domingo, 14 de março de 2010

Sobre o amor que não ousa dizer seu nome...



The Other Love that Dare Not Speak its Name (O outro amor que não ousa dizer seu nome) é o nome do artigo de Jason Thompson que foi publicado no site Comixology. Ainda que eu possa apontar algumas omissões, o autor fala de shoujo mainstream e yaoi com desenvoltura, mas não mergulha no lodaçal do steamy shoujo, ele escreveu um dos melhores artigos sobre o universo dos mangás que eu já li. Eu devo traduzir o artigo, embora vá dar algum trabalho, mas gostaria de pedir a autorização do autor, só que não achei e-mail dele. Depois eu penso no que faço. Ele abre o texto assim:
Incesto, apesar de não possuir revistas integralmente devotadas a ele como no caso do yaoi e lolicon, é um elemento de significativa importância dentro da pornografia japonesa e mesmo em comédias românticas para todas as idades. Magás populares e animes como Marmalade Boy, Fruits Basket e Shoujo Kakumei Utena insinuam relacionamentos entre, normalmente meio-irmãos, mas, às vezes, irmãos de pai e mãe, e mesmo entre pais-filhos (normalmente mãe-filho) são ocasionalmente insinuados.
O autor passei pelos gêneros dos mangás, pela mitologia oriental e ocidental, pela psicanálise, e pela cultura pop ocidental. Mostra que o fato do incesto - real ou imaginário - ter um grande papel na cultura pop-japonesa ele não necessariamente é algo aceito no Japão (*essa é uma fantasia que nós geralmente projetamos na sociedade japonesa*), vide como é possível construir tragédias a respeito como no caso de Angel Sanctuary de Kaori Yuki. Mas ele ganhou muitos pontos comigo ao apontar que incesto entre pai-filha (*o pai no yaoi é a personagem mais velha e protetora como o médico ou professor e não se aplica*) é tragédia, pois, embora o autor não deixe muito claro, trata-se de histórias carregadas de violência real, que acontecem no dia-a-dia, daqui do Brasil ou de lá. Vide o mangá seinen Bitter Virgin (*meu marido leu e me contou toda a história*) ou como Hagio Moto aborda o tema. Já mãe-filho normalmente é piada, dado o absurdo da possibilidade, embora não do desejo do filho pela mãe.

Enfim, vale a leitura e muitos dos mangás shoujo que o autor cita no texto foram publicados no Brasil. Veja só? Quando é que anos atrás a gente poderia escrever algo assim! Sabe porque "O outro amor" do título? Porque o primeiro é o amor homossexual.

1 pessoas comentaram:

Gostaria muito de ler. ^^

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