Comentando O Homem de Ferro 2

Já deveria ter ido dormir, mas fiquei assistindo Northanger Abbey aqui no computador e queria comentar o Homem de Ferro 2. Nada a ver esse início, eu sei, mas vou falar de Northanger Abbey amanhã... Enfim, assisti O Homem de Ferro 2 ontem à tarde com meu marido e queria comentar aqui no blog. Dessa vez, todas as sessões legendadas. Fui na primeira e a sala não estava cheia, a maioria das pessoas eram adultas ou no fim da adolescência e dada a quantidade de gente aturando os créditos para ver a seqüência bônus, deveriam ser quase todos nerds. :) Quando saí havia uma fila imensa com muita criança esperando para entrar.

Vi o primeiro Homem de Ferro no cinema em 5 de maio de 2008, lembro que foi o melhor filme pipoca que eu vi em muito tempo. Esse segundo não foi muito diferente: explosões, algumas boas interpretações, um roteiro divertido. Agora, é preciso dizer que Robert Downey Jr. como Homem de Ferro não é muito diferente dele como Sherlock Holmes. Aliás, me pergunto se ele realmente não interpreta um pouco a si mesmo quando lhe dão esse tipo de papel. Mesmo em Restoration – O Outro Lado da Nobreza, na fase “pé na jaca” da personagem, ele é igualzinho ao Stark e ao Holmes... Enfim, mas eu gosto do ator e não consigo sentir antipatia por ele, aind aque muito repetitivo ultimamente.

Engraçado é o páreo duro entre ele e o Mickey Rourke, que, aliás, interpreta muito bem o vilão Anton Vanko. E, claro, se o Stark construiu a primeira armadura do Homem de Ferro em uma caverna no Afeganistão, o Vanko poderia construir o reator Ark em um porão de cortiço. E bêbado, ainda por cima! Parece que os físicos soviéticos são muito superiores aos americanos nesse filme e me fez lembrar de The Big Bang Theory, o episódio do físico-faxineiro russo.

Depois, com um pouquinho de apoio e tecnologia, o vilão ainda constrói um exército de dróides e uma armadura poderosíssima em uma semana. Aliás, santa distorção temporal! Não via algo assim desde Ace Wo Nerae em que três dias parecem três meses. Foi uma eternidade aquela descida ao inferno do Stark e o período em que o Vanko passa “trabalhando” para o concorrente do herói nos contratos de venda de armas ao exército americano. E quando falaram uma semana (*preste atenção quando o Stark fala que a Pepper ficou como presidente por uma semana*), foi humor involuntário.

Na verdade, é um filme para se levar à sério, mas para se divertir. E eu de novo me diverti! Não sei dizer qual o melhor filme, mas, claro, que o reator no peito do Stark não foi bem explicado na continuação. Quem não conhece a personagem ou não tivesse assistido ao primeiro filme poderia boiar. Afinal, o reator está matando o herói, por que não retirá-lo? Exatamente, porque apesar da contaminação por vanádio, é o tal reator que o mantém vivo.

Pontos altos do filme, o vilão interpretado por Mickey Rourke; o Don Cheadle que faz o Tenente Coronel Dods, melhor amigo do Stark, teve ótimos diálogos, grandes cenas e uma participação enriquecedora. A interação com o Downey Jr. foi total. Gwyneth Paltrow como Pepper Potts estava muito bem no papel, à vontade, claro que sua função era ser a namoradinha com uns toques modernos de competência gerencial, mas despertou minha simpatia. Meu marido reclamou que por ser um filme para toda a família, eles só ficam nos poucos beijos. Pois é, Stark é descrito como um conquistador, mas não há nada de sexo em nenhum dos dois filmes, no máximo uns diálogos picantes e olhares. Não sei se o sexo era necessário neste filme, aliás, acredito que não fosse mesmo, mas esse caráter assexuado dos filmes americanos atuais, que admitem somente a violência, é muito desestimulante. Eis uma das poucas coisas dos anos 1980 das quais eu tenho saudade.

Pontos baixos do filme, a péssima utilização de Scarlett Johansson. Eu gosto dela e queria ver mais da Viúva Negra, seja em combate, seja como mente "científica", seja como possível caso do Stark. Ela estava lá mais como figurante de luxo do que qualquer outra coisa. O motorista do Stark querendo “ajudá-la” também foi uma das piadas fracas do filme. Agora, quem eu queria matar é a personagem do concorrente do Stark, o tal Hammer, porque ele não era somente chato e inconveniente, ele era burro. E, venhamos e convenhamos, para ser o tubarão que supostamente ele era, teria que ter mais do que dois neurônios funcionando. Péssima personagem. Ah, sim, e as legendas estavam fracas mais uma vez. Perderam pelo menos duas piadas, a do sidekick e da da “boy band” de super herói no diálogo entre o Stark e o Samuel “Nick Fury” L. Jackson.

Achei também a primeira parte do filme muito extensa e, dessa vez, aturaria sem problema uma seqüência de luta mais longa entre herói e vilão. Aliás, nada mais glorioso para um bom vilão do que uma longa seqüência final. Isso o filme não nos oferece. E foi uma pena.

Enfim, valeu o ingresso, mas deixou grande expectativa em relação ao filme dos Vingadores. Se esse negócio não funcionar, será maior decepção cinematográfica desde a nova trilogia de Guerra nas Estrelas. Fiquem atentos ao Martelo do Thor e ao Escudo do Capitão América, que eu só vi graças ao meu marido. Eles aparecem no filme, assim como outras pistas a respeito do futuro dos heróis Marvel no cinema. Ah, sim, e ao Stan Lee que, como sempre, faz uma pontinha. :) Homem de Ferro, em suas duas encarnações, já se tornou a minha franquia favorita de supers. E ano que vem tem Thor e Capitão América.

Como não pude assistir na estréia O Homem de Ferro, fui ao cinema somente duas vezes em abril, preciso compensar em maio, mas acho que não será difícil... O trailer de Kick Ass me deixou muito curiosa, e tem Robin Hood, que certamente vai me decepcionar, e outros filmes que estão por vir. Até Prince of Persia talvez eu arriscasse para ver o desempenho da Gemma Arterton, a Elizabeth Bennet de Lost in Austen, mas duvido que as cópias sejam legendadas.