Eu já terminei a leitura de Anatolia Story (天は赤い河のほとり) faz mais de um mês. Se vocês se lembram da resenha do volume 27, sabem que a série já tinha encerrado ali. Nakia derrotada, Yuuri vitoriosa e só faltava de fato o casamento e a coroação. Mesmo o gancho final, especialidade de Chie Shinohara, foi fraco. Nem a capa final foi Kail e Yuuri, logo o último volume da série! Dito isso, o final da série não me decepcionou, até porque eu já estava careca de saber como terminaria faz anos, mas o volume final foi somente mediano, muito aquem do que Chie Shinohara ofereceu ao longo dos outros 27 volumes. Mas o que temos nele? (Cuidado: a partir daqui você pode encotnrar algum spoiler!)
Ele inicia com o capítulo final. Kail pede Yuuri em casamento. Até aí, nada, o que ficou até ridículo foi Yuuri fazer draminha “Oh, você tem certeza que quer realmente casar comigo?”. Caramba, ela quase morreu várias vezes, liderou exércitos, matou e abandonou a sua própria família por esse homem, o cara está ali de joelhos e ela faz doce? Muito mau, Chie Shinohara deveria ter feito melhor. Aqui cabe um, porém: eu leio a edição americana e não confio muito na tradução. Ao longo da série houve censura e imprecisões em vários pontos e não tenho como afirmar com certeza que a tradução foi fiel.
Depois foi festa, anuncio de um rebento a caminho e coroação. Esquisito foi Shinohara terminar o capítulo falando da ruína do Império Hitita. Uma das coisas que eu amo em Anatolia é a pesquisa histórica que a autora fez. Só que ela realmente comprou a lorota que os egípcios contaram e acreditou que a Batalha de Kadesh foi o início do fim dos hititas. Só que já se sabe de um bom tempo que foi empate. E tem até uma piadinha no livro do Cartoon History of the Universe 1 do Larry Gonick em que a princesa hitita (*neta de Yuuri por sinal*) que casa com Ramsés II debochando das mentiras ufanistas do marido.
O resto do volume é somente gaiden. Um centrado em Kikuri, o mordomo de Kail, e contando o que eu já sabia, que ela tinha pego a personagem de uma fonte bem antiga, que é o primeiro manual sobre adestramento de cavalos. Kikuri seria o autor dela. Nesse volume damos uma olhadinha na vida de casado de Kail e Yuuri, seus filhos, o fato dela continuar a mesma guerreira de sempre. Ficamos sabendo também que Kikuri é estrangeiro e que casou com as duas gêmeas. O segundo gaiden foi a grande decepção. Ver Yuuri fazendo bobagem e sendo chamada à atenção pelo filho foi ridículo. Colocá-la mãe de quatro crianças e com aparência juvenil, idem. E a história da menina que se tornaria concubina do príncipe herdeiro não faria diferença. Em suma, foi a parte inútil do volume e a única parte da série que eu pegaria e jogaria fora.
E o último volume se fecha com Orontes no Renka, um gaiden que já tinha sido traduzido faz muito tempo, bem antes da VIZ licenciar Anatolia. Esse gaiden reforça a idéia da autora de que o Império Hitita estava balançando nas bases depois da batalha de Kadesh. E retoma algo que Ramsés I tinha dito lá atrás: Yuuri deveria ter uma filha para que se casasse com um filho seu. E o que vemos é uma neta de Yuuri sendo casada com o velho Ramsés II, neto do primeiro faraó com esse nome. É claro que as coisas não acontecem bem assim, mas não darei spoiler. Orontes no Renka merecia um desenvolvimento melhor, talvez uns dois volumes para que conhecêssemos bem as personagens e suas motivações. Mas foi só isso.
COMENTÁRIOS GERAIS SOBRE A SÉRIE
Daria uma nota 6 para este volume em especial e uma nota 8,5 para a série como um todo. Eu me apaixonei por Anatolia, passei a estimar Chie Shinohara, adorei a maioria das personagens, de Yuuri e Kail, passando por Ramsés e o Príncipe das Trevas, até chegar em Nakia. A pesquisa histórica foi primorosa e convincente, a arte mais que adequada, e a sensualidade na medida certa. A coragem de matar personagens adoráveis como o Príncipe Zananza também é digna de nota. Como foi triste aquela passagem... muito mesmo!
Seria difícil escolher meus momentos favoritos, mas a morte de Zananza, o volume do “toma que o filho é seu” com a Princesa Güzel, o início quando Yuuri consegue lutar e matar o gigante, todas as aparições do Príncipe das Trevas (*que começou jovem e depois virou um coroa enxuto*), quando Kail leva Yuuri ao túmulo de sua mãe e jura amá-la, a morte da Úrsula, a coragem de Hadi em enfrentar Kail para que ele não violente Yuuri (*Sim, isso ocorre*) e a bronca que ele toma de Ilbani depois, o final de Uhri e Nakia, a primeira aparição de Ramsés... São muitas passagens. Muitas mesmo.
Mas o que faltou em Anatolia Story? Uma das omissões foi a volta, ainda que temporária, de Yuuri ao presente, com Kail indo atrás dela, talvez. Ser uma menina do futuro foi pouco utilizado ao longo da série. Fez diferença em uma ou duas ocasiões, e foi só isso. Ela desistiu muito fácil da família, faltou sofrimento, faltou dor, uma dor, por exemplo, que a protagonista de Black Bird vem demonstrando diante da possibilidade de casar com um youkai e perder família e amigas. Ora, Yuuri estava 14 séculos distante dos seus e levou isso com muita tranqüilidade. Claro, que ela iria ficar com Kail, mas faltou alguma coisa a mais. Já vi gente acusando Yuuri de ser egoísta. Outro ponto relacionado à Yuuri é a resistência do senado hitita em aceitá-la como rainha. Depois de tudo o que ela fez e sendo avatar da deusa Ishtar, esse tipo de posição por tanto tempo foi inconsistente.
Outro ponto fraco da série é o uso inconsistente da magia, especialmente por Kail. Ele tem poderes, mas por questões éticas ou sei lá o que, só a usa em momentos muito específicos. Ora, se não é para usar, não precisa ter, ainda mais quando você tem uma inimiga como Nakia capaz de tudo. Se não fosse o Ilbani, uma das minhas personagens favoritas, Kail teria perdido o reino e a vida, senão a sua, pelo menos a de Yuuri. Se Kail era tão poderoso, tanto quanto Nakia, e estava ameaçado, deveria mostrar seu poder. O recurso foi subaproveitado. A parte “sua boca diz não, mas seu corpo diz sim” com Ramsés deveria ter sido evitada. Foi um recurso clichê dos que eu mais odeio.
É isso. Anatolia foi o mangá mais longo que eu já acompanhei e faria tudo de novo. É uma pena que a vIZ não tenha traduzido de forma confiável, é uma pena não ter Anatolia no Brasil, ou que o anime – que chegou a ser anunciado – não tenha saído. Mas quem sabe algo ainda acontece? Melhor não eprder as esperanças. O vídeo aí em cima eu fiz há muito, muito tempo, quando estava começando a usar o movie maker, mas ele fala da minha empolgação pela série e decidi colocar no post. É isso, quem quiser maiores informações, eu tenho uma página de Anatolia Story no Shoujo House.
Ele inicia com o capítulo final. Kail pede Yuuri em casamento. Até aí, nada, o que ficou até ridículo foi Yuuri fazer draminha “Oh, você tem certeza que quer realmente casar comigo?”. Caramba, ela quase morreu várias vezes, liderou exércitos, matou e abandonou a sua própria família por esse homem, o cara está ali de joelhos e ela faz doce? Muito mau, Chie Shinohara deveria ter feito melhor. Aqui cabe um, porém: eu leio a edição americana e não confio muito na tradução. Ao longo da série houve censura e imprecisões em vários pontos e não tenho como afirmar com certeza que a tradução foi fiel.
Depois foi festa, anuncio de um rebento a caminho e coroação. Esquisito foi Shinohara terminar o capítulo falando da ruína do Império Hitita. Uma das coisas que eu amo em Anatolia é a pesquisa histórica que a autora fez. Só que ela realmente comprou a lorota que os egípcios contaram e acreditou que a Batalha de Kadesh foi o início do fim dos hititas. Só que já se sabe de um bom tempo que foi empate. E tem até uma piadinha no livro do Cartoon History of the Universe 1 do Larry Gonick em que a princesa hitita (*neta de Yuuri por sinal*) que casa com Ramsés II debochando das mentiras ufanistas do marido.
O resto do volume é somente gaiden. Um centrado em Kikuri, o mordomo de Kail, e contando o que eu já sabia, que ela tinha pego a personagem de uma fonte bem antiga, que é o primeiro manual sobre adestramento de cavalos. Kikuri seria o autor dela. Nesse volume damos uma olhadinha na vida de casado de Kail e Yuuri, seus filhos, o fato dela continuar a mesma guerreira de sempre. Ficamos sabendo também que Kikuri é estrangeiro e que casou com as duas gêmeas. O segundo gaiden foi a grande decepção. Ver Yuuri fazendo bobagem e sendo chamada à atenção pelo filho foi ridículo. Colocá-la mãe de quatro crianças e com aparência juvenil, idem. E a história da menina que se tornaria concubina do príncipe herdeiro não faria diferença. Em suma, foi a parte inútil do volume e a única parte da série que eu pegaria e jogaria fora.
E o último volume se fecha com Orontes no Renka, um gaiden que já tinha sido traduzido faz muito tempo, bem antes da VIZ licenciar Anatolia. Esse gaiden reforça a idéia da autora de que o Império Hitita estava balançando nas bases depois da batalha de Kadesh. E retoma algo que Ramsés I tinha dito lá atrás: Yuuri deveria ter uma filha para que se casasse com um filho seu. E o que vemos é uma neta de Yuuri sendo casada com o velho Ramsés II, neto do primeiro faraó com esse nome. É claro que as coisas não acontecem bem assim, mas não darei spoiler. Orontes no Renka merecia um desenvolvimento melhor, talvez uns dois volumes para que conhecêssemos bem as personagens e suas motivações. Mas foi só isso.
COMENTÁRIOS GERAIS SOBRE A SÉRIE
Daria uma nota 6 para este volume em especial e uma nota 8,5 para a série como um todo. Eu me apaixonei por Anatolia, passei a estimar Chie Shinohara, adorei a maioria das personagens, de Yuuri e Kail, passando por Ramsés e o Príncipe das Trevas, até chegar em Nakia. A pesquisa histórica foi primorosa e convincente, a arte mais que adequada, e a sensualidade na medida certa. A coragem de matar personagens adoráveis como o Príncipe Zananza também é digna de nota. Como foi triste aquela passagem... muito mesmo!
Seria difícil escolher meus momentos favoritos, mas a morte de Zananza, o volume do “toma que o filho é seu” com a Princesa Güzel, o início quando Yuuri consegue lutar e matar o gigante, todas as aparições do Príncipe das Trevas (*que começou jovem e depois virou um coroa enxuto*), quando Kail leva Yuuri ao túmulo de sua mãe e jura amá-la, a morte da Úrsula, a coragem de Hadi em enfrentar Kail para que ele não violente Yuuri (*Sim, isso ocorre*) e a bronca que ele toma de Ilbani depois, o final de Uhri e Nakia, a primeira aparição de Ramsés... São muitas passagens. Muitas mesmo.
Mas o que faltou em Anatolia Story? Uma das omissões foi a volta, ainda que temporária, de Yuuri ao presente, com Kail indo atrás dela, talvez. Ser uma menina do futuro foi pouco utilizado ao longo da série. Fez diferença em uma ou duas ocasiões, e foi só isso. Ela desistiu muito fácil da família, faltou sofrimento, faltou dor, uma dor, por exemplo, que a protagonista de Black Bird vem demonstrando diante da possibilidade de casar com um youkai e perder família e amigas. Ora, Yuuri estava 14 séculos distante dos seus e levou isso com muita tranqüilidade. Claro, que ela iria ficar com Kail, mas faltou alguma coisa a mais. Já vi gente acusando Yuuri de ser egoísta. Outro ponto relacionado à Yuuri é a resistência do senado hitita em aceitá-la como rainha. Depois de tudo o que ela fez e sendo avatar da deusa Ishtar, esse tipo de posição por tanto tempo foi inconsistente.
Outro ponto fraco da série é o uso inconsistente da magia, especialmente por Kail. Ele tem poderes, mas por questões éticas ou sei lá o que, só a usa em momentos muito específicos. Ora, se não é para usar, não precisa ter, ainda mais quando você tem uma inimiga como Nakia capaz de tudo. Se não fosse o Ilbani, uma das minhas personagens favoritas, Kail teria perdido o reino e a vida, senão a sua, pelo menos a de Yuuri. Se Kail era tão poderoso, tanto quanto Nakia, e estava ameaçado, deveria mostrar seu poder. O recurso foi subaproveitado. A parte “sua boca diz não, mas seu corpo diz sim” com Ramsés deveria ter sido evitada. Foi um recurso clichê dos que eu mais odeio.
É isso. Anatolia foi o mangá mais longo que eu já acompanhei e faria tudo de novo. É uma pena que a vIZ não tenha traduzido de forma confiável, é uma pena não ter Anatolia no Brasil, ou que o anime – que chegou a ser anunciado – não tenha saído. Mas quem sabe algo ainda acontece? Melhor não eprder as esperanças. O vídeo aí em cima eu fiz há muito, muito tempo, quando estava começando a usar o movie maker, mas ele fala da minha empolgação pela série e decidi colocar no post. É isso, quem quiser maiores informações, eu tenho uma página de Anatolia Story no Shoujo House.
7 pessoas comentaram:
Eu terminei de ler Anatolia ontem [na verdade , li os 28 vol. em 24hs ...de tanto que me empolguei!!] Já amava o traço da Chie ,mas não tinha tido tempo ainda de ler Anatolia ^^ Tenho por mania , ler e reler umas 10 vezes os mangás que amo [e Anatolia entrou para esta lista]
Enfim , um anime seria mais do que bem-vindo ^_~ [sempre haverá esperança],assim como "Ouke no Monshou" também seria digno de merecer no mínimo uns OVA's. Um amigo querido [fã de Anatolia] se interessou por "Ouke no Monshou" ,justamente por ter falado a ele que tinha os Hititas na história. Realmente ,são 2 mangás que "bebem" da mesma fonte [1°Ouke]e lendo Anatolia , na minha opinião , tem muita coisa em comum as histórias das protagonistas [Carol X Yuuri]e um dos pontos que destaco entre as duas é a 1°gravidez [e sua perda]
Enfim ,embora eu colecione "Ouke no Monshou" há anos , foi Anatolia que mais gostei [mais ação e mais "intimidade" do casal *_*] E deixo minha sugestão Valéria : 1 matéria sua comparando os 2 mangás !
Beijos da Dê
Valéria,
Como assim ela matou sua própria família??? Por favor,me explique! O_O eu parei no volume 7,mas não resisto spoilers xp
e é uma enorme pena esse pouco caso que a tal Viz fez ao traduzir Anatólia. Espero que se vier um dia pra cá,que receba um tratamento merecido...
Não, não... matou pessoas, não a família. ^_^
Nóka, vc leu 28 volumes em 1 dia?!
ah tá, ufa XD" então eu acho que você escreveu errado, pois é isso que tá no post...
tudo bem de que era meio óbvio que ela ia permanecer com Kail, mas, sei lá, eu bem que queria saber que fim levaram os pais dela, é como se eles nem sentissem falta dela...
concordo com tudo, só faltou dizer que a yuri falhou seriamente como heroína ao jogar os rebeldes egípcios como isca pra salvar o tal do ramses. Logo ela que nem deu um tapa na cara da nakia... pfv!
Gostei bastante da análise.
Foi isso mesmo o final foi muito fraco pra tudo que foi o mangá.
Tb me incomodava muito o fato de Kail n usar magia (se n usa pra que tem uai???) e de Yuuri ter aberto mão da vida no século XX tão facilmente. Poxa queria muito um arco em que ela voltasse ao presente.
Vc já leu "Kanata Kara"? Eu queria que fosse um final mais aproximado com o daquele mangá (aliás anos 90 foi a época de meninas transportadas no tempo né??).
Mostrar que Yuuri não envelheceu foi ridículo. Queria ter visto um pouco dos filhos dela. Achei uma família fraca de caráter pra um casal tão forte.
E me deixou com gosto amargo ter mostrado no tempo que eles morreram. Poxa faz como Fushigi Yuugi e só deixa o final feliz nos nossos corações, a gente se apega pô.
No mais, foi isso.
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