Hoje comprei aqui no Rio o volume #9 de Sunadokei (砂時計) e o #6 de Honey & Clover (ハチミツとクローバー ). Melhor garantir logo, pois sabe-se lá quando essas coisas aparecem por Brasília, ou se aparecem. Enfim, dentro do metrô sem ar condicionado (*podem acreditar, e fez mais de 40 graus no Rio hoje*), decidi ler o gaidenzinho que inicia o volume. Eu não tinha lido ainda, li só a história principal. O gaiden era sobre as mães dos protagonistas, três mulheres bem diferentes e que se relacionavam de forma distinta com a “gaiola”que era a vilazinha onde se passa boa parte da história.
Eu não condeno a mãe de Ann por se sentir em uma gaiola. Imaginar aquela micro-cidade com todo mundo fofocando sobre a vida alheia não é difícil para mim. São Mateus, ou o universo da minha família, é um pouco assim. Assunto principal é a vida alheia, a moral alheia, a fé alheia. Enche. Parece um pesadelo às vezes. Daí, a minha solidariedade.
Só que o interessante é que a autora mostrou que não faz diferença sair da gaiola se você está de mal consigo mesma. Culpar os outros, culpar o meio, e não olhar para dentro de si é inútil. Quem está acompanhando Sunadokei entende o que eu estou dizendo, o gaiden é um flashback que começa quase 30 anos antes da história do mangá. Enfim, o gaiden vale por si mesmo. Pode ser lido em separado e mostra muito bem as contradições humanas, as angústias e a necessidade de ter coragem. A mãe de Ann não teve...
Para quem não está lendo Sunadokei, aconselho uma olhada. Acho que junto com Honey & Clover é o melhor mangá feminino em publicação no Brasil. E que me perdoem os fãs de Nana, mas não consigo gostar da série. Verdade que a opção da tradução/adaptação do sufixo caipira que não faz sentido em português é muito chato, mas isso é só um detalhe, pois o texto flui muito bem e a história é ótima.
Eu não condeno a mãe de Ann por se sentir em uma gaiola. Imaginar aquela micro-cidade com todo mundo fofocando sobre a vida alheia não é difícil para mim. São Mateus, ou o universo da minha família, é um pouco assim. Assunto principal é a vida alheia, a moral alheia, a fé alheia. Enche. Parece um pesadelo às vezes. Daí, a minha solidariedade.
Só que o interessante é que a autora mostrou que não faz diferença sair da gaiola se você está de mal consigo mesma. Culpar os outros, culpar o meio, e não olhar para dentro de si é inútil. Quem está acompanhando Sunadokei entende o que eu estou dizendo, o gaiden é um flashback que começa quase 30 anos antes da história do mangá. Enfim, o gaiden vale por si mesmo. Pode ser lido em separado e mostra muito bem as contradições humanas, as angústias e a necessidade de ter coragem. A mãe de Ann não teve...
Para quem não está lendo Sunadokei, aconselho uma olhada. Acho que junto com Honey & Clover é o melhor mangá feminino em publicação no Brasil. E que me perdoem os fãs de Nana, mas não consigo gostar da série. Verdade que a opção da tradução/adaptação do sufixo caipira que não faz sentido em português é muito chato, mas isso é só um detalhe, pois o texto flui muito bem e a história é ótima.
11 pessoas comentaram:
Eu li esse volume...Foi tão bom! É trsite saber que podem existir pessoas como a mãe da Ann. Não adianta nada mudar de emprego, mudar de namorado ou mudar de cidade como a mãe da Ann fez qdo não se tem amor próprio...A outra parte do ex da Ann tbm foi bem legal. Mais um volume e fecho mais uma série completa q tenho aqui em casa
Tb gosto muito de Sunadokei e H&C, apesar da grande dificuldade em traduzir ambos. São complexos e mexem muito com o psicológico, fazendo refletir sobre muitos assuntos.
Já cheguei a me sentir em uma "gaiola" e sei que isso não muda enquanto nós não mudarmos, não importa para onde formos.
Mas eu, por exemplo, precisei de um empurrãozinho (mudar de escola)para conseguir mudar, pois acho que não conseguiria se continuasse naquele ambiente. Agora, gosto de mim como sou e estou muito feliz assim.
Ah, aproveitando... A opção de usar o "-ken" foi minha desde o início. Relutei, pensei, repensei se deveria ou não usar esse sufixo e, por fim, acabei colocando por algumas razões.
1) A própria autora comenta nas notas que adora esses dialetos e que por isso utilizou.
2) Senti que precisava de algo em suas falas que tornasse visível as diferenças culturais entre os personagens.
tem outras razão, mas acho que estas duas são as principais.
Karen, Sunadokei e Haney & Clover pegam muito pesado mesmo, enfiam o dedo em algumas questões psicológicas que podem incomodar. Eu me senti incomodada - e como é bom isso - lendo o gaiden e refleti. E poderia ser lido isoladamente.
Quanto ao -ken, é implicância minha. Em nada diminui o bom trabalho feito. Eu não gosto, só isso. E teve a marca de kansaiben (*é assim que se coloca?*) que você colocou na fala da mãe do outro menino... esqueci o nome dele. E, se percebi bem, quando há o salto no tempo, ela aparece falando -ken. Ou seja, morou tanto tempo na "gaiola" que virou parte do lugar. Acho que não confundi... Aconteceu mesmo, não foi? :) Se não houvesse a marca, não teria como notar.
Exatamente, Valéria. Foi isso que aconteceu. Tb não lembro o nome daquela personagem, mas é a mãe do Fuji e da Shiika.
Ela era de uma outra cidade que foi para Shimane para se casar com o pai deles. Ela não tinha o sotaque do lugar nem nada, mas depois de morar lá tanto tempo e ter que se submeter a tantas tradições e costumes do lugar e da família do marido, acabou terminando por falar com o mesmo sotaque deles.
Só li essa semana o volume 8, não sei por que ele simplesmente desapareceu das bancas. Ainda vou ler o 9. Mas, eu fiquei muito satisfeita com o final, exatamente pela Ann ter conseguido prosseguir. Prova de como somos donos de nosso destino.
Sunadokei eu vou guardar com muito carinho, até penso em convencer minha irmã a ler algum mangá começando por ele, hehe. O Pedro aí de cima nos comentários sabe como eu já chorei lendo esse mangá (na verdade, ele se diverte imaginando a cena XD).
Esse foi de longe o melhor de todos os volumes de Sunadokei.
Aliás, Honey and Clover está na edição 4, ou vc se confundiu ou você comprou uma versão estrangeira xD. Confesso que gosto bem mais de H&C do que de Sunadokei, na vdd Sunadokei pra mim está longe de ser um dos melhores, mas gosto é gosto (talvez se fosse mais parecido com essa última edição - a história da meia-irmã da Ann foi ótima também).
Esqueci de comentar, eu gosto do -ken, acho que dá um clima. Nas primeiras edições estranhei um pouco, depois eu passei a enxergar como um "bah" de um gaúcho. Não sei explicar, mas dá uma sensação de que as pessoas de Shimane falam de uma forma diferente da convencional. Acho que se colocassem um "bah", "uái", "óxi" ou um "sô" destoaria pq eles são japoneses e a marca do sotaque deles é colocar -ken no final de algumas sentenças.
Kadu, você tem razão. Como é que eu escrevi #6 se tinha na mão o volume #4. E pensei #6 mesmo, porque lembro de ter imaginado algo como "Olha que já está quase na edição americana...". Vai entender.
A americana está no volume #8. O meu já chegou na Cultura e vou pegar no fim se semana.
quero muito ler logo o volume 9 e 10 de sunadokei... acho que nunca um mangá me emocionou tanto quanto o volume 8... não sei realmente porque, mas a série provou seu valor nessa edição.
eu também sou a favor do ~ken se o tirasse e eu descobrisse, me sentirie como estar lendo uma obra menos integral, e isso me incomodaria mais. gostei do ken pela a atenção na preservação na tradução ^^
Nenhum mangá me fez chorar tanto quanto Sunadokei. Isso era em quase todos os volumes! Ainda bem que vi que não sou a única. É uma pena que já esteja acabando...
Adorei este volume... Também gosto muito de Sunadokei e Honey & clover, assim como de Nana, para mim são os melhores mangás publicados aqui...
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