não houve confusão alguma, está certinho. ;) Obrigada, Karen, por passar aqui (*e no Orkut*) e dar essa explicação. Você é muito gentil.
P.S.2: Só para avisar a quem pense que o Kadu, do blog mangás da Panini - Fansite, copiou a resenha ou a idéia. Foi pura coincidência, ele postou a resenha antes. Eu descobri o texto dele quando fui procurar uma imagem para o post. Quem quiser ler a resenha dele, é só clicar aqui.
Antes que alguém diga que Bakuman (バクマン。) ensina sobre o mercado de mangá, eu vou dizer que conheço mas não leio, nem pretendo ler esta série, e que ela ensina sobre o funcionamento (*por tudo que já li sobre ela e que já me entupiram de comentários elogiosos*) da carreira de quem está na Shounen Jump, ou seja, talvez ser uma shoujo mangá-ka não seja bem daquele jeito. Espero que ninguém me peça para explicar de novo, se eu quiser saber sobre shoujo mangá, pego Spicy Pink ou, se quiser uma visão que englobe shoujo/josei/shounen/seinen tenho Flower of Life (フラワー・オブ・ライフ).
Em Spicy Pink, temos uma protagonista, Sakura Endou, que debutou aos 19 anos e produz one-shots regularmente para a edição especial da revista Drop. Deve ser referência à Ribon Original. Ela trabalha muito, tem uma editora exigente, mas dificuldade em cumprir os prazos. Aos 26 anos, ela não emplacou nenhuma série longa e nem tem grande pretensão de fazê-lo. Sua melhor amiga, Misono Kamijou, é o modelo de mangá-ka shoujo bem sucedida nessa área, mais famosa e com salário bem elevado. Essa amiga parece muito preocupada em se casar e com um homem rico, já que não deseja sustentar o marido. Ela diz que Sakura precisa de um namorado, já que ela só teve um e terminou cinco anos antes, nem que seja para representar melhor os relacionamentos em suas séries. Misono convida Sakura para um encontro arranjado e em grupo – um goukon – entre mulheres mangá-kas e médicos.
Sakura acaba falando mais do seu trabalho do que de qualquer coisa no tal goukon. E acaba “desgostando” de um sujeito que estava no encontro, um jovem médico herdeiro de uma rede de clínicas de cirurgia plástica. Eles se estranham, mas acabam iniciando um relacionamento, graças a uma série de coincidências. Mas ambos tem “um passado” que os persegue, os respectivos “ex”. Misono também parece ter encontrado o seu “príncipe”, mas descobre que ele não é bem o médico de sucesso rico que ela imaginava...
Enfim, a série começou a me sugerir que a série poderia ser uma reafirmação da “natureza” das mulheres, com sua necessidade de casar e procriar, com seu desejo “natural” de encontrar um provedor. E, pior, uma versão com adultos do típico drama colegial que povoa os shoujo mangá que terminam chegando no Ocidente ou sendo traduzidos pelos grupos de scanlators. Me enganei redondamente. Yoshimizu compôs uma história bem simples e direta sobre jovens adultos profissionais japoneses – homens e mulheres – pressionados pela tradição, mas dispostos a tomar seu destino em suas mãos. Gente com objetivos, ainda que possam agir de forma fútil, com conflitos éticos, enfim, gente de verdade, que você poderia encontrar andando por aí. A autora mostra que tudo é muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicado no mundo dos adultos. Ela fala de profissão, de como a vida de casada pode dificultar a carreira de uma mulher, de violência doméstica, de traição, e, claro, de como é dura a vida de uma mangá-ka. É um mangazinho excelente. Dei uma passada de olhos no volume dois e acho que não deve decepcionar. Como escrevi lá no início, deveria ter virado filme.
A tradução/adaptação da dupla Karen Kazumi/Beatriz Moreira ficou muito boa. O texto fluiu muito bem, a Panini está melhorando nessa área, ou, pelo menos, é o que eu percebo dentro dos mangás que eu leio da editora. Nas notas, muito bem cuidadas no geral, acho que faltou uma coisa. Acredito que a personagem não se referia à técnica “Batista” de operação cardíaca, mas ao dorama/mangá médico que se chama Team Batista e que fez ou faz – nunca consegui grandes informações sobre essa série josei de mangá que ficou 7 semanas no ranking da Taiyosha – muito sucesso no Japão. É sobre os médicos de um hospital que conseguem grande aproveitamento nesse tipo de operação difícil e com altíssima taxa de mortalidade. Eu desconfio que seja referência ao dorama ou algo do gênero, porque ao longo do mangá, se fala em doramas que retratam profissões (*no caso a de mangá-ka*) e mangás médicos que podem fazer com que alguém consiga se passar por um profissional da área.
Spicy Pink tem somente dois volumes e vale todos os centavos. Acho que temos que ajudar a abrir o mercado de josei no Brasil e, até agora, a Panini lançou materiais de grande qualidade, Honey & Clover e Spicy Pink. Este último tem uma vantagem: um traço muito bonito e bem cuidado. Nem sempre as autoras josei se dispõem a desenhar o que sabem, parece que é moda rabiscar, mas Wataru Yoshimizu manteve o seu traço belíssimo, aliás, ela se aperfeiçoa cada vez mais. Fiquei muito satiseita com o que vi.
P.S.1:Segundo a Karen Kazumi, tradutora do mangá, a referência original é à cirurgia e, não, ao seriado que eu citei. Então, não houve confusão alguma, está certinho. ;) Obrigada, Karen, por passar aqui (*e no Orkut*) e dar essa explicação. Você é muito gentil.
P.S.2: Só para avisar a quem pense que o Kadu, do blog mangás da Panini - Fansite, copiou a resenha ou a idéia. Foi pura coincidência, ele postou a resenha antes. Eu descobri o texto dele quando fui procurar uma imagem para o post. Quem quiser ler a resenha dele, é só clicar aqui.
18 pessoas comentaram:
Você não vai ler Bakuman? Ó_Ò
XD
O pior que eu vou acabar comprando esse Spicy Pink meio que na base do "forçando a barra", apenas porque fala sobre quadrinhistas.
Parece ser muito boa essa série! Mas devo esperar sair o segundo volume, para comprar os dois juntos... ou não, se eu ver por aí acho que eu compro na hora! E quanto a Honey & Clover... até agora não consegui comprar nenhum volume, e agora que já saíram vários está mais dificil ainda... mas não desisto, quero muito ler :D
Apesar de achar marmalade boy um saco eu compraria spicy pink. Só não compro agora porque estou desempregado, mas, mudando essa situação compro não só este mangá como os outros que eu coleciono e o que mais vier de novidade e eu considere interessante.
Realmente Spicy Pink me surpreendeu de forma muito agradável... Quando vi o título fiquei super em dúvida em comprar ou não comprar (tempos difícieis, contenção de despesas...), mas um impulso me fez levar o mangá pra casa. Quando comecei a ler não consegui parar! Concordo com todos os pontos do seu blog, história, narrativa, personagens, traços, tudo muito bem construído! Até fiquei curiosa em ver os outros trabalhos dela. Recomendo a todos a lerem, pois assim conseguiremos dar força para que o mercado perceba que pode lançar material de qualidade e que existe retorno e que mangá não é só feito de block busters da vida.. Agora é só aguardar a continuação...Abraços
Putz! Pior que vi nas bancas esse fim-de-semana, fiquei em dúvida e nem comprei - talvez pelo nome meio tosquinho. Enfim, parece legal... vou procurar para ver se ainda está lá.
Obrigada pela dica! ;) :P
é um mangá excelente mesmo. Eu li ano passado pela internet mesmo e li tudo numa tacada só. Só é uma pena que o final é muito corrido mesmo. Mas se você gostou de Spicy Pink eu também recomendo Cappuccino, que é da mesma autora e é josei também.
Spicy Pink é ótimo, uma leitura leve e a história simples mas boa. Tomara que faça sucesso por aqui, assim outros joseis da Wataru (Cherish e Cappuccino) também podem aparecer por aqui. xD
Como já disse antes, sendo uma fã incondicional da Wataru, espero ver todos seus títulos publicados por aqui. xD
Estou louca pra ler seu novo shoujo, Chitose etc, mas ainda não foi traduzido por nenhum scanlation. =//
Oi, Valéria
Que bom que tenha gostado do título.
Eu achei gostoso de traduzir e de ler. É uma leitura leve, nada muito complexo nem nada banal.
E quanto sua observação sobre a operação batista...
A forma como aparece na história é realmente se referindo à operação em si e não ao dorama.
Ainda não recebi meu reparte e não estou em casa para confirmar com o original, mas, pelo que me lembre,isso é comentado durante o goukon quando a Misono, amiga da Sakura, pergunta para um dos médicos se ele realiza esse tipo de cirurgia.
Nossa, eu comprei o mangá achando que era tosquinho, pq o nome né --'
Mas quando eu li (era 00:00, por aí) eu não parei mais!
Estou me segurando pra não ver na internet, pq já sai em agosto o volume 2, mas eu ameeei!
Amo a Wataru!
Hmm, o mangá parece mesmo interessante! Acho que quando eu for comprar de novo pelo Banca 2000 vou pegar o primeiro número pra dar uma olhada ^^
quando a editora anunciou eu ja decidi que ia comprar... gostei de Honey & Clover e de Paradise Kiss, quero ler mais josei, e esse é um. agora que a senhora falou que é bom, vou comprar com mais gosto ainda xD
só pena que vai demorar pra vir pro RS e_e
nem ia comprar, mas parece ser interessante. Vou dar uma chance hehehe
Oi Valéria! Depois desta resenha acredito que também irei dar uma chance a Spicy Pink. Parece bem interessante! Não estava no meu orçamento um novo mangá no momento, mas como é apenas dois volumes, facilita pra comprar.
Eu acompanho Honey & Clover, então acredito no bom trabalho da Panini! ^^
Abraços.
Bete Novaes
Foi engraçado ler Spicy Pink. Abri o volume pensando "Wataru Yoshimizu, Wataru Yoshimizu, Wataru..." quando na verdade o subconsciente dizia "Marmalade Boy, Marmalade Boy...". Quando cheguei em certo ponto fiquei chocada, um dialogo desses com um traço limpinho assim?!! Gostei bastante do mangá mas, tanta delicadeza me deixa contrariada, hahaha! Como assim, nem um relaxozinho?! XD
O Spicy Pink é um manga cujo me chamou muita atenção.
É um dos melhores que eu já li até agora.
Estou super nervosa pra saber quando vai sair o próximo volume aqui no Brasil. PARABÉNS WATARU YOSHIZUMI. Continue com o seu grande talento que me encantou sem medidas.
P.S.: POR FAVOR, PUBLIQUEM LOGO O VOLUME 2 SENÃO EU VOU SURTAR . HAHA
Beijoos :*
Eu li o 1º e a metade do 2º vol. de Spicy Pink na internet.
Quando vi q seria lançado no Brasil, corri pra banca.
A história é excelente, o traço tbm é mto bonito.
Mas o nome é meio tosquinho mesmo, se não fosse por eu ter lido na net antes, talvez eu não tivesse comprado.
Bakuman è mt chato e tedioso :/
Acho que Mirella não gostou de Bakuman. :)
Postar um comentário