Eu sempre escrevo para elogiar as séries da BBC, então, não poderia me furtar de criticar uma que realmente merece. Comecei a assistir Desperate Romantics no domingo passado, fiz um post inclusive dizendo que a série era muito “promissora”. No capítulo #3 já começava a desconfiar que iria mudar de idéia e, definitivamente, foi o único produto da BBC que eu não considero pelo menos muito bom. Mas de que trata a série?
Desperate Romantics trata da Irmandade Pré-Rafaelita – um grupo de jovens artistas – da sua formação em 1848 até a morte da modelo e artista Elizabeth Siddal (Amy Manson). Formada por Dante Gabriel Rossetti (Aidan Turner), John Everett Millais (Samuel Barnett), William Holman Hunt (Rafe Spall) e Fred Walters (Sam Crane), personagem fictícia inspirada em Frederic George Stephens (critico de arte), William Michael Rossetti (crítico de arte e poeta) e Walter Deverell (membro norte americano da Irmandade e que morreu cedo, em 1854). Embora só foque nos pintores, e em alguns deles, faziam parte do movimento escritores, poetas e críticos. Como sei muito pouco de História da Arte, posso estar errada, mas acredito que foi o primeiro movimento artístico genuinamente anglo-saxão. E é importante dizer que com várias mulheres envolvidas, não somente como modelos, mas como pintoras, poetisas e escritoras.
Desperate Romantics trata da Irmandade Pré-Rafaelita – um grupo de jovens artistas – da sua formação em 1848 até a morte da modelo e artista Elizabeth Siddal (Amy Manson). Formada por Dante Gabriel Rossetti (Aidan Turner), John Everett Millais (Samuel Barnett), William Holman Hunt (Rafe Spall) e Fred Walters (Sam Crane), personagem fictícia inspirada em Frederic George Stephens (critico de arte), William Michael Rossetti (crítico de arte e poeta) e Walter Deverell (membro norte americano da Irmandade e que morreu cedo, em 1854). Embora só foque nos pintores, e em alguns deles, faziam parte do movimento escritores, poetas e críticos. Como sei muito pouco de História da Arte, posso estar errada, mas acredito que foi o primeiro movimento artístico genuinamente anglo-saxão. E é importante dizer que com várias mulheres envolvidas, não somente como modelos, mas como pintoras, poetisas e escritoras.
A série explora acontecimentos ligados à afirmação do movimento, produção das suas principais obras, dramas pessoais, romances e conflitos que, se não são de todo históricos, pelo menos buscam alguma fidelidade aos acontecimentos. Moderninha, ela tem uma trilha sonora que em nada bebe no século XIX, também abusa das cenas de nudez, piadinhas infames, sexo e dos palavrões. É a primeira vez que vejo uma série de época da BBC assim. Lembrou True Blood ou The Tudors em alguns momentos... e não foram os melhores momentos.
O começo, como disse, foi muito promissor. Os rapazes buscando a afirmação, questionando os cânones. O interesse do críotico John Ruskin por eles; especialmente por Millais – que era visto como realmente talentoso e tinha sido o mais jovem aluno da Academia Real de pintura; a quase morte de Lizzie Siddal quando Millais pintava Ofélia; a confusão entre Millais, Ruskin e a esposa deste, Effie. Mas, a partir daí, o foco se deslocou quase que exclusivamente para Rossetti e raras vezes odiei tanto uma personagem ou o que fizeram dela.
Aidan Turner, que foi o vampiro de Being Human TV, é um espetáculo, lindo mesmo, e sua personagem, Rossetti, é o sujeito encantador e sensual do grupo. Aliás, um dos absurdos da série é que todos os outros rapazes são bem bobinhos e perdem ou não a virgindade durante a série. ainda assim, permanecem ou virginais e inocentes, ou atormentados pela sexualidade, caso do Hunt. Apesar de freqüentarem bordéis e coisas do gênero, só se interessavam por pintura, vejam só, já o Rossetti concentrava toda a libido ou a sugava de seus coleguinhas. No capítulo cinco ele teve quatro cenas completas de sexo, se eu contei bem. Todas longas, barulhentas e carregadas de nudez e ângulos de gosto duvidoso.
Rossetti, podem procurar em qualquer fonte, foi o idealizador do movimento. Mas a série o pinta como um canalha, mulherengo, que trai e humilha os amigos, roubando-lhes dinheiro, transando com suas amadas, e não produz ao longo da série uma obra sequer que seja digna de importância. Só cacos, pedaços. Quando descobrem as armações dele, quando ele está prestes a ser socado, ele reverte a situação e os amigos pedem mil desculpas dizendo que ele é um gênio, inteligente, cheio de boas intenções... Eu até consigo ver o cara como um grande mulherengo e razão da morte da Lizzie, que se vicia em láudano, mas escrotizar geral com todo mundo, traindo o princípio da Irmandade, isto é, a amizade e solidariedade que os une, foi um exagero. E não sei qual dos amigos era o mais idiota, se Hunt ou o Fred. Millais é o ingênuo e depois do casamento, ele interage pouco com os outros.
Olha, eu acho muito difícil que o Rossetti real tenha sido péssimo artista, aliás, muito pelo contrário. Mas até colocarem que a Lizzie Siddal – a modelo dos cabelos cor de fogo – era melhor artista que ele a série faz. Acho louvável valorizarem o trabalho dela, mas não ridicularizando o de Rossetti. Aliás, Rossetti é tranformado em um mesquinho, invejoso, interesseiro e incapaz de fazer qualquer coisa de bom. E, ao mesmo tempo, acho que quem construiu essa personagem estava achando que as mulheres (*e homens*) iriam amá-lo, simpatizar com ele. A cereja de bolo da sordidez veio no final, quando ele, culpado, enterra seus manuscritos de poesia no túmulo de Lizzie.
O Rossetti real fez isso, colocou o caderninho no caixão entre os cabelos da amada (*que ele tanto maltratou*), mas só foi buscar as poesias anos depois, aumentando a aura romântica do movimento ao afirmar que o corpo de Lizzie estava intocado e seu cabelo continuara a crescer. Na série, ele viola, com a ajuda dos amigos, o túmulo na noite dos funerais. Mau gosto absoluto. Alguém me explica o que há de romântico nisso? E pior, os amigos ajudaram. Fred, o narrador, é um pusilânime sem tamanho. Digo isso, porque ele é apresentado como amando Lizzie loucamente e trava toda a vez que tem a chance de salvá-la de Rossetti, servindo ainda de capacho para o rival.
A trama mais interessante para mim, a de Millais, Ruskin e Effie, também se perde a partir do capítulo 3. Explicando, John Ruskin era um rico crítico de arte, e dele dependeu parte do sucesso inicial dos Pré-Rafaelitas. Ele aprecia o trabalho de Millais e o toma como seu protegido, levando-o consigo em viagem e propondo que o artista use sua esposa como modelo. Millais na série protesta, pois o trabalho de modelo poderia infamar uma mulher. Ruskin se impõe. Millais se apaixona por Effie, que revela que Ruskin nunca consumou o casamento, apesar da união durar cinco longos anos e que ela sofre a tirania do marido e da mãe dele. Depois que Ruskin arma (*na série*) para se livrar de Effie infamando Millais, a moça pede a dissolução do casamento e obrigada a um teste de virgindade, Ruskin acaba saindo com um atestado de impotente. Tudo isso está registrado, é história. Effie se casa com Millais logo em seguida e Ruskin passa a persegui-lo, desqualificando seu trabalho, enquanto Rossetti o rouba (*na série*) como patrono. O casamento de Effie e Millais é tido como muito feliz, e o rapaz que faz o Millais – e é o mais velho, apesar de parecer mais jovem que os outros atores – é um fofo.
Minha primeira frustração foi Millais não ter pensando em casar com Effie, mas somente em transar com ela. Duvido que isso tenha ocorrido, seria mais romântico investir “no romantismo” aqui, os roteiristas acham que um Millais surpreendido com a idéia de se casar seria mais engraçado. Depois, o casal foi transformado em um par de idiotas lunáticos, aliás, todos são idiotas, só o Rossetti é esperto, no melhor estilo “malandro”. Chegando ao fim da série, introduzem o novo amor de Ruskin, uma adolescente de 14 anos. Só explicando, até porque já tinha lido sobre John Ruskin antes, a personagem costumava se apaixonar por crianças, foi assim com Effie, foi assim com Rose La Touche. Effie era somente nove anos mais jovem que ele, logo, o casamento foi normalíssimo para o período, mas La Touche era mais de trinta anos mais nova. Ele se declarou apaixonado quando ela tinha somente 9 anos. Na série, insinuam que os pais a entregaram para Ruskin, uma mentira.
Para mim, Ruskin era um pedófilo manso, com o Lewis Carroll, do tipo que faz versinhos, se masturba, mas não encosta a mão na garotinha. Só que ele casou com Effie e queria casar com La Touche. Infernizou Effie – e está nos registros do tribunal – culpando-a por não ser aquilo que ele imaginava, dizendo que ela tinha algum defeito físico que o repugnava. Afinal, ele casou com a mulher, e tinha se apaixonado pela criança. Quando introduzem La Touche, pensei que colocariam os pais da moça consultando Effie, algo que aconteceu, sobre os motivos da dissolução do casamento. Effie conta e os pais de La Touche não deixam que a jovem de 16 anos case com ele. Ruskin quase enlouquece e La Touche se recusa a casar com ele mesmo depois de adulta. E morre antes do trinta, internada em um sanatório. Na série, Effie só observa perplexa a moça, não toma atitude, não introduzem o drama que poderia contrabalançar o excesso de Rossetti nos dois últimos capítulos.
Outra coisa que me incomodou, é que todas as modelos – interessante é que seus nomes são conhecidos – terem sido transformadas em prostitutas ou quase, sendo Lizzie a exceção. Todas as modelos importantes dos Pré-Rafaelitas tem nome, algumas eram artistas, mas na série todas são prostitutas, todas amantes de Rossetti. Aliás, Annie Miller é o caso mais dramático, pois ela se torna protegida e amante de Hunt, posteriormente se casa com um homem de origem social importante. Na série, este pintor perde a virgindade com ela e depois pira na batatinha fazendo voto de castidade. O Hunt real, largou Annie Miller, que é vilipendiada várias vezes pelos roteiristas, e se casou, aliás, fez isso duas vezes, enviuvando de uma irmã e casando com outra. Mas na série, toda a libido é do Rossetti, como falei.
De resto, acontecimentos de mais de 12 anos (*Rose La Touche já apareceria na vida de Ruskin quando eles deveriam estar na casa dos 40*) não são datados, nomes importantes da Irmandade não são citados,obras posteriores aparecem no início da carreira dos pintores. A Wikipedia faz uma lista das omissões, diz que a série transformou 12 anos (*segundo a Wikipedia, para mim foi mais*) em 2. Mas eu não vi assim, não dava para saber quanto tempo passou de verdade, pois a coisa foi mal contada mesmo. Ninguém no século XIX ia e voltava da Terra Santa em um mês, casamentos não eram dissolvidos em dias, ninguém seria consumido pelo vício em láudano da noite para o dia.
Agora, se este será o padrão “moderno” das minisséries da BBC e das emissoras inglesas, como a ITV, eu tenho medo. Se quero ver baixaria, pego um True Blood. Se quero quase pornografia, basta caçar na net, não precisa ocupar espaço dentro de um material pretensamente sério. E só para terminar, eu duvido que com a boca suja que os sujeitos tinham na série eles seriam recebidos por alguma boa família, e duvido mais ainda que um Rossetti se vestisse de forma tão desalinhada na Inglaterra Vitoriana. Mas a idéia é que “artistas” podem tudo. Vamos ver se o novo Emma tira o gosto ruim da minha boca. Afinal, estragar Jane Austen é um desafio e tanto.
O começo, como disse, foi muito promissor. Os rapazes buscando a afirmação, questionando os cânones. O interesse do críotico John Ruskin por eles; especialmente por Millais – que era visto como realmente talentoso e tinha sido o mais jovem aluno da Academia Real de pintura; a quase morte de Lizzie Siddal quando Millais pintava Ofélia; a confusão entre Millais, Ruskin e a esposa deste, Effie. Mas, a partir daí, o foco se deslocou quase que exclusivamente para Rossetti e raras vezes odiei tanto uma personagem ou o que fizeram dela.
Aidan Turner, que foi o vampiro de Being Human TV, é um espetáculo, lindo mesmo, e sua personagem, Rossetti, é o sujeito encantador e sensual do grupo. Aliás, um dos absurdos da série é que todos os outros rapazes são bem bobinhos e perdem ou não a virgindade durante a série. ainda assim, permanecem ou virginais e inocentes, ou atormentados pela sexualidade, caso do Hunt. Apesar de freqüentarem bordéis e coisas do gênero, só se interessavam por pintura, vejam só, já o Rossetti concentrava toda a libido ou a sugava de seus coleguinhas. No capítulo cinco ele teve quatro cenas completas de sexo, se eu contei bem. Todas longas, barulhentas e carregadas de nudez e ângulos de gosto duvidoso.
Rossetti, podem procurar em qualquer fonte, foi o idealizador do movimento. Mas a série o pinta como um canalha, mulherengo, que trai e humilha os amigos, roubando-lhes dinheiro, transando com suas amadas, e não produz ao longo da série uma obra sequer que seja digna de importância. Só cacos, pedaços. Quando descobrem as armações dele, quando ele está prestes a ser socado, ele reverte a situação e os amigos pedem mil desculpas dizendo que ele é um gênio, inteligente, cheio de boas intenções... Eu até consigo ver o cara como um grande mulherengo e razão da morte da Lizzie, que se vicia em láudano, mas escrotizar geral com todo mundo, traindo o princípio da Irmandade, isto é, a amizade e solidariedade que os une, foi um exagero. E não sei qual dos amigos era o mais idiota, se Hunt ou o Fred. Millais é o ingênuo e depois do casamento, ele interage pouco com os outros.
Olha, eu acho muito difícil que o Rossetti real tenha sido péssimo artista, aliás, muito pelo contrário. Mas até colocarem que a Lizzie Siddal – a modelo dos cabelos cor de fogo – era melhor artista que ele a série faz. Acho louvável valorizarem o trabalho dela, mas não ridicularizando o de Rossetti. Aliás, Rossetti é tranformado em um mesquinho, invejoso, interesseiro e incapaz de fazer qualquer coisa de bom. E, ao mesmo tempo, acho que quem construiu essa personagem estava achando que as mulheres (*e homens*) iriam amá-lo, simpatizar com ele. A cereja de bolo da sordidez veio no final, quando ele, culpado, enterra seus manuscritos de poesia no túmulo de Lizzie.
O Rossetti real fez isso, colocou o caderninho no caixão entre os cabelos da amada (*que ele tanto maltratou*), mas só foi buscar as poesias anos depois, aumentando a aura romântica do movimento ao afirmar que o corpo de Lizzie estava intocado e seu cabelo continuara a crescer. Na série, ele viola, com a ajuda dos amigos, o túmulo na noite dos funerais. Mau gosto absoluto. Alguém me explica o que há de romântico nisso? E pior, os amigos ajudaram. Fred, o narrador, é um pusilânime sem tamanho. Digo isso, porque ele é apresentado como amando Lizzie loucamente e trava toda a vez que tem a chance de salvá-la de Rossetti, servindo ainda de capacho para o rival.
A trama mais interessante para mim, a de Millais, Ruskin e Effie, também se perde a partir do capítulo 3. Explicando, John Ruskin era um rico crítico de arte, e dele dependeu parte do sucesso inicial dos Pré-Rafaelitas. Ele aprecia o trabalho de Millais e o toma como seu protegido, levando-o consigo em viagem e propondo que o artista use sua esposa como modelo. Millais na série protesta, pois o trabalho de modelo poderia infamar uma mulher. Ruskin se impõe. Millais se apaixona por Effie, que revela que Ruskin nunca consumou o casamento, apesar da união durar cinco longos anos e que ela sofre a tirania do marido e da mãe dele. Depois que Ruskin arma (*na série*) para se livrar de Effie infamando Millais, a moça pede a dissolução do casamento e obrigada a um teste de virgindade, Ruskin acaba saindo com um atestado de impotente. Tudo isso está registrado, é história. Effie se casa com Millais logo em seguida e Ruskin passa a persegui-lo, desqualificando seu trabalho, enquanto Rossetti o rouba (*na série*) como patrono. O casamento de Effie e Millais é tido como muito feliz, e o rapaz que faz o Millais – e é o mais velho, apesar de parecer mais jovem que os outros atores – é um fofo.
Minha primeira frustração foi Millais não ter pensando em casar com Effie, mas somente em transar com ela. Duvido que isso tenha ocorrido, seria mais romântico investir “no romantismo” aqui, os roteiristas acham que um Millais surpreendido com a idéia de se casar seria mais engraçado. Depois, o casal foi transformado em um par de idiotas lunáticos, aliás, todos são idiotas, só o Rossetti é esperto, no melhor estilo “malandro”. Chegando ao fim da série, introduzem o novo amor de Ruskin, uma adolescente de 14 anos. Só explicando, até porque já tinha lido sobre John Ruskin antes, a personagem costumava se apaixonar por crianças, foi assim com Effie, foi assim com Rose La Touche. Effie era somente nove anos mais jovem que ele, logo, o casamento foi normalíssimo para o período, mas La Touche era mais de trinta anos mais nova. Ele se declarou apaixonado quando ela tinha somente 9 anos. Na série, insinuam que os pais a entregaram para Ruskin, uma mentira.
Para mim, Ruskin era um pedófilo manso, com o Lewis Carroll, do tipo que faz versinhos, se masturba, mas não encosta a mão na garotinha. Só que ele casou com Effie e queria casar com La Touche. Infernizou Effie – e está nos registros do tribunal – culpando-a por não ser aquilo que ele imaginava, dizendo que ela tinha algum defeito físico que o repugnava. Afinal, ele casou com a mulher, e tinha se apaixonado pela criança. Quando introduzem La Touche, pensei que colocariam os pais da moça consultando Effie, algo que aconteceu, sobre os motivos da dissolução do casamento. Effie conta e os pais de La Touche não deixam que a jovem de 16 anos case com ele. Ruskin quase enlouquece e La Touche se recusa a casar com ele mesmo depois de adulta. E morre antes do trinta, internada em um sanatório. Na série, Effie só observa perplexa a moça, não toma atitude, não introduzem o drama que poderia contrabalançar o excesso de Rossetti nos dois últimos capítulos.
Outra coisa que me incomodou, é que todas as modelos – interessante é que seus nomes são conhecidos – terem sido transformadas em prostitutas ou quase, sendo Lizzie a exceção. Todas as modelos importantes dos Pré-Rafaelitas tem nome, algumas eram artistas, mas na série todas são prostitutas, todas amantes de Rossetti. Aliás, Annie Miller é o caso mais dramático, pois ela se torna protegida e amante de Hunt, posteriormente se casa com um homem de origem social importante. Na série, este pintor perde a virgindade com ela e depois pira na batatinha fazendo voto de castidade. O Hunt real, largou Annie Miller, que é vilipendiada várias vezes pelos roteiristas, e se casou, aliás, fez isso duas vezes, enviuvando de uma irmã e casando com outra. Mas na série, toda a libido é do Rossetti, como falei.
De resto, acontecimentos de mais de 12 anos (*Rose La Touche já apareceria na vida de Ruskin quando eles deveriam estar na casa dos 40*) não são datados, nomes importantes da Irmandade não são citados,obras posteriores aparecem no início da carreira dos pintores. A Wikipedia faz uma lista das omissões, diz que a série transformou 12 anos (*segundo a Wikipedia, para mim foi mais*) em 2. Mas eu não vi assim, não dava para saber quanto tempo passou de verdade, pois a coisa foi mal contada mesmo. Ninguém no século XIX ia e voltava da Terra Santa em um mês, casamentos não eram dissolvidos em dias, ninguém seria consumido pelo vício em láudano da noite para o dia.
Agora, se este será o padrão “moderno” das minisséries da BBC e das emissoras inglesas, como a ITV, eu tenho medo. Se quero ver baixaria, pego um True Blood. Se quero quase pornografia, basta caçar na net, não precisa ocupar espaço dentro de um material pretensamente sério. E só para terminar, eu duvido que com a boca suja que os sujeitos tinham na série eles seriam recebidos por alguma boa família, e duvido mais ainda que um Rossetti se vestisse de forma tão desalinhada na Inglaterra Vitoriana. Mas a idéia é que “artistas” podem tudo. Vamos ver se o novo Emma tira o gosto ruim da minha boca. Afinal, estragar Jane Austen é um desafio e tanto.
8 pessoas comentaram:
Depois dessa fui poupada do trabalho de ver uma série ruim! Quando ouvi o rumor de que a BBC estava largando os dramas de época, fiquei imensamente triste, mas é ainda pior se ela retomar séries desse tipo para destruir histórias...
o texto deste blog e muito extenso
Eis o tipo de comentário que só serve paa ilustrar quanto as pessoas não têm o que fazer. Está grande? Não leia. Aliás, eu realmente não escrevo para preguiçosos.
desculpa mas eu gosto de anime
escreva 100 paginas sobre blackjack e eu as lerei com prazer
Carlos, acho então que você etá no blog errado. Aqui, a prioridade é shoujo anime e mangá. Fora isso, é um blog pessoal, escrevo sobre o que eu quiser, não sou obrigada, portanto, a adequar meus textos àqueles que não tem interesse pelo assunto, tampouco quero fazer isso.
Procure um blog/site que satisfaça os seus interesses. Como você não vai comentar o texto mesmo, não aprovarei mais mensagens suas, já que serão lamentaçãos ou algo off-topic.
Eu não assisti muitas séries da BBC, e todas as que assisti eram de época, mas a maioria delas eram muito boas. Quanto a Desperate Romantics, mesmo que eles tenham modificado muito em relação a parte histórica e como os acontecimentos realmente aconteceram, pelo menos a série parece engraçada (ou pelo menos o jeito que você comentou fez a série parecer engraçado, a parte do Rosseti ter virado um maladro é hilária), tirando a parte da pornografia, que também é o principal motivo pelo qual eu não consigo sentir a menor vontade de assistir essa série, apesar do personagem do Rosseti ter ficado bem cómico.
E falando em séries, eu já falei em outro comentário sobre Queen Seok Deok e Tamna The Island, que são séries coreanas bem interessantes que eu tenho acompanhado, eu adoraria ver um review seu sobre essas séries porque seus posts são geralmente bem interessantes e sua opinião é bem construtiva ^_^.
Sister, eu não achei graça, não. :) De material coreano eu só assisti Antique... E ainda não comentei aqui. Doramas eu assisto pouco... Aliás, anime tb tenho assistido pouco.
Mas muito obrigada pelos comentários.
Não sou fã de anime,mas adoro suas postagens sobre as séries da BBC. Muito obrigada pela dica, pois estava empenhada em achar essa série e acabei desistindo, graças ao seu comentário. Gosto do gênero Jane Austen e um dos meus filmes favoritos é North & South baseado na obra de Elizabeth Gaskell. Parabéns pelo blog. Adorei! Um abraço.
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