Pessoal, a entrevista é grande e meu francês é preguiçoso, então, peguei as partes em que o Sr. Grégoire Hellot, diretor de coleção da editora Kurokawa, fala dos mangás shoujo, OK? ^_^ Acho que vale a pena, porque o mercado francês é muito rico, variado, e tem com sua seção shoujo em expansão. Achei muito interessante o critério de conversar com as vendedoras nas livrarias japonesas para saber o que vende e o que elas acham dos títulos. Lamento que Life na França não esteja recebendo a atenção que merece, mas é aquilo que o sujeito fala na entrevista: muita cosia saindo ao mesmo tempo. E o mercado francês é enorme, preocupa-me o que pode acontecer por aqui.
Eu poderia traduzir tudo, ele fala, por exemplo, do lançamento de Hajime no Ippo, do mercado para celulares na França, de séries (Shounen/Seinen) nas quais estão apostando, mas traduzir do francês, para mim, é bem mais cansativo do que do inglês ou italiano e estou sem meu dicionário bom aqui no PC. Desculpem se não está tão perfeito. Quem lê francês pode ter acesso à entrevista completa no site do Manga News. É isso! Então, vamos lá!
Eu poderia traduzir tudo, ele fala, por exemplo, do lançamento de Hajime no Ippo, do mercado para celulares na França, de séries (Shounen/Seinen) nas quais estão apostando, mas traduzir do francês, para mim, é bem mais cansativo do que do inglês ou italiano e estou sem meu dicionário bom aqui no PC. Desculpem se não está tão perfeito. Quem lê francês pode ter acesso à entrevista completa no site do Manga News. É isso! Então, vamos lá!
MANGA NEWS: Como vocês escolhem um título?
GRÉGOIRE HELLOT: Não é muito complicado! Nós recebemos as revistas de pré-publicação com novos títulos. Quando vamos ao Japão, em geral para os shoujo, nós pedimos conselho às vendedoras e lhes explicamos quais são aqueles de que já gostamos antecipadamente, e discutimos com elas. O mais difícil são os mangás para mulheres jovens e adultas (josei). Tínhamos Kimi wa Pet, Life. No caso de Life, nós hesitamos por quatro anos, talvez porque o mangá é muito pesado. E, finalmente, a nova dona da Kurokawa, que chegou em 2007, amou este mangá. Ele não vende muito bem, porque divulgamos em setembro de 2008, uma época em que houve uma grande ofensiva shoujo por parte de outros editores. Assim, Life se perdeu no meio da massa de lançamentos.
MG: Justamente, o que vocês pensam dessa ofensiva shoujo de outras editoras?
GH: Eu acho que temos que trazer mangás para meninas, porque existem mangás bons [deste gênero]. Mas não devemos trazer mangás shoujo, porque há muito mangá para os garotos. O problema é que as editoras correram muito rápido para o shoujo mangá. O mercado agora ainda está esquentando graças à Nana, as garotas estão começando a comprar mangá. Esse nicho mal abriu e todos entraram. Ninguém esperou que o mercado amadurecesse. Então, ele já está saturado, quando nem ainda está maduro. É uma pena.
MG: Vocês tentaram fazer algum teste quando escolhem um título shoujo?
GH: Claro que, sim! Por exemplo, eu tentei lançar muitos mangás de humor, porque eles não existem na França, aqui são muito poucos. Eu descobri que o público prefere um mangá de ação divertido, ou um mangá de esportes com humor, um mangá engraçado que fale de alguma outra coisa. Assim, me comprometi com isso e um catálogo de qualidade.
MG: Vocês tem uma linha editorial bem definida?
GH: Ao contrário da Delcourt que tem uma imagem shoujo, da Kana e da Glénat que são muito mais Jump, da Tonkam que é alternativa, da Pika que escolhe mangás subversivos, a única linha da Kurokawa é publicar séries de qualidade. Não é tão ruim, nós escolhemos nossos títulos à conta gotas, mas o público sabe que escolhemos depois de muita reflexão. Eu acredito que nenhum dos mangás da Kurokawa pode ser visto como realmente ruim.
MG: Como você vê o Mercado atual? Acha que está saturado?
GH: Estão dizendo que as editoras vão morrer, mas está todo mundo esperando para ver. Os grandes títulos mantêm seu ritmo, os pequenos sobrevivem com mil exemplares. São esses últimos que vão sobreviver por mais tempo, porque não precisam de tiragens enormes para serem lucrativos. O mercado de mangá mudou, porque antes havia menos leitores e eles compravam de tudo. Hoje, há mais leitores, mas todos eles compram as mesmas coisas. O mercado não está em declínio de nenhuma forma, simplesmente não são as mesmas coisas de antes as que vendem. Os grandes sucessos vendem muito, as outras séries vendem pouco. Assim, as editoras correm, lecenciam muitos mangás, na esperança de achar a pérola. As editoras estão se arriscando mais, e isso não necessariamente é bom para o mercado.
Mas do que a saturação há a frustração do público e uma enorme segmentação, assim como no cinema atual, há poucos grandes blockbusters por ano, e aqueles para um publico restrito, como o yaoi, os mangás de maid e góticos. Estes títulos mais especializados estão a cargo das pequenas editoras. São as grandes que lançam os títulos importantes aos montes, esperando que um deles funcione, enquanto as pequenas fazem os testes, as experimentações. Acredito que o mercado se torne cada vez mais setorizados.
MG: Já falamos da chegada das editoras japonesas na França, o que você acha disso?
GH: Eu não acredito que elas irão vir em um futuro próximo, porque é muito complicado. Sabemos que Os editores japoneses já se decidiram, mas eles não entraram no mercado dos mangás d epapel. Eles preparam uma ofensiva digital com mangás para telefones celular. Teremos um novo modelo de distribuição, onde os japoneses, sem passar pelas editoras francesas, vão distribuir seus mangás de forma digital.
GRÉGOIRE HELLOT: Não é muito complicado! Nós recebemos as revistas de pré-publicação com novos títulos. Quando vamos ao Japão, em geral para os shoujo, nós pedimos conselho às vendedoras e lhes explicamos quais são aqueles de que já gostamos antecipadamente, e discutimos com elas. O mais difícil são os mangás para mulheres jovens e adultas (josei). Tínhamos Kimi wa Pet, Life. No caso de Life, nós hesitamos por quatro anos, talvez porque o mangá é muito pesado. E, finalmente, a nova dona da Kurokawa, que chegou em 2007, amou este mangá. Ele não vende muito bem, porque divulgamos em setembro de 2008, uma época em que houve uma grande ofensiva shoujo por parte de outros editores. Assim, Life se perdeu no meio da massa de lançamentos.
MG: Justamente, o que vocês pensam dessa ofensiva shoujo de outras editoras?
GH: Eu acho que temos que trazer mangás para meninas, porque existem mangás bons [deste gênero]. Mas não devemos trazer mangás shoujo, porque há muito mangá para os garotos. O problema é que as editoras correram muito rápido para o shoujo mangá. O mercado agora ainda está esquentando graças à Nana, as garotas estão começando a comprar mangá. Esse nicho mal abriu e todos entraram. Ninguém esperou que o mercado amadurecesse. Então, ele já está saturado, quando nem ainda está maduro. É uma pena.
MG: Vocês tentaram fazer algum teste quando escolhem um título shoujo?
GH: Claro que, sim! Por exemplo, eu tentei lançar muitos mangás de humor, porque eles não existem na França, aqui são muito poucos. Eu descobri que o público prefere um mangá de ação divertido, ou um mangá de esportes com humor, um mangá engraçado que fale de alguma outra coisa. Assim, me comprometi com isso e um catálogo de qualidade.
MG: Vocês tem uma linha editorial bem definida?
GH: Ao contrário da Delcourt que tem uma imagem shoujo, da Kana e da Glénat que são muito mais Jump, da Tonkam que é alternativa, da Pika que escolhe mangás subversivos, a única linha da Kurokawa é publicar séries de qualidade. Não é tão ruim, nós escolhemos nossos títulos à conta gotas, mas o público sabe que escolhemos depois de muita reflexão. Eu acredito que nenhum dos mangás da Kurokawa pode ser visto como realmente ruim.
MG: Como você vê o Mercado atual? Acha que está saturado?
GH: Estão dizendo que as editoras vão morrer, mas está todo mundo esperando para ver. Os grandes títulos mantêm seu ritmo, os pequenos sobrevivem com mil exemplares. São esses últimos que vão sobreviver por mais tempo, porque não precisam de tiragens enormes para serem lucrativos. O mercado de mangá mudou, porque antes havia menos leitores e eles compravam de tudo. Hoje, há mais leitores, mas todos eles compram as mesmas coisas. O mercado não está em declínio de nenhuma forma, simplesmente não são as mesmas coisas de antes as que vendem. Os grandes sucessos vendem muito, as outras séries vendem pouco. Assim, as editoras correm, lecenciam muitos mangás, na esperança de achar a pérola. As editoras estão se arriscando mais, e isso não necessariamente é bom para o mercado.
Mas do que a saturação há a frustração do público e uma enorme segmentação, assim como no cinema atual, há poucos grandes blockbusters por ano, e aqueles para um publico restrito, como o yaoi, os mangás de maid e góticos. Estes títulos mais especializados estão a cargo das pequenas editoras. São as grandes que lançam os títulos importantes aos montes, esperando que um deles funcione, enquanto as pequenas fazem os testes, as experimentações. Acredito que o mercado se torne cada vez mais setorizados.
MG: Já falamos da chegada das editoras japonesas na França, o que você acha disso?
GH: Eu não acredito que elas irão vir em um futuro próximo, porque é muito complicado. Sabemos que Os editores japoneses já se decidiram, mas eles não entraram no mercado dos mangás d epapel. Eles preparam uma ofensiva digital com mangás para telefones celular. Teremos um novo modelo de distribuição, onde os japoneses, sem passar pelas editoras francesas, vão distribuir seus mangás de forma digital.
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