Prometo que não vou me estender, mas assisti Guerra ao Terror (The Hurt Locker), o elogiado filme sobre o dia-a-dia de uma equipe anti-bombas no Iraque, que foi direto para DVD (*lançamento pobre, nem legendas em inglês tem*) no Brasil, e precisava comentar. Acreditem, eu consegui cochilar (*assistir depois do almoço dá nisso*) exatamente na cena que diziam ser a mais eletrizante do filme, o tiroteio no deserto. Voltei várias vezes para poder ver a longa seqüência por completo e entender porque tanta ovação. Não achei isso tudo, não. A melhor cena, a mais eletrizante, a mais triste, e a mais carregada no dramalhão, é a cena do homem bomba involuntário ou arrependido. Se Guerra ao Terror é o primeiro filme a abordar seriamente a Invasão, ooops, Guerra do Iraque, realmente, o cinema não é mais aquele.
O filme mostra os soldados como seres humanos e adeptos daquelas brincadeiras de moleque, nos seus momentos de folga as protagonistas – salvo o sargento negro, mas ele tem suas recaídas – são como garotos crescidos. O coronel psiquiatra chega a dizer que a guerra deveria ser “divertida” ou algo assim... É sério isso? E quando sai com a equipe em missão, o sujeito parece um alien no meio da desgraceira toda. Foi explodido e eu não tive peninha, não. Mas o filme, em termos dramáticos é bem clichê, o que trabalha bem, acho que bem mesmo, é a câmera. Acredito que aí, no ritmo narrativo, nos ângulos, está a força do produto.
Agora veja o que um filme feito por uma mulher – a diretora e produtora Kathryn Bigelow – faz: não coloca uma mulher soldado em tela, nenhuma, e não questiona em nenhum momento os motivos daquela sangria desatada no Iraque. Nenhum questionamento sequer. Nenhuma crise de consciência. Nada! Ou seja, se for indicado ao Oscar de melhor filme ou direção será por qual motivo? Porque uma mulher conseguiu fazer “um filme de homem” ou porque conseguiu falar da Invasão do Iraque como se não houvesse nenhuma questão mais ampla envolvida salvo os dramas pessoais dos caras? Por que ninguém xinga Bush ou reclama do rodízio? E nem falo que não tenha maluco que goste de desarmar bombas e da adrenalina envolvida, há louco apra tudo.
Enfim, em Guerra ao Terror, uma diretora conseguiu mostrar que guerra é coisa de homem, mulheres são, no máximo, vítimas inocentes, histéricas, nunca agentes. E não estou pedindo uma soldado (*tem muita mulher no Exército americano*) personagem principal, bastava uma pingada aqui e ali, uma pilotando um helicóptero ou fazendo algum trabalho na base. Alguém já viu matéria mostrando as tropas no Iraque sem que apareça uma mulher pelo menos no grupo, salvo em patrulhamento de rua? Desde o início estava dado que seria um filme sobre “meninos”, mas se – e eu duvido, mas nunca se sabe – uma diretora conseguir ganhar um Oscar com um filme no qual as mulheres são invisíveis será realmente de matar.
O filme mostra os soldados como seres humanos e adeptos daquelas brincadeiras de moleque, nos seus momentos de folga as protagonistas – salvo o sargento negro, mas ele tem suas recaídas – são como garotos crescidos. O coronel psiquiatra chega a dizer que a guerra deveria ser “divertida” ou algo assim... É sério isso? E quando sai com a equipe em missão, o sujeito parece um alien no meio da desgraceira toda. Foi explodido e eu não tive peninha, não. Mas o filme, em termos dramáticos é bem clichê, o que trabalha bem, acho que bem mesmo, é a câmera. Acredito que aí, no ritmo narrativo, nos ângulos, está a força do produto.
Agora veja o que um filme feito por uma mulher – a diretora e produtora Kathryn Bigelow – faz: não coloca uma mulher soldado em tela, nenhuma, e não questiona em nenhum momento os motivos daquela sangria desatada no Iraque. Nenhum questionamento sequer. Nenhuma crise de consciência. Nada! Ou seja, se for indicado ao Oscar de melhor filme ou direção será por qual motivo? Porque uma mulher conseguiu fazer “um filme de homem” ou porque conseguiu falar da Invasão do Iraque como se não houvesse nenhuma questão mais ampla envolvida salvo os dramas pessoais dos caras? Por que ninguém xinga Bush ou reclama do rodízio? E nem falo que não tenha maluco que goste de desarmar bombas e da adrenalina envolvida, há louco apra tudo.
Enfim, em Guerra ao Terror, uma diretora conseguiu mostrar que guerra é coisa de homem, mulheres são, no máximo, vítimas inocentes, histéricas, nunca agentes. E não estou pedindo uma soldado (*tem muita mulher no Exército americano*) personagem principal, bastava uma pingada aqui e ali, uma pilotando um helicóptero ou fazendo algum trabalho na base. Alguém já viu matéria mostrando as tropas no Iraque sem que apareça uma mulher pelo menos no grupo, salvo em patrulhamento de rua? Desde o início estava dado que seria um filme sobre “meninos”, mas se – e eu duvido, mas nunca se sabe – uma diretora conseguir ganhar um Oscar com um filme no qual as mulheres são invisíveis será realmente de matar.
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