Comentando Uma Noite Fora de Série

Cumprindo meu voto de ir ao cinema pelo menos três vezes por mês este ano, fui assistir Uma Noite Fora de Série (Date Night). Eu queria assistir Um Homem Sério dos Irmãos Cohen, mas teria que pegar condução e estou muito cansada. Talvez tente assistir na quinta-feira se não tiver auto-escola. Daí, a opção foi Tina Fey e Steve Carell. E, bem, Uma Noite Fora de Série não é meu tipo de filme, mas esses dois são tão talentosos que acabou valendo a pena.

O resuminho da história é a seguinte: Phil (Steve Carell) e Clara (Tina Fey) são um casal sem muitas emoções e que estão abalados pela separação de amigos próximos. Eles decidem usar a sua noite semanal a dois – deixam os filhos com a babá – para fazer algo inesquecível e animar a relação. Só que são confundidos com outras pessoas, um casal de golpistas que estão devendo a um poderoso chefão da máfia e, por conta disso, iniciam uma alucinada jornada para escapar dos capangas do chefão e, depois, para desfazer a confusão.

Clichê total, não pensem que não, mas com Tina Fey e Steve Carell e algumas cenas bem sacadas, a coisa até que tem seus momentos. Há aquela escatologia cansativa, pois os americanos parecem gostar de piadas com peidos, como uma criança de 8-9 anos ou um cidadão que vivesse até o século XVIII, mas um improvável “herói” que vomita porque está com medo até que é interessante.

O entrosamento entre Fey e Carell foi o ponto alto. Fey eu conhecia das suas imitações de Sarah Palin. Não vejo a série 30 Rock. Já Carell tinha conseguido me prender com sua atuação em Virgem aos 40. Acho o filme bem detestavelzinho, mas o ator é tão bom, tão simpático e, sim, divertido, que eu acabei vendo até o fim uma tarde dessas na TV por assinatura.

Duas seqüências do filme merecem destaque, a do trailer, quando a personagem da Tina Fey vai pedir ajuda a um antigo cliente, especialista em segurança, porque “nunca esquece um rosto” e o casal encontra um Mark Wahlberg (*quem disse que ele é essa Brastemp toda?*) hiper-malhado e descamisado. Daí o marido entende os motivos do “não-esquecimento” e, pior, ele também não vai esquever o Wahlberg. Ui!

A segunda seqüência foi quando os dois estão colocando o plano em andamento e vão entrar no covil dos bandidos. Para isso, se disfarçam de prostituta e cafetão. O sujeito poderoso e depravado, pivô da desgraça deles, manda que os deixem entrar. Carell acha que é só a esposa e vem com o papo que “ela é uma mulher corajosa e forte, que ele tem orgulho da mãe de seus filhos, e que seu sacrifício – transar com o cara – não será em vão”. Daí o segurança diz que os dois devem entrar, porque o “chefe” quer os dois, não somente a mulher. A inversão do discurso que a Fey faz é um primor, a cara do Carell, também. ^_^ ali eu gargalhei.

Pontos baixos, a censura das legendas. Pênis, pau, tudo apareceu, mas vagina, não, foi trocada na maioria das falas por xoxota (*termo infeliz 1*), ou periquita (*termo infeliz 2*). Será que vagina é ofensivo e pênis, não é? Outra crítica, dessa vez ao filme: como pode a personagem de Tina Fey não saber o que é um pen drive?! E, pior, dizer que no seu trabalho as pessoas chamam de bastão, pauzinho ou sei lá o quê que se coloca no computador? Sinceramente? Se era piada foi um fiasco.

Enfim, eu ri um pouco, mas não freneticamente. Agora, havia gente na sala de cinema gargalhando muito, muito alto. Talvez, se estivesse mais relaxada teria me divertido mais. Dou uma nota sete forçando só por conta do talento das protagonistas. Vou tentar dar uma olhad ana série The Office para ver como o Carell se sai por lá. E outra coisa, não saia antes do fim dos créditos, pois há os erros de gravação e são ótimos. ^_^