Não sei o que esperar desse novo Robin Hood

Quando saíram as primeiras imagens de Robin Hood esta semana, fiquei tentada a postar. Mas foi como foi tudo muito corrido, acabei até deletando e deixando para lá. Eu não desgosto do Russell Crowe, acho que ele funciona bem em seus papéis, e normalmente gosto da Cate Blanchett mesmo em filmes ruins, como Elizabeth. Mas acho os filmes históricos (*Blade Runner é outra conversa*) do Ridley Scott fracos, cansativos e tão cheio de furos que sei lá. Fora que a segunda pior gripe da minha vida eu peguei, porque sai do trabalho, naquele sol de rachar do Rio de Janeiro, à tarde, durante a semana e me meti na sala de cinema quase vazia para ver O Gladiador. Ar condicionado a todo vapor, quase baixei no hospital. Eu nem saberia por onde começar a detonar Cruzada... Não, não, eu sei! Começaria pelo Orlando Bloom!

Mas vamos lá. Como o filme é do Ridley Scott, fiquei com o pé atrás, mas me propus a ver. Está na minha listinha junto com Sherlock Holmes, Daybreakers e outros filmes pipoca. A lista dos filmes sérios é não se mistura. Pois bem, imaginei pela idade do elenco que teríamos algo como Robin & Marian, que é um filme que eu adoro. Destque para o duelo final entre os inimigos muito amigos, Xerife de Nottingham e Robin Hood. Aliás, eu gosto dessa coisa de heróis na (pós) meia idade retornando à ativa. Mesmo o bobinho A Filha de D’Artagnan tem seus momentos por causa disso. Mas eis que leio a sinopse no Lights, Camera... History e vejo que Marian será uma viúva e que o Robin só a conhece depois da morte de Ricardo. É isso mesmo? Será que elas erraram na sinopse? Mas vamos lá, alguém me explica como uma mulher continua sendo chamada de “donzela” Marian sendo viúva?

Será que vão usar o recurso romance Harlquin? Ela casou-se com um velho ou com um menino, que empacotou rápido e não consumou o casamento, daí quando o herói aparece, ela ainda é uma virgem (*sim, o fetiche da virgindade, da posse, do defloramento, e tudo mais*)? Pois aí temos o problema histórico sério. Uma mulher poderia, sim, manter seu feudo, manter-se viúva, ser senhora feudal, mas se ela tivesse filhos. Se não tivesse, o próprio rei – no caso da Inglaterra isso é certeza – lhe arranjaria um marido rapidinho. De preferência aliado seu. Fora, claro, a família do marido morto e a dela própria pressionando. Até as autoras de romance Harlequin mais fraquinhos sabem disso. Aliás, este é um dos pontos favoritos de partida de muitas histórias que se passam na Inglaterra. Ou teremos uma senhora lambança, ou a review está errada.

Em Robin & Marian, o herói volta das Cruzadas, depois da morte de Ricardo, e Marian está em um convento. Furiosa porque ele não perguntou nada para ela quando partiu e ela para não ter que se casar com outro se enfiou em um mosteiro. Em um quadrinho, um dos primeiros que li da EBAL, Robin volta para a Inglaterra na mesma situação, e Marian estava também em um convento. Mas eu li criança e não tenho mais o quadrinho, então não sei se ela estava lá solteira ou casada esperando o marido voltar. Aliás, este quadrinho, sim, daria um grande roteiro, com direito ao único uso interessante que vi de Ivanhoé. Já que Robin volta da França e encontra João Sem Terra no poder e se vingando de todos os aliados de Ricardo. Ele prendeu Ivanhoé e Robin Hood tem que juntar seus antigos companheiros para ajudar a libertá-lo. Queria muito ter esse quadrinho no meu acervo e daria um filme muito legal mesmo. Já esse Robin Hood, não sei, não... Ah, e mau sinal: a sinopse do IMDB diz que será um Robin Hood histórico de verdade, realista... Deu medo agora! Foi assim qeu começamos com Elizabeth... O trailer-teaser está aí em cima.